Uma Segunda e Verdadeira Chance a Nós escrita por AndyWBlackstorn


Capítulo 15
Capítulo 15




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O desafio de Crowley naquele momento era algo que nunca tinha imaginado ser tão difícil. Como ele mesmo tinha comentado quando Lizzie tinha nascido, ela podia ser um tanto teimosa e persistente, era isso que ela estava provando no momento.

Segundo as pesquisas minuciosas de Aziraphale, estava na hora de introduzir outros tipos de alimento e ela deduziu que talvez a filha apreciasse o gosto de batata e cenoura, e que fosse seguro começar com um cardápio mais saudável, mas era algo que estava se provando o contrário.

—Muito bem, mocinha, abre a boca - o pai dela tentou, em at convidativo, com a colher cheia de purê a postos.

Lizzie fez uma perfeita carinha confusa de bebê, observando e cheirando o que estava sendo oferecido. O cheiro não a agradou tanto e foi justamente por esse motivo que ela deu um tapa na colher, que acabou pegando Crowley desprevenido. O pai dela fez um "oh" inaudível, mas não se deixou abater. Ele estreitou os olhos para Lizzie, tomando aquilo como um desafio pessoal.

—Escuta, você nem provou pra ter certeza se gosta ou não, então dá pelo menos uma chance pro purê e depois a gente pode provar algo mais gostoso, o que acha Elizabeth? - seu pai fez uma proposta.

Ao menos a garotinha pareceu atenta e respondeu com típicos barulhos de bebê. Crowley se aproveitou do pequeno momento de distração e então levou a colher até a boca da filha delicadamente. Lizzie mastigou a pasta amanteigada entre as gengivas banguelas.

Depois de alguns segundos de imprecisão, Elizabeth decidiu que gostava de purê de batata e cenoura. Gostava tanto que até colocou uma mãozinha reconchuda com vontade no próprio prato. Parte do purê voou para todo lado, inclusive bem no meio do rosto de Crowley, atingindo principalmente seu nariz.

Sua filha o encarou com certa curiosidade, e só então soltou uma grande gargalhada, como se estivesse rindo da cara do pai.

—Muito bem, isso já é golpe baixo - ele alertou, tentando procurar algo para se limpar.

—O que é golpe baixo? - Aziraphale apareceu bem naquele momento oportuno, encarando o estado peculiar do marido - o que aconteceu?

—A Lizzie achou que não gostava de purê de batata e se empolgou quando descobriu que gosta - ele explicou, depois de se limpar, mas ainda assim sentindo o nariz melecado.

—Muito bem, minha pequenina, deixe-me tentar dessa vez - Aziraphale sorriu para a filha, disposta a terminar de alimentá-la - tomara que eu tenha mais sorte que o papai.

—Tomara mesmo - Crowley respondeu, ficando ali para ver se era isso mesmo que aconteceria.

Quando a colher de purê se aproximou de Lizzie, ela reconheceu como sua nova comida favorita e acabou rindo o que pareceu ser um  bom sinal para sua mãe, que durou apenas alguns segundos. Lizzie comeu mais um pouco do purê, só que voltou a bater com força no prato de comida, sujando o suéter de Aziraphale dessa vez.

—É definitivo, ela acha que se trata de uma brincadeira - Crowley comentou, observando com certo prazer sua esposa não ter mais sorte que ele.

—Bom, talvez seja melhor tentar mais tarde - Aziraphale admitiu certa derrota.

—Ou ir até o final disso tudo até que ela coma tudo - ele contrapôs - sabe, como ela é mais humana do que nós e realmente precisa de comida, talvez seja melhor insistir.

—Mas se ela continuar brincando e não quiser comer? - sua esposa questionou.

—Vai ser um pequeno desafio pelo qual devemos passar - ele deu de ombros - eu lembro de umas situações assim com o Warlock, não se preocupe, anjo, isso tudo não é nada comparado à puberdade.

—Nem me lembre, nem me lembre - ela chegou a falar com o rosto apertado só de imaginar - vamos nos ater a esse momento aqui. Muito bem, Elizabeth Crowley, o que eu quero agora é que você coma a maior parte do purê e não brinque com ele, entendeu, meu docinho?

—Ótimo tom materno - seu marido lhe deu um pouco de apoio moral.

Justamente esse tom tinha chamado a atenção de Lizzie, que pareceu perceber que agora tinha a expectativa de seus pais sobre ela. Aziraphale tentou novamente oferecer o purê enquanto Crowley tentou manter as mãozinhas da filha ocupadas. Os dedos dele se dobraram em figuras variadas o que fez com que Lizzie tentasse segurá-los.

Depois de alguns minutos, a missão dos dois estava completa. Lizzie tinha comido tudo e ainda estava satisfeita o suficiente para esbanjar um sorriso banguela aos pais.

—Olha só pra você! - Aziraphale exclamou, orgulhosa - você não é a coisinha mais preciosa do mundo?

Ela se levantou e pegou a filha no colo, admirando a pura existência de Lizzie, esquecendo o que ela tinha feito antes.

—Não posso discordar - Crowley comentou com uma doçura que era rara, mas usada somente para sua família.

Ele sorriu genuinamente ao observar as duas.


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