Querido cometa escrita por MaryDuda2000


Capítulo 11
Bizarro


Notas iniciais do capítulo

Oii, pessoal! Tudo bem? Espero que sim.
Depois do término polêmico do último capítulo, cá estou eu.
A autora que vos fala anda bastante atarefada ultimamente, então pode ser que as atualizações da história demorem um pouco.
E agora vamos para o capítulo. Desejo a todos uma ótima leitura.



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Aquilo poderia ser definido em vários adjetivos.

Terrível. Horrível. Espantoso. Horroroso. Traumático. Ah, com certeza não seria uma cena fácil de Kiba esquecer.

— QUE PORRA É ESSA? – o Inuzuka berrou.

Hana se desvencilhou do homem, que por sua vez tentava recuperar o fôlego.

Gai parecia desnorteado. Assim que seus olhos bateram em Kiba, tremeu na base e tentou recuperar a postura, falhando em não demonstrar a vergonha de ter sido pego numa situação como aquela. Ou seria medo? Deboche?

— Kiba, meu rapaz! Noite quente, não é mesmo?! — o sensei tentou apaziguar a situação.

— Como vai?

— Eu vou quebrar a tua cara.

Kiba avançou e o jounin se esquivou, recompondo-se. Antes que Kiba pudesse tentar mais um soco, Gai segurou seu punho.

— Garoto, não pode sair atacando um joun... Ai! — gritou num salto, ao sentir Akamaru abocanhando seu traseiro numa generosa mordida.

Ao seu lado, Kiba não deixou a oportunidade escapar e segurou firme em Gai, dando-lhe outra mordida no braço.

— Parem com isso agora mesmo! — Hana interveio, puxando o irmão pela orelha e fazendo-o soltar do antebraço de Gai. — Os dois!

O olhar para Akamaru foi o bastante para que o cão se afastasse do homem, porém não sem deixar de rosnar em protesto.

Hana solta o irmão.

— Eu vou ser compreensível porque ela é sua irmã, mas... — Gai tentou ficar de pé normalmente de novo. — Droga! Isso dói.

— É para doer mesmo. — Kiba fala, sem ligar para outra repreensão. — O que pensava estar fazendo? Você beijou a minha irmã!

— Na verdade, foi ela quem me beijou. — Gai tentou esclarecer, assustando-se com o rosnar de Akamaru que estava em posição de ataque. — Vocês ouviram falar do cometa do amor né? Acho que isso acabou despertando seu lado romântico, sua força da juventude aflorou e...

— Deixa de ser ridículo! — Hana finalmente se pronunciou diante do circo que se formava. — Essa história de cometa não passa disso: uma história. Sem contar que você bem que gostou na hora do beijo.

O rosto de Gai corou e, ainda que abrisse a boca, parecia que nenhuma frase inteligível se formava em sua mente para que retrucasse.

— Kiba! — ela encarou o irmão. — Não faça isso novamente. Eu sou bem grandinha e mamãe não ia gostar nada de saber que você anda mordendo os senseis por aí.

— Você tem noção do que acabou de acontecer?

— Um beijo e daí?

O rapaz a encarou, horrorizado.

Quem era aquela e o que tinha feito com Hana Inuzuka? Ele simplesmente não conseguia acreditar no que via e ouvia.

— Mas... Tinha mesmo que ser com ele? — foi tudo que conseguiu dizer.

Hana apenas deu de ombros, deslizando os dedos ao redor dos lábios para arrumar o batom. Deu um soquinho no ombro do irmão, além de um sorriso ladino ao deixar ele e os outros para trás.

Antes que ela virasse a esquina, Kiba podia jurar ter visto a irmã piscando para Genma, porém preferiu fingir que nada tinha acontecido.

Aquilo tudo era informação demais para absorver.

Akamaru latiu.

Olhou rapidamente ao redor. Gai não estava mais lá. O jounin aproveitou a chance para escapar de mais um ataque canino.

— Que merda!



◇ ♤ ◇

 

 

Kiba estava sentado numa das mesas do Ichiraku, com cara de poucos amigos, sério, indicando que o temperamento estava prestes a explodir. Depois que a irmã os deixou para trás, ele foi levado pelos companheiros de time para o restaurante a fim de evitar que perdesse a linha e fosse atrás de Gai.

— Aquela luta foi a coisa mais ridícula que já vi. — Shino comentou, recebendo um olhar de cenho franzido do amigo. — E divertida também, devo admitir.

Ele não riu. Mantinha sua voz no mesmo tom de sempre. E isso fez com que o rapaz o analisasse por alguns instantes. Antes que pudesse controlar, uma risada atravessou a garganta de Kiba e veio ao mundo exterior, desmontando sua pose.

— Bem animal mesmo. — ele olhou para Akamaru, que estava sentado ao seu lado. — Você mandou super bem.

— Foi mesmo bem inesperado tudo aquilo. — Hinata se pronunciou, não apenas sobre o ataque de fúria de Kiba, mas a situação num todo.

— E eu achando que o aquele jutsu sexy da Hana que Naruto fez outro dia era a coisa mais assustadora que podia ver. Hoje a vida me mostrou que não. Argh! — fez uma careta.

— Não deve ser mesmo confortável ver a irmã num momento tão... Íntimo assim.

Hinata comentou, encarando as próprias mãos. Certamente ficaria desconcertada se estivesse no lugar de Hana, todavia ela sequer pareceu de abalar com o choque e os protestos do irmão.

— O que mais não faz sentido é: por que o Gai sensei? Ele é com certeza uma das últimas opções para cunhado que tinha passado pela minha cabeça.

— Nem tudo é como planejamos, Kiba. — Shino retomou a palavra. — Preferia quem? Kakashi sensei?

— É. Seria melhor. — respondeu sem pestanejar. — Pelo menos eu teria a chance de ver o rosto dele de verdade. — suspirou. — Eu preferia era nunca ter visto uma cena dessas. Ela é minha irmã. Isso é tão estranho.

— Existem coisas que é melhor apenas aceitar.

Dentre todas as falas que Shino já tinha dito e que para Kiba soavam quase uma afronta, aquela era uma das piores.

— Acha que a Quinta Hokage sabe algo para apagar a memória? — Kiba perguntou diretamente para Hinata, ignorando Shino. — Eu realmente não queria ter pesadelos com isso.

— O que?

Jiraya abandonou seu disfarce atrás do cardápio e sentou-se no instante seguinte ao lado de Kiba.

— Não faça isso. — advertiu. — Ela não pode ajudar.

Kiba resistiu a vontade de revirar os olhos. Sua mente constatou o óbvio: o homem estava tão preocupado em fugir da hokage a ponto de sequer entender uma pergunta retórica.

— Escutei sua conversa e digamos que tenho uma teoria sobre isso. — Jiraya prosseguiu. — As mulheres da Vila estão enlouquecendo.

A última frase saiu quase um sussurro e pareceu demorar um pouco para que Kiba processasse a informação.

— O que?

— Pense comigo, rapaz. Primeiro, a Tsunade estava se preparando para fazer um discurso em homenagem aos que se foram, com uma bela flor de lótus e todo seu significado, diante de todos no festival. De repente, ela se declara e tenta me beijar. Eu a conheço há tempo demais para saber que ela não agiria daquela maneira nunca. Estava ensandecida. Depois, sua irmã aparece beijando o Gai, que concordo não ser um dos melhores pretendentes. Aliás, sua irmã é bonita?

A pergunta foi o bastante para que Kiba ignorasse todo resto que o Ero Sannin disse e fechar a expressão. Estava prestes a rebater quando o homem continuou, tentando disfarçar a gafe que cometeu.

— Brincadeira! Sem mordidas, ok? — falou mais para Akamaru antes de retornar para Kiba. — De toda forma, a minha teoria é que tem algo a ver com a passagem do cometa. Talvez essa história de romance não seja de todo mentira. Quais as chances de todos resolveram se declarar no mesmo dia?

Novamente, o silêncio se fez.

O olhar de Kiba deslizou de Jiraya para Akamaru, Hinata e Shino enquanto parecia processar toda teoria que o homem despejou. Enfim, falou:

— Isso... Faz sentido. Na verdade, acho que faz todo sentido.

— Como? — Shino questionou, não entendendo como o companheiro poderia estar acreditando naquela história.

— Não consigo imaginar Hana beijando Gai sensei por vontade própria ou em público. Talvez um genjutsu?

Shino balançou de maneira sutil a cabeça em negativa. Hinata, por outro lado, não se manifestou. Também parecia sem saber o que pensar de toda situação. Tanta coisa acontecendo ao mesmo tempo...

— Seja o que for, melhor sairmos daqui. — o rapaz ditou, arrumando os óculos escuros. — Ainda temos que procurar algo importante no festival.



◇ ♤ ◇

Dessa vez, de volta as ruas, Kiba fez questão de optar seguir em meio às pessoas. Não estava nem um pouco disposto a tentar um caminho alternativo e acabar esbarrando em outro casal bizarro como a mãe e Ebisu num cortejo. A mera ideia fez seu corpo arrepiar. Por que raios tinha cogitado aquilo? Um péssimo exemplo. Nem devia passar por sua mente algo do tipo.

O pior de tudo é que não fazia mais a menor ideia do que estava fazendo ali. Tinha planejado uma noite tranquila, curtindo o festival e as atrações do parque, mas tudo tinha fugido demais do controle.

— Acho melhor procurar por Hanabi. — a voz da Hyuga se manifestou.

Novamente se sentiu uma irmã ruim. Tinha entrado numa tenda misteriosa, fugiu, entrou num carrossel de confusão e sequer fazia ideia de onde estava a irmã caçula. Se por ventura o tal EL tinha aparecido para ela, qual garantia tinha de que não iria atrás de Hanabi? Não que a irmã não soubesse se cuidar, mas não valia a pena arriscar. EL era tão misterioso quanto ardiloso.

— Preciso saber se ela está bem.

— Sabe onde ela está? — Shino perguntou.

— Não exatamente. Ela saiu com os colegas de time assim que chegamos. — Hinata explicou.

— Então vamos para o parque. Ela deve estar por lá, não é?! E foi a única parte que ainda não fomos. — Kiba constatou.

Apesar de algumas barracas espalhadas em pontos estratégicos da rua, a maioria de comida, as atrações do parque que chegou a Konoha estavam num espaço mais reservado, concedido pela hokage justamente para que se estabelecessem de forma confortável sem atrapalhar o fluxo ou até mesmo os comerciantes locais, como Ichiraku.

Hinata tinha passado por lá mais cedo quando assistiu a um pequeno show com Neji, Tenten e Rock Lee, porém não tinha reparado tanto nas demais barracas que estavam por ali. Não seria de se admirar que Hanabi estivesse por ali. Era a chance perfeita de abandonar o peso de ser a próxima líder do clã Hyuga e se divertir como uma criança normal e Hinata tinha consciência de como a irmã precisava disso.

O primeiro rosto conhecido a visualizar foi Ino com braço entrelaçado ao de Sai. Hinata não saberia dizer quem estaria guiando quem ali, todavia o sorriso bobo que a loira estampava garantia que seu plano para a passagem do cometa estava aparentemente dando bastante certo.

Taiyaki? Dorayaki? Dango?

A voz tirou Hinata de seus pensamentos.

A frente deles, reconheceu a figura simpática da senhora com a qual esbarrou horas antes do festival. Ela vestia a mesma roupa de mais cedo, porém trazia nas mãos uma grande bandeja repleta de doces para todos os gostos.

— Veja se não é a menina gentil de mais cedo. — a mulher sorriu e estendeu a bandeja para ela. — Pegue um. Garanto que vai gostar.

— Não precisa. Obrigada!

— Ora, não seja tímida. — a mulher insistiu e Hinata pegou um dango.

Kiba pegou um taiyaki sem fazer qualquer cerimônia enquanto Shino apenas dispensou com um aceno.

— Como vai, mocinha? Animada para o cometa?

Antes mesmo que Hinata pudesse responder, a mulher desviou o olhar entre Shino e Kiba, parando no Inuzuka.

— Esse que é o rapaz que está no seu coração?
No instante seguinte, uma tosse forte atingiu Kiba, um engasgo repentino a ponto de seu rosto assumir um tom avermelhado, não muito diferente do rubor que dominou a face de Hinata.

A senhora apenas riu, concentrando por fim o olhar em Shino.

— O senhor não perde por esperar.

Sem dizer mais nada, a senhora sumiu em meio a um pequeno grupo que passou a frente deles.

— Você está bem, Kiba? — Hinata perguntou, preocupada.

— Estou... — respondeu com a voz embargada. — Acho que me engasguei com o taiyaki.

— Eu acho que foram com palavras. — Shino provocou. — Engolir uma verdade pode ser difícil.

Kiba desviou o olhar e cogitou a retrucar, todavia a cena um pouco adiante pareceu o perfeito estopim do caos que se instalava naquele momento.

Uma onda de areia quebrou há poucos metros de distância, chamando atenção de qualquer um que tivesse disposto a notar — o que estranhamente não era tanta gente quanto deveria ser. Mais a frente, Gaara e Kankuro pareciam numa disputa diante de Shizune, a qual parecia apavorada com o cenário de batalha que estava prestes a se instalar ali.

Como se para saciar a curiosidade do time 8, a voz de Kankuro reverberou:

— Eu sou o mais velho. Prioridade, sabia?

— Não seja ridículo! — Gaara retrucou. — Ela falou comigo antes. Não consegue enxergar quando o clima está rolando?

— Eu nem sei do que vocês estão falando. — Shizune falou, assustada, abraçada a Tonton enquanto olhava ao redor. — Eu só vim aqui procurar a senhora Tsunade.

Antes que pudessem processar a cena, o grito de Rock Lee próximo demais arrancou um latido de Akamaru. Tinha pisado em seu rabo.

— Nossa! Me desculpa mesmo. — Lee se afastou com a voz chorosa. — Vocês viram a Sakura? Eu não a encontro em lugar nenhum. Como posso viver sem a dama do meu coração?

O drama fez com que Kiba revirasse os olhos. Aquela história de cometa do amor estava tirando todo mundo do normal.

— Talvez o mestre Jiraya não esteja tão errado assim. — comentou.

A loucura toda estava se espalhando da mesma maneira que o aroma de almíscar novamente se fazia presente.

Sentindo o aroma que circulava, Shino fez rapidamente o gesto que tinham aprendido ainda na academia para se libertar de genjustu.

— Nada. Isso não é um genjutsu. — constatou em voz alta o bastante para que os companheiros escutassem. — Ainda assim tem algo de muito errado acontecendo.

— Você acha? — Kiba implicou, debochado.

Mais uma olhada ao redor para notar outros casos bastante atípicos.

Tsunade assumira uma expressão que até então nunca tinha sido vista no rosto da Quinta Hokage e não saberiam traduzir até ela passar perguntando a qualquer um se tinham sinal de Jiraya. Trazia consigo um buquê de rosas. Detalhe importante o suficiente para começar a dar créditos ao espanto do Ero Sannin.

Shikamaru e Temari estavam de mãos dadas, encarando-se vermelhos como dois bobos apaixonados. Nem mesmo Kurenai e Asuma pareciam tentar mascarar o romance não tão secreto entre eles. Do jeito que estavam próximos, talvez acontecesse um pedido de casamento ainda naquela noite.

— Hinata! — Tenten apareceu ao seu lado. — É impressão minha ou essa coisa de cometa está fugindo do controle?

— O que aconteceu? — a Hyuga questionou.

Tenten deu um passo para trás, puxando a amiga e respondendo num sussurro próximo ao ouvido.

— Neji... Ele tentou me beijar.

— Como?

Ainda que suspeitasse mais cedo que Tenten estivesse interessada em passar mais tempo com seu primo, visto ter se produzido bastante para quem a princípio não acreditava em toda história de cometa do amor, a ideia do primo ter tentado algo era... Estranha. Neji não parecia o tipo de cara que faria algo assim, ao menos não em público. Não vinha qualquer palavra a mente que definisse o que se passava. Talvez aquela sensação fosse algo parecido ao que Kiba sentiu, mas também diferente. Uma enorme confusão.

— Se quisermos achar Hanabi, temos que fazer isso logo. As coisas estão fugindo do controle. — Shino falou, tocando no ombro da colega de time.

Hinata assentiu, tentando recobrar o foco.

— Tenten, me ajuda? Não sei onde está Hanabi e algo não está certo.

— Tudo bem. Eu te ajudo.

— Ótimo. Vamos nos dividir. — Shino disse. — Vocês procuram ao norte e oeste. Eu e Kiba vamos para leste e...

Num instante, o rapaz dava orientações. No outro, seus lábios estavam ocupados, sendo pressionados pelos de uma total desconhecida.

Ele a pôs no chão e deu um passo para trás. Ela fez questão de quebrar a distância, dando outro em sua direção.

Seu cabelo era trançado e tinha tom castanho. Era quase da mesma altura de Hinata.

— Oi. Me chamo Rani e só queria dizer que eu te amo, Shino Aburame.

Por um momento, as vozes, risadas e quaisquer outros sons pareceram ínfimos em relação ao clima que se instalou. Até mesmo Akamaru parecia descrente em relação a cena que acabara de presenciar, boquiaberto, se é possível dizer que um ninken possa ficar.

— Cara, que bizarro! — a voz de Choji foi a primeira a cortar o ar, seguida do som de mastigação das batatinhas que estava a comer.


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Notas finais do capítulo

O que acharam?
O último capítulo já finalizou de maneira surpreendente e o cometa está implantando algo mais do que o amor prometido: caos. E eu estou amando, admito kkkk Seria mesmo isso influência do cometa ou outra coisa? Fiquem a vontade para compartilhar teorias. Amarei ler e comentar cada uma delas.
Obs: Rani é uma personagem original minha. Imagem ilustrativa. Não faço ideia se é personagem de algum outro anime. Só peguei a imagem emprestada no tio Google.
Até a próxima!



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