Checkpoint - Love Is a Laserquest (Percabeth) escrita por pixxieme


Capítulo 2
Capítulo 2 - White Ferrari.


Notas iniciais do capítulo

EAIII GALERINHA DO MAL
Gnt terminei de escrever esse capítulo AGORA e não revisei ele direito, então em perdoem se tiver alguns errinhos, queria postar ele hoje pra não ficar sem capítulo essa semana, pois vou ficar sem meu notebook esse fim de semana, eu vou corrigir eles dps
espero que vcs gostem, a partir do próximo que começa a loucura a putaria a baderna
beijos obg por quem ta acompanhando amo vcs
BOM CAPITULO!!!!!!!!!!!!



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“I care for you still and I will forever 
That was my part of the deal, honest 
We got so familiar”  

Annabeth se sentia exausta. Ela estava deitada na cama faziam cerca de 6 horas, mas seu corpo estava tomado pelo cansaço. Não lembrava qual a última vez que tinha posto o pé para fora da casa de verão de seu avô ou qual a última refeição que fizera, tinha certeza de que tinha perdido pelo menos uns 2kg por isso. Haviam se passado 3 meses desde a festa de formatura, a última vez que ela tinha visto ou falado com Luke ou qualquer um de seus amigos.  

Todos exceto Thalia, o que devido a situação tornava as coisas muito complicadas.  

Sentia-se péssima de ignorar as mensagens e ligações incansáveis da melhor amiga, mas a última coisa que precisava era ouvir o repetitivo discurso sobre o quanto ela estava apaixonada por Luke. O garoto havia contado para a namorada que Annabeth os descobrira, mas não entrou em detalhes como exatamente, então a morena não se policiava muito em falar sobre. A garota odiava admitir, mas cada palavra que lia sobre o ocorrido a embrulhava o estômago, se sentia fisicamente doente. Thalia não poupava palavras ao falar sobre seus beijos, sobre como ele a tocava, os lugares que visitavam, do cheiro dele. Tudo o que Annabeth conseguia pensar era como essas coisas deveriam ser suas. Se sentia horrível pela verdade, mas pela primeira vez em sua vida sentia inveja pura e genuína da amiga. 

Diversas vezes se pegava em cruéis devaneios de possibilidades onde ela poderia estragar as coisas para eles. Poderia forjar provas de que Luke a traia, ele certamente cairia como um patinho, não sabia como se defender. Talvez pudesse arrumar outra pessoa para conquistar Thalia, mas era praticamente impossível. Os devaneios sempre acabavam no mesmo lugar: a verdade. Poderia simplesmente contar a amiga sobre seus sentimentos, sobre o que Luke fazia, o porquê de ter feito. Esse devaneio era o que a fazia chorar mais vezes, ela se odiava por ser capaz de sonhar com esses cenários e se surpreendia com o quão cruel conseguia ser em sua cabeça. Não seria capaz de fazer aquilo com nenhum dos dois, apesar de tudo. Annabeth sabia que Luke não tinha intenções ruins ao fingir corresponder seus sentimentos, mas não conseguia deixar de sentir raiva. Mas também, não era exatamente raiva. Não, era muito pior que isso. 

Ela se sentia humilhada.  

Humilhada por passar tantas noites em claro imaginando sua vida juntos, se maravilhando com o momento em que ele finalmente teria coragem de dizer que a ama e a beijaria de novo. E enquanto isso, Luke sabia de tudo e fingia ter os mesmos pensamentos, os mesmos anseios, mas só tinha olhos para Thalia.  

— Annabeth, posso entrar? - A voz de seu avô, Timothy, ecoou do outro lado da porta do quarto de hóspedes, a fazendo sair de dentro de sua cabeça. A garota secou suas lágrimas rapidamente e se sentou na cama, passando as mãos no cabelo ligeiramente. Alcançou um livro qualquer na cabeceira da cama e o abriu numa página qualquer. 

— Pode sim, vovô! - disse ao final de seu preparamento. Timothy adentrou timidamente o quarto, carregava consigo uma vara de pescar. - Bom dia, está indo pescar? 

— Sim, estamos indo pescar, eu e seu pai. - O homem olhava apreensivo para a neta, como se estivesse com medo de dizer as próximas palavras. - Bem, eu chamei sua prima, Mags, para vir aqui. - Annabeth franziu a testa brevemente, tentando não deixar o incômodo transparecer. 

— Ah, verdade? - disse sem muita emoção, seu avô respirou pesadamente. 

— Meu girassol, veja – Timothy se aproximou lentamente, sentando ao lado da loira. Annabeth já sentia o coração amolecido por tê-la chamado pelo apelido de infância. Só ele a chamava assim. - Eu não sei bem o que aconteceu com você, mas eu sei que você não é assim. Você construiu metade dessa casa!  Da última vez que veio a essa casa você projetou e construiu sozinha uma casa na árvore, no ano antes disso, você desenhou a planta da casa inteira dos Wilson aqui do lado, com as suas próprias mãos! Que tipo de criança faz isso? - A loira não conseguiu segurar uma risada fraca e melancólica.  

— Isso aconteceu há 5 anos, vovô. Não sou mais criança.  

— Não, mas ainda é filha da sua mãe. Não preciso olhar na sua bolsa pra saber que tem uns 7 livros grossos falando sobre monumentos, então ainda é você. - O súbito mencionar da mãe a fez travar o maxilar. O avô pareceu ter percebido, pois bateu com a mão livre na testa – Deuses, Beth, me desculpe... Eu conheci Atena por tanto tempo que eu só me esqueço de... De não falar tanto sobre.  

— Está tudo bem, já faz tanto tempo que não falo com ela que as vezes só esqueço que ela existe. Não me deixa triste mais. – A garota terminou a frase com uma mentira e uma risada desgostosa. Baixou o olhar para as unhas com esmalte azul descascado.  

— De qualquer forma, vim apenas te dizer isso. Sua prima queria te ver, deixei pipoca de micro-ondas na dispensa. O mar também está lindo hoje, caso queiram sair um pouco. - A loira levantou o olhar e o deu um sorriso amarelo. 

— Obrigada, vovô. - O homem a olhou por alguns segundos, os olhos carregados de preocupação.  

— Por nada, girassol. Estamos indo, sua prima deve chegar daqui uns 30 minutos. Divirtam-se. - Timothy tocou a ponta do nariz da neta com carinho e então saiu do quarto, fechando a porta atrás de si. Annabeth suspirou, encarando um canto do quarto com o olhar pesado.  Abriu uma freicha da cortina ao lado da cama e assistiu seu pai e avô enchendo o carro de coisas, eles conversavam animadamente e a visão deixava a garota feliz. Estranhou o pai não ter falado com ela antes de sair, mas também não sabia muito qual era o protocolo do pai nessa situação. Frederick não saia muito de casa desde o divórcio, também não tinha tantos amigos e mesmo que quisesse mais, já não sabia como consegui-los. Dedicava sua vida a Annabeth, basicamente. E mais recentemente, a aviões.  

O homem tinha uma paixão exacerbada por máquinas de metal que voavam, mantinha em casa uma coleção gigantesca de miniaturas de todos os tipos de modelos imagináveis de avião, assim como jornais de mais de 20 anos com notícias sobre os primeiros aviões e biografias de diversos aeronautas. A loira já tinha escutado mais de 100 vezes as explicações do porquê Dumont era o inventor da máquina e quais os melhores tipo de óleo. Ele costumava ficar com uma expressão maravilhada quando se empolgava com eles, pelo menos era o que ela pensava. Atena não pensava dessa forma. Quando Annabeth nascera, Frederick já era um lunático adorável que colecionava artigos de avião, mas em algum momento da sua infância a paixão simplesmente... Sumiu. O velho galpão onde o pai trabalhava foi trancado e abandonado para criar poeira. Passou anos sem ouvir sobre asas e motores e aeronautas, tal como sem ver o brilho familiar nos olhos de seu pai. Isso até Atena partir.  

O relacionamento dos pais de Annabeth nunca tinha sido fácil. Atena era lógica, fria, intolerante, distante. Ela não queria uma família, mas se viu no meio de uma. Frederick era seu total oposto, caloroso, compreensivo, calmo. Era totalmente incompatível, então eles brigavam muito. Atena sentia falta de sua liberdade, mas já tinha filhos, tinha literalmente criado raízes que a prendiam. Além disso, nunca soube direito mostrar afeição aos filhos ou ao marido, mas sabia exatamente como critica-los. Então quando Annabeth tinha 13 anos e seu irmão Malcolm 17, seus os pais se divorciaram. A mãe não quis a guarda de nenhuma das duas crianças, se mudou para o outro lado do país e mandava presentes uma vez no ano. O pai cuidava como podia das duas crianças, tirando de onde não conseguia para que eles tivessem uma boa vida. Aos 14 anos os presentes pararam, mas só quando Annabeth completou 15 anos que a mãe sumiu totalmente do mapa sem explicações e sem aviso prévio. Malcolm também não demorou para ir para a faculdade na Irlanda, deixando apenas Annabeth e o pai em casa.  

A loira observou o carro velho de seu pai partir pela estradinha de areia, o dia realmente estava lindo, mas ela não se importava muito com isso. Acabou por fechar a cortina novamente. Tocou os cabelos, sentindo que estavam bastante emaranhados da noite agitada que tivera com Bibble, o ursinho de pelúcia. Levantou-se, andando até a frente do espelho que sua avó a havia dado anos antes. As madeixas estavam ainda mais bagunçadas do que esperava e era completamente perceptível o fato de que tinha acabado de acordar. Usava uma blusa cinza que ia até um pouco antes do umbigo, as mangas iam até o cotovelo e a gola estava tão gasta que se estendia até o obro da loira. Usava também uma calça surrada de pijama, mas que recusava a jogar fora pois valorizava muito certos lugares. Como se ela realmente deixasse alguém vê-la usando aquilo.  

Annabeth tocou o rosto, sentindo a pele levemente seca pela falta de hidratação dos últimos dias. Os olhos cinzas estavam numa cor tempestuosa na pouca iluminação, as olheiras tão proeminentes que parecia deprimida. Andou em passos calmos ao banheiro do corredor, tomou um banho gelado e escovou os dentes. Pensando em pelos menos fingir estar se divertindo, vestiu um biquini verde água junto com um short jeans claro. Raramente tomava café da manhã, mas se serviu de uma tigela com iogurte de morango e cereal de chocolate, um prato que adorava quando era criança. Sentou-se nas escadas do lado de fora da casa, encarando o mar poucos metros à frente. Era agradável sentir o sol na pele depois de tantos dias sem, o cabelo molhado secava aos poucos com o calor. Terminou o cereal e colocou a tigela vazia na pia. Encarou o lado de fora, o mar estava bastante convidativo. Correu até o quarto, se encheu de protetor solar, pegou uma toalha e uma garrafa de água. Tirou o short que a cobria e se deitou sobre a toalha, fechou os olhos e se deixou relaxar. O calor era ainda mais agradável assim, e ficou alguns minutos o sentindo penetrar na sua pele. Definitivamente estava precisando pegar uma cor. Seu descanso foi interrompido por alguma coisa que cobria o sol dos seus olhos, os abriu com dificuldade, demorando para focalizar a visão no que a incomodava.  

O coração quase parou quando avistou uma cicatriz e cabelos loiros.  

— Bem, você não parece mal. Acho que viajei quase mil quilômetros pra nada. - A garota piscou algumas vezes para se recuperar do choque, levou alguns segundos para se recompor. Ela se sentou na toalha e encarou o mar. 

— O que você está fazendo aqui, Luke? - disse por fim, num tom mais agudo do que planejara, mas que demonstrava o rancor que queria. O garoto suspirou e sentou-se ao lado dela. 

— Você sumiu, loirinha.  

— E você pode me culpar?  

— Não, mas não impede de me preocupar com você. - Annabeth riu, desgostosa.  

— Por favor, me poupe disso. O que você veio fazer aqui, Luke? Como se quer descobriu onde eu estava? Nem Thalia sabia e ela insistiu MUITO.  

— Seu pai não é tão difícil de convencer e... Ele sabia que precisávamos conversar. - A loira franziu a testa.  

— Conversar? Como ele poderia possivelmente saber... Ah, deuses. - Annabeth o olhou pela primeira vez no dia, os olhos cheios de receio - Ele sabe, não sabe? - Luke juntou os lábios num sorriso sem graça. 

— Bem, de acordo com ele, sempre soube.  

— Ah meus deuses, que humilhação - Annabeth se deixou novamente na toalha, cobrindo o rosto com as mãos. - Isso explica o porquê de ele não ter se despedido de mim antes de sair, meu pai não sabe mentir.  

— Ele estava muito bravo comigo, inclusive. Suponho que é normal de um pai se sentir assim, mas eu nunca tinha sentido medo do seu pai antes – Luke deu uma risada nervosa, Annabeth retribuiu. Os dois ficaram um tempo em um silêncio confortavelmente desconfortável. Havia muita coisa ali. Eles eram tão próximos, tão familiares um para o outro que era estranho que se sentissem estranhos. Annabeth se sentou de novo, abraçando as próprias pernas. Tinha passado os últimos 3 meses com tanta raiva de Luke que somente agora que o via na sua frente, percebia que sentia muita falta dele. - Eu sinto muito pelas coisas que eu fiz, Annie.  

— Eu também sinto. - A loira respirou pesadamente, já conseguia sentir um nó formando em sua garganta, não seria capaz de responder enquanto o olhava sem chorar. 

— Eu vim aqui porque eu não quero que as coisas fiquem assim, Annabeth. Eu... Eu não sei o que fazer. Sei que não deveria ter te dado a ideia errada, sei que não deveria ter alimentado os seus sentimentos. Você é minha melhor amiga, eu só não queria te perder – A loira sentiu o queixo tremer ao ouvir que a voz dele estava embargada. Engoliu todo o choro guardado antes de falar novamente.  

— Quando você descobriu, já gostava de Thalia? 

— Eu... Sim. Eu sempre gostei dela, Anna. - “E eu de você” pensou em dizer, mas se conteve. - Não estava nos meus planos que ela fosse retribuir, Thalia é complicada, você sabe. Achei que ela me via como um irmão.  

— Eu sei dos detalhes, ela não me poupou – Annabeth riu, mais triste do que sarcástica. - Então nunca... Você nunca pensou em... - A garota não conseguiu completar a frase. 

— Annie, eu não vou mais mentir para você. Eu amo você, temos algo que eu jamais imaginaria ter com alguma outra pessoa, mas nunca foi esse tipo de amor pra mim. Você é a coisa mais próxima que eu tenho de uma família. - Ele a tocou levemente no ombro, para fazer com que a garota olhasse. Annabeth virou um pouco o rosto, já não conseguia mais segurar as lágrimas. - Me desculpa, loirinha. Por favor, não chora não. - O garoto a puxou para um abraço apertado e a loira não recuou, deixou-se ser abraçada. O cheiro familiar que emanava dele a fez derramar mais lágrimas, encostou a testa no ombro dele. Não conseguia evitar de pensar em tudo o que estava comprometido ali. Quando era mais nova costumava ficar mortificada na ideia de qualquer coisa que pudesse comprometer sua pequena família, Luke, ela e Thalia. Eles passaram por tanto juntos, tinham tantas memórias, coisas que jamais conseguiria ter com outras pessoas. Agora que via as coisas desmoronando diante dos seus olhos, não conseguia fazer nada além de chorar. Tentava tanto não emitir nenhum som enquanto chorava que seu corpo tremia. Quando finalmente se acalmou, afastou-se de Luke, os olhos ainda no chão que tinha entre eles.  

— Eu não estou mais com raiva de você, Luke. Senti raiva de você por tanto pouco tempo que é vergonhoso. - A loira sorriu levemente. O garoto pareceu se empolgar com resposta – Mas eu não consigo. Eu não consigo esquecer isso.  

— Annie, não fala isso...  

— Luke, me deixa terminar. Eu não sinto raiva de você, eu não te odeio. Mas eu não sei mais quem você é. Não sei quais partes suas você mentiu pra mim, não sei nem se eu quero descobrir isso. - O garoto franziu a testa. Parecia prestes a chorar, Annabeth engoliu as lágrimas novamente para continuar. - Eu ainda me importo com você e eu vou até o último dia da minha vida, mas eu não consigo ignorar o que eu estou sentindo agora. - Luke abaixou a cabeça e assentiu. Enxugou uma pequena lágrima que não tinha conseguido segurar.  

— Você acha que algum dia nós... Vamos voltar a ser o mesmo de antes.  

— Não, não acho que vai ser a mesma coisa. - Annabeth sorriu tristemente, ele retribuiu – Mas não vou te evitar, só preciso de mais tempo. Não acho que poderia te evitar nem se quisesse, dado as nossas novas circunstâncias, você namora a minha melhor amiga e tal. - Luke deu uma risada fraca, encarava o mar por cima do ombro da loira.  

— O mar aqui é bem bonito, você nunca trouxe a gente aqui. - A loira virou a cabeça para onde ele olhava.  

— É, quem sabe na próxima. - Ela encarou o amigo novamente com um sorriso leve, ele retribuiu. - Agora que parei pra pensar, como você veio parar aqui? Thalia sabe que você veio? 

— Eu vim de moto e não, ela acha que eu fui resolver umas coisas na faculdade. Pensando nisso, eu deveria ir pegar a estrada. - Luke se levantou, tirando a areia da calça. Annabeth o acompanhou.  

— Você dirigiu quase 1km de moto? Está ficando LOUCO?! - Luke abriu um sorriso gigantesco ao perceber que ela estava o dando um esporro.  

— Nada que não se faça pelos amigos. Eu... Posso te dar um abraço? - Annabeth estendeu os braços e eles se embalaram num abraço breve.  

— Boa viagem e pare de andar centenas de quilômetros de moto.  

— Não posso prometer nada. Até mais, e volte para casa Annie, seus amigos sentem sua falta. - A garota assentiu e assistiu o amor-da-sua-vida-não-tão-amor-da-sua-vida-assim partir.  

— Nossa, pelo visto vovô mentiu quando disse que você precisava de companhia, quem era quele pedaço de mal caminho? - Mags, a prima de Annabeth, vinha andando na direção da loira, o olhar focado para onde Luke tinha ido. As duas não eram muito parecidas. Mags tinha cabelos escuros, olhos verde mel, era alta, corpulenta e tinha um batom vermelho vivo nos lábios. Era belíssima, lembrava um pouco a Monica Bellucci em seus anos mais jovens.  

— Mags! Meu deus como você está diferente. - As duas se abraçaram brevemente.  

— Eu que o diga, você parece uma atriz de Hollywood – quando elas se separaram, Annabeth reparou que a garota trazia um lagarto enorme debaixo do braço esquerdo. 

— AH! Ah! Você quer explicar essa criaturinha aí? 

— Ah, esse lagartinho? É o Bento, meu filho. 

— Seu... Filho? Não sabia que você era da família real. - A prima de Annabeth franziu a testa. 

— Família real? 

— É... Os reptilianos e tal... Enfim. 

— Posso ver que você continua maluquinha. Mas eai, quem era aquele loiro bonitão que estava te abraçando? Seu namorado? O vô te mata se descobrir que trouxe ele aqui sua safada. - A morena deu uma tapa leve no braço da garota. 

— Ah, não, não. Ele namora uma amiga minha.  

— Annabeth Chase, eu encubro até assassinato, mas infidelidade não hein. - Annabeth deu uma risada. 

— Não é o que você está pensando, somos amigos de infância. Brigamos, então ele veio a aqui para fazermos as pazes. 

— Garota, de Manhattan? Que amigos malucos são esses que você tem?  

— É uma longa história, eu te conto se você deixar seu... Bichinho caçando caranguejos aqui. 

— Por fofoca eu abandonarei minha criança, mas vou deixá-lo na casinha do falecido cachorro. Que os Deuses o tenham. - Annabeth deu mais uma risada e juntas voltaram para dentro da casa. Cada parte da história deixava Mags mais indignada e as caras que ela fazia tornava impossível para Annabeth continuar contando com um resquício sequer de tristeza. Ao fim de tudo, ela estava encostada no sofá com a mão sobre o peito e a boca aberta. - Gente do céu..., mas sua vida parece uma fanfic? - A loira não conseguiu segurar a risada.  

— Bem, olhando por esse lado, acho que sim.  

— E depois disso tudo você não tomou nem um vinhozinho pra chorar as pitangas?  

— Não, não sou de beber. 

— Ah, mas você vai ser. Vou no mercadinho aqui perto e voltarei com vodca e limão, se prepare para a melhor caipirinha da sua vida. - Annabeth deu uma risada melódica enquanto a prima saia pela porta da casa. Ela resolveu arrumar a sala para que elas vissem algum filme. Preparou a pipoca que estava na dispensa, o avô tinha comprado até mesmo sabor favorito dela, manteiga de cinema. Colocou o colchão na sala e escolheu um filme de romance que estava em alta no aplicativo de streaming. Logo Mags já estava de volta. - Esse mercado já foi mais barato, quem vende uma vodca ruim dessas por 25 reais? Tenha dó. Felizmente quem estava atendendo hoje era o sobrinho do dono e ele tem uma quedinha por mim, me deu um desconto.  

— Meu deus, pobre garoto.  

— Ih Annabeth, tendo pena de homem você não vai chegar a lugar nenhum. Vou fazer nossos drinks.  

— Vou assistir você, nunca vi ninguém fazendo uma caipirinha.  

— É bom que você aprende a receita da família, ninguém faz melhor do que eu. - Annabeth acompanhou enquanto a prima fazia todos os procedimentos. Ela era realmente rápida e parecia saber o que estava fazendo, também explicava muito bem o que estava fazendo. Mags era tão divertida que a loira não conseguia ficar triste perto dela. Quando terminou, elas tinham cerca de um litro e meio de bebida distribuídos em duas jarras. Assistiram a primeira metade do filme bebendo a primeira jarra, era totalmente diferente do drink que Annabeth tomara na festa. Era doce e azedo ao mesmo tempo e ela mal conseguia perceber que tinha álcool, o que era muitíssimo perigoso.  

— Mags, esse filme é completamente insano. Como que ela se apaixonou por ele? ELE A SEQUESTROU! Isso é crime! Crime, sabia? - disse entre palavras embriagadas.  

— É tudo sobre o sexo, prima. Eu acho que é, pelo menos. Parece um pornô mais light. Não parece confortável transar numa lancha, deve estar um calor miserável. Uma vez eu já fiz num telhado, parece ser igual, mas molhado. 

— Num TELHADO? Como que você acabou transando num telhado?  

— É uma longa história, mas vai dizer que você nunca transou num lugar meio estranho? - Annabeth deu de ombros. 

— Mas não mesmo, eu nunca transei com ninguém - disse despreocupadamente. Provavelmente não admitiria isso de primeira, mas depois de meia jarra de caipirinha ela já não sabia nem o próprio nome.  

— Oi?! Mas como não?  

— Ah, sei lá. Eu te disse, sou apaixonada pelo Luke desde sempre, não queria mais ninguém.  

— Mas jura? Nem segunda base?  

— Ah, eu já beijei alguns garotos, mas nada muito sério. Só uns casinhos. Uma vez um garoto tentou me dedar, mas eu mordi o braço dele. - Mags explodiu em risos, riu tanto que caiu de lado. Claramente também não estava mais tão sóbria.  

— Você é incrível Annie, sério. - A prima disse depois de se acalmar – Mas olha, você é bonita demais pra ficar de titia, temos que fazer algo. Você já ouviu falar do Checkpoint? 

— Checkpoint? Tipo de jogo? 

— É, mas é o nome de um aplicativo de namoro, tipo Tinder. Mas o conceito deles é ser um jogo, daí cada vez que você gosta de alguém, marca um ponto, quando ambos se gostam, é um checkpoint. Também tem o Pentakill, que é tipo um superlike.  

— Entendi, e você quer que eu baixe isso? Cheguei tão fundo no poço que vou baixar um aplicativo de namoro?  

— Ei! Para a sua informação EU uso aplicativos de namoro e estou transando muito mais do que você.  

— Justo. Vou colocar para baixar, vamos terminar de ver o filme.  

— Tudo bem, mas vou pegar a outra jarra.  

— Pegue imediatamente! - Brincou. Annabeth abriu a loja de aplicativos de seu celular com dificuldade pela visão turva. Encontrou o que procurava rapidamente. “Checkpoint - Love is Laserquest” Ela riu do subtítulo. Tinha mais de 100mil downloads e ótimas reviews. Colocou o aplicativo para baixar e deixou o aparelho de lado. Mags voltou com a segunda jarra e elas se serviram, dando continuidade ao filme. A segunda parte parecia ainda mais louca que a primeira, envolvia máfia, identidades secretas, casamento e ainda mais sexo em lugares inusitados.  

O filme deveria se chamar 365 dias de putaria, pelo menos era o que Annabeth pensou. Quando chegou ao fim, a loira estava pronta para dar seu veredito completo sobre, mas Mags estava dormindo tranquilamente no colchão ao seu lado. A garota deu de ombros e resolveu se distrair. Pegou o celular novamente, o relógio marcava quase uma da tarde. Jogou o jogo Episode por alguns minutos, mas a bebida não a deixava se concentrar nas escolhas dificílimas que tinha que fazer. Quando saiu do jogo, viu o novo aplicativo baixado. 

 A última coisa que esperava fazer naquele verão era baixar um aplicativo de namoro, mas lá estava ela, terminando seu cadastro. Mudou sua localização no aplicativo para Manhattan, afinal, não ficaria na casa do avô por muito mais tempo. Ajustou as idades para 18-25, pensou ser apropriado para sua idade. Os primeiros garotos a aparecerem não eram exatamente seu perfil, garotos com fotos com peixes, outros usando camisa polo, as vezes também encontrava um tarado. Passou alguns minutos usando o aplicativo, chegou a dar alguns checkpoints, mas nada tão interessante, então desistiu. Bloqueou o celular e se jogou no colchão para tirar um cochilo com Mags. Estava quase caindo no sono quando do celular soou uma notificação não familiar. Ela se forçou a esticar o braço até o aparelho e a leu.  

“ALGUÉM ACABOU DE TE DAR UM PENTAKILL! NÃO PERCA TEMPO E PEÇA A REVANCHE ��"  

Annabeth levantou a sobrancelhas em surpresa, não esperava receber um daqueles tão cedo. Desbloqueou o celular e voltou a passar entre perfis para achar quem tinha a dado o pentakill. Depois de uns 20 ou 30, lá estava ele. O coração da loira palpitou e inesperadamente, se viu com um sorriso largo no rosto.  

“PERCY JACKSON ACABOU DE TE DAR UM PENTAKILL! JUNTE SUAS MELHORES ARMAS E CONTRA-ATAQUE.”  


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Notas finais do capítulo

GENTE
favoritar e comentar aumenta muito a vontade da gente de escrever, então se vcs estão gostando por favor me deixem saber, mas quem não quiser ainda assim muito obrigada por simplesmente lerem!!!
FIQUEM COM DEUS GUERREIRINHOS DE JESUS E ATE O PROXIMO CAPITULO!!!!!!!



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