Justiça: O Pergaminho de Sakuya escrita por Wondernautas


Capítulo 5
5 - Você é o meu sonho




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Arco 1 - Vale da Lua de Prata



Vale da Lua de Prata do Universo Primordial…



A criatura parece andar um pouco curvada como se existisse um grande peso em seus ombros. Os cabelos escorridos sobre o rosto dificultam a possibilidade de enxergar seus olhos, nariz e boca. No entanto, embora não existam interesses sexuais ou românticos entre os três Gennins, a Taka Onna demonstra querer se aproximar. É quando ela move a cabeça um pouco para cima, apenas o suficiente para que os três possam se deparar com um olho completamente branco e apavorante. E, em seguida, é possível ouvir um grito. O grito mais agudo, assombroso e aterrador que Sakuya Shihoin, Zaku Mikazuchi e Rupa Dores já ouviram na vida…

Zaku, o Gennin da Aldeia da Folha, é o primeiro a agir. Com um movimento rápido da mão direita, ele abre a bolsa de ferramentas em sua cintura, pegando uma shuriken. Em seguida, o jovem a atira contra a criatura e ativa cinco selos manuais.

— Técnica dos Clones das Sombras de Shuriken! – exclama o garoto.

Com isso, a shuriken atirada é usada como matriz para a criação de quase duas dezenas de projéteis clonados. Todas as shurikens giram em alta velocidade, avançando na direção da criatura. Apesar disso, a Taka Onna imediatamente faz o seu pescoço se alongar enquanto a sua cabeça avança na direção de Zaku. O corpo da criatura é atingido pelas lâminas de forma veloz, mas igualmente rápida é a aproximação do rosto do monstro, que agora abre sua boca de forma agressiva e mostra os seus dentes como presas de uma serpente.

— Estilo Água: Técnica do Projétil de Água! – declama Rupa Dores, ativando quatro selos manuais o mais rápido que pode.

Desse modo, a mais velha controla uma poça d’água acumulada em um ponto entre o corpo da criatura e a área na qual os três estão posicionados. Toda a água da poça se move contra a cabeça do ser na forma de uma corrente aquática aparentemente forte. A cabeça do ser, enfim, parece ser bloqueada com o impacto da técnica de Rupa, mas a língua do ser se mostra outra surpresa: afinal, a boca da Taka Onna se abre e dispara a própria língua como um chicote que avança ainda mais rápido. Os três são imediatamente surpreendidos quando, sem demora, a língua da Taka Onna captura Rupa, envolvendo o seu pescoço.

— Rupa! – exclama Sakuya, perplexa com o que está testemunhando.

A Gennin Apátrida, assim como a Shihoin e o Mikazuchi, arregala os seus olhos. Sentindo a sua respiração bloqueada pela força do que está ao redor do seu pescoço, Rupa vai tentando desesperadamente retirar a língua áspera, grossa e avermelhada dali com as suas mãos. Ela também sente que suas reservas de chakra estão se esvaindo em uma velocidade considerável. Ainda que não se manifeste, a mais velha compreende que seu chakra está sendo absorvido pela criatura através do “contato físico à distância”.

É quando, em um berro inesperado, Sakuya salta na direção da língua segurando uma kunai com as duas mãos. Ela realiza um movimento de cima para baixo conforme seu corpo volta para o solo pela ação da gravidade. Desse modo, ela é capaz de executar um rápido corte na estranha língua que se estendeu por cerca de quatro metros.

Enquanto Rupa cai sobre os próprios joelhos assustada com o que acabou de acontecer, o pedaço da língua que estava em seu pescoço cai ao seu lado direito se retorcendo de forma nauseante por alguns instantes. Zaku, por sua vez, atira uma kunai na testa da Taka Onna com a intenção de finalizá-la.

Aparentemente, os danos sofridos pelo Youkai são suficientes para fazer o seu corpo impregnado de shurikens cair de costas na grama. A sua cabeça com o pescoço esticado também cai, de maneira que sua língua fica exposta até o ponto em que Sakuya foi capaz de executar aquele corte. Porém…

— Não pode ser… – articula Zaku, percebendo que outras duas criaturas semelhantes surgem de outra direção, dentre as altas árvores do local. – Isso contraria a lógica!

Ainda com a mesma kunai em mãos, Sakuya se coloca em posição de batalha. Zaku faz o mesmo e, por fim, Rupa Dores também.

— Algo deve estar atraindo essas bichas feias! – declama a mais velha do trio, se colocando ao lado direito de Sakuya.

— Sim, mas o que!? Não tem nada por aqui além de nós… – argumenta o mascarado ao lado esquerdo da Gennin da Aldeia da Nuvem.

— Vocês falaram que as Taka Onnas são atraídas por energia sexual, correto? – pergunta Sakuya, pensando em uma certa possibilidade.

— Sim – os outros dois confirmam ao mesmo tempo.

— Mas esse é o único tipo de energia que as atrai?

Por alguns instantes, enquanto as duas novas Taka Onnas se aproximam lentamente, tanto Zaku quanto Rupa parecem refletir sobre a possibilidade. É quando a mais velha dos três se manifesta:

— De onde eu vim, as pessoas cultuam forças ocultas diferentes daquelas que a Aliança Shinobi considera… – em seguida, Rupa realiza aspas com as duas mãos para completar: – “Do bem”. Nós acreditamos sim em forças energéticas e na diferença de vibração entre cada tipo de energia. Talvez, alguma coisa por aqui esteja vibrando em uma frequência energética que atrai as Taka Onna.

— Foi isso que eu pensei… – diz Sakuya.

Assim como aconteceu anteriormente, após se aproximarem um pouco, as Taka Onna esticam os seus pescoços e de maneira simultânea. Suas cabeças avançam na direção dos jovens enquanto as criaturas abrem suas bocas como víboras prestes a dar seus botes.

“A culpa é sua, Sakuya Shihoin. Você é a fonte que os Youkais desejam”: essa frase ecoa na mente da garota como se fosse dita por vozes masculinas e femininas ao mesmo tempo. Enquanto ela arregala seus olhos, aparentemente dispersa, Zaku e Rupa fazem os seus movimentos. O Gennin da Aldeia da Folha mais uma vez atira uma shuriken e usa selos manuais para criar clones do projétil: as shurikens rapidamente atingem a cabeça e corpo de uma das duas Taka Onnas. Já a Gennin Apátrida ativa selos manuais para controlar o líquido em outra poça d’água próxima, criando uma corrente de água veloz que acerta a cabeça da segunda criatura.

“Você não é como as outras pessoas. Você é o arauto da destruição. Enquanto viver, todos ao seu redor sofrerão”: aquele estranho coro de vozes continua a falar com Sakuya em sua mente. Ela não entende o que está acontecendo, mas se lembra da primeira vez que viveu isso, pouquíssimo tempo atrás. Naquele dia, ainda tão recente, ela estava indo para a Academia Ninja da Nuvem quando começou a ouvir aqueles insultos. O que tudo isso poderia significar?

É quando a cabeça de outra Taka Onna surge de um arbusto entre duas árvores, avançando rapidamente contra o trio. Enquanto Sakuya está distraída e os outros dois observam os Youkais que acabaram de nocautear caindo ao chão, a cabeça inesperada se aproxima de modo veloz. Em instantes, Sakuya arregala os seus olhos porque sente a mordida das presas da quarta Taka Onna. Assim como ocorreu com Rupa momentos atrás, agora é a garota mais jovem quem sente suas energias sendo absorvidas pelo Youkai.

Zaku e Rupa percebem o que está ocorrendo e tentam ajudá-la, mas duas mãos são esticadas do mesmo lugar de onde o pescoço está vindo. Antes que possam fazer qualquer coisa, tanto o Gennin da Aldeia da Folha quanto a Gennin Apátrida são atacados por cada uma das mãos dessa outra Taka Onna. Primeiro, as unhas de uma mão realizam um rasgo na barriga de Zaku, estragando sua roupa e revelando um pouco de sua pele branca e muito do seu sangue vermelho. Quase ao mesmo tempo, a outra mão acerta o rosto de Rupa com um arranhão violento o suficiente para fazer seu sangue voar pelos ares.

Na sequência, cada um dos braços envolve a sua respectiva vítima, dos pés ao pescoço, como se fosse uma serpente constritora. Por fim, gemendo de dor pelo aperto que estão sofrendo, os dois menores de idade caem no gramado completamente à mercê dos braços esticados fisicamente poderosos.

— Essa Youkai parece ser mais forte do que as outras… – reflete Rupa, caída de costas ao chão enquanto observa o arbusto onde, aparentemente, está o tronco da Taka Onna. – Eu não queria ter que usar o meu trunfo de qualquer forma e sem entender a situação, mas agora… Eu sequer consigo mover meus braços, como poderei ativar selos de mão…?

— Não consigo… – articula Zaku, tendo tanta dificuldade para respirar quanto Rupa, mas se esforçando para tentar mover o braço direito e alcançar a sua bolsa de ferramentas. – Não dá, não consigo alcançar…

Sakuya, por outro lado, age como se estivesse em transe. Várias falas simultâneas estão se reproduzindo em sua cabeça, de forma incompreensível, e ela acaba por cair de bruços ao chão de olhos arregalados. A boca da Taka Onna continua presa ao seu pescoço mesmo após consumir uma quantidade razoável do chakra da garota. E o pior: enquanto sentem seus corpos sendo esmagados, Rupa e Zaku também percebem que suas reservas de chakra estão sendo absorvidas pelo ser nefasto que os capturou. E aparentemente não há mais nada que possam fazer…

— Sakuya… – diz uma voz masculina, em um tom tão baixo que é quase inaudível para ela. – Sakuya… – o som aumenta um pouco, mas ainda insuficiente para a garota se desvencilhar do efeito do estranho coro de vozes que persiste em sua cabeça. – Sakuya!

A jovem da pele marcada pelo vitiligo arregala os seus olhos. Quando se dá conta, a tormenta sonora desapareceu. O mais inusitado, no entanto, é que ela está em um grande espaço em branco. É como se estivesse em um infinito mar do vazio. Confusa, Sakuya chega a considerar que está morta, mas aquela mesma voz supostamente masculina a chama uma quarta vez:

— Sakuya!

Desta vez, a menina reconhece o timbre. Mais que depressa, se vira para trás, se deparando com um homem alto e musculoso, de olhos castanhos claros, pele negra e largo sorriso. Seus cabelos são de um verde chamativo e de um tipo misto entre o crespo e o liso. O sujeito veste somente uma longa calça azul e sandálias verdes. A figura está com o tronco exposto, enfeitado apenas com um pingente verde com três pequenas presas brancas de serpente no centro. Ele é Sakurai Shihoin, o seu falecido pai, posicionado a consideráveis metros de distância da menor de idade.

— Você cresceu, Saki. Fico muito feliz em te ver depois de tanto tempo… – afirma o sujeito, sorrindo largamente enquanto a mais nova se emociona.

— Pai, mas… – ela se manifesta, com seus olhos cheios de lágrimas. – Eu morri?

— Não, menina! Longe disso. Pelo menos por enquanto… – afirma o mais alto, dando de ombros. – Mas você não deveria estar nessa situação deplorável contra um simples Youkai.

— Ah, por favor, não venha me dar sermão. Não sou eu que saio andando por aí quase pelada até mesmo depois de morta! – reclama a jovem, irritada o suficiente a ponto de suas lágrimas secarem em instantes.

— Eu não tenho culpa se eu estava assim quando gravei os resíduos da minha vitalidade em você, sua remelenta abusada! – o mais alto contra-ataca, tão irritado quanto. – Além disso, eu não estou quase pelado!

— Para mim, está. Tenho certeza que em algum lugar do Multiverso existe uma versão disso aqui na qual as pessoas vão te criticar por essa cena parecer a de um cinquentão assediando uma criança – considera Sakuya, revirando os olhos enquanto move a própria cabeça em desaprovação. – Quanta falta de pudor, velhote!

— Oh, sua molequinha cretina, eu tinha apenas 44 anos quando morri, estava longe de ter 50! E se eu tivesse algo pra jogar nessa sua cabeça oca, atirava agora mesmo! Abusada! – apesar de sua irritação, ele fecha os olhos por alguns instantes, respira fundo e retoma a palavra com mais calma: – Enfim… Você está ainda pior, mas eu não estou aqui para te dar bons modos.

— Que bom, porque você nem os tem – diz a mais nova, movendo a mão direita diante do rosto como se estivesse mais interessada em verificar o estado de suas unhas.

— Cala a boca, pestinha, e me escute! – ele exige, cerrando os dentes e franzindo a testa por breves momentos. – Não temos muito tempo.

Redirecionando o olhar para ele, ela suspira. Apesar do diálogo conflituoso, essa sempre foi a maneira dos dois de demonstrar afeto: troca constante de farpas. Sorrindo sutilmente, Sakuya se sente feliz mesmo que não entenda onde está ou o que está ocorrendo. Afinal de contas, o seu pai faleceu anos atrás na guerra contra os Bestiamorfos. Desde então, ela se sente sozinha mesmo quando cercada de tantas pessoas no Casarão Shihoin.

— Como eu mencionei, isto é apenas um resíduo da minha essência vital. Eu deixei essa parte de mim com você antes de partir para a guerra anos atrás. Propositalmente, deixei essa essência dormente para que fosse desperta somente em um momento crucial. No momento certo… – ele começa a explicar, tomando para si uma expressão facial muito séria. – E agora é a hora.

— Você usou aquela técnica para isso…? – questiona a garota, tornando-se séria como quem a criou, mas incapaz de lembrar o nome exato da técnica que veio à sua mente.

— Sim. O Selo da Fragmentação Vital – o pai dela confirma, mantendo fixa a conexão visual entre eles. – Fiz isso porque eu sabia que você seria alvejada por ser quem é.

— Como assim? – a Gennin tenta entender o que o falecido Jonin quer dizer com “ser quem é”.

— Não conheço as circunstâncias de tudo o que te ocorreu até esse ponto, mas suponho que há pessoas atrás de você acreditando que é o ser Nexus. – diz o homem, percebendo a surpresa dela ao ouvir o termo que utilizou.

— Espera… Alguém acha que eu sou o ser Nexus!? Uma l – indaga, incrédula e rindo em seguida. – Que bobagem!

— Não é uma bobagem. Na verdade, é um raciocínio que faz sentido, embora esteja equivocado – garante o falecido. – O fato é que você não é o ser Nexus, é o ser Anti-Vida.

— Como é…? – a jovem arqueia a sobrancelha direita, ainda mais confusa por nunca ter ouvido falar do “ser Anti-Vida”.

— O ser Nexus é um ser humano que porta resíduos da energia criadora do universo. Acredita-se que cada mundo no Multiverso possui o seu próprio ser Nexus. Quando um morre, essa energia é transmitida automaticamente para alguém no mundo que está nascendo naquele exato momento – Sakurai Shihoin revela com paciência. – Eu morri sem saber quem era o ser Nexus em minha época, mas eu sempre soube que você era algo diferente. E que eu precisava esconder isso de todos, até mesmo da Aliança Shinobi.

— Por quê?

— Se eu contasse, você provavelmente seria morta – afirma, impactando sua ouvinte novamente.

— O que é a Anti-Vida então!? – ela busca entender.

— É a energia oposta ao ser Nexus. É a energia universal ligada ao caos e à destruição. E, filha, eu acredito que também é a origem dos Bestiamorfos.

Ouvir isso faz Sakuya imediatamente levar a mão direita para a própria boca, completamente perplexa. Seus olhos tremulam como se fosse impossível aceitar essa realidade. Se isso é verdade, isso significa que a sua própria vida está ligada à aparição dos Bestiamorfos. Percebendo sua reação, o pai da garota logo retoma a palavra antes que ela se perca em pensamentos nebulosos:

— Entenda que matar o ser Anti-Vida não parará os Bestiamorfos. Assim como o ser Nexus é uma herança passada adiante, a condição do Anti-Vida também é. Porém, na época da guerra, a Aliança Shinobi não pensaria assim.

Sakuya abaixa sua mão e permanece atenta ao que está escutando de um homem que já foi venerado como um dos maiores ninjas da Aldeia da Nuvem. E o sujeito prossegue com seu discurso:

— Mesmo que Kages como a Halibel Hoshigaki se esforçassem pelo contrário, a grande maioria optaria por sacrificar você em uma tentativa desesperada de deter aquelas bestas infernais. Você não é culpada, nem nunca será, mas as pessoas não entenderiam. Ainda há muito misticismo por trás das interpretações que fazem sobre o ser Nexus e o ser Anti-Vida. Bem… – pausa por alguns instantes, tentando reformular o que acabou de falar. – Ao menos, havia enquanto eu ainda estava vivo. Não sei o quanto o mundo mudou. O que sei é que aquela coisa, o Youkai, quer absorver a sua energia por se sentir atraída pela essência da Anti-Vida em você.

— Mas… – a garota tenta articular frases com sentido, mas sua cabeça ainda está atordoada com tanta informação. – Eu…

— Sei que é confuso, meu amor, mas você precisa manter o foco agora. Me escute… – diz Sakurai, conseguindo atrair o foco dela para si outra vez. – Você não pode desistir da sua vida. Eu confio que minha amada filha será a pessoa capaz de usar a força da Anti-Vida contra os Bestiamorfos. Talvez seja a única pessoa que pode encerrar a existência deles para sempre sem desequilibrar a balança da ordem e do caos. Se você morrer, essa essência poderá passar para alguém que possa crescer desejando usar essa força para o mal. Ou pior… Talvez o mundo sequer tenha tempo de vida até lá e a humanidade seja consumida pela fúria dos Bestiamorfos antes que qualquer novo ser Anti-Vida possa tentar fazer algo.

— Essa coisa… Em mim… – Sakuya, por sua vez, tenta falar de forma lógica olhando nos olhos de seu pai. – Ela não representa ameaça para as pessoas ao meu redor? As vozes que eu escuto, elas…

— Aquilo é a Anti-Vida tentando corromper você. Não escute. Nunca – aconselha em súplica. – Meu amor, eu sei que esse fardo é pesado e que ninguém deveria pedir que alguém tão jovem carregasse uma responsabilidade tão grande… Mas alguém precisa fazer isso, você entende? Há muito mais do que apenas a sua vida em jogo. Se você se esforçar, poderá conter a força destrutiva da Anti-Vida e usar isso para o bem. E eu acredito que existe alguém que a ajudará nesse trajeto.

— Quem? – questiona ela, ansiosa para saber.

É quando a mão direita de Sakurai começa a ficar transparente, anunciando que ele está prestes a desaparecer. Observando a própria mão, o pai de Sakuya compreende que não há mais tempo. Suspirando, o homem volta a encará-la, dizendo:

— Procure por Haruki Senju, da Aldeia da Folha. Até lá, não conte para mais ninguém o que te revelei. Mas saiba que, antes dele te ajudar, você é quem precisará ajudá-lo.

— Por quê!? Quem é ele, pai!? – pergunta, desesperada por respostas claras.

— Eu não tenho tempo para explicar. Antes de tudo, você precisa resolver o problema daqueles Youkais. Quando a minha essência desaparecer, suas reservas de chakra ganharão um acréscimo temporário. Use o chakra que receber para se livrar daquilo. Haruki Senju precisa que você sobreviva. O mundo precisa que você sobreviva – o herói de guerra alerta, fitando os olhos de sua amada filha. – Você é capaz de usar o que os atraiu para curvá-los à sua vontade. Seja esperta, você consegue.

— Pai, eu… – a voz da garota estremece, ciente de que eles não têm muito tempo.

— Nunca se esqueça do mais importante, Sakuya. Você é o meu legado, o meu orgulho. Você é muito mais do que o ser Anti-Vida, do que uma pessoa escolhida por essa força universal caótica – garante o homem, pouco a pouco se tornando translúcido enquanto derrama algumas lágrimas sinceras de amor por sua descendente. – Sakuya Shihoin, você é o meu sonho. E, onde quer que eu esteja, sempre amarei a minha pequena pestinha…

A garota grita pelo nome do seu pai e estende a mão direita, correndo para tentar alcançá-lo. Ela se esforça, ao máximo, para chegar antes que ele desapareça completamente. No entanto, tudo o que Sakuya pode fazer é observar o rosto emocionado e as lágrimas sinceras que dele caem, tornando-se nada. Quando Sakurai some por definitivo, a Gennin cai em prantos sobre as próprias pernas. Angustiada, mas ao mesmo tempo feliz por ter visto sua figura paterna após tantos anos, a Shihoin permanece algum tempo de rosto baixo. Seu choro é uma melodia quase silenciosa nessa infinitude vazia. Por pelo menos alguns segundos mais, antes que volte à realidade… Ela se permite ser nada mais do que uma jovem garota que precisa chorar.

 


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Notas finais do capítulo

NOTAS FINAIS:

— Saudações, deuses e mortais! Como vão? Espero que bem! Espere um momento… Você está acompanhando este universo, mas ainda não criou a ficha do seu personagem? Que pecado, amiguinho! Não perca mais tempo e se integre a este wonderverso! Agora é hora de voar!

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Sakurai Shihoin

Idade: 44 anos (Falecimento)

Aldeia: Nuvem, País do Relâmpago

Cargo: Jonin

Origem: Personagem original

Sakurai Shihoin foi, em seu período de vida, um grande nome entre os ninjas da Aldeia da Nuvem. Versado em Taijutsu, Ninjutsus do Estilo Relâmpago e em Fuuinjutsus, o sujeito era temido em campo de batalha, mas adorado por muitos colegas por seu temperamento extrovertido e brincalhão. Sua fama como galanteador era tão “renomada” quanto seu poder. Apesar de ter tido um relacionamento amoroso extraconjugal com uma importante figura da Aldeia da Folha, casou-se com uma mulher comum de seu vilarejo e teve com ela sua filha Sakuya Shihoin.



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Técnica dos Clones das Sombras de Shuriken

Rank: A

Classificação: Ninjutsu/Shurikenjutsu

Requerimento: Técnica de Clonagem

Selo: 5

Descrição:

O usuário cria cerca dezenas ou centenas de Clones das Sombras a partir de uma shuriken, derrubando o inimigo. Esta é uma técnica que combina armas ninja com Ninjutsu. Comparado a clones das sombras normais, os clones de objetos materiais são ditos estarem a um nível mais elevado. Não há a necessidade de preparação prévia, como estocar shuriken ou kunai, uma vez que clones das sombras são reais e não ilusões. Sendo assim, todas as lâminas criadas pelas sombras no ar giram igualmente letais. Pelo fato dos clones se formarem em apenas um instante, evadir desse ataque completamente chega próximo do impossível.



Modificação Física Suave

Rank: D

Classificação: Ninjutsu

Requerimento: Experiências de modificação corporal ou capacidade física natural

Descrição:

Originalmente desenvolvida para atividades de espionagem, esta técnica pode ser feita após uma cirurgia e modificação do corpo real. Para usá-la, o portador desloca suas articulações e controla o seu corpo amolecido com chakra. Isso permite se esticar e torcer qualquer parte de seu corpo em qualquer ângulo, alongando e até mesmo enrolando em torno de seu inimigo. Isto também pode ser utilizado para fazer o corpo do utilizador mais maleável e como de uma cobra. Algumas criaturas sobrenaturais possuem a variação original que inspirou a criação da “versão humana”. Portanto, esses seres naturalmente manifestam a capacidade de esticar e torcer partes do corpo.



Estilo Água: Técnica do Projétil de Água

Rank: C

Classificação: Ninjutsu

Requerimento: Afinidade em Estilo Água

Selos: 4

Descrição:

O usuário amassa chakra no estômago e expele uma grande quantidade de água da boca sob uma forma de corrente aquática forte até o objetivo pretendido. Pode ser utilizada aproveitando uma fonte de água próxima.



Sucção da Língua de Cobra

Rank: C

Classificação: Ninjutsu/Kyuinjutsu

Requerimento: Modificação Física Suave

Descrição:

O portador da Modificação Física Suave estica sua língua até o pescoço de seu alvo e o envolve para estrangulá-lo. Enquanto a vítima estiver imobilizada, seu chakra será constantemente drenado para repor as reservas do usuário.



Absorção Espectral de Chakra

Rank: C

Classificação: Ninjutsu/Kyuinjutsu

Requerimento: Conhecimentos sobre a técnica secreta

Descrição:

Técnica típica de algumas criaturas sobrenaturais. Através de um contato físico iniciado com essa intenção, o usuário é capaz de absorver o chakra do sistema circulatório do alvo em uma velocidade razoável. Grandes quantidades de chakra exigem um contato mais duradouro e absorver todo o chakra de um alvo exigirá longos minutos ou até horas de contato ininterrupto. Se não houver chakra moldado para ser extraído, ele pode forçar absorção ao sugar sua energia física e mental diretamente, até que seu alvo se esgote por completo. No entanto, a consequência mais perigosa dessa absorção é uma perda temporária de consciência. Usuários mais experientes conseguem absorver chakra sem realizar contato físico, desde que dentro de um raio de proximidade de poucos metros.



Ataque de Garras

Rank: C

Classificação: Taijutsu

Requerimento: Garras poderosas

Descrição:

Técnica simples de Taijutsu, geralmente utilizada por animais ou criaturas místicas selvagens possuidoras de garras poderosas. Consiste em causar danos perfurantes e cortantes através dos movimentos de garras. Com a potência e durabilidade adequada das garras, esta técnica pode destruir madeira e até mesmo avariar metal.



Selo da Fragmentação Vital

Rank: A

Classificação: Ninjutsu/Fuuinjutsu

Requerimento: Maestria em Fuuinjutsus

Selo: 8

Descrição:

Técnica avançada de Fuuinjutsu que apenas poucos usuários no mundo são capazes de dominar. Consiste em separar uma pequena parte da própria alma e criar um selo em um alvo orgânico para reservar essa parte. O selo é imperceptível tanto para a visão quanto para habilidades sensoriais porque é gravado diretamente na alma do alvo. Quando a vida do indivíduo que recebeu o selo corre grande perigo, a técnica é reativada automaticamente. Dessa maneira, por algum tempo, a essência vital que foi gravada ali é capaz de se comunicar com o indivíduo mesmo que o usuário já esteja morto. Após algum tempo, a consciência do usuário se dispersa como uma reserva de chakra adicional e nunca mais poderá se manifestar dessa maneira, exceto se o Selo da Fragmentação Vital for utilizado novamente. A principal funcionalidade da técnica é transmitir informações que não podem ser interpretadas e compreendidas corretamente por alguém em determinado momento.



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— Este universo compartilhado é parte de um projeto maior chamado Wondernautas. Trata-se de um podcast de informação e entretenimento focado em cultura pop, sociedade e diversidade. Recentemente, um episódio sobre nosso universo compartilhado de histórias foi lançado e você pode ouvi-lo caso ainda lhe restem dúvidas sobre essa loucura. Visite o trabalho do meu criador no Spotify ou no Instagram para conhecê-lo melhor. Acenos virtuais a todos e que a glória de Gaia esteja com vocês!



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