Rainbow 5 escrita por Lee George


Capítulo 24
A busca por respostas




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/809855/chapter/24

Na silenciosa penumbra da manhã seguinte ao sequestro de Lea, a sala de alojamento da Rainbow 5 era uma cápsula de angústia e ansiedade. O ambiente, normalmente impregnado com risos e conversas, estava agora saturado com uma tensão quase palpável. Min Jae e Jun, duas figuras opostas em seus propósitos, ocupavam o centro do drama. O primeiro, elegantemente trajado, percorria a sala com passos pesados, seus olhos lançando olhares de fúria contida e descontentamento. O segundo, Jun, permanecia sentado em um sofá, um espectro sombrio na penumbra, sua expressão mascarada pela seriedade.

As garotas, marcadas pelas agruras da noite sem descanso, emergiram uma a uma de seus leitos, cada rosto traído por olhos inchados e olheiras que atestavam noites sem sono. Suas almas ainda ressoavam com a ameaça recente, e o sequestro de Lea pairava como uma nuvem sombria sobre cada uma delas.

Di, uma sombra da sua usual vivacidade, foi a primeira a sair de seu quarto. Seus cabelos brancos, agora desalinhados, refletiam a turbulência em sua mente. Sun, normalmente a imagem de confiança, parecia vulnerável em sua hesitação. Jia trazia em seus olhos a marca de uma preocupação que transcende a mera responsabilidade.

Sing, de seu canto, trouxe consigo uma aura de sensualidade desvanecida, sem sua habitual maquiagem. A forte personalidade que costumava adotar agora cedia espaço a um silêncio carregado de incerteza. A atmosfera estava saturada de emoções contidas, prestes a se desdobrar.

Min Jae finalmente quebrou o silêncio tenso. Seus olhos, chamejantes de desaprovação, se fixaram nas garotas.

"Vocês são idols, não crianças indefesas. Isso não deveria ter acontecido. Precisamos resolver isso agora", pronunciou ele, suas palavras cortando o ar como navalhas.

Jia respondeu com um toque de aspereza. "Não subestime a gravidade da situação, senhor Min Jae. Lea foi levada. Isso não é uma questão trivial."

Di retrucou com uma firmeza que refletia sua dor interna. "Ela está certa. Não somos imunes a perigos. Precisamos de uma solução, não de um caça aos culpados."

Jun, até então silencioso, ergueu-se do sofá, trazendo consigo uma presença que ecoava no recinto. "Vocês estão certas. Vou intensificar a segurança e descobrir quem está por trás disso. Mas precisamos ser cautelosos. Agir impulsivamente pode colocar Lea em mais perigo."

O olhar de Min Jae, uma fusão de ceticismo e frustração, encontrou o de Jun. A tensão entre os dois, apesar do objetivo comum, era palpável.

O silêncio pós-trovoada foi quebrado pelo questionamento de Sun, cuja voz, normalmente suave, carregava agora um tom de desconfiança. "Onde você estava durante o sequestro, Jun? Tentamos ligar para você, e você não atendeu."

Jun, ainda encurvado sob a pressão da suspeita, hesitou por um momento antes de responder. Seus olhos, usualmente enigmáticos, agora refletiam um desconforto inusual. "Eu estava na delegacia."

As palavras de Jun pendiam no ar, uma confissão parcial que exigia uma explicação mais profunda. Foi Min Jae quem, com um gesto impaciente, lançou luz sobre a situação. "Ele foi chamado para prestar depoimento sobre o stalker. A polícia invadiu o alojamento enquanto vocês estavam fora, antes de eu conseguir notificar Jun da emergência."

Sun, com olhos fixos em Jun, não cedeu à explicação imediata. "Por que a polícia queria falar com você?"

Jun, sentindo-se acuado pela suspeita crescente, ajustou a gola do seu casaco antes de responder. "Eu estava vigiando fora do alojamento, esperando o retorno de vocês. A polícia pensou que eu poderia ter informações sobre o stalker. Fui levado para prestar depoimento."

Min Jae, com um olhar que expressava uma mistura de desdém e ceticismo, interveio. "Então, enquanto uma de nossas integrantes estava sendo sequestrada, você estava em uma delegacia, incomunicável?"

Jun manteve sua compostura, respondendo com uma calma calculada. "Eu estava fazendo o meu trabalho. A segurança de vocês é minha prioridade. A polícia não tinha informações suficientes, e eu fui liberado quando viram que não tinha envolvimento no sequestro."

Sun, embora ainda desconfiada, pareceu ponderar sobre as palavras de Jun. Era uma dança delicada, essa troca de acusações e explicações. A fumaça da desconfiança pairava no ar, obscurecendo as intenções de todos.

A discussão foi, no entanto, abruptamente interrompida por Min Jae, que, com um olhar afiado, declarou: "A prioridade agora é encontrar Lea. Discordâncias internas não nos levarão a lugar nenhum. Vamos focar no que podemos fazer para resgatá-la."

A discussão entre Min Jae e Jun, impulsionada pelas sombras da desconfiança, deixou um eco tenso na sala do alojamento. Cada palavra pronunciada era uma fagulha em meio à escuridão, ameaçando acender chamas de discórdia. No entanto, em meio a esse turbilhão, uma figura cansada e resignada emergiu do tumulto.

Jia, com olhos pesados pela noite mal dormida e o peso das preocupações, se desvinculou da disputa na sala. A necessidade de clareza e paz a empurrou para o ar fresco da manhã. Di, astuta e cansada das brigas, notou a saída silenciosa de sua amiga e seguiu seus passos.

Encontrou Jia na esquina, deslizando pelo bloco de notas que Kwon Han havia deixado. A luz do amanhecer pintava os prédios com tons suaves de rosa e dourado, mas as mentes das duas mulheres estavam mergulhadas em sombras de incerteza.

"Jia, espera," Di chamou, ajustando as alças da mochila em seu ombro. "O que você está lendo aí?"

Jia ergueu os olhos do bloco de notas, revelando uma mescla de exaustão e determinação em seu olhar. "As últimas anotações de Kwon Han. Ele estava investigando algo sobre o stalker. Pode haver pistas aqui."

Di se aproximou, curiosa, e juntas começaram a percorrer as palavras rabiscadas no papel, tão indecifráveis quanto o mistério que envolvia a vida das garotas da Rainbow 5.

"Aqui," disse Jia, apontando para uma passagem. "Ele menciona uma possível conexão entre o stalker e algo na nossa origem. Algo que poderia ter desencadeado isso tudo."

Di franziu a testa, assimilando a informação. "Nossas origens? O que ele quis dizer com isso?"

Jia suspirou, fechando o bloco de notas. "Não sei, Di. Mas talvez, se descobrirmos mais sobre quem somos, possamos entender por que estamos sendo perseguidas."

Di assentiu, os pensamentos girando em sua mente como as engrenagens de um quebra-cabeça ainda não resolvido. Enquanto ajustava o cabelo com as mãos, um silêncio tenso pairou entre elas, o peso da incerteza moldando o horizonte.

No silêncio que pairava sobre a rua tranquila, as palavras de Jia ecoavam como suspiros carregados de mistério. Di, com a mente mergulhada em suas próprias reflexões, resistia ao ímpeto de revelar segredos enterrados profundamente. Sob o céu matinal de Seul, as sombras do desconhecido dançavam em seus olhos enquanto trocavam olhares carregados de significados não ditos.

"Di, se há algo sobre nossa origem que possa estar ligado a isso, precisamos descobrir. Pode haver alguma pista no vilarejo de vocês, alguma coisa que tenham visto nesta viagem que fizeram" sugeriu Jia, buscando qualquer sinal de confirmação nos olhos de Di.

Di, por sua vez, desviou o olhar, refreando o ímpeto de confiar toda a verdade a sua amiga. Em sua mente, revisitava os dias treinando seus poderes secretos com Lea, uma parte dela temendo a reação de Jia ao descobrir a verdade.

"Não, Jia. Não há nada lá. Foi uma viagem normal, como qualquer outra," respondeu Di, ocultando suas verdades atrás de um sorriso convincente.

Jia estudou a amiga por um momento, como se buscasse sinais de fraqueza em sua expressão. A desconfiança pendia no ar, mas, por ora, escolheu não aprofundar a investigação. As amarras da confiança entre elas balançavam, testadas pelo vento do desconhecido.

"Vamos focar no que podemos descobrir agora. Talvez Kwon Han tenha deixado mais alguma pista na delegacia. Vamos verificar," sugeriu Jia, buscando manter a unidade entre as integrantes da banda, mesmo que sob a sombra do mistério.

Di concordou, guardando suas preocupações no recesso de sua mente. Enquanto as duas se dirigiam à delegacia, as ruas silenciosas testemunhavam os passos de duas jovens mulheres imersas em segredos.

A delegacia se estendia diante delas como uma fortaleza, com portas antigas e grossas as encarando, suas paredes guardando segredos que podiam desencadear o destino das jovens mulheres. Di, com seus pensamentos confusos, contemplou a imponência do edifício, questionando se aquele seria o momento adequado para revelar a Jia o fardo que ela e Lea carregavam – poderes além da compreensão humana.

Jia, perceptiva como sempre, notou a tensão nos ombros de Di, mesmo após uma noite em claro, a jovem idol parecia carregar o peso do mundo em suas costas. Um silêncio carregado pairou entre elas antes de adentrarem o domínio frio e impessoal da lei.

"Di, o que está acontecendo? Você está estranha desde que saímos do alojamento. Se há algo que precisamos enfrentar, devemos fazer isso juntas," sugeriu, buscando confortar a amiga.

Di, entretanto, hesitou, as palavras queimando em sua garganta como brasas prestes a inflamar. Era uma dança delicada entre a confiança e a ocultação, entre revelar a verdade e proteger aqueles que amavam.

"Não é nada, Jia. Apenas estou nervosa com toda essa situação. Vamos entrar e descobrir o que Kwon Han deixou para trás," respondeu a jovem de cabelos brancos, forjando um sorriso que mal encobria suas dúvidas.

Adentraram a delegacia, os corredores frios parecendo mais estreitos com o peso das incertezas que carregavam. Jia, de forma discreta, tentou encontrar o jovem policial que lhe entregara o bloco de notas de Kwon Han. Contudo, o destino parecia tê-lo ocultado, como se a trama intricada que tecia suas vidas estivesse sendo tramada por mãos invisíveis.

"Ele não está aqui. Talvez possamos falar com o superior dele ou revisar os registros," sugeriu Jia, adaptando-se às reviravoltas imprevisíveis do destino.

Di assentiu, seguindo a liderança de Jia, enquanto suas mentes se moviam como peças de xadrez em um tabuleiro sombrio.

O ambiente da delegacia se transformava em um campo de batalha silencioso, onde as armas eram palavras e olhares, e o prêmio, a verdade enterrada nos arquivos polidos pelo tempo. Jia e Di se aproximaram do balcão de informações, onde uma guarda, com olhos cansados de quem via a tristeza do mundo todos os dias, aguardava por infortúnios e perguntas inquisitivas.

"Com licença," iniciou Jia, sua voz ecoando pela sala impessoal. "Estamos procurando pelo superior do falecido  detetive Kwon Han. Poderia nos indicar onde podemos encontrá-lo?"

A guarda, sem dizer uma palavra, apontou discretamente para um tenente absorto em papéis e registros. Ele parecia desinteressado, como se o fardo de sua posição pesasse sobre seus ombros como um manto pesado.

A aproximação das garotas foi tão discreta quanto um sussurro, e Jia, com uma voz suave, tentou cortar o véu de melancolia que envolvia o tenente.

"Com licença, senhor. Somos integrantes da banda Rainbow 5, envolvida no caso que o detetive Kwon Han estava investigando antes de sua morte. Gostaríamos de falar com o senhor sobre qualquer informação que possa nos ajudar a entender o que está acontecendo."

O tenente, erguendo o olhar do emaranhado de documentos, revelou olhos que carregavam histórias não contadas. Seu semblante, inicialmente frio, amoleceu ao ouvir o nome de Kwon Han.

"Rainbow 5, não é? Eu ouvi falar sobre o caso de vocês. Sinto muito pela perda do detetive Kwon Han. Era um bom homem, dedicado à sua profissão. Sentiremos falta dele," murmurou o tenente, perdendo-se por um momento em memórias que pareciam tão distantes.

O tom melancólico do tenente pairava no ar, envolvendo as garotas em uma atmosfera de pesar. Di e Jia trocaram olhares, entendendo que, mesmo na busca por respostas, havia uma tristeza que os documentos oficiais não poderiam capturar.

Jia olhava fixamente para o tenente, suas íris escuras refletindo uma determinação fria. "Tenente, o detetive Kwon Han estava investigando um caso relacionado ao nosso stalker. Ele mencionou alguma pista ou informação que possa nos ajudar a encontrar nossa amiga, que pode estar em perigo neste momento?"

O tenente, ainda que confuso por não entender inteiramente do que as garotas falavam, por um momento, pareceu afundar em suas próprias lembranças, como se vasculhasse os recantos mais profundos de sua mente em busca de fragmentos de conversas com o falecido detetive. Após um silêncio tenso, ele ergueu os olhos, agora focados no bloco de notas que Jia lhe apresentava.

"Eu me lembro... Kwon Han mencionou um nome algumas vezes. Era como se ele estivesse conectando pontos, mas não tive a chance de aprofundar. Vejam aqui." Ele folheou o bloco de notas até encontrar uma página marcada. A caneta vermelha de Kwon Han circulava um nome: Parker Jun.

Jia e Di trocaram olhares confusos, incapazes de entender completamente a conexão entre o investigador particular e o stalker que assombrava suas vidas. O tenente continuou, sua expressão séria.

"Parker Jun. Parece que Kwon Han estava investigando esse homem, mas não sei os detalhes. Posso apenas oferecer o que ele deixou para trás." O tenente fechou o bloco de notas com cuidado e o entregou a Jia, como se estivesse repassando uma herança indesejada.

A tensão na sala se intensificou à medida que as garotas, agora munidas de um novo nome, começavam a perceber a complexidade da teia que envolvia o desaparecimento de Lea. O tenente, perdido em seus próprios pensamentos, as observava com olhos cansados, cientes de que o caminho à frente seria cheio de sombras e revelações obscuras.

Di afastou-se da mesa do tenente, sua mente girando em uma tempestade de pensamentos turbulentos. O olhar incrédulo que ela lançou para Jia estava carregado de desespero, uma mistura complexa de emoções que buscavam uma saída.

O tenente suspirou, como se carregasse o peso de inúmeras tragédias em seus ombros. "Sinto muito, mas é tudo o que posso compartilhar. Tomem cuidado se cruzarem o caminho desse homem, Parker Jun."

Jia, preocupada e buscando entender o que estava acontecendo, perguntou a Di sobre o motivo de sua reação intensa. No entanto, a jovem, com uma tensão visível em cada linha de seu corpo, respondeu com um tom estressado e irritado.

"Kwon Han não sabe de nada, Jia. Essa investigação não levou a lugar nenhum. E agora querem nos fazer acreditar que o nosso segurança, Jun, está envolvido nisso? Não posso aceitar isso!"

As palavras de Di ecoaram na sala da delegacia, um desafio à sombra de suspeitas que pairavam sobre alguém em quem elas confiavam.

Di avançou pelo caminho de saída, seus passos rápidos ecoando a indignação que pulsava dentro dela. O pensamento de Jun sendo considerado suspeito parecia uma traição, uma ferida aberta em sua confiança. Jia caminhava alguns passos atrás, tentando acalmar a tensão que envolvia Di, mas a atmosfera pesada pairava sobre ambas.

O ronco do estômago de Jia interrompeu o silêncio carregado, e ela se deu conta de que a hora do almoço já havia passado despercebida no caos dos eventos. Ela chamou Di, sugerindo que parassem para comer antes de retornar ao alojamento. Mesmo emburrada, Di concordou, reconhecendo que precisavam de alguma pausa para recarregar as energias físicas e emocionais.

As duas garotas encontraram um pequeno restaurante próximo à delegacia, um refúgio temporário no turbilhão de incertezas. Di, ainda absorta em seus pensamentos, escolheu um lugar mais isolado, afastado de olhares curiosos. Sentaram-se em uma mesa simples, e o silêncio entre elas era permeado apenas pelo som abafado dos murmúrios do restaurante.

O garçom, atento à atmosfera pesada, aproximou-se discretamente para anotar os pedidos. Jia, tentando dissipar a tensão, sugeriu algumas opções do cardápio. Di, ainda ressentida, fez seu pedido de maneira breve, sem trocar muitas palavras.

Enquanto esperavam pela comida, a sensação de desconforto pairava sobre elas, uma sombra que não se dissipava facilmente.

O restaurante oferecia uma pausa temporária, um breve refúgio do caos que as envolvia para que duas amigas pudessem conversar longe de olhares curiosos. Enquanto esperavam pelo almoço, Jia, com uma sutileza estudada, tentou conduzir a conversa para os assuntos que pesavam na mente de Di. A menção da viagem para o vilarejo natal de Di e Lea serviu como ponto de partida.

"Sabe, Di, desde que voltou da viagem..." Jia começou de maneira delicada, escolhendo cuidadosamente suas palavras. "Eu percebi que você e Jun pareciam bem próximos. Mais do que apenas amigos, talvez?"

Di corou instantaneamente, engasgando com o próprio fôlego diante da descoberta inesperada. Tosse escapou-lhe, uma tentativa de ganhar tempo e recuperar a compostura. No entanto, o olhar perspicaz de Jia não a deixava escapar.

"Di, não precisa ficar desconfortável. Apenas estamos conversando", Jia assegurou com suavidade, mas sua expressão indicava que ela sabia mais do que sua amiga gostaria de admitir.

A hesitação pairou no ar antes que Di finalmente soltasse um suspiro resignado. "Tudo bem, você pegou a gente", ela confessou, mordendo os lábios nervosamente. "Sim, eu me envolvi mais do que deveria com o Jun. Acabei me apaixonando por ele."

Jia suspirou, uma expressão de compreensão mesclada com preocupação. "Di, você sabe que a Soul Music proíbe relacionamentos amorosos entre as idols. Isso pode complicar ainda mais as coisas, especialmente agora com tudo o que está acontecendo."

Di assentiu, consciente das regras rigorosas da indústria do entretenimento a qual pertenciam. "Eu sei, Jia. Mas não consegui evitar. As coisas ficaram complicadas, e agora... parece que tudo está desmoronando."

A verdade pesava sobre elas como um fardo adicional, uma complicação indesejada no momento já tumultuado. Enquanto o almoço chegava à mesa, o sabor da incerteza permeava cada bocado, tornando a refeição mais amarga do que qualquer especiaria poderia disfarçar.

Enquanto o aroma do almoço pairava no ar, Di, com olhos sinceros, quebrava o silêncio tenso que se instalara entre elas. "Jia, eu sei que isso é complicado, mas Jun não pode ser um suspeito no caso do stalker. Eu o conheci de perto durante a viagem, e ele nunca faria algo assim comigo."

Jia permaneceu pensativa, olhos fixos na amiga diante dela. Ainda que compreendesse as emoções conflitantes da jovem apaixonada, havia um resquício de desapontamento pela falta de confiança. "Di, você deveria ter me contado. A gente sempre se apoiou, e agora, mais do que nunca, precisamos estar unidas."

A jovem abaixou o olhar em resposta, ciente de que havia cometido um erro ao manter segredos, especialmente algo tão importante como seu envolvimento com Jun. "Eu sei, Jia. Mas tudo aconteceu tão rápido, e eu não sabia como lidar com isso. A última coisa que queria era te preocupar ainda mais."

Jia suspirou, ponderando as palavras que acabara de escutar. "Entendo, Di. A pressão que enfrentamos é enorme, e cada uma lida com isso à sua maneira. Mas agora que sabemos, precisamos lidar com as consequências juntas. Isso nos fortalecerá como grupo."

A chegada do almoço interrompeu temporariamente a conversa, proporcionando uma pausa bem-vinda nas tensões que as envolviam. O garçom dispôs os pratos diante delas, mas a atmosfera permanecia carregada de expectativa e incerteza.

A tarde avançava lentamente enquanto Jia e Di faziam seu caminho de volta ao alojamento. O sol lançava sombras longas no chão, ecoando a incerteza que pairava sobre elas. Jia, ainda sorrindo para tentar dissipar a tensão, ponderava sobre as palavras de Di.

"Jia, sério, você não precisa se preocupar com Jun. Tenho certeza de que ele não está envolvido nisso. Ele tem sido tão cuidadoso e atencioso desde o início", disse Di, olhando nos olhos de sua amiga.

Jia forçou um sorriso em resposta. "Eu espero que você esteja certa, Di. É só que... bem, tudo está tão confuso agora. A última coisa que queremos é duvidar uns dos outros, mas precisamos ser cautelosas."

Di assentiu, compreendendo a perspectiva de sua amiga. "Eu entendo, Jia. É só que... ele tem sido um apoio para mim. Com tudo o que aconteceu, eu só precisava de alguém para estar lá. E ele estava."

Jia, ainda com seu sorriso cuidadoso, não deixou de notar a profundidade das emoções de Di.

No entanto, por trás de sua expressão serena, Jia começou a se questionar se Jun não estaria manipulando Di de alguma forma. Ela conhecia a natureza ardilosa do mundo do entretenimento, e a aparente conexão entre Jun e o caso do stalker começava a suscitar dúvidas em sua mente perspicaz.

Por ora, no entanto, suas preocupações estavam voltadas para encontrar Lea, uma missão que demandava toda a atenção e esforço. Enquanto se aproximavam do alojamento, a determinação nos olhos de Jia revelava uma obstinação inabalável em desvendar o mistério que envolvia a vida de suas amigas.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Rainbow 5" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.