Era Uma Vez... Uma Ilusão escrita por Landgraf Hulse


Capítulo 28
27. Então me dê o seu perdão!




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07|08|1803 Palácio de Ludwigsburg, Ludwigsburg

"Deus certamente teve pena da minha humilhante condição e abençoou-me duplamente. Foram quase dez horas sofrendo rodeada por damas e parteiras, um dos desprazeres de "parir" deitada, mas não gostei da cadeira e minha vontade é a única que importa. O importante é que nasceram, lindos e saudáveis..."

Parando de escrever, Anne franziu o cenho e virou-se em direção ao berço. Ela acabou de escutar um...? Confirmando que sim, um fino choro começou do berço. Foi o bastante para fazê-lo levantar e constatar que, de fato, a menina estava chorando.

— O que foi, é fome? Mas você acabou de comer! — O que não significava nada. E a menina continuou a chorar, tanto que o menino ao lado dela começou a se mexer, para o horror de Anne. — Você também não, por favor!

Não querendo que isso saísse do controle, nem que ela perdesse controle, Anne tocou uma sineta chamando ajuda. Essas crianças deveriam ser cuidadas e ela não estava em condições para fazer isso. Logo, na verdade, quase imediatamente após ela tocar, a condessa Verweyen entrou no quarto.

— Creio que estejam com fome, minha princesa — a condessa avisou, aproximando-se do berço e sorrindo calmamente. — Já chamei a ama de leite, então não há necessidade alguma de angústia.

— Eu agradeço. — Curta e fria, Anne se afastou dos filhos e da condessa. Ser excessivamente maternal não estava na criação dela. — Os alemães têm costumes tão curiosos em relação à maternidade. Na Inglaterra uma criança jamais seria deixada sozinha com a mãe.

— A Inglaterra é regrada demais, madame, aqui preferimos a simplicidade. — Se ela pensava assim... Anne deu os ombros, talvez por isso poucas cortes alemãs fossem referência. A condessa sorriu ao observar as crianças. — A amamentação sempre foi meu momento favorito, sabia? Para mim, é a essência da maternidade.

Já para Anne era se colocar na posição de vaca leiteira, e ela não era uma vaca leiteira! A princesa negou e continuou afastando-se, retornando para a carta que escrevia a Richard. Até que ela lembrou de algo:

— Diga-me, Luise, seria muito difícil encontrar uma ama de leite inglesa? Austríaca também serve, mas desejo inglesa. — A condessa deu os ombros, fazendo Anne franzir o cenho e suspirar. — Lembro que mamãe fez questão de sermos amamentados por uma parente distante dos Montagu.

Afinal, uma qualquer não poderia alimentar a futura realeza europeia, e o mesmo valia para os filhos de Anne, mesmo que a pequena Charlotte tenha sido "arrebatada" pela avó. De qualquer forma, era vital uma mulher de qualidade para servir como ama de leite.

— É algo para se pensar, mas creio que seja melhor a senhora dormir agora — a condessa pediu docemente, mesmo que ganhando um olhar duro da princesa eleitoral.

Porém nada pode ser dito, pois a ama de leite finalmente entrou no quarto e levou as duas crianças. Graças ao Cristo, se elas começassem a chorar, Anne não saberia o que fazer. Ela foi criada para ser a mãe de uma nação, não dos próprios filhos.

Quase automaticamente depois das crianças serem levadas, Anne voltou para a mesa e reiniciou sua carta. O nascimento do novo herdeiro de Wüttemberg deveria ser anunciado, e Anne sabia o quão feliz Robert ficaria ao saber que os dois sobrinhos nasceram no mesmo dia que ele, há exatamente 20 anos.

O que a lembrava de outra coisa; os irmãos dela não eram os únicos que deveriam saber do nascimento dos gêmeos, também havia...

— Não era para você estar descansando agora, Anne? — A atenção da princesa virou-se a entrada, onde entraram o eleitor e a eleitora, a última com uma expressão censuradora.

— Não consigo descansar, minha cabeça está tão agitada que... não sinto sono — Anne respondeu num dar de ombros. A eleitora negou, enquanto o eleitor olhava atentamente em direção ao berço. — A ama de leite acabou de levá-los, estavam com fome.

— Que lástima, desejava tanto ver meu neto... netos. — Claro que sim. Anne sorriu para Charlotte, que novamente negou, principalmente quando o marido suspirou em direção ao berço. — Por um momento cheguei a pensar que nunca teria um neto para chamar de meu, um menino.

Mas agora ele tinha dois, que coisa... lastimável. Anne respirou fundo e novamente lembrou do marido. Havia uma dúvida na cabeça dela, uma que ninguém ainda tinha ousado sanar. Afinal...

— Meu marido foi avisado do nascimento dos gêmeos, os legítimos. — Charlotte e Friedrich imediatamente se entreolharam… ansiosos? Anne franziu o cenho, mas continuou: — Não creio que fará alguma diferença na vida dele, mas acredita-se que é algo importante.

— Enviamos uma carta por um conhecido dele; está sendo muito difícil localizá-los — a eleitora respondeu hesitante, antes de sentar numa poltrona. — A última notícia que recebemos veio de Saarburg, onde... Não creio que seja necessário...

— Onde nasceram os bastardinhos — Anne retrucou desdenhosa, recebendo assentimentos do eleitor e da eleitora. — Qual será o medo de Fritz? Nenhum parente meu pagaria para matá-lo... porque eu mesma farei isso!

— Talvez o cansaço esteja nublando sua cabeça, querida. Uma temporada em Leonberg realmente fará bem. — O eleitor estava certo, principalmente porque Anne não aguentava mais a pena dos cortesãos de Stuttgart e Ludwigsburg. Porém o eleitor ainda acrescentou firme: — Estou ordenando também que vá dormir.

Ordenando? Anne franziu o cenho e... selou sua carta. Sendo uma ordem do eleitor, a ela cabia apenas obedecer. A princesa eleitoral levantou e, com a eleitora ajudando-a desnecessariamente, foi conduzida para a cama. Embora...

— Anne, querida — o eleitor chamou, fazendo ela virar-se para trás —, qual será o nome das crianças?

A princesa eleitoral franziu o cenho e olhou para a sogra. O nome do menino e da menina? Ela... não havia pensado nisso, principalmente em relação ao menino. Inicialmente seria Friedrich, como o pai e o avô, mas não agora. Já a menina... a primeira era Charlotte, e a segunda...

— Wilhelm e Anna — a princesa anunciou firme, fazendo o sogro franzir o cenho —, em homenagem ao meu pai e a mim mesma.

Não havia nada mais justo. Wilhelm não era tão distante assim dos Württemberg, os dois eram Friedrich Wilhelm. Enquanto Anna... desde Anna da Áustria, na Era Tudor, existiam Anna's na família dela. Então assim seria, mesmo entre os Württemberg. De qualquer forma, o eleitor nada disse em oposição, apenas assentiu, e Anne deitou na cama.

*****

26|10|1803 Hyde Park, Londres

O alto som de um canhão é ouvido pelo parque, sendo quase imediatamente seguido por uma chuva de tiros... São os batalhões centrais de voluntários do rei, que, junto dos duques reais, cavalga por eles em sinal de aprovação. A carruagem com a rainha e as princesas Augusta e Elizabeth vem logo em seguida, embora todas estejam impassíveis.

Logo, porém, após o rei parar, mais um canhão é ouvido, sendo dessa vez seguido não por tiros ou novos canhões, mas sim por vivas e gritos de exultação das multidões que assistem, junto do "God Save the King" que começa a ser tocado pelas bandas.

Mais um canhão é ouvido, o nono e último, e todo o corpo de voluntários vira-se para trás e começa a passar, em suas divisões, pela pessoa de Sua Majestade. Eram mais de 20 mil voluntários e membros das milícias, todas próximas de Londres, mas não necessariamente "novas".

As milícias de Middlesex, por exemplo, serviam a nação desde a Guerra dos Sete Anos, estando dispostas ao serviço mesmo nos piores momentos das Revoluções Americana e Francesa. Os homens de Buckinghamshire, mesmo que menos preparados, tinham essa mesma bravura.

Esses sentimentos, de nacionalidade e patriotismo, eram vistos até mesmo entre os homens da Guarda Germânica, mesmo que quase os últimos a passar pelo rei. Porque, apesar do nome, era uma milícia inglesa que servia a nação desde o Levante Jacobita de 1745.

Com a última divisão retornando aos quartéis, o rei e seu imenso grupo passa para a estrada de Rotten Row e sai em Hyde Park Corner, onde multidões os esperam e começam a gritar em adoração ao rei e a monarquia.

— Deus salve o rei! Vitoriosa seja a Britannia! — o povo aclamou o sério rei, junto dos filhos.

— Deus salve o rei, Deus salve a rainha... Deus salve o Reino Unido! — Não diminuíram, principalmente ao passo que a carruagem com a rainha e as princesas mais velhas avançava.

— Bonaparte cairá e a França o seguirá ao inferno! — Certos gritos eram direcionados aos exilados Bourbon, que apesar de opor-se a Bonaparte, ainda eram franceses. — Inferno!

Mas foi o "Deus salve o rei" que prevaleceu, tanto que continuou por todo o percurso da Constitution Hill. Era improvável negar a devoção do povo à monarquia.

— Haverá no continente um povo mais leal que os britânicos!? — Richard, na posição de comandante geral da Guarda Germânica, comentou ao distraído irmão. — Pergunto-me se meus niedersiegers seriam assim comigo!

O marquês até aumentou o tom, mais até que o necessário, porém nenhuma resposta foi dada. Para falar a verdade, Robert parecia muito mais interessado na carruagem com as princesas Mary, Sophia e Sophia de Gloucester, sendo que as duas irmãs constantemente olhavam na direção deles e sussurravam.

Foi o bastante para um sino alarmante soar na cabeça de Richard, que franziu o cenho e abriu a boca para perguntar... Mas antes Robert virou-se na direção dele e negou.

— Os britânicos são naturalmente monarquistas, irmãozinho, e isso é algo que nenhum continental compartilha em comum conosco. — Mas Robert nada falou em relação às princesas, mesmo que retornando o olhar.

Curioso isso, não num sentido bom, claro, mas ainda curioso. Mas Richard apenas negou e, após olhar para trás, em direção à carruagem de Cathrine, retornou a atenção ao caminho. Logo eles chegariam em Buckingham House e seriam recepcionados pela rainha.

*****

Buckingham House, Londres

— ... existe um motivo para não passarmos nossos verões em Josephean Hall — Richard comentou irritado ao conde e a condessa de Grosvenor. — Plymouth é grande demais para ser um retiro de verão.

— Embora uma cidade o suficientemente agradável, mesmo tendo soldados demais. — Eram marinheiros, não soldados, Cathrine deveria saber disso. Mas a marquesa não deu importância, tanto que acrescentou: — Só não entendo o porquê do Dr. Markson receitar Plymouth, é praticamente o mesmo clima de St. Ives.

— St. Ives fica no fim do mundo civilizado, minha marquesa, talvez por isso... — Lord Grosvenor começou a falar, mas a atenção de Robert não durou muito nele.

Para falar a verdade, a atenção do duque de Kendal nunca esteve realmente na conversa dos Bristol e dos Grosvenor. Robert olhava constantemente ao redor do salão, embora nunca a encontrasse, o que era preocupante visto que era a obrigação dela estar aqui.

Não aguentando mais ficar parado, Robert afastou-se do pequeno grupo... mesmo que ainda tenha escutado Grosvenor dizendo que uma temporada em Gibraltar seria bom para Adam. Mas falando em Gibraltar, logo o príncipe encontrou alguém que poderia ajudá-lo, mesmo que alguém profundamente desagradável.

— Mas olhe se não é Kendal, ou melhor, o tenente-coronel Kendal! — E tal pessoa era o duque de Kent, o afastado governador de Gibraltar. Robert manteve uma expressão séria, até que Kent zombou: — Satisfeito com sua nomeação?

— É o suficiente para minha grandeza. — Kent riu com isso, e os próximos Clarence e Cumberland também. Mas Robert sorriu de lado, desdenhoso. — Confesso, porém, que esperava ser feito general.

Os duques imediatamente pararam de rir e se entreolharam, aumentando ainda mais o sorrisinho de Robert. Era tão prazeroso deixar alguém desconcertado e sem palavras, principalmente quando homens odiáveis como Kent e Cumberland! Porém logo os três duques voltaram a sorrir com desdém.

— E o que você fez para merecer tamanha patente? — o duque de Clarence perguntou, compartilhando um sorriso com os irmãos.

— Não sei, mas meu bisavô ganhou por perder a virgindade. — Novamente os duques pararam de sorrir, porém Robert começou a rir altamente. Mas logo o príncipe ficou sério e fitou Kent. — De qualquer forma, desejo saber onde está sua irmã.

— Qual delas? Tenho cinco, além da traidora na Alemanha — Kent respondeu, arqueando uma sobrancelha com os irmãos.

— Tenho pendências com Sophia. — Foi algo tão vago que o olhar dos três piorou, principalmente o de Cumberland. Robert engoliu em seco, mas forçou um sorriso. — Desejo ajudar de uma forma mais eficaz os pobres e necessitados... galeses... os pobres do País de Gales.

Não que Robert planejasse pisar lá algum dia, claro. Nenhum dos duques pareceu acreditar nessa história, Cumberland até mesmo aproximou-se ameaçadoramente dele, com um olhar que... Parecia até possuído pelo demônio. Mas Robert não recuou, mesmo que o sorriso e a coragem dele sim, e permaneceu esperando uma resposta.

— Não faço a mínima ideia de onde a anjinha está, e prefiro que assim continue — Kent, afastando Cumberland, respondeu num tom… ameaçador? Robert franziu o cenho, porém... — Prefiro também que você fique bem longe da minha irmãzinha, Kendal. Eu odiaria quebrar esse seu nariz.

O reflexo do príncipe foi levar a mão ao nariz, quase protetoramente. Depois dessa visível ameaça, cada um dos duques tomou um lado, deixando para trás um atordoado Robert. Sophia valeria tudo isso? Ele suspirou e deu os ombros.

— Antes um nariz quebrado que... — A capacidade de procriar. Robert caminhou para um lugar menos agitado da sala, ao mesmo tempo que imaginava o paradeiro de Sophia: — Ela entrou aqui, eu vi, mas se ela não está mais aqui, isso significa que... está nos jardins!

Era a única lógica, porque... Robert não procuraria Sophia nos aposentos dela, seria demais até para ele. De qualquer forma, Robert não perdeu mais tempo e deixou a sala de recepções da rainha. Ninguém iria perceber a falta dele... a não ser o duque de Cumberland.

*****

Certas conversas eram como bebês que nasciam e logo morriam, pois começavam animadas e logo perdiam toda a animação. Em ambos os casos, porém, Cathrine já tinha alguma experiência. Lord e Lady Grosvenor continuavam a falar com Richard, enquanto Cathrine arrumava distraidamente o regalo.

— ... o que a senhora acha, minha marquesa? — Cathrine franziu o cenho para a sorridente condessa Grosvenor. Do que ela falava mesmo? — Falo de uma visita a Eaton Hall, já que é tão próxima de Amelian House.

— Seria esplêndido — Cathrine rapidamente respondeu, tanto que nem pensou direito. Logo, porém, ela voltou a franzir o cenho. — Mas é possível?

— O Sr. Porden não vai reformar toda a casa ao mesmo tempo, com certeza. — Lord Grosvenor riu divertido, obrigando Cathrine e Richard a sorrirem em concordância. — Creio que meu marquês entenda do assunto, de qualquer forma, afinal Goldenhall é uma obra impressionante.

— A obra-prima da minha vida, certamente. — Tanto que a conclusão iria atrasar, de novo. O silêncio instaurou-se entre os quatro, até que Richard semicerrou os olhos numa direção qualquer. — Aquele é o coronel Churchill? Vamos felicitá-lo pela revista, Cathrine.

Antes que ela pudesse dizer qualquer coisa, Richard a puxou pela sala. Um pouco abrupto, de fato, mas pelo menos a conversa acabou. Apesar de que Cathrine não estava vendo o coronel Churchill...

— É por isso que conversas nunca devem passar dos dez minutos, a menos que seja algo importante — o sussurro de Richard, porém, trouxe novamente a atenção de Cathrine, principalmente quando ele franziu o cenho. — Onde está Robert, por sinal?

— Ele saiu de perto quando a conversa chegou em Gibraltar, creio que foi falar com o governador de Gibraltar. — O que era uma grande coincidência, claro. Richard limitou-se a revirar os olhos, enquanto Cathrine suspirou. — Teremos que ficar aqui por muito tempo? Sinto falta de Adam.

— Adam está em Plymouth, Cathrine, e sendo muito bem cuidado por Lady Pembroke — Richard respondeu a esposa quase impaciente. Cathrine sabia, mas o acidente de Adam foi tão recente. — Nossa presença em Londres é vital, você sabe. Depois de amanhã teremos que estar novamente em Hyde Park.

— Longe da única alegria que tenho na vida.

— E eu, sou o quê? — Foi o bastante para fazer Cathrine sorrir, mesmo que negando. Richard também sorriu e apertou a mão dela. — Não tardaremos em Londres, Cathrine. Além do mais, será bom termos esse momento sozinhos; 1803 não foi um ano fácil.

Tanto que sequer havia acabado. O futuro parecia mais sombrio do que deveria. Mas Richard estava certo, um momento sozinhos realmente seria bom. Cathrine sentia-se quase sufocada em meio a todas essas pressões e problemas, talvez até por isso não houve gravidez alguma esse ano... só enganações.

— Gostaria de parabenizá-lo, Richard, o conde Vorontsov comunicou-nos sobre a felicidade de Mary. — A atenção deles voltou-se à rainha, aproximando-se com o rei e o duque de York. Mary havia escrito sobre "infelizmente estar grávida". — É uma alegria quando recebemos notícias assim, apesar de uma alegria limitada, afinal nunca é em nossa família.

— Falando em parabéns, agradecemos muito pela participação da Guarda Germânica na revista — o duque de York prontamente acrescentou, não dando espaço para o assunto de filhos — Estive com Churchill e ele comentou que o dever deles é servir ao rei e aos Bristol.

— O rei sempre em primeiro lugar, não? — Richard riu e fitou o sério rei. — Foi uma visão impressionante, senhor. Deu para sentir toda a devoção do povo após a revista.

— Sendo assim, nosso principal objetivo foi alcançado. — Ele estava satisfeito? O rei parecia tão sério e... cansado. — Se os franceses invadirem, e eles irão, todos os britânicos devem estar dispostos a defender sua nação. Eu estou, até mesmo liderarei meus soldados contra...

— Peçamos a Deus que não seja necessário, por favor — a rainha imediatamente interrompeu o marido, que franziu o cenho. — George, querido, nunca esteve em meus planos ser uma rainha viúva ou rainha-mãe, principalmente em Worcester.

Oh, os planos caso Bonaparte invadisse. Cathrine sabia que, enquanto a família real iria para o oeste, os Tudor-Habsburg iriam para o norte e, caso tudo desse errado, fugiriam para o continente. Infelizmente, os Hannover não poderiam mais ter esse luxo. De qualquer forma...

— As princesas agiram com grande dignidade hoje — Cathrine comentou, exibindo um pequeno sorriso. A rainha não pareceu dar muita atenção, então ela continuou: — Poucas foram as vezes que vi Sophia de Gloucester.

— Onde está Sophia, por sinal, nossa Sophia? — Agora a rainha deu atenção, mesmo que não a esperada por Cathrine. — Desejo ter uma conversa sobre sussurrar demais em eventos públicos.

Embora todos eles sussurrassem em eventos públicos, menos Cathrine, o medo de falhar quase não a deixava pensar, imagine então sussurrar. Mas isso que a rainha falou era curioso, onde estava Sophia? Melhor ainda... Cathrine e Richard se entreolharam, onde estava Robert?

Porém a conversa não acabou nesse ponto, os soberanos e o duque de York sequer foram embora. Nada de muito importante foi dito, mas eles estavam unidos num objetivo em comum: a curiosidade de saber onde estavam os “sumidos”.

*****

Sophia respirou fundo e recostou-se no banco da casa de veraneio do jardim. Poderia parecer uma covardia se esconder, mas ela nunca foi uma pessoa corajosa, de qualquer forma. Sophia queria apenas evitar novos problemas, novos traumas, seria pedir demais? Uma mulher arruinada não poderia ter paz nessa terra?

— Que inferno esse que você veio se esconder, hein! — Sophia gritou assustada ao escutar essa exclamação, tanto que recuou no assento. Porém esse susto logo tornou-se perplexidade... Robert!? — Não tinha nada mais perto da casa, não!?

Sim, era Robert, não uma ilusão da cabeça dela. E, para o horror dela, o ofegante e suado duque ainda sentou ao lado dela. O suficiente! Sophia arregalou os olhos e afastou-se de Robert.

— Mas o que você está fazendo aqui, Kendal!? — O grito dela foi tão estridente, que Robert fechou os olhos, mas importância alguma Sophia dava a isso no momento. — Como encontrou...!?

— Eu brincava com meus irmãos nesses jardins não faz muito tempo — ele respondeu com calma, pegando a mão dela em seguida. Sophia negou furiosamente, tentou afastar-se, em vão. — Temos que conversar, Sophia; uma solução deve ser encontrada para essa situação lastimável que nos encontramos.

Uma solução? Conversar!? Novamente a princesa negou, porém dessa vez levantando e correndo para fora da casa de veraneio. A última coisa que Sophia queria no momento era conversar!

— Não tenho nada para falar com você, Robert... NADA! — Sophia começou a recuar no caminho de cascalho do jardim, porém Robert levantou e começou a segui-la. — Devemos esquecer... isso que tivemos, deixar para trás e fingir que nunca houve nada.

— Esquecer!? A última coisa que desejo na vida é esquecer que...

— Não ouse! — Sophia ordenou, voltando-se na direção dele. Robert parou, embora com uma desafiadora expressão. Pois bem, ela buscou acalmar-se e explicou: — Aquilo que tivemos e fizemos nunca deve ser dito em voz alta, eu proíbo!

Era a honra e dignidade dela que estava em jogo, e a vida dele também, em contrapartida. Sophia esperava que isso fosse o suficiente, apesar de Robert continuar com a mesma expressão desafiadora no rosto. Novamente respirando fundo, a terceira vez em poucos minutos, Sophia deu as costas e afastou-se.

— Nós fudemos, Sophia! — A princesa arregalou os olhos e fitou o príncipe, que assentiu ao aproximar-se. — É isso mesmo, você pode usar outros termos, dizer que transamos, fizemos sexo... amor, mas tudo é a mesma coisa: uma transa.

— Por que você não cresce, Robert!? — Sophia exclamou... a única coisa que conseguiu pensar. Mas Robert riu.

— É por isso que estou aqui, Sophia, porque quero agir como homem. — O tom dele era tão calmo, tão decidido. Mas Sophia negou ainda mais, fazendo Robert rir com escárnio. — Vejo, porém, que a criança não está sendo eu.

— Se você deseja tanto assim "agir como homem", faça o que estou mandando e ESQUEÇA NOSSO CASO! — Sophia quase pulou no pescoço dele, tanto que Robert recuou. Foi o suficiente para trazê-la à calma. — Vamos acabar com isso antes que o pior aconteça e... Eu disse que não haveria sexo, Robert!

— E o que você chama aquilo que fizemos muitas e muitas vezes!? — Robert desafiou, mas Sophia não respondeu, apenas deu as costas e voltou a se afastar. Até que ele exclamou: — Porque, para mim, cunilíngua e boquete também são formas de sexo!

— Mas não engravidam! — Sophia respondeu, parando onde estava e fechando dolorosamente os olhos.

Nenhuma palavra a mais foi dita entre Sophia e Robert, tanto que o único som escutado pelos dois era o das folhas sendo levadas pelo vento. Até que Sophia começou a escutar passos e logo a mão de Robert estava no ombro dela. A princesa mordeu os lábios, tentando ao máximo não chorar.

Essa discussão já estava causando sentimentos demais, lembranças que nunca deveriam retornar. Em dado momento Sophia até tentou levar uma mão à barriga, mas a mesma foi pega por Robert.

— Eu... Sequer passou pela minha cabeça...

— Claro que não passou, Robert, e na minha também não, sabe por quê? — Ele negou, mesmo que Sophia não estivesse olhando. — Porque foi um aviso, um aviso que a qualquer deslize... Eu estarei arruinada!

Já era o bastante! Sophia soltou-se de Robert e, abraçando o próprio corpo, continuou pelo caminho de cascalho, mesmo que todos os passos dela fossem extremamente automáticos. Mas como não seriam!? A princesa apertou os ombros com força ao lembrar... Robert, porém, continuava atrás dela, em silêncio.

*****

Poucos foram os que sobraram na recepção da rainha, que agora conduzia o conde d'Artois e o duque de Berry, seu filho, para fora. Havia, porém, um pequeno detalhe: a rainha praticamente arrastava pelo braço uma estóica Cathrine. Dava até pena essa visão.

— Tome cuidado com mamãe, Bristol, acho que ela está atrás de sua esposa como aprendiz — tanto que o duque de Sussex avisou Richard, mesmo que beirando a ironia. — Vocês não precisam de uma rainha Charlotte, basta a nossa.

— Acredito ser impossível Cathrine e eu sermos como o rei e a rainha, Sussex. — Richard sorriu confiante... e suspirou, fazendo os duques sorrirem satisfeitos. — Para isso precisaríamos de mais 14 crianças.

— Vocês mal conseguem manter um vivo, o que dirá então 15! — Kent zombou, e de uma forma que irritou o marquês. — Não tome como uma ofensa, Bristol. De todos nós, apenas William conseguiu a proeza de procriar extensivamente.

— Mesmo que bastardinhos inúteis. — Agora foi Sussex quem ganhou um olhar duro, de Clarence, no caso.

O terceiro príncipe mais velho estava prestes a responder, certamente que defender a amante e os oito bastardinhos, mas o rei aproximou-se junto de York e Cambridge. O teor da conversa agora mudaria, o que aliviava bastante Richard, porém vindo do rei...

— Creio que meus filhos estejam sumindo, isso é preocupante? — Nenhum dos príncipes teve coragem de responder o soberano, que negou tristemente. — Amélia não desceu até agora, Sophia desapareceu da terra e Ernest... Preocupo-me com o fato dele estar sem supervisão.

— O senhor se preocupa com todos nós sem supervisão, papai — Kent comentou crítico e negou em seguida. — Não acho que Ernest mataria alguém... Não sem armas.

Edward riu nessa última parte, o que não foi o suficiente para dissipar a preocupação do rei. Se filhos causavam tantas ansiedades, por que ter muitos? Richard negou consigo mesmo, trazendo assim a atenção de York.

— Quais os seus planos de contingência, Bristol? — O marquês instantaneamente franziu o cenho para o duque, que explicou: — O que você fará caso os franceses invadam?

— Sempre desejei conhecer meu povo, sabia? — Em outras palavras, os Tudor-Habsburg fugiriam do Reino Unido.

— Parece-me covardia — o duque de Kent respondeu... Richard franziu o cenho, acusatório? O duque deu os ombros. — Bem, Elizabeth I não fugiu ao saber que a Invencível Armada estava...

— A rainha Elizabeth estava lidando com um igual, Kent, já nós com um revolucionário louco — Richard prontamente defendeu-se. Ele não teria vergonha alguma de fugir, seria prudente, afinal... — Vivo valho mais que morto.

Agora o tom acusatório veio de Richard, fazendo Kent franzir o cenho em ofensa. Porém, novamente, o rei decidiu intervir em qualquer mal-estar:

— Não devemos criticar Bristol, meus filhos, afinal Adolphus estava em Hannover justamente como garantia. Embora tenhamos perdido Hannover. — O soberano negou e encarou fixamente o marquês. — Já pensou nessa possibilidade, Bristol?

— Considero Niedersieg insignificante demais para interessar Bonaparte — ele respondeu sem qualquer dúvida. Afinal Niedersieg não era grande, nem poderoso ou uma referência nas artes. Richard sorriu e negou. — Existem peixes mais grandiosos nesse grande mar europeu.

— De fato, mas as receitas do seu principado superam em muito as do meu cunhado e de muitos dos saxe. — Isso era verdade, mas... Richard não soube responder o rei, que acrescentou: — Nenhum de nós está seguro, Bristol. Eu pensava isso de Hannover, e agora sou um eleitor deposto.

— Embora já estejamos trabalhando nesse contratempo, papai — o duque de Cambridge rapidamente assegurou, mesmo que o rei não tenha dado atenção. — Viu a Legião do Rei?

— Espero, então, que você não tarde em resolver sua falha! — O rei sequer respondeu o filho caçula, apenas começou a massagear a cabeça. — Recuso-me a aceitar a ocupação de Hannover e continuo a usar meu título eleitoral, mas os alemães não aceitarão isso para sempre!

Dito isso, o rei deu as costas e saiu de perto, deixando Cambridge para trás e logo ordenando que York fizesse o mesmo. Claramente a cabeça do rei não estava muito boa, Deus quisesse que fosse apenas o estresse, esse espetáculo todo ainda não havia acabado.

Mas o que o rei disse era realmente curioso: os filhos dele pareciam estar sumindo, e quem também estava sumido era Robert. O alarme de antes continuava a tocar na cabeça dele, estava ficando mais forte. Era melhor Kendal estar se comportando, ou Richard mataria ele.

*****

Eram lembranças tão ruins que angustiavam o coração dela de uma forma horrível! As consequências dos pecados dela... Porém, Sophia fechou os olhos e passou a mão no peito, as lembranças de Tudor House também retornavam. Os toques, os beijos, os corpos deles juntos, o suor misturado... Tudo era como uma bebida embriagante! Sophia estava embriagada!

O silêncio entre eles durou um tempo indeterminado, mas significativo, pois quando deu-se por si Sophia já estava no canal artificial de Buckingham House. Robert aproximou-se lentamente dela e logo os dois observavam o canal no mais profundo silêncio. Até que...

— Eu fui muito idiota nessa situação, eu deveria... — Robert falou num sussurro infeliz.

— Ambos fomos idiotas, Robert — Sophia respondeu, fitando estóica a água do canal, e acrescentou irônica: —, e imprudentes também.

Extremamente imprudentes. Sophia quase caiu no mesmo erro pela segunda vez. O olhar da princesa permaneceu na água, porém o de Robert focou nela, nos olhos dela.

— Fui eu quem tomou aquela liberdade, mesmo não estando na minha posição. — Agora eles discutiriam para descobrir o culpado? Sophia negou, mas Robert acrescentou aflito: — A culpa de quaisquer consequências estaria comigo.

— Mas eu consenti, em momento algum protestei — Ele nada disse para contradizê-lá, Sophia sabia que estava com a razão, e Robert também. — Já passou, Robert, confie em mim quando digo para esquecer essa situação.

— Pois então me dê o seu perdão! — Perdão? Sophia, franzindo o cenho, fitou Robert, cuja expressão era extremamente aflita. O príncipe tomou a mão dela. — Não posso viver com essa dúvida na minha consciência! Sinto-me um violentador, o pior dos homens, dê-me o seu perdão. Me dê o mais valioso presente que você poderia dar!

Robert estava tão suplicante, tão frágil... Não era apenas ela que estava sofrendo com tudo isso, embora os motivos fossem diferentes. Mas uma resposta deveria ser dada. Sophia então pegou segurou a mão de Robert com ambas as mãos e beijou a bochecha dele.

— É o suficiente? — O príncipe ficou sem reação, embora tenha levado a mão livre a bochecha. Sophia sorriu docemente e negou. — Você não fez nada vil ou criminoso, Robert, não em relação a mim. Minha raiva já não é mais direcionada a você.

— E a quem seria agora? — o príncipe perguntou, fazendo Sophia virar o rosto. Isso não poderia ser respondido, nunca. Robert sorriu e aproximou-se dela. — Está no seu direito. Isso significa que voltamos a ser como antes?

— Significa que agora podemos voltar a conversar — Sophia respondeu, soltando e se afastando de Robert, que fez uma desgostosa careta. — Cheguei a conclusão que não podemos "ser como antes". Sempre haverá em nossa relação a sombra do desastre, o medo do deslize.

— Uma gravidez. — A princesa assentiu, fazendo Robert morder os olhos e voltar-se ao canal.

— Você não precisa de bastardinhos, Robert, e eu desejo manter o que me resta de honra.

Novamente o silêncio instaurou-se, sendo que agora o único som escutado era o da água correndo. Mas e a casa? Sophia não fazia a mínima ideia de quanto tempo já estava nos jardins, estava com Robert, havia uma grande possibilidade da recepção da rainha já ter acabado.

Sophia realmente estava presa nesses pensamentos, até que subitamente ela sentiu os braços de Robert ao redor dela... num forte abraço. Não houve forças para se afastar.

— Sabe, por um momento, um que me repreendo muito, eu realmente imaginei um filho nosso — Robert comentou rindo, fazendo Sophia encará-lo com os olhos arregalados. — Um menino, todo homem deseja um menino, que é a junção do melhor de nós dois.

— Acho que você está imaginando demais.

— Um menininho gordinho e forte, como vocês Hannover, correndo pelos jardins de Hampton Court, enquanto... — Ele sorriu e tomou os lábios dela num rápido beijo. — Nós dois aproveitamos.

— Parece uma visão linda, mas impossível. — Sophia desvencilhou-se dos braços de Robert e afastou-se… rindo. — Não existe possibilidade alguma disso realmente acontecer.

O rei mataria Robert assim que soubesse, era provável até que a Torre de Londres voltasse a fazer decapitações. Mas... Sophia riu ao imaginar uma vida com Robert, mesmo sendo impossível...

— Será mesmo? — Robert desafiou, fazendo Sophia franzir o cenho. Porém logo tornou-se um arregalar de olho, pois Robert... ajoelhou-se e pegou uma mão dela. — Case comigo, Sophia.

O mundo de Sophia parou com essas duas palavras. E parou de uma forma terrível! Casar com... Robert? Sophia negou e negou veemente.

— Mas... Você perdeu a razão, Robert!? — a princesa exclamou, soltando-se do príncipe e se afastando. — Não existe possibilidade alguma...!

— Por que não!? Sou mais digno que qualquer outro príncipe no continente! — ele respondeu, levantando e vindo na direção dela. Sophia nada conseguiu dizer ou fazer. — Aceite meu pedido, Sophia. Vamos casar e... deixar todo esse desprazer para trás.

Robert tomou novamente as mãos dela e a encarou fixamente, sorrindo tão brilhantemente quanto o sol. Casar? Parecia uma solução tão simples e perfeita. A cabeça de Sophia não parava.

— Mas logo terei 26 anos, enquanto você... agora que fez 20... — ela balbuciou, com milhões de pensamentos na cabeça. — Casar com você...

Não aguentando mais, Sophia agarrou a cabeça de Robert e o beijou profundamente, algo que ele prontamente retribuiu. Não havia limites ou consequências, apenas Robert, Sophia e o desejo que eles tinham um pelo outro.

Estavam tão imersos nesse momento, na própria alegria, que nenhum dos dois lembrou que o mundo ainda os observava, que ainda estavam em Buckingham House. Porém o mundo logo tratou de lembrá-los, porque... o duque de Cumberland socou furiosamente o rosto de Robert, fazendo-o cair e quase levar Sophia junto.

— NÃO OUSE TOCAR NA MINHA IRMÃ, KENDAL! OU EU MATA VOCÊ! — O horror tomou conta de Sophia, porém, antes dela fazer qualquer coisa, Cumberland a agarrou pelo braço. — Mas o que é isso, Sophia!? Que pouca vergonha...!?

— Eu que pergunto, Ernest, mas o que é isso!? — a princesa exclamou, tentando soltar-se do irmão. — Você não pode atacar um príncipe...!

— Eu faço o que desejar, principalmente em relação às minhas irmãs! — Cumberland estava irredutível em suas ações, e começou a arrastar Sophia. — Tenho que falar para papai... dessa pouca vergonha!

Porém Robert, gemendo dolorosamente, começou a levantar, sendo o suficiente para Ernest soltá-la. O duque de Kendal levou uma mão ao nariz e arregalou os olhos ao ver sangue... muito sangue.

— Meu nariz está... Cumberland, seu desgraçado! — Tomado pela raiva, Robert derrubou Ernest no chão e começou a socá-lo.

Logo os dois duques estavam brigando furiosamente, tanto que em dado momento foram parar no canal de Buckingham House. Foi o bastante para Sophia, que saiu de perto e foi atrás de ajuda.

— Papai! Papai...! — Lembrando, porém, que chamar o rei não seria a melhor opção, Sophia mudou os gritos. — MAMÃE! MAMÃE, AJUDE-ME, POR FAVOR!


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Notas finais do capítulo

* Que capítulo emocionante, não? O final, principalmente, é algo instigante. Foi um capítulo de muitas emoções, embora não necessariamente do nosso casal principal, mas as emoções deles não tardarão a chegar, tenha certeza disso. Quais as consequências desse capítulo? O próximo mostrará.

* Em relação a revisão dos voluntários no Hyde Park, devo dizer que não encontrei muitas informações sobre isso, o que é surpreendente visto que dizem que foi algo impressionante. Não encontrei pinturas, nem relatos ou artigos. Mas todas as informações dizem que as multidões assistindo foram imensas nos dois dias. Tudo que eu escrevi foi, no caso, baseado no que um escritor escreveu anos mais tarde no século XIX. Mas como não encontrei muitas informações, ninguém pode me julgar.

* Em relação a Fritz, a amante dele, Therese von Abel, realmente teve gêmeos em Saarburg, mas as crianças morreram algumas semanas depois. Naquele período poucos eram os gêmeos que sobreviviam. Digo logo isso porque não falarei muito dessas crianças, então aviso logo o destino dos gêmeos bastardos.

* "Era Uma Vez... Uma Ilusão" também está no Pinterest: https://pin.it/7EObCrAtB



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