TARTARÚ escrita por MARCELO BRETTON


Capítulo 14
Capítulo 14




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Sabia quando estavam a sua procura. Os rostos com uma expressão acinzentada e a aglomeração do seu povo, cabisbaixos, do lado de fora do bar, andando de um lado pro outro, trôpegos em busca de uma solução para algo que lhes escapava às mãos. Sua presença acendeu um interruptor naquelas cabeças, que ao acordarem da prostração, se puseram a caminhar como autômatos na sua direção. Terá sido algo com Juninho? Ou Donana? Porque todo o resto estava ali, ele contara duas vezes.

— Chefe, o senhor precisa ir lá dentro – Vaticinou, Sacino, numa agonia de saltitos que fazia as pupilas dele terem dificuldade para acompanhar o seu rosto.

A procissão se pôs em marcha para dentro do estabelecimento, e um estranho cheiro ocre pairava no ar, como um agouro adicional a cena que ele veria quando Nego Tito abriu a porta do novo quarto de Benevides. Um lençol lhe trespassava o pescoço, segurando-o a dois metros de altura desde uma viga do madeiramento do telhado. Seu corpo jazia com a língua para fora da boca e os olhos esbugalhados, como se aquilo fosse um acidente que o pegara desprevenido. Mas a certeza de que o advogado cometera o desatino veio com a frase escrita com as suas fezes na parede: “A SUA PARTE ERA A GRATIDÃO”.

 

Ao invés de se consternar com o passamento do doutor, esperava não precisar de outra assinatura do agora, defunto.

— Bira, chame Tuti pra ajudar a levar esse estrume daqui. Nego Tito, avise a Severino lá nas covas pra abrir um buraco. Sacino, ajude Safira e as meninas a limpar essa sujeira. Hoje não vamos abrir o bar.

 

Caminhou mais alguns metros e passou a chave na tranca. Abriu a porta justo quando o Romeu abre os olhos, gemendo de dor de cabeça.

— Se sente na cama que quero ter uma palavrinha com você. Agora!

Ao ouvir a voz do seu algoz alterada, o rapaz fez um esforço hercúleo para equilibrar as cem arrobas que a sua cabeça parecia pesar, além de controlar a bateção de tambor lá dentro.

— Meu Deus! Quanto tempo eu dormi?

— Tempo suficiente pra recuperar a consciência e ouvir com atenção o que tenho pra lhe dizer. A partir de hoje você é meu “convidado” aqui até que me ensine a fazer do suco daquelas florzinhas aquele talco mágico e bem caro. Depois disso, você vai sumir e esquecer que um dia esteve aqui em Robledo.

— E se eu me recusar? – Criou coragem pra perguntar, logo se arrependendo, quando viu os lábios do homem crisparem e suas mãos agarrarem o seu pescoço, levantando-o e obrigando-o a caminhar para o corredor, e entrar na porta seguinte.

— Você terminará desse jeitinho aí – Ameaçou, agarrando os cabelos do Romeu para que ele levantasse a cabeça na direção do corpo pendurado, que agora dava um rodopio em torno de si como um adorno macabro.

A ânsia de vômito logo foi contida, quando viu o revólver do homem passear pra fora do coldre e sentir o cano gelado na nuca.

— Se sujar os meus sapatos posso resolver a situação agora mesmo e mando aumentar o tamanho da cova pra onde esse aí vai.

— Se o senhor tiver tempo e o material, posso lhe ensinar agora tudo o que sei.

— Vou mandar buscar mais dessas flores. Vá tomar um banho, você tá fedendo.

 

Devolveu-o para o quarto, que tinha um banheiro dentro e passou a chave. Trancou-se no escritório e respirou aliviado por ver que a rolinha estava calma, e o olhava com placidez sentada sobre ovo, no ninho que ela mesma havia feito. A parede estava limpa. Reparando melhor no relógio, viu que o cuco estava pra fora da casinha e torto, virado para baixo, sem conseguir voltar para dentro. O pássaro verdadeiro era quase satisfação em ver o de madeira relegado aquelas tentativas de voltar à sua normalidade. Se a ave se sentiu ameaçada e tinha feito aquilo, era sinal de que ela passou a gostar dele. Ficou satisfeito e percebeu que ela já não se incomodava ao ver o seu narigão encostar na gaiola. Se remexeu um pouco sobre os galhos secos para aquecer o invólucro que daria vida ao seu filhote, e fechou os olhos miúdos. Não se sentiu ameaçada. Agora eram amigos. Mandaria recolher o carrilhão para o depósito, e caso a sinhazinha perguntasse pelo seu presente, contaria a verdade. Se o seu filho podia ter um macaco como bicho de estimação, porque ele não poderia cuidar daquela bichinha? Quando fazia um lembrete mental para nunca comer galinha na mesa do escritório, Tuti bateu na porta.

 

— Fiquei sabendo meu amigo. Quer que mande buscar um caixão?

— Não vamos gastar um centavo com aquilo lá. Mande enrolar no mesmo lençol que ele se enforcou, jogue na traseira da veraneio e diga a Bira pra levar pras covas. Severino já deve tá esperando. O que eu queria dele tá aqui – Disse sacudindo a procuração e recolocando na gaveta.

— E Carmelita não vai dar trabalho?

— Se aquela lá fosse homem, mandava enterrar junto. Mas é doida varrida, quem sabe num vai pra capital atrás dele? Ou volta pro hospício quando o bicho pegar de verdade pro lado dela.

— Não sei não. Aquela vizinha, a tal da Dona Mocinha, protege ela, não deixa faltar nada.

— Menos o juízo, que vai continuar faltando. E por falar nessa aí, temos que ficar com as antenas ligadas. Senti uma coisa ruim quando olhei nos olhos daquela mulher hoje. Uma coisa desafiadora, querendo me peitar quando lhe dei uma ordem. Ficou na dela por pouco. Se ela caísse na besteira de abrir a boca pra falar besteira, tinha que mandar desapropriar aquelas terras pelo bem da comunidade, afinal se eu tenho dinheiro no bolso ninguém passa perrengue aqui. É só dizer “sim senhor” que as coisas ficam bem.

— Ela não é a viúva do vendedor de esterco?

— Jeremias, esse mesmo. Que Juninho atropelou e que tivemos que costurar a cabeça no corpo pra enterrar com tudo no lugar. Até hoje acham que fui eu dirigindo bêbado.

— Bêbados ficamos todos na funerária pra dar conta desse serviço. Sacino fez cinco embaixadinhas com a cabeça do infeliz, enquanto você tentava enfiar a linha de sutura na agulha e eu vomitava dentro do caixão do defunto.

— Eu ainda tenho aquelas fotos que Bira tirou aqui em algum lugar – Disse, remexendo as gavetas e desistindo, quando lembrou o porquê do sócio estar ali, e recordando que tais fotos estavam no cofre em casa.

— Quero que você aprenda a fazer esse troço aqui – Disse, apontando para o pó em cima da mesa.

— Aquele negócio da papoula?

— O rapazinho vai dar com a língua nos dentes e ensinar a receita e queria que você aprendesse a fazer esse troço. Amanhã dou um destino pra ele e pego o que tiver disponível em Dona Mocinha pra fabricar. Quando o estoque for razoável saberemos que destino dar ao produto.

— Vai enterrar o moleque lá nas covas também?

— Só se ele fizer besteira.

 

Fumaram um charuto em silêncio, olhando aquele pó do diabo de aparência inocente, que podia ser quase confundido com talco infantil. Mas o que aquilo fazia no cérebro era o que nenéns derramavam nas fraldas.

 

Depois que levaram o corpo, Conde fez de tudo para que o ambiente voltasse a normalidade. Nego Tito trouxe o bode pra dentro e as meninas já tratavam a carne do animal para salgá-la. Juninho chegou animado com a aula do dia, mas sem repetir nenhum bordão televisivo. Logo foi amparado por Esmeralda que tutelou o rapaz para o quarto. A pedido do chefe, ele passaria a dormir no quarto dela até que a mãe voltasse, com recomendações de ensiná-lo todo o possível sobre a anatomia feminina em aulas práticas.

 

O bar não abriu, deixando órfãos uma meia dúzia de idosos com terços pendurados nos pescoços, que providenciavam um carteado improvisado do lado de fora, com a penumbra da noite a fazê-los acender suas lanternas de bolso para se certificar que não estavam sendo roubados pelos colegas de banco de igreja.

— As meninas estão indispostas hoje, vão pra casa e voltem amanhã.

— Oh! Mas que lástima – Lamentou o mais velho, estalando a língua sedento por um gole de conhaque. Mas talvez chegando mais cedo em casa pudessem angariar moral para chegar mais tarde e mais bêbados na noite seguinte.

 

Manobrou o Fusca, já que a veraneio foi usada para levar o advogado no seu último passeio de carro, e rumou para casa sozinho, dirigindo numa velocidade bem menor que a de costume durante o curto trajeto. A lua cheia iluminava as ruas sem calçamento na medida certa, escondendo a estética do abandono que o sol revelava sem pudor durante o dia. Era como um grande tapete escuro, para onde se varria o desleixo das autoridades inexistentes. Robledo era quase bela escondida no betume que as trevas da noite jogava sobre ela. Mais à frente divisou luzes que não condiziam com as da lua e desligou o farol. Algo ocorria nos fundos da sua casa. Não lembrava de ter deixado nada aceso antes de sair. Parou alguns metros antes e desceu para investigar, já com a mão na coronha do “remédio pra dormir”. Passou por trás da casa de Dona Veridiana e espremeu os olhos para ver se eles retratavam exatamente aquilo que estava vendo. Um círculo de velas acesas com as suas chamas dançando ao redor de uma moça que ajeitava uma galinha preta ao lado de um prato de barro com sangue, além de outros acepipes do gosto das entidades que ela invocava baixinho enquanto ele a cercava. Surpresa, levantou a cabeça no exato momento em que ele sacou a arma.

 

— Sêo Conde, eu..eu..eu..

— Não precisa perder tempo me explicando Tancinha, eu sei o que você tá fazendo. Não é a primeira vez, né?

— Minha mãe...ela que....foi ela..

— Eu já imaginava que ela não ia muito com a minha cara, mas se dar a esse trabalho todo comigo? Me meter uma bala no meio dos olhos faria mais efeito, menina – Comentou, mexendo a arma para que ela se levantasse e pegando a chave para entrar em casa pela porta do quintal. Antes, jogou terra nas velas e apagou-as sob os olhares de terror da moça que dividia o seu medo entre a arma do homem e as entidades malignas que não receberiam o seu presente e poderiam se vingar nela e na sua mãe.

 

Fez a moça caminhar até a sala, apenas com a luz natural da lua a lhes guiar. Teria que dar uma lição naquela rapariga, algo que funcionasse na sua cabecinha como uma tatuagem no branco dos olhos para nunca mais sair do seu campo de visão. Um pesadelo que ela pudesse ter tanto de dia quanto à noite. Bastasse olhar pra ele e a ignição do trauma pudesse ser acionada. Mas o que? Estuprá-la? Não, não. Não queria ter que penetrar uma terceira vagina. Já tinha duas e guardaria suas forças para dar conta das que tinha. A de Donana, a qual ainda se servia por sentimento de culpa, afinal a desgraceira que aquele tiro que deu no veterinário, causou mais estragos do que a morte do médico. Depois que bala lhe atravessou os miolos, atingiu de raspão a cabeça de Juninho que já se apresentava ao mundo e rasgou as partes íntimas da sua mulher e o seu intestino. O resultado foi um filho com retardo mental, e uma esposa dilacerada nos órgãos sexuais e com problemas para evacuar devido ao intestino alvejado pelo projétil.

 

Tancinha estava metida num vestido vermelho apertado e curto e tentava adivinhar o que se passava na cabeça do inimigo, quase confortada com a ideia de que teria a sua pureza arrancada dela pelo velho malvado. Não que ela fosse virgem, pois tinha certeza que uma vela negra surrupiada do armário de trabalhos da sua mãe já fizera esse serviço há dois anos atrás, quando não conseguia fazer passar um calor que mitigava suas forças e a fazia tomar banhos frios de madrugada. Alimentava a esperança de poder se entregar ao seu Romeu e irem embora pra capital vender flores, como a sua mãe tinha planejado. A única pedra no caminho, segundo ela, era Francisco Conde, o homem que segurava uma arma na sua direção e abria um cofre escondido atrás de um quadro. O que lhe chamou a atenção era o que ele sacudia nas mãos em sua direção dizendo coisas que a sua cabeça não associava a nada.

 

— Vi você nascer. Eu era amigo do seu pai até acontecer aquela tragédia – Disse fazendo-a sentar numa poltrona, enquanto ele fazia o mesmo no pequeno sofá do lado oposto.

— Causada por você – Respondeu, criando coragem para saber as coisas que lhe foram escondidas até então. O seu pai era o seu herói e apesar de tantos anos passados após a sua morte, ela nunca esqueceu o cheiro de sabão de coco que exalava da sua pele. O mesmo sabão que usava para lavar sua farta cabeleira negra até aqueles dias.

— Juninho tinha oito anos de idade quando pegou a chave do carro e saiu por aí dirigindo como um louco. O seu pai estava no meio do caminho. Quando alcancei o meu filho na saída da cidade, com os pneus furados e a lataria manchada de sangue eu soube que algo grave tinha ocorrido. O corpo do seu pai ainda estava debaixo do carro.

 

Ele saboreava cada palavra, olhando nos olhos de Tancinha, que deixava vir à tona todo o seu ódio por ele ou quem quer que tivesse o seu sangue.

— Mas tive que chamar os meus homens àquela hora da noite pra procurar a cabeça de Jeremias. Refizemos o trajeto várias vezes com as lanternas ligadas sem encontrar. Quando a gente já tínha desistido, fomos beber no bar e criar coragem pra dar a notícia a sua mãe. No caminho, eu vi uma jiboia terminando de abocanhar um troço redondo. Tive que tirar ele de dentro pra que sua mãe pudesse velar o seu pai num caixão aberto.

— Isso é mentira! A cabeça do meu pai estava no lugar!

— Porque eu e Tuti costuramos de volta. E como velhos amigos que sempre fomos, brincamos um pouco antes de fazer isso. Veja com os seus olhos – Disse, passando as fotos do corpo decapitado e a cabeça no colo de Sacino, que tomava um gole de cachaça direto da garrafa, enquanto mantinha o crânio preso sobre os joelhos. Em outra imagem, Conde esticava os cantos da boca do morto, forçando um sorriso, e repetia a careta junto com ele. Na última fotografia, um charuto estava pendurado na boca inchada de Jeremias, colocada em posição invertida sobre o pescoço – Essa aqui é porque ele fumava escondido da sua mãe – Afirmou, rindo com sarcasmo.

— Porque você tá fazendo isso comigo? – Perguntou a moça jogando os retratos no chão.

— Porque você tava fazendo aquilo lá fora comigo?

— Porque você é um homem mau.

— Você quer ver a cabeça de Romeu nesses retratos também? Posso providenciar isso ainda hoje – Retrucou, chamando a atenção de Tancinha, que entendeu que devia ser uma menina boazinha, caso ainda quisesse ter um futuro com o seu príncipe.

— Não, por favor – Balbuciou, vendo o homem catar os retratos do chão e guarda-los novamente.

— Ele tá bem, por enquanto. Você vai fazer tudo o que eu mandar e ninguém sai machucado.

— Você não vai querer o meu corpo?

— Vou querer uma parte dele. O seu cérebro. Funcionando do meu jeito. Vá limpar aquela bagunça lá fora e jogue onde quiser. Diga a sua mãe que você fez tudo como ela mandou. Amanhã vou passar por lá pra pegar umas flores e depois quero a plantação inteira. Vou pagar por isso. E da próxima vez que eu ver algum bozó na minha porta é melhor que vocês estejam bem longe de Robledo. Vou fazer Romeu lhe escrever um bilhete, mas a vida dele vai depender só de você.

— Farei qualquer coisa – Sua voz firme o fez acreditar que até a vida da mãe dela corria risco se ele a mandasse dar cabo da velha. Mas os planos eram outros, mas que também incluía essa coisa de matar.

 

Despachou a menina pelo quintal e a viu por trás da cortina se abaixando para catar as oferendas, deixando aparecer suas nádegas polpudas cobertas apenas por uma calçola pequena. Quando a viu sumir na esquina, ligou a vitrola e pôs um disco de valsa. Com as luzes apagadas começou a dançar pela sala de olhos fechados até ser abatido pelo cansaço. Deixou que o disco tocasse até o fim, enquanto deixava a água fria do chuveiro cair na base do pescoço. Enquanto se enxugava, olhou para o cinto ainda entrelaçado na calça pendurada num gancho. Deixaria para dar uma surra na moça caso ela lhe desobedecesse, o que duvidava, tal a sua paixão pelo tal Romeu. Não seria uma surra com um cinto qualquer, mas sim o cinto que ele mandara fazer com o couro da cobra que engolira a cabeça do seu pai. Aquilo sim era crueldade. Cada coisa no seu tempo.

 

Olhou para a cama antes de deitar apenas para ter certeza que não era um porco espinho a lhe encarar raivoso. Debaixo das cobertas, ouviu novamente o tilintar das gotas de chuva a bater no telhado. Fazia tempo que não caía tanta água do céu em tão pouco tempo na região. Adormeceu.

 

— Faz tempo que quero ter essa conversa com você, Francisco.

Ele olhava para ela com reverência, mas impaciente para saber qual seria a missão que ela o incumbiria. Era sempre assim. Sonhar com a sua mãe era fruto de uma vontade dela para que ele fosse o instrumento para alcançar algum objetivo.

— Não está certo. Me sinto incompleta, longe da perfeição. Ceder aos seus caprichos foi um erro e agora quero que você conserte as coisas. Não preciso mais das suas penitências, afinal você já está grandinho para te ver nu toda semana tomando banho na minha frente. Entendo que o trauma lhe afetou, mas está na hora de você superar. Eu mesma já superei, mas agora para iniciar essa nova fase preciso estar inteira.

— O que a senhora quer que eu faça, mãe?

— Quero que você leve o meu crânio para junto do resto do meu corpo.

— Mas eu não sei onde ele está!

— O seu pai sabe. Pergunte a ele.


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