Moeda de Troca escrita por Miss Siozo


Capítulo 2
A viagem


Notas iniciais do capítulo

Olá, pessoal! Voltei mais cedo do que esperava. Vocês me deixaram bastante animada com a recepção do primeiro capítulo. Sem mais enrolações, boa leitura!



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A viagem para a Grécia foi providenciada rapidamente. Eles partiram naquela mesma tarde. Shun e Seiya dormiram profundamente durante todo o trajeto e pelo menos dessa vez não houveram gritos no despertar do virginiano, os quais se tornaram frequentes no último mês. Zeus e sua pequena comitiva viriam no dia seguinte, então os preparativos estavam sendo feitos com urgência. O grupo se instalou no décimo terceiro templo, após serem muito bem recepcionados pelos cavaleiros e amazonas ali presentes.

 

Athena estava esperançosa sobre o encontro, afinal mesmo sendo a deusa da guerra, ela deseja alcançar uma paz definitiva entre os deuses, para que possa governar a Terra da forma que bem entender. O cavaleiro de Pégaso dividiu o quarto grande do Templo com o Cisne e o Dragão que se revezaram nos cuidados do amigo. Já os cavaleiros de Fênix e Andrômeda ficaram juntos no quarto um pouco menor.

 

— Você não se cansa de olhar as estrelas, não é mesmo? — Ikki tentou puxar um assunto, pois andava difícil estabelecer um diálogo com o irmão ultimamente.

 

— Elas são tão belas — respondeu ainda olhando para fora da janela — Sempre foi algo que me trouxe paz.

 

— Eu lembro bem disso — deu um breve riso se aproximando do mais novo — Olha, eu entendo que o último mês vem sido muito difícil para você…

 

— A vida de um cavaleiro é difícil. Você mais do que ninguém sabe disso — voltou seu olhar ao mais velho — Todas as batalhas que tivemos vieram acompanhadas de seus efeitos colaterais.

 

— Eu consigo entender o que quer dizer, mas essa última batalha foi diferente. Seiya está daquele jeito e você está diferente demais.

 

— Se eu disser que não tem nada acontecendo aqui dentro — apontou para a própria cabeça — Eu estaria mentindo, mas não consigo entender o porquê de estarem me tratando assim, como se eu fosse um incapaz. Às vezes parece que não falamos a mesma língua.

 

— Nunca disse que você era incapaz, Shun. Só está passando por mais um momento difícil — colocou a mão sobre o ombro dele — Eu não faço ideia do que você viu quando aquele deus maldito tomou posse do seu corpo, mas não creio que tenha sido agradável. Não quis tocar nesse assunto antes porque é…

 

— Delicado? Eu sei — tocou a mão sobre seu ombro e deu espaço para um abraço apertado na Fênix — Durante a batalha, a nossa força de vontade é tão grande que rompe as barreiras impostas pelo homem, esse é o potencial de nossos cosmos — encarava-o nos olhos — Depois que senti o sangue de Athena sobre meu corpo e eu consegui me libertar, também senti meu corpo entorpecido. Quando recobrei a consciência e soube que a grande batalha ocorria nos Elísios, só pensava em chegar lá. O restante veio do instinto e da vontade de vencer por Athena.

 

— Realmente nosso corpo sente o impacto após as guerras. Então você quer dizer que está sentindo esse impacto agora? — raciocinou — Eu sinto muito.

 

— Eu me esforcei ao máximo para não sucumbir a alma dele, mas foi uma luta desleal. Afinal, eu sou apenas um humano — caminhava até a cama após fechar a janela — O que eu tentei ignorar, de algum jeito eu consigo ver. E é muito pesado…

 

— O que você viu? — perguntou curioso.

 

— Os motivos que fizeram o Imperador do Submundo querer conduzir o Grande Eclipse — sua respiração já estava estacada, aquilo o trazia uma certa ansiedade — Não quero defendê-lo, mas nós erramos demais desde o princípio.

 

— Erramos em defender a deusa que deve proteger a Terra? — arqueou a sobrancelha — Isso daí é uma sandice.

 

— Não. Nós erramos em erguer nossos punhos contra os deuses e termos destruído seus reinos. Os reinos precisam de equilíbrio, pois no final das contas, tudo é uma coisa só — engoliu alguns comprimidos e se deitou — Algum dia vocês vão me entender.

 

No Olimpo, Zeus repousava após ter feito um tremendo esforço nas últimas semanas. Primeiramente, só de convencer seus filhos gêmeos Ártemis e Apolo a não travarem uma guerra santa com Athena, ele merecia um prêmio, pois foi muito difícil. Apenas depois de explicar seu plano “simplista” que eles resolveram dar uma chance ao seu pai, mas avisaram de antemão que se o plano desse errado haveria uma nova guerra.

 

A segunda parte implicou em retirar o selo de Athena da ânfora que aprisionava a alma de Poseidon, o que foi fácil para o deus. Zeus pensava que seria difícil convencer o irmão de fazer um tratado, mas o Imperador dos mares e oceanos se demonstrava bastante colaborativo. Afinal, era do seu interesse reestruturar seu reino e não queria ter que deixar seu território aos cuidados de sua sobrinha. A responsabilidade dos cuidados do planeta estava dividida e se cada um fizesse bem sua parte, a harmonia voltaria a dar o ar da graça.

 

Já a terceira parte de seu plano de cinco fases foi reanimar e cuidar de seu irmão mais velho, Hades. Essa parte exigiu bastante de seu cosmo e muito de sua boa lábia. Já que o Imperador do Submundo não estava satisfeito com sua derrota na última guerra e ainda pensava o mesmo a respeito dos humanos que não juraram lealdade a si, vulgo todos que não faziam parte de seu exército.

 

— Então você quer que eu assine um acordo de paz entre Poseidon e Athena? — repetiu a fala anterior de seu irmão caçula — Não acredito que nosso irmão está colaborativo com a baboseira que surgiu da sua cabeça! Os humanos realmente têm uma deusa que eles merecem — desdenhou.

 

— Meu irmão, entenda que minha filha Athena apenas agiu tão imprudentemente por ter reencarnado como uma humana que não tinha consciência de seu dever como deusa — tentava justificar — Você e Poseidon costumam usar receptáculos para guerrear, ficam adormecidos nas consciências dos humanos, mas nunca vivenciaram a experiência por inteiro. Acho que ela compreende os humanos melhor do que nós.

 

— E tornou-se tão egoísta quanto os humanos — rebateu — Acho que consigo provar isso — coçou o queixo — Acho que posso aceitar fazer o acordo, mas tenho duas condições.

 

— Pode falar — o Senhor do Olimpo estava apreensivo com a resposta. Lidar com seus filhos costumava ser mais fácil do que com seus irmãos.

 

— A primeira coisa é a garantia de que se Athena descumprir ou tentar burlar o acordo será severamente punida e deixará seu cargo de governante da Terra para outro deus ou deusa que tenha competência para assumir seu lugar.

 

— Bom, isso me parece justo, mas como tem certeza de que nosso irmão não descumprirá com o acordo? — perguntou.

 

— Como foi dito antes, nosso irmão está colaborativo, além de que não era para ele ter despertado nessa era, isso foi culpa daquele cavaleiro traidor de Athena — a lábia do mais velho era melhor do que do caçula — Também o poder do exército dele, mesmo se revivido não será suficiente para liderar algum tipo de rebelião.

 

— Ok. Entendi. Prossiga para a segunda condição — engoliu a seco.

 

— Eu quero que nós três tenhamos direito a um pedido inegável — sorriu.

 

— Um pedido inegável?

 

— Essa será a minha condição principal. Eu atenderei aos pedidos de Athena e Poseidon, além de reviver todos os nossos exércitos. Quer algo mais colaborativo do que isso?

 

— Parabéns, Hades! Você me convenceu!

 

— Foi ótimo negociar com você, irmãozinho — apertaram as mãos selando o acordo — Também agradeço por ter restaurado minha saúde, assim posso começar a organizar a bagunça no Submundo.

 

— Comece sua “faxina” amanhã, após o acordo entre vocês. Precisará estar bem disposto para cumprir com sua parte no combinado.

 

— Ok. Até amanhã!


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Notas finais do capítulo

Zeus tentando impedir uma grande guerra, decide acordar logo dois recentes inimigos de Athena. O que pode dar errado, né?
Hades já voltou cheio de planos...
Não sei vocês, mas adoro ver o Shun reflexivo e o Ikki no modo irmão zeloso.
Até o próximo capítulo!



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