Uma Segunda e Verdadeira Chance a Nós escrita por AndyWBlackstorn


Capítulo 13
Capítulo 13




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Ao voltar para casa, a primeira coisa que os Crowley viram foi o rosto assustado de Muriel, encarando o bebê no colo de Aziraphale.

—Oh meu Deus, isso é... - ela gaguejou um pouco, pela surpresa - quando vocês saíram daqui não foi para retirar o seu bebê...

—Retirar? Não é esse o termo que se usa, garota - Crowley comentou.

—Certo, bem, eu não esperava que voltariam com o bebê - Muriel tentou reformular.

—Bom, eu não saí daqui para ter o bebê - Aziraphale tomou sua vez para explicar - mas a Lizzie nasceu no meio do caminho, Crowley acabou fazendo o parto, mas visitamos o Dr. Jones e está tudo bem com nós duas, eu garanto.

—Ah que bom, isso me deixa tão aliviada - Muriel deu um suspiro alto.

—E eu também, garota, eu também - Crowley se permitiu suspirar de alívio também.

—Eu sei que foi tudo muito inesperado, mas você fez um trabalho espetacular, meu amor - Aziraphale fez questão de elogiar - se não fosse por você, eu e a Lizzie não estaríamos aqui.

—Bom, eu fiz o que tinha que ser feito - ele deu de ombros, voltando a relaxar.

—E o que vocês acham que poderia acontecer se a Lizzie não nascesse a tempo? Ou se ela ficasse mais tempo no ventre da Sra. Crowley? - Muriel levantou a teoria, por pura curiosidade ingênua.

—Hã, talvez eu... explodiria minha forma corpórea... - a mãe de Lizzie deduziu horrorizada - junto com a minha bebê... ou ela sobreviveria... ai, eu não sei, prefiro não saber...

—Isso não foi legal, garota - o pai de Lizzie repreendeu Muriel levemente.

—Desculpe, eu não queria causar desconforto, só estava imaginando... - a hóspede deles tentou se justificar, claramente envergonhada e arrependida.

—Eu entendo sua imaginação, mas vamos ser gratos pelo fato de que eu e a Lizzie estamos bem - Aziraphale tentou remediar toda a situação.

Percebendo toda aquela agitação à sua volta, Elizabeth Crowley decidiu se manifestar, com um grande choro alto e agudo.

—Oh não, eu estraguei o bebê? - Muriel perguntou, preocupada.

—Não, não, querida, está tudo bem - mais uma vez, a sra. Crowley veio ao resgate - ela só está chorando, é comum os bebês fazerem isso quando estão incomodados ou algo está acontecendo.

—Escuta, Muriel, talvez seja melhor eu e você darmos um tempo para a mamãe e o bebê aqui - Crowley aconselhou.

—Mas... mas... - a mãe em questão murmurou - vocês são da família, não me parece justo...

—Mesmo assim, nós vamos ter um momento melhor pra nós quatro - ele aconselhou - o que me parece justo no momento é vocês duas descansarei, anjo.

Vendo a firmeza das palavras dele, Aziraphale apenas assentiu, escolhendo aceitar o conselho. Seu marido se aproximou e beijou sua testa afetuosamente. Muriel o seguiu para o andar de cima, deixando Aziraphale e Elizabeth uma com a outra.

O bebê ainda chorava, certamente incomodada com alguma coisa, como sua mãe tinha explicado.

—Ok, muito bem, está na hora de colocar um pouco desses estudos maternos em prática - ela suspirou, encarando Elizabeth, a ninando gentilmente pra lá e pra cá.

A técnica pareceu funcionar, ao menos, por um curto período de tempo. O choro de Lizzie foi aumentando cada vez mais.

—Muito bem, será que você não está com sono? - sua mãe tentou deduzir - imagino que talvez você precise dormir, mesmo sendo filha de duas criaturas que não precisam de sono, o que não faz sentido nenhum... Tudo bem, tudo bem, vamos descartar sono.

Aziraphale mudou a posição do bebê em seu colo, tentando aninhá-la em seu peito, o que fez com que ela parasse de chorar, quase instantaneamente. 

—Certo, você gosta dessa posição... tudo bem, tudo bem... - murmurou a mãe, sem deixar de observar a filha, segurando suas costas.

O nariz de Lizzie se contorceu, certamente sentindo o cheiro de algo atrativo. A mente de Aziraphale se focou em uma única palavra ao observar aquele comportamento, fome. Ela tinha estudado sobre amamentação, mas não imagina que o seu corpo de uma criatura celestial criaria leite. Pelo bem de Elizabeth, e por mais impossível que parecesse, tinha sido exatamente isso que tinha acontecido. Ela mesma tinha reconhecido o cheiro de leite que estava saindo dela. Certamente esquisito, mas esquisitamente correto.

Por instinto, Aziraphale agiu rapidamente e amamentou Lizzie. A sensação dos lábios pequenos tocando a pele de seu busto causou à mãe novata uma sensação estranha, mas reconfortante. O bebê se alimentava, tomando o leite, enquanto olhava diretamente para sua mãe, ela retribuiu o olhar pensando naquela sensação estranha e extraordinária ao mesmo tempo. 

—Muito bem, Lizzie, eu entendi o que você queria - Aziraphale murmurou à filha - eu só não sabia que era capaz disso, ou que você precisasse comer... talvez seja isso, mais uma necessidade do que uma escolha...

Ela percebeu Lizzie fechar os olhos, lentamente se rendendo ao que claramente agora era sono. Assim, sua mãe a ajeitou nos braços e deu leves tapinhas em suas costas. Elizabeth soltou um pequeno "pop", um singelo arroto adequado ao seu tamanho. O pequeno barulho fez Aziraphale sorrir. Aos poucos, ela sentiu a filha deitar a cabeça em seu ombro. O cômodo foi ficando cada vez mais silencioso, até que o único som que se podia ouvir era a respiração baixa e compassada de Elizabeth.

—Certo, sono e fome... anotado... - Aziraphale disse ainda mais baixo, entendendo quais tinham sido os problemas da filha.

Quando o silêncio chegou até Crowley e Muriel, eles desceram as escadas, checando se estava tudo bem com mãe e filha.

—Eu posso amamentar... - Aziraphale murmurou aos dois, com alegria contida, mas não menor do que estava sentido.

—É claro que pode - Crowley concordou com um sorriso, tentando compreender como aquilo era possível.

Ainda contente e satisfeita, Aziraphale passou por eles, com Elizabeth ainda dormindo em seu colo. A mãe a depositou no lugar preparado especialmente para isso, a deitando em seu berço. Ela observou Lizzie descansar, como todo orgulho e amor que podia ter.

 


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