Rainbow 5 escrita por Lee George


Capítulo 25
Encurralado




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O lamento do vento noturno ecoava pelos corredores vazios do alojamento da banda Rainbow 5, onde a sombra da ausência de Lea persistia. Jia, uma incomum mente inquieta, havia passado a noite mergulhada nas anotações de Kwon Han. À luz trêmula de uma lâmpada solitária no refeitório, ela estudava as páginas amareladas, procurando por pistas escondidas nas entrelinhas daquelas palavras meticulosamente escritas.

O silêncio era denso, quebrado apenas pelo farfalhar de papéis e o sutil zumbido da geladeira. O relógio marcava as horas que se arrastavam desde o sequestro de Lea. A aurora se aproximava, mas as sombras ainda envolviam a verdade.

Sun, exausta e com olhos que denunciavam noites mal dormidas, entrou no refeitório. O semblante preocupado de Jia não passou despercebido.

"Jia, você deveria descansar um pouco. Ficar acordada a noite toda não vai nos trazer Lea de volta mais rápido", sugeriu a jovem que entrava no recinto, depositando uma xícara de café à frente de Jia.

Jia ergueu o olhar, revelando olhos marcados pela fadiga, mas decididos. "Eu não posso descansar, Sun. Cada minuto conta. Kwon Han sabia de algo, algo que pode nos guiar até Lea."

Sun suspirou então, tomando um gole de café. "Eu entendo, mas esgotar-se não vai ajudar. Conte comigo. O que mais podemos extrair dessas anotações?"

Jia virou mais algumas páginas, buscando conexões, revelações. "Ele estava focado nas relações de Parker Jun. Havia algo, uma sombra que ele estava tentando desvendar. Talvez Jun não seja quem pensamos."

Sun franziu a testa, sua expressão refletindo a tensão que pairava sobre a banda. "Você acha que Jun está envolvido com todo este caso do stalker?"

Jia assentiu, seus dedos seguindo as palavras sublinhadas no bloco de notas. "Kwon Han estava conectando os pontos. Se eu puder entender essas conexões, podemos ter alguma pista para encontrar nossa amiga."

O refeitório, agora banhado pela primeira luz do dia, testemunhava a angústia e a determinação entrelaçadas nas expressões das duas mulheres.

O silêncio persistia entre as garotas, quebrado apenas pelo suave ruído das páginas sendo folheadas e o eco distante do vento matinal. Sun, com sua xícara de café entre as mãos trêmulas, finalmente rompeu o silêncio pesado.

"Jia, eu... eu não consigo entender por que Kwon Han desconfiava de Jun", murmurou Sun, sua voz oscilando entre a incerteza e a busca por respostas.

Jia ergueu os olhos do bloco de notas, encontrando o olhar entristecido da líder da banda. As sombras das preocupações dançavam em seus olhos, uma tela onde a incerteza se mesclava à determinação. "Eu sei, Sun. Estamos todos tentando entender. Kwon Han era astuto, talvez tenha visto algo que nós não vimos ainda."

A hesitação pairava no ar, tão densa quanto a tensão que envolvia o alojamento. Sun suspirou antes de continuar. "Jun sempre esteve ao nosso lado. Eu confio nele. Kwon Han... ele estava certo sobre o Stalker estar próximo, mas Jun? Não sei..."

Jia percebeu a vulnerabilidade na voz de Sun e pousou a mão sobre a dela. "Estamos todos confusos, Sun. Precisamos considerar todas as possibilidades. Se Jun está limpo, descobriremos. Mas, por agora, não podemos descartar nada."

A expressão de Sun revelava uma mistura de gratidão e apreensão. "É difícil não saber em quem confiar. Onde você acha que ele está agora?"

Jia ponderou por um momento, seus olhos buscando respostas no horizonte distante. "Ele não está aqui, e isso é preocupante. Talvez ele saiba mais do que está disposto a compartilhar. Precisamos encontrá-lo e confrontá-lo com as perguntas certas."

A manhã, agora plena de luz, viu as duas mulheres se levantarem do refeitório, determinadas a desvendar os mistérios que envolviam não apenas o sequestro de Lea, mas também as sombras que pairavam sobre Parker Jun.

Os corredores do alojamento ecoaram com os passos decididos das duas.

Os corredores do alojamento ficaram para trás à medida que Sun e Jia, como sombras deslizantes, se aproximavam da porta de saída. Jia lançou um olhar cauteloso ao redor, garantindo que a escuridão dos corredores ainda envolvesse o ambiente, protegendo seu sigilo. Um leve sussurro escapou de seus lábios enquanto ela advertia Sun.

"Vamos sair com cautela. Não queremos causar mais preocupação para as outras."

Silenciosas como fantasmas, as duas emergiram para a luz do amanhecer. O céu se desdobrava em tons de rosa e laranja, pintando um quadro de beleza efêmera sobre a cidade de Seul. O ar fresco da manhã dançava ao redor delas, trazendo consigo promessas de mais um dia ensolarado para a população.

"É uma manhã tão bonita", murmurou Sun, seus olhos se perdendo na vastidão do horizonte.

Jia assentiu, embora a seriedade ainda estivesse estampada em sua expressão. "A beleza esconde muitas verdades obscuras."

Desceram os degraus da entrada com passos silenciosos, seguindo por entre os prédios do complexo. Jia, com determinação moldando cada passo, começou a articular seu plano.

"Vou falar com o superior de Kwon Han. Precisamos entender melhor o que ele descobriu e o motivo de suas desconfianças em relação a Jun. Não podemos continuar no escuro, são nossas vidas em risco."

Sun assentiu, sua mente ainda nublada por dúvidas e receios. "Eu só quero encontrar Lea. Isso é um pesadelo, Jia."

Jia colocou a mão no ombro de Sun, oferecendo um apoio silencioso. "Vamos encontrá-la, Sun. Mas para isso, precisamos descobrir a verdade, mesmo que seja desconfortável."

Com a luz do amanhecer projetando sombras alongadas pelo caminho, as duas mulheres adentraram o desconhecido em direção a delegacia. 

O antigo prédio da delegacia mantinha-se ereto como um monumento de justiça sombrio, suas paredes de pedra absorvendo as histórias, as confissões e os sussurros daqueles que buscaram refúgio em seus corredores. Jia liderava o caminho, guiando Sun por entre os corredores conhecidos, agora envoltos em um silêncio respeitoso.

À mesa, onde outrora Kwon Han buscava verdades e desentranhava mentiras, encontrava-se o superior do falecido policial. O homem levantou os olhos, uma expressão de reconhecimento cruzando seu rosto envelhecido.

"Park Jia, das Rainbow 5, certo?"

Ela assentiu, sua determinação cortando o ar como uma lâmina afiada. "Precisamos de informações. Kwon Han estava investigando algo antes de... antes de tudo acontecer… o senhor nos apontou um nome, mas… nossa amiga está desaparecida, precisamos de ajuda…"

O superior suspirou, pesado como o peso da culpa. "Eu sei. Ele me entregou isso." Ele estendeu uma folha dobrada, passando-a para Jia.

Seus olhos deslizaram pelas linhas impressas, registrando os nomes que ali figuravam. Uma lista com informações detalhadas sobre todos os nascidos na província chinesa de Jilin chamados Parker Jun. O silêncio pairou no ar, mas as palavras na folha ressoavam como uma revelação sombria.

"Kwon Han descobriu algo sobre Parker Jun", Jia murmurou, seus olhos fixos na folha.

Sun, ao seu lado, sentiu um calafrio percorrer sua espinha, percebendo o tom frio na voz de Jia. "O que ele descobriu?"

O policial hesitou por um momento antes de ceder às palavras que haviam sido retidas por tempo demais. "Ele acreditava que Parker Jun não era quem dizia ser. Que havia mais na história dele do que aparentava."

Jia cerrou os punhos, uma fúria contida faiscando em seus olhos. "Por que ele suspeitava de Jun?"

O homem suspirou novamente, cansado pela carga de verdades obscuras. "Ele estava cético. Achava que Jun poderia ter ligações com o que estava acontecendo. Talvez ele estivesse certo, talvez não. Kwon Han era teimoso, mas confiável."

Os olhos de Jia rastrearam cada linha do documento, sua mente absorvendo as informações que ali estavam dispostas. As datas de nascimento das pessoas chamadas Parker Jun destacavam-se, sublinhadas pela caneta vermelha do falecido policial, e o oficial superior, antes de se afastar, deixou um aviso cifrado para Jia: "Repare nas datas, especialmente nas datas de nascimento… foi nessa província que o investigador nasceu, não foi?."

À medida que ela lia, uma sensação de apreensão começou a crescer em seu peito. Jia sentiu o ar rarefazendo ao seu redor, como se a verdade estivesse prestes a se revelar. Seus dedos apertaram a folha, e a hiperventilação ameaçou dominá-la. Sun, percebendo o desespero, agiu rapidamente.

"Jia, respire fundo. Tudo bem, estamos juntas nisso." Sun buscou um copo d'água, oferecendo-o com mãos firmes.

Jia bebeu a água, seus olhos continuando a fixar a lista. Quando finalmente recuperou o controle, ela murmurou, mais para si mesma do que para Sun: "Isso não faz sentido."

"O que não faz sentido?" Sun perguntou, ainda confusa.

"Não nasceu ninguém em Jilin com o nome Parker Jun na época que ele deveria ter nascido." Jia balançou a cabeça, como se tentasse afastar a incredulidade que começava a se instalar. "Isso não é possível. Essas informações são falsas, ou... ou Parker Jun não é quem diz ser."

Sun franziu a testa. "Você acha que ele mentiu sobre sua identidade?"

Jia assentiu lentamente. "É a única explicação lógica. Não há registros de nascimento com esse nome e idade em Jilin. Kwon Han estava certo em suspeitar de Jun. Mas por quê? E quem diabos ele realmente é?"

O sol, agora alto no céu da manhã, lançava sua luz sobre a cidade que estava, inconsciente, prestes a ser abalada por revelações que desafiavam a compreensão. Jia e Sun, com o fardo da verdade recém-descoberta, sentiram a pressão do desconhecido se fechando ao seu redor. 

A atmosfera na delegacia permanecia tensa, impregnada com a verdade desconfortável que Sun e Jia acabaram de descobrir. Sun, tremendo levemente, mal conseguia articular palavras coerentes. Com um olhar perturbado, ela saiu da delegacia, deixando Jia para trás, imersa em seus próprios pensamentos.

Jia permitiu que Sun tivesse o espaço necessário para processar a revelação chocante. A decisão de sair da delegacia sozinha foi guiada pelo entendimento de que cada uma precisava enfrentar a verdade de maneira pessoal.

Ao percorrer o caminho de volta ao alojamento, os pensamentos de Jia giravam em torno de perguntas sem resposta. Quem era Parker Jun verdadeiramente? Por que ele escolhera esconder sua identidade? E como suas ações estavam conectadas ao sequestro de Lea?

A manhã, que começara com uma aurora bela e enganadoramente tranquila, agora carregava o peso de segredos obscuros. O sol, embora brilhasse alto, não conseguia dissipar as sombras que se formavam sobre a vida das garotas da Rainbow 5.

À medida que Jia se aproximava do alojamento, sua mente se perdia nas reflexões, mas foi abruptamente retirada de seus pensamentos pela voz animada de Di. Ao lado dela, estava Parker Jun, cuja expressão misteriosa não revelava nenhuma pista sobre os acontecimentos recentes.

"Jia!" Di chamou, acenando com entusiasmo contido.

Jia piscou, surpresa ao ver Di e Jun juntos. Enquanto se aproximavam, Jia notou um sorriso cansado nos lábios de Di, um contraste desconcertante com o turbilhão de emoções que Jia enfrentava desde a última conversa na delegacia.

"Onde você estava?" Di perguntou, parecendo alheia à gravidade da situação. "Estávamos procurando por você."

Jia encarou Di e Jun, seus olhos revelando o peso do conhecimento que carregava. O desconforto pulsava em seu peito enquanto tentava esconder as turbulências internas causadas pelas revelações na delegacia. Di, alheia à seriedade do momento, irrompeu com sua animação quase habitual.

"Jia, você não sabe como é importante encontrar você agora!" exclamou Di, agarrando o braço de Jun. "Jun tem sido incrível, ajudando a encontrar Lea. Juntos, vamos trazê-la de volta, eu tenho certeza!"

A esperança na voz de Di, porém, colidia com a gravidade das informações que Jia carregava consigo. Ela ponderou sobre como compartilhar a verdade sem comprometer o esforço conjunto para encontrar Lea. Antes que pudesse articular suas palavras, Jun interveio com um convite aparentemente inofensivo.

"Jia, junte-se a nós," convidou, seu olhar penetrante sugerindo um conhecimento mais profundo. "Estávamos prestes a discutir nosso plano para encontrar Lea. Acredito que sua perspicácia pode ser valiosa."

Jia sentiu-se encurralada. Cada fibra de seu ser ansiava por escapar, distanciar-se das sombras que pairavam sobre Parker Jun. No entanto, ela percebeu que, para o bem de Lea e de suas companheiras de banda, precisava temporariamente enterrar seus instintos cautelosos.

"Claro, podemos conversar," respondeu Jia, forçando um sorriso que mal ocultava sua inquietação. "Mas vamos para um lugar mais privado."

Di assentiu rapidamente, com misto de careta e sorriso, alheia às tensões subterrâneas que permeavam o grupo. O trio se encaminhou para um local mais isolado, onde as palavras poderiam ser trocadas longe de ouvidos indiscretos, o parque.

O parque, normalmente um refúgio sereno, tornou-se o cenário de uma reunião carregada de tensão. Jia, Di e Jun ocuparam uma mesa cercada por bancos, um oásis temporário no tumulto de suas vidas.

Jia não pôde deixar de notar o ar apaixonado que envolvia Di, seu olhar muitas vezes desviando para Jun. Era evidente que a idol encontrara algo mais além de um aliado naquele investigador misterioso. Enquanto tentava se concentrar na missão em mãos, Jia sabia que, em breve, seria forçada a compartilhar verdades obscuras que poderiam romper a alegria de sua amiga.

Jun, mantendo seu ar confiante, tomou a palavra, quebrando o silêncio tenso que se instalara.

"Estou certo de que o stalker que raptou Lea não está longe," afirmou Jun, seus olhos escuros expressando uma determinação feroz. "Precisamos nos dividir e investigar os armazéns abandonados em Seul. É lá que poderemos encontrar pistas que nos levarão até ela."

Di, imbuída de confiança e determinação, assentiu com entusiasmo. "Estamos prontas para isso. Vamos encontrar Lea e trazê-la de volta para casa."

Jia, por sua vez, ocultava suas próprias inquietações. Enquanto se preparavam para se dispersar pela cidade, cada sombra, cada canto escuro, parecia esconder segredos mais profundos. O véu de incerteza pairava sobre eles, obscurecendo a verdade que se escondia nas entranhas da indústria do K-pop.

O parque, banhado pela luz da manhã, testemunhava a preparação do grupo para a empreitada. Enquanto Di conferia a alça de sua mochila e Jia organizava mentalmente as próximas etapas, Jun ajustava a gola de sua jaqueta com uma expressão de confiança.

Jia, buscando entender melhor a lógica por trás da convicção de Jun, controlou o desconforto que sua presença lhe causava e formulou a pergunta que pairava em sua mente.

"O que te faz pensar que o stalker está por perto?" questionou Jia, seus olhos analisando Jun em busca de pistas.

O investigador fitou Jia por um momento antes de responder, seus olhos escuros refletindo uma intensidade calculada. "Eu acredito que o alvo não é a banda como um todo, mas sim Lea especificamente. E não é pela fama, mas pelo dinheiro de sua família, dessa forma, o sequestrador não irá longe de onde pode fazer a troca da refém."

As palavras de Jun lançaram uma sombra de confusão sobre Jia. A ideia de que o stalker estaria interessado nas finanças pessoais de Lea em vez da notoriedade da banda parecia desconexa. Buscando esclarecimentos, Jia perguntou, "Dinheiro da família dela? Como assim?"

Jun suspirou antes de esclarecer. "Lea vem de uma família rica, Jia. O stalker está atrás disso. Ele vê Lea como um meio para atingir os recursos financeiros de sua família. O rapto é um meio de pressionar e extorquir."

O parque silencioso servia como cenário para a revelação de segredos, onde sombras do passado se entrelaçavam com o presente tenso. Jia, buscando entender as motivações de Jun, lançou-lhe um olhar penetrante, questionando como ele havia descoberto a ligação financeira entre Lea e o stalker.

"Como você chegou a essa conclusão?" indagou Jia, seus olhos fixos nos de Jun.

O investigador parecia confiante em sua resposta. "Foi o colar que Lea esconde. Ela me contou que é uma herança de família, uma joia valiosa que recebeu de sua mãe."

As palavras de Jun ecoaram na mente de Jia, como se ele tivesse desvendado um mistério guardado a sete chaves. O choque pintou sutilmente o rosto de Jia, mas ela habilmente o ocultou, evitando revelar sua surpresa.

"Parece que o stalker está de olho nesse colar não apenas pelo seu valor sentimental, mas também por seu valor financeiro. Ele acredita que isso pode ser uma alavanca para conseguir dinheiro", explicou Jun, aparentemente alheio à turbulência que suas palavras causavam.

Jia, mesmo perplexa, manteve-se firme, escondendo seus sentimentos por trás de uma expressão imperturbável. Seu instinto lhe dizia que Lea nunca compartilharia informações tão íntimas com Jun. As incertezas sobre quem realmente estava ao seu lado intensificaram-se, e a jornada para desvendar a verdade sobre o stalker e as conexões de Jun com a situação tornou-se mais complexa do que jamais imaginara.

A luz do dia filtrava-se entre as árvores do parque, criando padrões de sombra e luz enquanto Jia e Di se afastavam do restante do grupo, encontrando um local mais reservado ainda para sua conversa. O cenário tranquilo contrastava com a tempestade que rugia dentro de Jia.

"Di, preciso te contar algo importante", disse Jia, sua voz carregada de tensão, enquanto olhava constantemente sobre os próprios ombros.

Di, confiante, olhou para Jia com um sorriso. "Diga-me, Jia, estamos todas nessa juntas."

Jia, hesitante, buscou as palavras certas, sabendo que suas revelações poderiam abalar a confiança entre elas. "Eu... Eu acredito que o stalker seja o Jun. Tudo se encaixa, Di, as suspeitas do Kwon Han, as conexões, as informações que ele tinha."

Di franziu a testa, surpresa. "O quê? Parker Jun? Não pode ser. Ele está nos ajudando."

Jia respirou fundo, sentindo o peso de suas palavras. "Di, precisamos encarar os fatos. As descobertas na delegacia, a lista de Parkers Jun, a ligação dele com o stalker... Tudo aponta para ele."

Di, porém, rejeitou a ideia imediatamente. "Você está com ciúmes, Jia. Ciúmes de eu ter alguém na minha vida. Não pode aceitar que eu esteja feliz com o Jun."

Jia, frustrada, tentou se explicar. "Não é sobre ciúmes, Di. É sobre proteger todas nós. O Kwon Han deu a vida por isso, e não podemos ignorar as evidências."

A discussão ecoou entre as árvores, cada palavra aumentando a tensão entre as amigas. Enquanto o destino de Lea pairava no ar, o verdadeiro inimigo ainda permanecia nas sombras, obscurecido pela lealdade e pelo desejo de acreditar naqueles em quem confiavam.

O silêncio então tombou sobre o local onde Jia e Di travavam sua intensa conversa. As palavras de Jia pairavam no ar, carregadas de peso e revelações que ameaçavam desmoronar a confiança que as amigas compartilhavam.

Di, com os olhos fixos em Jia, sentia o coração pulsar furiosamente. Uma mistura de raiva e incredulidade se formava em seus olhos, enquanto ela tentava conter as emoções prestes a transbordar. O frio que percorreu sua espinha era como um lembrete de seus poderes, um aviso para manter a calma diante da acusação.

"Jia, você está indo longe demais. Acusar Jun sem provas concretas é... é uma loucura", respondeu Di, sua voz tentando manter a serenidade.

Jia, por sua vez, permanecia firme em sua convicção. "Di, eu não faria isso se não tivesse boas razões. Kwon Han estava investigando Jun, e as pistas estão todas aqui. Não podemos ignorar isso ", falou, mostrando o seu bloco de notas.

Di fechou os olhos por um momento, respirando fundo para acalmar a tempestade dentro dela. Quando os abriu novamente, a expressão era de determinação. "Você tem algo mais concreto, Jia? Alguma evidência além de suposições?"

Jia, agora mais calma, continuou a explicação. "Não há registro de um Parker Jun com a idade que ele diz ter. E o colar... Lea confiou esse segredo apenas a mim, nem mesmo você sabia sobre o colar. Como Jun saberia sobre isso se não estivesse espionando a nossa privacidade?"

A mente de Di girava, tentando processar as informações. A relutância em aceitar a possibilidade de Jun trair a confiança delas era evidente em seu rosto.

"Di, precisamos ser cuidadosas. Se estivermos erradas, podemos colocar tudo a perder. Mas se estivermos certas, Lea está em perigo. Não podemos ignorar as pistas que temos", disse Jia, suas palavras soando como uma prece desesperada.

Di permaneceu em silêncio, as emoções batalhando dentro dela. A verdade, mesmo que amarga, aguardava uma aceitação que poderia mudar o curso de suas vidas para sempre.

O silêncio pairava no ar após as acusações de Jia. Di, ainda processando a revelação, tentava segurar as lágrimas que ameaçavam escapar. O peso da traição e da suspeita pesava sobre ela como uma âncora, ameaçando arrastá-la para as profundezas de uma verdade indesejada.

Jia, notando a hesitação em Di, insistiu com mais firmeza. "Di, por favor, precisamos entender o que está acontecendo. Alguma coisa na viagem para o seu vilarejo pode ter sido relevante. Pode nos ajudar a entender Jun."

A expressão de Di se tornou um misto de raiva e dor. Ela sentia-se traída não apenas por Jun, mas também pela amiga que ousara questionar o homem que ocupava seu coração. "Você está indo longe demais, Jia. Como ousa investigar minha vida pessoal desse jeito?"

Jia, agora compreendendo o peso de suas palavras, tentou suavizar o tom. "Di, eu não queria te magoar, mas estamos lidando com algo sério aqui. Pense na viagem, por favor."

Di, em um misto de emoções, fechou os olhos por um momento, tentando recordar os eventos daquela viagem. As imagens passaram por sua mente como um borrão, mas, de repente, tudo se tornou claro. Seu rosto ficou pálido, e ela recuou, como se tivesse sido atingida por um golpe devastador.

"Não pode ser... não pode ser verdade", murmurou Di consigo mesma, como se quisesse negar a terrível conclusão que sua mente começava a formar.

Jia, percebendo que algo crucial havia sido lembrado, aproximou-se cautelosamente. "Di, o que você lembrou? Pode ser a chave para encontrar Lea."

Di, com os olhos arregalados de terror, olhou para Jia por um momento, e então, sem dizer uma palavra, virou-se e saiu correndo. Seus passos ecoavam no vazio, deixando para trás uma Jia perplexa, incapaz de compreender totalmente o que acabara de acontecer.

 


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