A gateway to the Sun escrita por M san


Capítulo 5
O que se vê sob a luz da Lua




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/809591/chapter/5

Hein? 

A bateria punk do coração de Sasuke perdeu um coletivo de compassos. Os olhos de Sakura esperavam ansiosos pela resposta, mas ele parecia ter desaprendido a pensar. Quando finalmente recuperou a fala, o Uchiha não poderia ter soado mais como a si mesmo: 

— Se é o que você quer... 

O sorriso que recebeu resumia a manhã de primavera e golpeou Sasuke como uma erupção vulcânica. Um frio correu pela espinha e ele murmurou algo como “Melhor irmos andando” para justificar sua urgência por espaço. É que o ar tinha ficado rarefeito e suas pernas formigaram pedindo movimento, mesmo que os joelhos parecessem ter perdido a força. Em meio a sua caminhada, entretanto, o rapaz considerou que disfarçou muito bem os sintomas que seu corpo sentira diante do que acabara de constatar: se ela o olhasse daquele jeito, não seria capaz de lhe negar coisa alguma.  

O farfalhar leve da grama atrás indicava que Sakura o seguia de perto. Ele a ouviu chamar Naruto, que equilibrava dois espetinhos de lula grelhada sobre um pratinho de Okonomiyaki enquanto a boca cheia mastigava algo do qual não se avistava vestígios. Enquanto o amigo se aproximava, Sasuke espiou sua possível futura companheira de viagem o mais discreto que pode, apenas para sentir outro solavanco no estômago. Não percebera quão quente aquela noite estava. 

A volta à Konoha provou a relatividade do tempo. O caminho tomou algumas horas do Time Sete, mas Sasuke poderia jurar que piscara duas vezes antes de chegar à vila. A energia infinita de Naruto o mantinha animado mesmo que a noite já avançasse madrugada adentro e ele ofereceu a própria casa para que as conversas (ou fofocas) entre o trio – predominantemente Naruto e Sakura – se prolongassem, compensando os anos separados. O Uchiha girava os olhos exausto, já pensando em simplesmente ignorá-lo, quando Sakura evocou o bom senso e despachou o amigo: 

— Naruto, você tem que falar com a Hinata antes de fazer uma festa de madrugada! 

— Não é uma festa! Somos só nós três - se defendeu o rapaz, mas desistiu do plano. Conformou-se em esticar a prosa apenas o tempo que compartilhariam em seus percursos.  

Contudo, se Naruto tinha energia infinita, Sakura tinha obrigações inesgotáveis. Quando explicou que ainda precisava dar plantão, ambos rapazes ensaiaram protestos os quais ela ignorou solenemente, acenando com a mão como se afastasse uma fumaça invisível. 

— Eu tenho pacientes para visitar, não dá para ignorar só porque cansada... 

— Pois continue assim que já já nós que vamos ter que visitar você. 

— Dramaaaaaa! 

— Você vai adoecer... 

— Hey! - Sakura interrompeu, as mãos espalmadas no rosto fingindo surpresa – Eu não sei lidar com um Sasuke-kun que concorda com o Naruto! 

— Sintoma da gravidade do caso – Sasuke respondeu, fechando a cara. Tanto ele quanto Naruto estavam genuinamente preocupados com a amiga, e ela tentar desviar fazendo piada o aborrecia desproporcionalmente. 

— Nhaaa, aqui pra vocês! 

Sakura mostrou a língua e fez careta aos dois antes de acenar em despedida e deixá-los sozinhos na frente do hospital. Os rapazes a observaram entrar no prédio e desaparecer atrás da porta sem esperança de vencer aquela batalha. A médica podia ser mais cabeça-dura que os dois quando queria e tendia a fazê-lo se o trabalho estivesse envolvido. Sasuke suspirou e, retomando a caminhada, colocou-se em direção ao apartamento emprestado. 

— Sakura-chan precisa de férias - Naruto comentou, acompanhando Sasuke em sua rota compartilhada – Ela trabalha mais que o Hokage! 

— É, mas o Kakashi sempre foi meio desleixado... 

— Bem, é verdade – Naruto riu, um pouco saudosista - Mas o sensei agora é só dedicação, o tempo todo trabalhando. A vila cresceu muito com ele, as pessoas estão vivendo bem melhor. 

— Hm... 

— Ele toma conta de tudo, até nas fronteiras ele vai pra ver como tá. Era raro o Hokage inspecionar as fronteiras pessoalmente, sabe? 

Foi a vez de Sasuke rir. Tentou disfarçar fingindo tosse, mas soou como se tivesse engasgado com o ar. 

Quê?— Naruto quis saber, mas o Uchiha apenas acenou, indicando que era nada. Imaginava bem o que Kakashi queria nas fronteiras, mas lhe foi pedido segredo e ele não tinha motivos para esparrar – Hm... Ainda assim, ela vai adoecer. Achei que com você aqui, ela diminuiria o ritmo, mas nada, né? 

— Como assim? 

— Hm... É que as meninas têm uma teoria de porque ela se atola em trabalho – Naruto começou, a fala pausada indicando a hesitação de quem talvez estivesse contando demais. Sasuke o olhou de canto de olho sentindo uma bigorna afundar o estômago ao prever o que viria a seguir, e que de fato veio na voz baixa, quase sussurrada, do amigo – pra não pensar em você. 

Os dois seguiram em silêncio até alcançarem o prédio de Kakashi. Naruto comentou algo de se encontrarem no dia seguinte, mas Sasuke não conseguiu responder. Se despediu com um gesto discreto e seguiu ao apartamento no piloto automático. E foi por deixar seu corpo o guiar sem de fato prestar atenção que o rapaz não se notou se despindo, banhando ou deitando. Não reparou no pacote sobre a mesa da cozinha, nem internalizou que mirou o teto sem graça por muitas horas antes de finalmente adormecer. 

 

 

Algo quente escorreu pelo braço do rapaz, mas a escuridão o impediu de reconhecer o que era. Além disso, não era prioridade. Sua mão estava presa, um peso a puxando para baixo enquanto ele fazia força para não ser arrastado e tombar. Sem saber o que acontecia, sua angústia aumentou e ele dobrou os esforços em soltar o braço, empurrando com força o que o segurava. Sem sucesso. Impaciente, desistiu de fazer o simples e conjurou um chidori, o chakra fluindo pelo seu corpo e se concentrando abaixo do punho, a manipulação o tornando uma descarga elétrica controlada. E o que ele sentiu em seguida foi como se tivesse sido atingido por uma: a luz do raio empunhado iluminou o rosto sem vida de Sakura, seu golpe atravessando-a no coração. 

Sasuke acordou em um salto, apertando o peito dolorido e buscando por todo ar que parecia ter escapado dos pulmões. O suor escorria pelo seu rosto e nem ele seria capaz de dizer se esse era puro se havia lágrimas misturadas. O corpo estava travado, cada músculo reclamando como se tivesse apanhado, e sua cabeça girava em vertigem. Fechou os olhos tentando fazer o mundo voltar a ser um, mas aguentou apenas um segundo antes de correr ao banheiro, sucumbindo à náusea. Botou para fora o que quer que houvesse em seu estômago. 

Não era a primeira vez que pesadelos o despertavam e manifestavam fisicamente a intensidade de seus arrependimentos. De forma alguma a ele era estranha a imagem dos olhos opacos de Sakura ou seu corpo morto pesando em um membro agora fantasma.  Mesmo assim, duvidava que se acostumaria. Seus pais sendo mortos por seu irmão ainda o assombrava de tempos em tempos, tanto em cores reais, quanto nos tons de vermelho e preto do genjutsu de Itachi. Havia também sonhos agoniantes, nos quais fugia em pânico de algo que não sabia o que, seus olhos perdendo a visão até completa cegueira o acordar. Com esses, contudo, lidava melhor. Eram sonhos, e não memórias. 

A água quente, outro conforto que raramente usufruía, escorreu pelo seu corpo enquanto Sasuke buscava, no apoio da parede, se recompor. Abriu mais o chuveiro, o calor o trazendo de volta ao presente e levando o enjoo ralo abaixo. Ela está bem. Está viva. Ele a vira sorrir horas antes, cheia de energia. Respirou um pouco mais aliviado. Mas o Naruto disse... 

Não era pra Sakura sofrer... - o jovem murmurou a si, afastando inutilmente a água do rosto. 

Tendo talento para ruminar pensamentos ruins, Sasuke dedicou-se a eles enquanto banhava, escova os dentes, se vestia com outro conjunto roubado de Kakashi. Tentou se concentrar um minuto em como precisava comprar roupas, mas o pacote sobre a mesa da cozinha foi mais eficiente em interromper o loop negativo que perturbava seu juízo. A curiosidade o fez pendurar a toalha no pescoço e ignorar o cabelo mais molhado do que seco. Abriu a caixa preta simples para encontrar um yukata azul-marinho perfeitamente dobrado dentro. Sobre ele, a caligrafia de Kakashi se destacava em um pedaço de papel que parecia arrancado de um bloco de recados, o símbolo da Folha em marca d’água no fundo. 

Não foge! 

Bufou. Jogou o papel de lado e tirou o yukata da caixa, avaliando-o com algum interesse. Nas costas, o símbolo do seu clã bordado delicadamente se destacava no tecido escuro e Sasuke se pegou deslizando os dedos sobre o leque cuidadosamente desenhado. Sentou-se com a peça na mão, mordendo o lábio inferior, processando o calor que aquecia seu peito. Não merecia o time que tinha. 

Poderia ter ficado naquela posição por muito tempo, não fosse a batida na porta. Talvez devesse ter prestado mais atenção ao que Naruto falara antes de se despedirem, pensou devolvendo o yukata à caixa. Não se lembrava do que concordara, mas, sendo ainda relativamente cedo, suspeitava que se comprometera a ajudar com qualquer coisa que o Uzumaki tivesse tagarelado. Ao pousar a mão sobre a maçaneta, pediu paciência para lidar com o melhor amigo e sua eterna animação que esperavam do outro lado. Por isso, quando olhos mais calmos o encararam, o susto foi duplo. 

Uau... 

O suspiro de Sakura foi involuntário, assim como o rubor que a corou vigorosamente no segundo seguinte, e Sasuke, entendendo a situação, sentiu o rosto sob a franja molhada esquentar. Os dois se encararam estupefatos por um instante, a vergonha emperrando os cérebros de ambos, que pareciam ter perdido a capacidade de raciocinar. Sakura abriu e fechou a boca repetidas vezes, mas não emitiu som algum. O Uchiha a viu esbugalhar ainda mais os olhos mas, paradoxalmente,  quanto mais ela gaguejava em silêncio, completamente desorganizada das ideias, mais o constrangimento do rapaz se dissipava e ele achava graça da situação. Tentou manter a expressão fechada apenas para se divertir um pouco mais às custas da Haruno. Contudo, quando as bochechas da garota atingiram um tom próximo ao da cor de tomate, o riso escapou pelo nariz e ele desistiu de conter. 

Nháááá, o Sasuke-kun tá rindo da minha cara! - Sakura choramingou, recuperando o controle sobre o corpo e escondendo o rosto com as mãos. 

— Não é a primeira vez – ele provocou, o riso ainda vindo fácil em seu tom, se afastando para permitir que ela entrasse. 

— Ah, Sasuke-kun, eu não posso demorar! correndo pro hospital, desculpa... 

— Você não está vindo do hospital? - perguntou, lembrando-se que se despedira dela na frente desse na madrugada anterior. 

— Não, voltei pra casa e agora vou pro plantão - a médica explicou, sorrindo. Sasuke acenou, satisfeito. Pelo menos ela descansara um pouco – Eu vim, na verdade, te perguntar se você vai assistir aos fogos hoje... 

— Fogos? 

Siiiim, hoje tem o festival. Eu imaginei que você... 

— Ahhh – o yukata fez sentido e Sasuke deixou a compreensão extravasar em um suspiro, interrompendo Sakura. Vendo a expressão confusa da garota, acrescentou – Ah, pode continuar... 

— Humm... tá bom. Bem, você vem com a gente mais tarde? Não vamos fazer nada demais, só comer alguma coisa, ver os fogos... Pode ser até um pouco chato, na verdade, mas eu... 

— Eu te encontro mais tarde – Sasuke interrompeu, sentindo que a coragem que Sakura reunira para chamá-lo estava esvaindo – A gente vê os fogos juntos. 

O sorriso dela fez, outra vez, um frio correr por sua espinha. Contudo, ao contrário da confusão interna que geralmente acompanhava o arrepio, Sasuke percebeu seus olhos apertarem quando, por reflexo, sorriu de volta. Assim como instantes antes, os dois se fitaram em silêncio, os olhos presos um no outro. Em algum momento, entretanto, Sakura se despediu e o Uchiha a observou seguir pelo corredor até desaparecer. Suspirou. Se veriam a noite, mas... ainda não eram nem oito da manhã. 

 

A primavera finalmente resolveu aparecer e, com ela, os dias se esticaram um bocadinho. Os postes já estavam acesos, mas o Sol ainda fazia seu trabalho em iluminar os aldeões que passeavam animados entre os quiosques coloridos, conversando e rindo alto, apontando para os cartazes de promoção, as faixas de menu, os jogos e brincadeiras. Quando alcançou a rua dedicada às barraquinhas, Sasuke tentou ver, por cima das cabeças que já lotavam o lugar, até onde a área dedicada ao festival se estendia, mas não encontrou o fim. Após vários minutos de caminhada, contudo, o rapaz já desconfiava que cada canto da comercial de Konoha fazia parte do entretenimento. 

Para a própria surpresa, entretanto, o rapaz se viu menos incomodado com a lotação e o barulho excessivo do que imaginara. Ainda apontavam para ele ocasionalmente, e havia murmurinhos aqui e ali quando passava, mas a realidade era que estavam todos concentrados demais em se divertir para se importarem com heróis de guerra. As barraquinhas de comida se viam abarrotadas de clientes esperando takoyakis, yakitori e dangos, pequenos grupos se formavam para cada apresentação artística e, driblando todos eles, crianças corriam esbarrando nas pernas dos mais desavisados enquanto gritavam umas com as outras. O próprio Sasuke desviou de um grupo de meninos jogando bola – os quais, um minuto depois, derrubaram o letreiro da barraca de yakissoba. 

— Ya, ya... Você podia ter segurado a bola, Sasuke. 

O devido crédito teria que ser dado a Kakashi: raramente, um ninja alcançava Sasuke sem ser percebido. Contudo, o sensei era o Hokage, mesmo que com um yukata cinza discreto parecesse apenas um homem um tanto entediado na multidão. 

— Você é o Hokage, por que não segurou? - Sasuke respondeu, observando sem interesse o dono da barraquinha amaldiçoar várias gerações do autor do chute. 

— Lidar com adversidades faz parte da vida, ajuda a formar caráter - Kakashi respondeu, professoral. 

Preguiçoso... 

— Nhá, minha energia tem que ser dedicada a coisas mais urgentes – o Rokudaime se defendeu, enquanto empurrava Sasuke em direção a uma rua levemente menos movimentada – Vamos, vamos, o Naruto tá esperando a gente por ali. 

— Como você sabe? 

— É onde o Ichiraku. 

— Ele pode comer lámen todo dia, vai comer no festival também? 

Kakashi riu do desabafo inesperado de Sasuke, mas apenas deu de ombros. Seguindo entre os animados aldeões, avistaram Naruto exatamente onde o Hatake previra, aguardando sua vez na fila de uma dúzia de pessoas que se formava à frente do Ichiraku improvisado em uma barraca. Ao lado dele, o Uchiha avistou uma jovem de longos cabelos escuros e yukata lilás se equilibrar nas pontas dos pés, tentando espiar o fim da rua, e sentiu um tranco na barriga. Era lógico que Hinata o acompanharia, concluiu vencido. Mas não tinha ideia de como lidar com ela. E se fosse grosso e magoasse o amigo? Lembrava-se da garota quando ainda eram crianças e sua impressão era a pior possível. Fraca, insegura, desinteressante. Mas Naruto a amava, então ela não podia ser tão ruim assim. Na dúvida, decidiu que manteria o silêncio. 

— Hey, Kakashi-sensei! Sasukee! - o Uzumaki saudou antes mesmo que os dois o alcançasse, fazendo algumas dezenas de cabeça se virarem para encarar o Hokage e seus alunos famosos – O tio lançou uma edição especial para o festival! Vocês vão pegar um também? 

— Hm... Acho que sim, já que estamos aqui mesmo, né? - Kakashi concordou, juntando-se ao aluno na fila aparentemente feliz que não precisara escolher o próprio jantar – E você, Hinata-chan? Ainda não enjoou lámen? 

— Hm-hm, eu também gosto de lámen, mesmo que não tanto quando o Naruto-kun, né?  

A resposta da esposa pareceu agradar a Naruto, que a fitou sorrindo com toda a admiração possível de se concentrar em um olhar. O rapaz respondeu algo a Kakashi, mas Sasuke não prestou muita atenção. Ver o amigo tão simplesmente feliz o fez se sentir bem e, distraído, deixou-se curtir um pouco a harmonia tranquila que o casal desprendia. Ninguém merecia felicidade mais do que Naruto, o Uchiha julgava, considerando o que fora a vida do Uzumaki até ali. Os dois conheciam a solidão, mas, observando Hinata arrumar o yukata do marido enquanto esse gesticulava explicando algo ao sensei, Sasuke não pode conter o próprio sorriso: seu melhor amigo nunca mais estaria só.  

— Hein, Sasuke? - Kakashi chamou o Uchiha de volta ao presente e esse piscou sem saber como contribuir para o que quer que estive em pauta. O sensei deu um cascudo no aluno, fazendo Naruto rir, antes de continuar – Está de novo entre nós? Estava contando a Naruto que recebi uma carta interessante do Daimyo agora a pouco, sobre como um dos meus alunos não manteve decoro em relação ao filho dele e blábláblá. 

— Hm... 

— O Naruto aqui disse que não foi ele, então devo supor que foi a Sakura, já que você jamais se portaria de forma indelicada com um membro da família do Senhor Feudal, certo? 

— Ele se deu o trabalho de explicar o porquê? - Sasuke rebateu, a voz soando mais baixa do que imaginara, sua intensidade sendo, muito provavelmente, incinerada pelo queimor que atacara o estômago do Uchiha ao ouvir “Daimyo”. O rapaz fechou ainda mais a cara quando os olhos de Kakashi se estreitaram, entregando o sorriso por baixo da máscara. 

— Não, não deve ter achado necessário. Afinal, todo comportamento de um nobre é justificado apenas pelo título em si, não é verdade? Mas eu consigo imaginar o que... 

— Você acha isso engraçado? Você colocou ela nessa situação! 

— Não, acho deplorável. E eu pensei que tinha te mandado até lá para garantir que ela ficasse bem...  

— Ele garantiu, Kakashi-sensei – Naruto ponderou, mas sua expressão debochada apenas piorou o humor de Sasuke – Com a encarada que o Sasuke deu, o Tsukasa deve voltar a cagar mês que vem... 

— Naruto-kun! 

— Ah, desculpa Hina!!! 

— Então devo considerar que estamos com sorte que o Daymio não me pediu para te punir, Sasuke? 

— Acho que estamos com sorte que o Sasuke não cortou o... 

— Sakura-chan! - Hinata exclamou, sobrepondo sua voz a de Naruto, aproveitando a chegada da Haruno para interromper a zoeira do rapaz – Ah, que bom que você chegou! 

Ah, eles já estão te perturbando, Hina-chan? Pra você ver tudo que eu aguentei... 

— Sakura-chan, você tem que começar a se preocupar que o Kakashi-sensei tem chegado antes de você!  

— Já é um milagre ela ter vindo, achei que daria bolo de novo. 

— Isso é um complô? - Sakura reclamou, fingindo indignação, olhando de Kakashi para Naruto e desse a Sasuke - Você também vai reclamar de mim, Sasuke-kun?  

A única coisa que Sasuke conseguiria reclamar naquele momento era que o mundo só precisava de duas pessoas e ainda assim estava lotado. O Uchiha não precisou do Sharingan para decorar cada detalhe do que compunha a Sakura à sua frente. O yukata vermelho, os cabelos presos em um coque alto, os lábios cintilando. E os olhos dos quais ele não poderia desviar nem mesmo com seus doujutsus.  

— Finalmente essa fila andando! 

Naruto salvou Sasuke de ter que responder e sua voz estridente ajudou o rapaz a sair do transe. Ele se voltou à fila pronto para segui-la com seus companheiros, mas Sakura murmurou algo como “não querer furar e passar na frente dos outros” e o Uchiha simplesmente desistiu de disfarçar e a acompanhou até a última posição. Notou Kakashi atrás de si impedir que Naruto fizesse alguma piada e agradeceu internamente. Aguentaria a gozação do amigo depois e percebeu que não se importava tanto assim com isso. 

— Você quer lámen mesmo ou só entrou na fila por causa do Naruto? - Sakura perguntou, olhando desanimada a fila que começava a serpentear. 

— O que você quer comer? 

— Algo que seja servido ainda este ano. 

— Yakitori? - Sasuke propôs, vendo que o serviço da barraquinha um pouco mais a frente parecia significativamente mais rápido. 

Hai! - ela concordou, liderando o caminho até a alternativa escolhida, ziguezagueando por entre a multidão que parecia aumentar exponencialmente. Sasuke começou a se preocupar em perder a jovem de vista e tentava se aproximar tanto quanto podia, afastando sem muita cerimônia quem ficasse entre os dois - Ai! 

Esbarrando com força em um homem que parara de repente, Sakura tombou, projetada para trás. Para cima do Uchiha. Ele a segurou pela cintura, o reflexo do ninja mais forte do mundo à total disposição da garota. O homem largo como um trator que freara de supetão se virou pronto para arengar contra quem nele topara, mas a expressão irada deu lugar à tímida e nervosa submissão constrangida quando encontrou os olhos frios de Sasuke o atravessando.  

Vaza— o Uchiha ordenou, puxando Sakura mais contra si, afastando-a por instinto da ameaça inexistente. O homem, por outro lado, obedeceu tão rápido que poderia ter desintegrado - Você tá bem? 

— Uhum... - Sakura respondeu, e Sasuke a soltou devagar. Contudo, antes que se separassem totalmente, a garota segurou-o pela mão e o puxou por entre os aldeões - A gente pega a comida e procura um lugar menos cheio! Não tem como comer aqui... 

E assim o fizeram. Escolheram os yakitori que já estavam prontos e, saltando por cima das tendas, alcançaram a pequena ponte no fim da rua que, por não ter opções de entretenimento do outro lado, estava mais vazia. A lua cheia garantia a luz necessária para apreciarem o rio e os desenhos que as sombras das árvores desenhavam nele. Sasuke não gastaria a lua neles, entretanto. 

— Eu devia ter pego mais que um... - Sakura lamentou, engolindo melancólica o último cubinho de frango seu espetinho. 

— Toma...  

— Não mesmo! Você come mais que eu, Sasuke-kun... 

— Não com fome – ele mentiu, sacodindo o yakitori embaixo do nariz dela. 

— Hm... Eu como um e você o outro? - a garota propôs. Sasuke pensou em recusar e continuar insistindo que ela pegasse tudo, mas havia batalhas mais importantes a se lutar. Mordeu o menor e entregou o restante à companheira. 

— Obrigada, Sasuke-kun! 

— Você precisa pelo menos comer direito, já que não para de trabalhar. 

— Você também, pra compensar o que não come viajando – ela rebateu, séria - Duvido que sua dieta seja equilibrada. Aposto que vive de nigiri... 

— Eu cresci uns dez centímetros desde a guerra – se defendeu, sentindo o olhar dela pesar sobre si, mas ela ignorou seu argumento. 

— Acabou que eu não fiz um check-up em você. Passa amanhã no consultório e... 

— Já tá trabalhando de novo... 

A jovem parou de supetão, não acostumada a tomar bronca. Mas o susto levou apenas um segundo. No seguinte, ela relaxou e admitiu derrota. 

Tá, tá, parei. Amanhã eu te caço e obrigo a fazer os exames! 

— Hm... 

Sakura arremessou os espetinhos de bambu na lixeira no fim da ponte e os notou alcançarem o alvo com perfeição. Era um tiro fácil. Sasuke, por sua vez, a observava e não achava nada fácil decidir o que fazer. Não sabia como se portar, se expressar, o que falar. A olhava de canto de olho e não importava o que pensasse, a única coisa que de fato conseguia processar era ela ser o que de mais bonito ele já vira. 

— Como foi sua jornada, Sasuke-kun? - a garota perguntou, quando o silêncio começou aumentar a densidade e pesar além da conta – Como você tá? 

Ela não aceitaria uma resposta tão fraca quanto um “bem e você?”. Ela não merecia algo tão superficial quanto isso, também. Ao senti-la tentando ler sua alma, Sasuke quase quis que ela o fizesse. Sakura conhecia seu pior lado e ainda assim o amava. Amava-o tanto que, mesmo quando se afogou em ódio, o rapaz não conseguiu ignorar. A amizade de Naruto o salvou no passado e garantiu que ele nunca mais se perderia. Mas era o amor de Sakura que assegurava que ele não estava mais sozinho. 

— Não sei como eu estou, Sakura... - respondeu, simples. 

— Hm... Entendi. Bem, tá tudo bem também. Você não precisa saber tudo sempre – ela consolou, erguendo a mão e afastando a franja que escondia o rinnegan, prendendo-a atrás de sua orelha – As pessoas se assustam com o rinnegan? 

— Hm... - confirmou, contendo-se em não segurar a mão dela contra o próprio rosto para garantir não perder seu toque – e com o símbolo do meu clã. E quando descobrem quem eu sou. 

— Você não costumava se importar muito com o que os outros pensam... 

—  Não me importo – garantiu, sendo perfeitamente sincero – Mas é mais difícil passar despercebido se vêm o rinnegan, ou descobrem quem eu sou. 

— Você nunca passa despercebido, Sasuke-kun – Sakura riu, deslizando a mão pelo pescoço dele até alcançar sua gola - Você finge que não entende o que vê no espelho. Por exemplo, você tem noção do quão bem fica de yukata? 

 - E você? Tem noção do vê no espelho? 

Sakura arregalou os olhos e, mesmo apenas sob a lua, Sasuke a percebeu corar. Ela mordeu o lábio e o ninja viu nela a menina irritante que o perturbava desde o dia um do time sete. Definitivamente, tinha mais sorte do que merecia.  

— Ãhn... tenho, até. Uma testa enorme! - ela brincou, levando a mão que antes estava nele à própria testa, escondendo-a por um instante – Talvez eu devesse deixar a franja na frente de novo! 

— Igual quando você era criança? 

— Você se lembra de mim criança? Achei que você não me dava bola! 

— Seu cabelo é rosa, Sakura. Claro que eu lembro de você criança. 

Sakura riu outra vez, mas antes que pudesse responder, os dois se voltaram para o caminho que levava à ponte. Correndo sem muita postura, um homem de jaleco vinha em direção deles, a urgência estampada no ritmo afoito dos passos. Sasuke o reconheceu e fechou a cara, contudo, quem lamentou primeiro foi a kunoichi: 

— Ah não, não acredito... 

— Sakura, não! - Sasuke pediu, quando Oguri já quase os alcançava, gritando pelo nome da garota - Você estava lá até agora pouco, deixa eles... 

— Não posso, Sasuke... 

— Sakura-sensei! Graças a Deus te achei, o Naruto-san falou que tinha visto você vindo pra cá! 

Sasuke dividiu a gana de jogar o homem no rio com a de matar Naruto. Bufando, ele virou o rosto, fechando os olhos para não ter que ver a cara do médico ofegando com a corrida até ali. Ouviu Sakura perguntar o que houve e quase respondeu que o abuso e o desaforo do corpo médico era o que tinha acontecido. 

— Dois ninjas da Anbu acabaram de chegar, muito feridos. O plantonista operando um deles, que era mais urgente, mas o segundo pode acabar perdendo a perna se não nos apressarmos! 

— Então você está com pressa e ainda assim saiu procurando a Sakura no meio de um festival ao invés de chamar quem estivesse mais perto? 

— Eu... É que... todo mundo no festival e... 

— Mas ainda assim você focou em procurar a Sakura? Que acabou de sair do plantão e precisa descansar? 

— Calma, Sasuke-kun... 

Sakura se colocou entre o ninja e o médico quando a voz de Sasuke soou mais baixa e perigosa. O Uchiha tirou os olhos do homem e os pousou na companheira, que o empurrava delicadamente, as mãos espalmadas em seu peito, para longe de Oguri. 

— Sakura, isso é exploração. Eles se aproveitam de você. 

— Eu sei, mas o paciente não tem culpa – a médica ponderou, mas sua voz soou cansada e desanimada, aumentando a frustração do rapaz - Amanhã eu te procuro, tá? A gente sai pra comer, algo assim... 

Sakura se virou para partir e, reativamente, Sasuke a segurou pela mão. Mas ela o olhou, cansada, e o garoto a soltou. Atrasá-la ali só a faria ficar mais exausta. Sendo muito mais rápida que Oguri, a médica partiu na frente, deixando para trás o homem que tomava fôlego para retomar a corrida. Sasuke se colocou no caminho. 

— Ah... Uchiha-san, né? - Oguri perguntou, atravessado pelo olhar do ninja. 

Sasuke não respondeu. 

— Ah, desculpa. Parece que estou sempre atrapalhando vocês dois. É que a Sakura-sensei é a melhor médica da Vila, depois da Tsunade-sama. Por isso que procuramos por ela, porque... 

Mas a justificativa completa não seria ouvida aquela noite. Sasuke encurtou a distância até o médico e a voz desse sumiu, a coragem reunida não sendo combustível suficiente. Mais uma vez, o Uchiha pensou em descontar a raiva arremessando Oguri rio abaixo. Conteve-se. Tampouco disse cosia alguma. O que tinha para falar, seria dito a outros. Apenas garantiu que em seus olhos transparecessem cada gota da ira que sentia e, isso feito, colocou-se de volta ao centro da Vila. 

 

 

— Sasukeeee! SASUKEE! 

Sasuke queria fingir não ouvir o amigo e continuar seu caminho, mas aprendera há anos que ignorar Naruto era impossível. Ele se faria notar independente do esforço que o outro fizesse para fingir demência. Assim, optando pela lei do menor esforço, o Uchiha parou e esperou o companheiro o alcançar, trazendo em seu encalço Kakashi e Hinata que não pareciam mais tão animados quanto mais cedo.  

Mano, foi mal! Eu só me toquei depois... Levaram ela, né? 

— O que você acha? - Sasuke retrucou no pior humor disponível, lançando a Naruto a mesma fúria que destinara a Oguri. 

— Eles realmente passam do limite – Kakashi comentou, preocupado – Quando a Sakura não está na vila, eles viram. Mas se ela estiver aqui, colocam tudo em cima dela.. 

— E você não faz nada – o Uchiha bufou, sua já escassa vontade de ser educado tão soterrada que talvez nunca mais visse a luz do dia. 

— Você parece achar que eu mando em tudo e posso mexer em qualquer coisa, só que... 

— Então pra que você serve então? 

— Hey, cara, foi vacilo meu – Naruto interveio, o tom de culpa maculado por leve irritação - O sensei não pode se meter nos assuntos do hospital, a Shizune nee-san quem cuida de lá! 

— Então é outra folgada... 

— Sasuke – o Hokage chamou, a autoridade que lhe pertencia cravada em cada sílaba - Você não acha que está exagerando? A Sakura não é criança, ela sabe o que faz e tem autonomia para colocar um ponto final nisso se quiser. Não é só culpa dos outros. 

Sem ter como rebater, o rapaz virou a cara, o barulho e o movimento de aldeões que mais cedo não lhe incomodara agora potencializando sua irritação como unhas arranhando o quadro negro. Consciente de que ficar ali só pioraria seu humor, desistiu e retomou o caminho que interrompera por Naruto. 

— Cara, aonde você vai? Ainda rolando o festival, véi... 

— Vou pra casa. 

Em um salto, Sasuke se colou no telhado de um prédio próximo e no seguinte já estava fora de vista. Mas o caminho para casa nunca foi sua intenção. Iria esperá-la no hospital e garantir que ela não emendasse um plantão em outro.  

Ela se atola em trabalho para não pensar em você.  

Era culpa dele que ela se metera nisso. Mais uma culpa para ele colocar no carrinho. Por que ele sempre a fazia sofrer? 

Sasuke se apoiou na parede do corredor que levava às salas cirúrgicas sem saber quanto tempo esperaria ali. A enfermeira que minutos antes lhe indicara o caminho alertara que poderia “acabar só amanhã”. De braços cruzados, pensou que a noite poderia ser longa, mas que já participara de vigílias maiores. Tempo não era um problema para ele. 

Mas o tédio acabaria sendo. Enquanto esperava Sakura, Sasuke pensou nas vezes que estivera internado ali. Ela sempre estava ao pé da sua cama quando ele acordava. Não tinha ninguém ali esperando pelo ninja da Anbu ferido, entretanto. Ao sair do coma provocado pelos genjutsus de Itachi, o abraço de Sakura o acolheu e serviu de farol para que ele se reconectasse ao mundo. Ainda conseguia sentir o perfume dela naquele dia. Mas o paciente da Haruno provavelmente acordaria sozinho em um quarto frio, sem um abraço para esquentá-lo. Sasuke também sabia como era essa sensação. Sua angústia aumentou. 

E a tendo como companhia, o rapaz observou as horas passarem até o dia virar. Desistiu de esperar em pé e se sentou no chão branco gelado, que refletindo a luz forte, fazia sua cabeça doer. Por volta das duas da manhã, agradeceu o café que a enfermeira oferecera, lamentando que não tivesse jantado. Mas Sakura também não o fizera e estava em situação bem mais exigente que a dele. 

— As pessoas dependem muito da menina Sakura, sabe? - a enfermeira enquanto o esperava terminar o café para levar a xícara - Todo mundo no hospital. Ela resolve qualquer coisa, não tem tempo ruim. 

O que mantivera da educação dada pela mãe o impediu de responder uma senhora de idade da forma como o fizera com Kakashi. Aqueles elogios serviam apenas para disfarçar que todos se penduravam em Sakura. Apressou-se em tomar outro gole do café. 

— Mas vocês dois sempre estavam um com o outro, né? Desde crianças, ela ficava aqui cuidando de você quando voltavam de missão. 

— Como você...? 

— Ora, menino, eu cuidei muitas vezes de você e do Naruto-kun, não lembra? - Sasuke acenou negando – Hm... Faz sentido, você estava apagado boa parte das vezes, né? 

A senhorinha riu e Sasuke quase se arrependeu do sopro de educação que tivera. Devolveu a xícara e voltou à vigília, esperando que isso desencorajasse o papo. Esperança frustrada. 

— Eu fico aliviada que vocês se acertaram, sabe? A Sakura-chan merece ser feliz. Ela fica enfiada aqui nesse hospital o tempo inteiro, tendo que aguentar esses médicos mal-educados dando em cima dela. Pelo menos agora eles sabem que vocês estão juntos e param, né? Quero dizer, ninguém precisa saber que sua fama de mau não é exatamente verdadeira, né? 

O volume de informação era grande demais para processar de uma vez. Médicos dando em cima da Sakura? Quais? E como assim eles estavam juntos? E o que aquela senhorinha sabia sobre sua fama? O rapaz a fitou confuso, tentando se decidir o que perguntar primeiro, mas quando abriu a boca, não foi uma pergunta que saiu: 

— Nós não estamos juntos. 

— Não? 

Sasuke negou. Eles não estavam juntos. E, por algum motivo, isso pareceu tão errado quanto deixar a enfermeira continuar equivocada. 

— Você tem certeza? 

Sendo amigo de Naruto, Sasuke se acostumara a ouvir perguntas estúpidas, mas ainda assim aquela o surpreendeu. Como assim se ele tinha certeza de que não estava namorando? Abriu a boca para rebater, convencido de que usara de mais educação do que deveria, quando ouviu a porta ranger no fim do corredor.  

O rapaz se apressou até Sakura, as imprecisões da enfermeira agora tomando tanto espaço em sua mente quanto o preço da beringela. Viu-a arrancar a touca e puxar o elástico dos cabelos, que horas antes estavam bem arrumados presos por um kanzashi e agora caiam bagunçados até seus ombros. Não estava mais maquiada e o yukata dera lugar ao pijama cirúrgico. Ela ainda sorriu quando o viu, entretanto. Mas Sasuke não conseguiu retribuir. Vendo-a pálida como estava, a preocupação paralisou os músculos do rosto do Uchiha. 

— Você devia ter ido pra casa, Sasuke-kun! Você aqui desde que horas? 

— Não importa, você tá bem? 

— Uhum... só cansada mesmo.  

— Vamos, eu vou te levar em casa... 

— Ah, não posso ainda, preciso esperar um pouco para ver como o paciente evolui... 

Não era a intenção de Sasuke, mas ele não pode evitar. Mordendo a bochecha como se fosse essa a culpada, fechou os olhos e respirou fundo tentando se acalmar. Transpareceu a Sakura toda raiva que tentou esconder e que, em grande parte, era de si mesmo. Sentia-se estranho por não manter a frieza característica, mas desde que chegara à vila parecia fora de personagem. Por isso, a voz pausada foi tudo que conseguiu controlar. 

— Sakura, você precisa descansar. 

— Sasuke-kun, eu vou aguardar mais uma hora e então vou pra casa, tudo bem? Eu te procuro mais tarde, a gente conversa, tá? - ela negociou e, então, voltando-se a enfermeira que ainda esperava segurando a xícara de Sasuke, continuou – Ito-san, a senhora me acompanha até a UTI? O paciente ficará lá, em observação.  

— Sakura... 

— Sasuke-kun, te vejo mais tarde, tá? 

A médica passava por ele quando o ninja fez menção de dizer que iria esperá-la. Mas nenhuma palavra saiu de sua boca. Antes disso, Sakura caiu desacordada ao seu lado. 

 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Pessoal, gomen! Eu sei, eu não tenho responsabilidade, aceito as chicotadas!!

Maaas, pelo menos, o capítulo é grande para ocupar o tempo de uns 2 hehe

Por favor, não deixem de comentar, favoritar, recomendar (se vocês acharem que vale a pena). É esse o estímulo que eu uso de combustível para escrever. Senão, seriam apenas palavras perdidas no meu word, ou ideais abstradas nutridas no ônibus até o trabalho.

Muito obrigada, pessoal, pelos comentários e por acompanharem até aqui!

Me digam também o que estão achando do ritmo, o que esperam ver, etc. O lema aqui é servir bem para servir sempre hahaha

Kissu!!!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "A gateway to the Sun" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.