Up all night I won't quit escrita por Arin Derano


Capítulo 5
[MIYEST] - Capítulo 5 - FINAL




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/809726/chapter/5

Poucas semanas depois, no primeiro dia de inverno, estávamos na biblioteca sentadas nas poltronas. Eu lia uma enciclopédia de árvores frutíferas e Miya escrevia em seu diário. Eu admirava como a partir do momento que ela começava a escrever, as palavras fluíam naturalmente. Ela não parava de escrever até que terminasse seu raciocínio.

— Quando poderei ler seu diário? — perguntei, na brincadeira. Deixei que minha expressão divertida falasse por mim.

Ela ergueu o olhar e pareceu considerar a proposta.

— Você tem algum segredo muito ligado a uma emoção, Esther?

Não precisei pensar muito. Desde o dia que ela me beijou na bochecha, tenho pensamentos conflitantes em relação a ela. Não é como se fosse ruim, mas me assustava. Nunca tinha sentido nada parecido antes.

A partir daquele dia, tem sido difícil tirar ela da minha mente. Eu queria e não queria a companhia dela durante os dias e as noites, queria e não queria que ela me dissesse se gosta de meninas também ou não.

Não queria ter o coração partido. Afinal, quem quer?

— Tenho. — Foi tudo que conseguir responder. Meu coração tinha acelerado. Conseguia sentir o bater dele na ponta dos dedos.

Ela me analisou. Os olhos de ametista fixos em mim, em busca de uma centelha de incerteza.

— Então compreende por que uso um diário. Você poderia usar um também.

— Ah, não... Eu não sou boa com escrita.

— Não precisa ser. — Em um piscar de olhos, ela me estendia um caderno com capa de couro e uma caneta tinteiro.

Olhei para os objetos a minha frente pensativa. Talvez me ajudasse, talvez me deixasse mais confusa. Os recolhi, e no momento que minhas mãos encostaram no livro um título foi escrito:

“Sardjoe, Esther. 1860”

Eu sorri. Tinha me acostumado com coisas que não conseguia explicar. E na verdade, era até bom deixar algumas coisas sem explicação. Um acordo de paz com o desconhecido.

— Obrigada, Miya.

— Não tem de quê, Es.

***

Três dias tinham se passado desde que comecei a escrever em meu novo diário, e era libertador poder colocar minhas emoções no papel e organizar os pensamentos.

Eu tinha arquitetado um ultimato para mim mesma: eu convidaria Miya para sairmos do castelo e ter uma curta noite de aventura juntas. Se ela negasse, eu finalmente teria dado um fim a esse sentimento estranho de inquietação.

Quando a vi andando pelo corredor, o cabelo preto preso em um rabo de cavalo alto, corri em direção a ela.

— Miya! — chamei, e ela se virou para me olhar. Ao me aproximar o suficiente, recuperei a respiração o suficiente para perguntar — Podemos sair do castelo hoje? Só nós duas?

— Claro. — Ela respondeu num intervalo muito mais curto do que imaginei.

Deuses. Ela tinha aceitado. Não consegui conter minha alegria. Eu sorria tanto que minhas bochechas já doíam. Entrelacei meus dedos nos dela e corri com ela para castelo afora.

Não sei em que ponto do caminho comecei a rir de felicidade, mas ela ria comigo. E era a primeira vez que eu ouvia seu riso.

E era melódico, e pacífico. Me trazia uma paz inédita.

Corremos por dentro da floresta até chegarmos em uma campina com alguns relevos e que levava para o alto de uma colina não muito longe dali. O pico da colina não alcançava o pico do castelo, mas ainda sim nos dava uma boa visão do castelo, da floresta, e do rio colina abaixo.

— Aqui é lindo. Obrigada por ter aceitado vir comigo — eu agradeci quando recuperei o fôlego. Ela nem parecia abalada, e assentiu com um sorriso.

— Qual a ocasião para querer sair comigo hoje? — ela questionou, e eu não consegui pensar em uma resposta direta.

— Tem um morro perto da casa do meu pai que eu e Soerin gostávamos de rolar e se sujar de grama. É parecido com este aqui. Aposto que nenhum vampiro já deu uma de criança Sardjoe, quer ser a primeira?

Ela me olhou um pouco desconfiada, um pouco animada. Como se quisesse tirar alguma confissão de mim antes da hora. Eu me manteria firme aos planos. Tinha dias que eu vinha planejando essa noite, e eu faria o máximo possível para ela der certo como imaginei.

Me sentei e me deitei onde estávamos, na parte mais elevada do relevo. Ela fez o mesmo ao meu lado. Comecei a fazer a contagem, mas no “dois” senti um empurrão me levar morro abaixo.

E eu me sentia viva de novo. Não que eu não estivesse me sentindo antes, mas é que agora era para valer. Eu estava viva, feliz, e bem acompanhada. Eu nunca imaginaria que estaria fazendo companhia para uma vampira e me divertindo com ela com minhas antigas brincadeiras de criança, e aqui estava eu.

Pouco tempo depois ela girou morro abaixo também, permitindo a si mesma rir. Ela parou ao meu lado, ainda rindo, e o cabelo já solto.

— Já te contei que eu era a diversão da vila? — eu disse, confiante.

— Já te contei que sei tocar violino? — ela rebateu quando se levantou. Meus olhos arregalaram. Nunca imaginei que ela fosse do tipo musical. Miya pareceu compreender o que meu olhar admitia, pois estendeu a mão esquerda e esperou. Por um momento achei que ela estava tentando pregar uma peça, mas logo um violino voou até sua mão e o arco na outra. — Me diga uma música. Qualquer uma.

— Ode às estrelas.

Ela imediatamente começou a tocar. As primeiras notas precisas e dramáticas. Ela deslizava o arco com uma fluidez que não tinha visto nem nos bardos que tocavam na vila. Notei como ela dançava ao seu próprio ritmo, deslizando a ponta do pé para lá e para cá de acordo com o movimento do arco.

Parecia que ela não fazia isso a um bom tempo.

Quando ela terminou de tocar, meus olhos lacrimejavam, e eu nem tinha percebido. Algo na forma como ela tocava despertava uma saudade em mim. Saudade de um tempo que não vivi.

— A quanto tempo você não toca? — indaguei. A expressão dela se apagou.

— Isso não é importante.

— É um dos seus segredos ligados a emoções? — brinquei com o que ela tinha me dito dias atrás, e ela me empurrou de brincadeira, quase me fazendo cair de novo.

— Está ficando muito confiante perto de mim, Sardjoe. — Ela comentou. Poderia ser uma ameaça, mas eu preferi levar para o lado de um flerte disfarçado.

— Estamos vivendo juntas a quase um ano. Por que não me sentiria?

Ela nada disse, só assentiu com a cabeça. Começou a caminhar em direção ao topo da colina, e eu a segui.

— Desde quando você consegue levitar objetos? Você nunca me contou disso.

— Ah... Não é nada demais. Só consigo levitar objetos pequenos. Não pratiquei tanto quanto deveria.

— Então todos os vampiros têm isso? Não achei sobre nos livros que tem na biblioteca.

— Os livros nem sempre são totalmente precisos. Tem muita coisa que ainda não sabe sobre mim — ela se virou para me olhar, o cabelo rebatendo com o vento e seu cheiro vindo até mim como uma brisa.

— Mas eu estou empolgada para descobrir — a respondi, e ela me olhou. A luz da lua me permitiu ver que ela tinha corado.

Nos sentamos à borda da colina, seu violino descansando ao nosso lado. O céu estava estrelado, e eu podia reconhecer facilmente as constelações acima de nós. O rio abaixo era tão distante que nem fazia barulho. Estávamos em um silêncio reconfortante.

— Sabe, quando eu era criança eu tinha três sonhos. Primeiro, eu queria um cavalo e chamá-lo de Flecha. Segundo, eu queria ser uma flautista. Eu adorava ver os bardos que viajavam até a vila e cantavam as músicas de todos os reinos por onde passavam, cada uma contando uma história de um herói diferente. Terceiro, eu queria me tornar uma guerreira. Queria vestir a roupa de cavaleiro e, com o Flecha, cavalgar floresta afora combatendo o crime contra ladrões e mercenários. São sonhos antigos, eu até por um momento quis me esquecer deles, porque sabia que seria impossível. — Dei uma risada contida, lembrando de algo que eu e Soerin tínhamos pensado para uma brincadeira nossa. — Meu irmão e eu tínhamos essa ideia de criar uma espada que também fosse uma flauta, e dependendo de que sequência de notas ela tocasse, ela se transformaria numa espada de prata adornada em esmeraldas e com o cabo perfeitamente adornado em videiras para que alguém a empunhasse.

— Eu sou uma vampira Es, não uma gênia da lâmpada. — Ela brincou e me arrancou um riso.

— Não, não é isso. Esses são os meus segredos. — Admiti, e o olhar dela sobre mim mudou.

— Obrigada por confiar em mim e me contar.

Abri um sorriso, e deixei que uma lágrima teimosa caísse. Olhei para o céu para não chorar mais, e estudei as constelações. Apontei quando comecei a encontrá-las.

— Aquela ali é Cassiopéia. E aquela é a Ursa Menor.

Senti um toque em minha mão e meu coração acelerou. Ela a segurou e apontou para um outro conjunto de estrelas.

— Essa é a Ursa Menor. A que você apontou é a de Cisne.

— Eu passei perto. — Me gabei, e ela revirou os olhos.

Passamos um tempo em silêncio, eu concentrada em manter meus pensamentos em ordem.

— Na verdade, tem mais um segredo que não te contei.

Ela desviou o olhar do céu para mim, os olhos violeta mais brilhantes do que jamais tinha visto.

Eu me aproximei, e ela não recuou. Nesse meio tempo, pensei nisso como algo positivo e continuei me aproximando, até que meus lábios tocassem os dela.

E os lábios da Miya eram macios como pétalas. Seu cheiro doce e apimentado me inundava.

Nos separamos logo depois e nos entreolhamos por uns segundos.

— Jamais imaginei que iria beijar uma vampira — eu disse com um sorriso bobo que não saía do meu rosto.

— Jamais imaginei que iria beijar uma abençoada pelas estrelas — ela retrucou. A respiração perto o suficiente para aquecer minhas bochechas.

Dessa vez, ela quem me beijou e me puxou quando se deitou na grama de novo. Deixei que minhas mãos passeassem por ela, e não demorou para acharmos uma ótima ideia voltar para o castelo continuar o que tínhamos começado.

***

Acordei ofegante no meio da noite com um susto. Tinha acabado de ter um pesadelo.

Nele, uma criatura sombria aparecia na varanda do quarto de Miya, onde dormíamos, e a levava embora a força. Ela tentava lutar contra, mas a criatura era mais forte. Ela pedia e gritava por minha ajuda e eu não conseguia me mover. Eu estava presa ao chão apenas vendo-a desaparecer na escuridão.

Enquanto minha respiração voltava ao normal, olhei para o meu lado, no qual Miya dormia tranquilamente. Seu cabelo estava espalhado pelo seu travesseiro, e uma manta fina cobria seu corpo, deixando apenas parte de seu braço e ombro de fora.

Procurei por minhas roupas no chão e as vesti assim que encontrei. Tinha perdido meu sono, e esperava que uma caminhada noturna pudesse ajudar. Ao mesmo tempo que calçava minhas botas, eu analisava o quarto dela com mais calma. De fato, não era muito diferente do meu, apenas as cortinas eram de um vermelho-vinho e as paredes eram de um púrpura escuro.

Olhei para Miya mais uma vez antes de sair do quarto. Eu estava amando-a. Eu a amava. Por quanto tempo esperei que pudesse dizer isso de alguém romanticamente...

Percorri o caminho em direção a biblioteca e, ao chegar, passeei entre as estantes. Procurei por qualquer livro que pudesse me distrair do pesadelo. Encontrei uma coletânea de contos, e quando puxei para pegá-lo, ouvi um estalo e um som de arrastar em algum lugar por ali.

Olhei ao redor, atenta. Não tinha mais ninguém no castelo e Miya teria me chamado se estivesse acordada.

Procurei por todo o espaço da biblioteca até encontrar uma fresta na parede. Era espaçosa o suficiente para uma pessoa passar por ali. Analisei a estante ao lado dela e tive certeza de que era algum tipo de passagem secreta.

E por que Miya nunca me contou dela? Talvez... Esse seria um dos seus segredos...

Desci na escada do corredor escuro, me apoiando na parede fria de pedra. Uma luz fraca me indicava quão próxima eu estava do fim dele.

Quando cheguei, algumas velas me ajudavam a ver a sala que tinha ali. Tinha balcões e mesas encostadas nas quatro paredes, com livros, pergaminhos, e algumas coisas que pelos meus estudos eram de alquimia ou algo do tipo. Na parede a minha frente, uma tapeçaria contava uma história.

Eram três figuras muito semelhantes, e elas pareciam perdidas no começo. Algumas outras criaturas iam para um lugar do qual elas não conseguiam alcançar. Na cena abaixo desta, estas mesmas figuras encontravam outras criaturas e as levavam para seu castelo, estranhamente semelhante ao que eu estava. Na cena seguinte, essas mesmas criaturas tinham uma mancha vermelha, e as figuras pareciam felizes com isso. Ao fim da tapeçaria, as figuras saíam do castelo e partiam para o mesmo lugar que as criaturas do começo.

Minha mente começou a pensar demais, mais do que deveria. Por que Miya tinha uma tapeçaria desse tipo? Uma sala como essa? O que ela estava escondendo? O que ela estava planejando?

— Es? — ouvi a voz de Miya e vi ela surgindo na penumbra. — O que está fazendo aqui? Não era para...

— O que é isso? — Interrompi e apontei para a tapeçaria. — Esse é seu segredo?

— É um pouco mais complicado do que isso...

— Então me explique, Miya... Por favor.

Seu cabelo ainda estava bagunçado, e dava para ver que ela tinha colocado seu vestido as pressas. Com certeza não era um lugar que ela queria me mostrar tão cedo.

E se sequer queria me mostrar.

Ela suspirou e me olhou com tristeza. Kimura nunca tinha me olhado assim antes, e senti algo dentro de mim partir.

— Eu faço parte de uma profecia e não posso ir muito longe do castelo. Eu sou obrigada a ficar aqui durante 100 anos, e preciso fazer um sacrifício de alguém que eu amo ou amei. Se eu não cumprir com minha parte, eu e outras duas como eu vamos ser levadas ao limbo e ao tormento. Você sabe, vampiros são imortais, e se isso acontecesse eu passaria minha eternidade em um lugar vazio sem sentir nada além de dor.

Precisei de um tempo para processar tudo aquilo. Enquanto isso, ela continuou:

— Sabe o meu diário? Ele funciona como intermédio para mim e as duas da profecia também. De alguma forma nós o achamos para podermos conversar. Nós éramos de um outro mundo, mas de uma mesma época. Quando estabeleceram a profecia, viemos parar aqui nesse castelo, mas em épocas diferentes. Eu sou a primeira se seguir a linha do tempo, porém, elas não sabem do que está acontecendo aqui agora ou do que vai acontecer na minha época. A única forma delas saberem é quando eu escrevo no diário, e elas leem porque tem um desse para elas também. Elas só vão ter certeza de que eu fiz tudo conforme a profecia quando esse século acabar.

Eu estava tonta. Meu estômago revirava e minhas pernas tinham amortecido. Onde diabos eu tinha me metido? Tudo parecia fazer muito mais sentido agora. Todas as vezes que senti que algo estava errado estavam explicadas agora.

— Olha. — O diário surgiu na mão de Kimura. Ela o abriu na primeira página. Tinham escritas diferentes e em cores diferentes.

A: “Então é mesmo verdade.”

T: “Eu estou em 2000. Quem ficou por primeiro?”

M: “Eu sou a primeira. Eu farei meu melhor por aqui, estarei atualizando todos os dias que achar necessário.”

— Isso... Isso quer dizer que eu serei seu sacrifício? Foi para isso que me ajudou? Que me acolheu para morar aqui? Foi por uma historinha dessa que você me beijou?

— O que? Não, não! Esther, você me fez esquecer tudo isso. Fez eu me sentir normal, apesar de tudo isso aqui é como se eu estivesse no meu mundo de novo, mas com alguém que eu amava, que eu amo.

— Por que tinha que ser eu? Você mesma disse que teve outra pessoa. Por que não ela?

— Eu tentei! — ela disparou. Seus olhos estavam marejados. — Nos conhecemos quase como eu e você. Ele achou o castelo e se admirou pela construção. Queria ficar aqui para estudá-la. Os dias foram se passando e fomos ficando próximos. Quando achei que poderia confiar nele, ele correu. E eu não consegui impedi-lo. — Ela pausou para soluçar e deixar as lágrimas caírem. — Tudo bem se quiser ir embora. Eu entendo de verdade.

Minha mente estava um turbilhão. Não sabia se ficava irritada com ela ou compadecida pela sua história, que, mentira ou não, era bem complicada. Todavia, por mais que ela fosse muitas coisas para mim agora, ela estava sendo completamente sincera e tinha me contado seu maior segredo. Me senti mal por um momento por ter sentido que a forcei a contar. E pelo rapaz que a abandonou, de certa forma.

Ela era imortal, e sendo o sacrifício ou não, eu seria só mais uma história para ela contar.

Me aproximei rapidamente e a abracei. Deixei que ela derramasse todas as lágrimas que precisasse antes que eu contasse o que tinha planejado em questão de segundos.

— E se você me mordesse?

Miya saiu do abraço e me olhou com pavor.

— O que? Não Esther. Não posso. Não é como nos livros que sempre funciona. Se eu te morder, uma entidade do meu mundo irá te julgar por todas as ações que já teve na vida. Se ela achar que você merece, você dormirá e acordará transformada. Do contrário, você iria definhar em questão de segundos na minha frente. Não posso correr esse risco.

— Mas de qualquer forma você sairia ganhando, não? Ou eu “morro” e me torno como você, ou eu morro mesmo. O sacrifício funcionaria de qualquer forma.

— Não quero te perder. Não você também. É uma ideia estúpida.

— Ainda sim é uma opção melhor do que você passar sua eternidade sofrendo. Caso você me mordesse agora, na noite de amanhã você poderia sair desse castelo?

Ela confirmou com a cabeça.

— E você viveria os próximos 200 anos apenas esperando que suas amigas cumpram com a parte delas também?

— Sim, mas eu não poderia voltar para o castelo. A partir do momento que eu sair, não posso mais voltar.

— Bom... então vamos acabar com isso logo. — concluí.

— Não é tão fácil assim, Es...

— É sim. Você só precisa me morder e ser vampiro, com certeza não é difícil para você — Joguei meu cabelo para trás e inclinei a cabeça, de forma que deixasse meu pescoço mais a mostra. — Vamos lá.

— Não... — Ela tinha voltado a chorar. Não conseguia ver ela assim. Miya podia ter feito coisas erradas, mas naquele momento só conseguia pensar que eu a amava. A amava de verdade.

A beijei. Um beijo terno, não muito rápido. Apenas o suficiente para as lágrimas dela pararem de cair.

— Por que aceitou tão rápido? — perguntou com a voz fraca.

— Porque eu amo você — Eu segurava seu rosto com as duas mãos — E tudo bem que eu não esperava que isso fosse acontecer ontem, mas se for para você ser feliz e poder voltar para casa ou algo assim, eu estou disposta a fazer de tudo.

Ela me olhava, como se considerasse minha escolha. Daria certo para ela de qualquer forma, a diferença é que em uma das opções eu morreria e não voltaria.

— Vamos logo, Mi...

E então senti meu coração parar.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Up all night I won't quit" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.