Rosana: A Dariganiana que conquistou Meridell escrita por Anne Claksa


Capítulo 11
Visita aos pais


Notas iniciais do capítulo

Olá!
Rosana foi embora do Reino de Darigan, jurando nunca mais voltar. Mas agora que tem um filho, Aaron, tudo mudou. Ela retorna ao reino para que seus pais possam conhecer o neto.
Boa leitura!!!



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Se passam três anos. A alegria reina em Meridell. O pequeno Aaron cresceu e é uma criança alegre, brincalhona e muito carinhosa. Com seus pais, se diverte por cada lugar de Meridell.

Álvaro não tem a menor vergonha de mostrar que é um pai babão e que também sempre levou jeito com crianças. Corria com Aaron pelos campos e se colocava de quatro, para que o filho montasse em cima dele. O que deixava Álvaro mais feliz era ouvir a risada do filho. Rosana ficava encantada com a cena. Para ela, além de ser o fruto do seu amor com o rei de Meridell, Aaron representava o auge da sua felicidade em Meridell. Se morar lá, era a realização de um sonho, encontrar um amor, se tornar rainha do reino que aprendeu a amar e ter um filho ali, é muito mais do que ela poderia desejar. Rosana agradece todos os dias pela vida que tem. Ela brinca com o filho, tem dias que Aaron faz charme, beiço para não tomar banho, mas Rosana consegue contornar a situação e consegue convencer o filho a se lavar. Há muito carinho entre mãe e filho, ou melhor, há muito carinho entre os três. O dia que Aaron disse a primeira palavra, Álvaro só faltou chorar de emoção. Depois vieram os primeiros passos, Rosana nunca andou tão rápido apenas para acompanhar o filho, precisava o proteger de uma queda e quando elas aconteciam, ela quase chorava junto com o filho. O rei Skarl tem verdadeiro carinho pelo menino, o deixava brincar com sua longa cauda azul, sempre tomando cuidado para que os espinhos não o machucassem e apertar a sua volumosa barriga. Quem conhece Skarl e vê essas cenas, fica sem acreditar.

Um dia, Rosana vestia o filho e conversava com ele:

— Meu pequeno, amanhã nós vamos dar um passeio. — Disse Rosana.

— Passeio? Onde a gente vai, mamãe? — Perguntou Aaron.

— Vamos ver os seus avós. Vovó Lígia e Vovô Reginald. — Rosana respondeu, enquanto passava uma escova nos cabelos pretos do filho.

— Eles moram em Bivale?

— Não, eles moram em um lugar bem longe e nós vamos lá amanhã.

— O papai também vai?

— Não, o papai vai ficar aqui trabalhando, mas ele já sabe que nós vamos fazer esse passeio.

Rosana jurou que nunca mais colocaria os pés no Reino de Darigan, mas não podia proibir os pais de conhecerem o neto, pensou em marcar um encontro com eles na central de Neopia, mas queria que o filho sentisse o ambiente aconchegante da casa dos avós.

No dia seguinte, Rosana foi com Aaron para a Central de Neopia, lá pegaram uma carroça e seguiram o seu caminho. Depois de um tempo, Rosana começou a se lembrar do caminho, das árvores, dos arbustos, dos cheiros e quando viu uma torre cinza claro com uma ponta vermelha, respirou fundo. Quando se aproximou do muro, Mariano a encarou e ela explicou:

— Vim ver meus pais, Mariano. Eu trouxe o meu filho para eles conhecerem. — Disse Rosana. — E antes que me pergunte se alguém está me seguindo, já te digo, ninguém me seguiu, aliás, nem meu marido sabe que estou aqui. Que absurdo, menti para o meu marido para proteger mesquinhos como vocês.

Mariano deu de ombros e deixou Rosana entrar. Ela percebeu que nada havia mudado no reino, no caminho para a casa dos seus pais, encontrou Olga e Indira, elas brincavam com quatro crianças. Olga olhou para atrás e se espantou.

— Rosana? — Perguntou Olga.

— Onde? — Perguntou Indira. Ela olhou e quando viu Rosana se aproximando, sorriu. — Rosana!

— Olá, minhas amigas. — Rosana deu um abraço em Olga e depois em Indira.

— Soube que se tornou rainha de Meridell. — Disse Olga.

— Sim, Meridell é um reino acolhedor, o povo é simpático. É um bom lugar para morar. — Rosana percebeu que a amiga havia feito uma cara de desdém e completou. — Não temos um reino rico, uma esfera mágica ou vivemos escondidos, mas somos felizes com o reino que temos.

Olga deu de ombros. Ela notou que havia um menino de cabelos escuros e tímido atrás de Rosana e perguntou:

— Quem é esse menino?

Rosana olhou para trás e viu o filho segurando a barra do seu vestido azul. Ela sorriu para ele e disse:

— Este é o meu filho, Aaron. Não precisa ter medo, meu pequeno. Venha dar oi para a amiga da mamãe.

Aaron saiu de trás da mãe e deu um pequeno aceno para Olga.

— Ele é uma graça, Rosana. Você encontrou o verdadeiro amor, minha amiga.

— Quem diria que um brownie cremado derrubado no vestido, pudesse resultar em um grande amor? — Ao se lembrar, Rosana soltou um riso descontraído. — Um dia contarei essa história para ele. Mas e você, como está?

— Estou muito feliz. Me casei com Otto Nander Salles. — Olga mostrou a aliança dourada no dedo anelar esquerdo.

— O Otto? — Perguntou Rosana, espantada.

— Sim, o Otto. Depois que você foi embora, nos aproximamos. Eu sempre gostei dele, mas sempre fui muito tímida e não tinha coragem para me declarar. E outra, ele era apaixonado por você. Mas quando você foi embora, começamos a conversar, nos beijamos, namoramos, noivamos, casamos e somos pais de gêmeos. — Olga pegou os filhos pelas mãos. — Esses são Saulo e Alexia.

Rosana ficou encantada com eles e disse que a amiga e Otto combinam perfeitamente. Os gêmeos tinham cabelo marrom escuro e olhos no mesmo tom, porém, Alexia tem cabelos lisos e longos, enquanto Saulo também tinha cabelo liso, porém, mais curto. Rosana nem precisou perguntar pra Indira com quem ela havia se casado, Válerio é o par perfeito para ela. Rosana também pensava que se não tivesse ido embora, escolheria Valério como o seu marido, os dois sempre foram muito amigos, seria um casamento legal e harmonioso. Mas aí, o jeito dariganiano de ser poderia atrapalhar e ela poderia ser infeliz, pois, não concordaria com certas opiniões sobre certos. Então, percebeu que fez a escolha certa e se sente feliz com a vida que tem.

— Eu e Valério nos apaixonamos, eu aceitei vir morar aqui. Foi a melhor decisão que já tomei. O reino é maravilhoso, há uma paz por aqui, todos são simpáticos e gentis. — Indira mostrou as duas crianças. — Estes são os meus filhos, Valentin e Vitorina.

— São lindos, Indira. A sua filha é uma graça com esses cabelos ondulados e o seu filho, quando crescer, será um belo rapaz.

— Grata pelos elogios aos meus filhos.

— Valério sempre foi diferente de nós, ele se casou com uma moça que não é dariganiana. — Observou Olga. — Indira chegou aqui assustada e tímida, mas aos poucos ela foi se acostumando com os nossos costumes e hoje somos todos amigos.

— Que bom! — Disse Rosana. — Mas o que me deixou intrigada é que, além de deixarem alguém de fora, vir morar no reino, o Valério te contou o que os dariganianos estão fazendo com os moltaranos?

— Sim, me contou. — Respondeu Indira. — Não concordei, mas não irei contar para ninguém, prometi que não me meteria em assuntos políticos. Irei respeitar o lugar onde moro e os dariganianos.

Rosana pensou em retrucar, mas preferiu se calar. Falou que era um prazer reencontrar as amigas, mas precisaria ir, pois, iria visitar os pais. Depois de se despedir das duas, Rosana andou até a casa de seus pais com Aaron, ao se aproximar da casa, ela se emocionou.

— Por que está cholando, mamãe? — Perguntou Aaron.

— Faz um bom tempo que não vejo a sua avó, sinto saudades dela. — Rosana pegou o filho no colo. — Agora vamos vê-la.

Rosana bateu na porta e esperou, do lado de fora escutou “estou indo, aguarde um instante” e riu se lembrando de quantas vezes escutou essa frase quando criança. A senhora abriu a porta e paralisou ao ver a filha.

— Oi, mamãe. — Disse Rosana, emocionada.

— Rosana? Filha? Minha filha. — Lígia estava em lágrimas e abraçou a filha. — Que saudades eu senti de você, Rosana.

— Também senti muitas saudades, mãe.

Lígia terminou o abraço.

— Deixe-me ver você, está mais bonita, radiante. — Lígia percebeu o menino no colo de Rosana. — Quem é esse menino tão bonito?

— O nome dele é Aaron, ele é o seu neto. — Responde Rosana.

— Meu neto? — Perguntou Lígia.

Rosana acenou com a cabeça que sim, então, Lígia estendeu os braços e pegou o neto no colo, não segurou as lágrimas quando o menino disse “oi, vovó”. Elas entraram na casa. Rosana jogou alguns brinquedos sobre o tapete de veludo e deixou Aaron brincando por lá.

— Então, mãe, como tudo tem corrido por aqui? — Quis saber Rosana.

— Está tudo bem, como sempre. — Respondeu Lígia, servindo uma xícara de café.

— Os dariganianos continuam a fazer aquela atrocidade com os moltaranos?

— Não, faz alguns anos que isso terminou.

— Não me diga que uma luz de bondade, pairou sobre Kevon e ele terminou com aquilo.

— Não exatamente. — Lígia tomou um pouco do café. — Moltara não fornecia mais minério, então, a solução que o rei Kevon encontrou para não ter problemas foi afundar Moltara.

— Moltara foi afundada? Os moltaranos estão vivendo embaixo da terra, depois de tudo que passaram? Tudo para que os dariganianos não sejam culpados por explorar e escravizar um povo inocente? — Rosana estava incrédula.

— Sim, resumiu bem, filha.

— Não preciso perguntar, todos os habitantes do Reino de Darigan, concordaram com isso, não foi?

— Sim, mas o que se podia fazer, Rosana? Não se podia correr o risco de um moltarano revelar tudo o que aconteceu. Imagina o estrago que seria para o nosso reino, se isso acontecesse?

— Kevon e o pai dele pensaram no estrago que essa exploração faria na vida dos moltaranos? E Kevon pensou no sofrimento desse povo, que agora vive embaixo da terra? A senhora não precisa me responder, as respostas são bem óbvias, claro que não.

— Rosana, vieste aqui me apresentar o Aaron ou veio discutir política? — Lígia se irritou.

— Tens razão, mãe. Me perdoe.

Reginald chegou em casa, ele estava falando sobre o trabalho, quando parou de falar de repente, viu Rosana. Ela se levantou da cadeira, foi até o pai e o abraçou. Reginald também sentia saudades da filha e ficou muito feliz em vê-la novamente em sua casa. Rosana aproveitou e apresentou Aaron para ele.

— Oi, menininho. Sabe quem sou eu? — Perguntou Reginald, não conseguindo conter o sorriso.

— Sei sim, é o vovô. — Respondeu Aaron.

— Que tal dar um abraço no vovô?

Aaron se levantou e abraçou o avô. Foi uma tarde agradável, Reginald estava feliz em ver que a filha estava feliz e ficou mais ainda quando soube o bem que Álvaro estava fazendo para ela. O sol já estava se pondo quando Rosana foi embora, ela se despediu dos pais e disse que um dia eles se veriam outra vez. No caminho para fora do reino, viu Kevon, notou que seu cabelo castanho escuro estava maior, do que da última vez que o viu. Ele brincava com uma menina de cabelos cacheados, com a mesma cor dos cabelos de Arissa, negros, que também eram a cor de seus olhos, a cor dos olhos de Kevon. A menina era bem parecida com Arissa. Rosana pôde escutar Kevon dizer.

— Minha princesinha, menina mais graciosa desse reino, minha filha Karissa.

Saiu dali antes que fosse notada. Subiu na carroça e foi embora do Reino de Darigan. No caminho de volta pensava, os dariganianos nunca vão mudar, continuaram soberbos e mesquinhos, nunca saberão o que é passar dificuldade ou ser felizes com a simplicidade. Rosana tem uma certeza, jamais trocaria a sua vida em Meridell por uma vida luxuosa no Reino de Darigan.


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Notas finais do capítulo

* Bivale é como o Aaron fala Brightvale. Ele tem três aninhos e ainda tem dificuldades em falar algumas palavras, principalmente, palavras com "R".



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