Checkpoint - Love Is a Laserquest (Percabeth) escrita por pixxieme


Capítulo 14
Capítulo 14 - Labyrinth


Notas iniciais do capítulo

Booooooooa noite galera, mais um capítulo pra vocês. Espero que gostem!



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“Oh no, I'm falling in love again 
Oh, I'm falling in love 
I thought the plane was going down 
How'd you turn it right around?” 

 

É difícil perceber os limites naturais do seu corpo quando tudo em sua volta é cores e sorrisos, ainda mais complicado quando rostos familiares te trazem a segurança de poder testar os ditos limites. Annabeth se deu conta de que estava ultrapassando suas fronteiras somente quando percebeu que não sentia os pés tocarem o chão. O mundo a sua volta parecia um grande vulto, iluminado por cores fluorescentes e rostos levemente familiares. Teria caído para trás de suas costas não estivessem muito bem apoiadas numa superfície fofa.  

 

“Apoiadas?” Annabeth pensou. Levou as mãos para as costas e encontrou uma superfície plástica, mas macia. Estava sentada em cima de um dos puffs com enchimento. A sua frente, salgadinhos e uma garrafa de água estavam acima de uma mesinha. Não sabia exatamente como havia chegado ali, mas dado o posicionamento das coisas, acreditava que tinha sido colocada por alguém. 

 

—Aff, até parece que sou criança! - A loira murmurou para si mesma, indignada. Colocou as mãos em ambos seus lados e deu um impulso para cima, apenas para cair de volta exatamente onde estava. A cabeça girou tanto que ela deve de tocar o pescoço para se certificar que estava na posição correta. - Ok, o puff é bem fofinho, até. - Disse, derrotada. Esticou a mão até uma coxinha e a comeu numa bocada só. Estava bem gostosa, então continuou comendo as demais. Quando se deu conta a cestinha estava completamente vazia, muito diferentemente de seu estômago. Annabeth encostou a cabeça no puff, quase se deitando. Apesar do frio que fazia do lado de fora, estava se sentindo estranhamente quente, talvez fosse efeito do álcool. Conseguia ver seus amigos dançando e bebendo a poucos metros dali. Thalia já estava sem sua fantasia, dançando dentro de uma piscina infantil de plástico. Luke filmava a cena em meio a gargalhadas. A cena também fez com que a loira risse, apesar de se sentir um pouco louca de estar rindo ali sozinha. Pensar naquilo a fez rir ainda mais.  

 

—Eita, você tá bem de boa, né? - Lee disse ao se aproximar. Annabeth teria se assustado se ainda tivesse qualquer reflexo reagente em seu corpo. Ela riu ainda mais com o comentário, mas não sabia se porque havia achado graça ou se até mesmo estando completamente bêbada, tinha consciência de que estava evitando o garoto e agora estava rindo de nervoso porque ele a havia encontrado. E pior do que isso, sozinha.  

 

Talvez fosse um pouco dos dois.  

 

—L-Lee! Eai... - Annabeth disse, sem conseguir disfarçar o desconforto em sua voz. Torceu para que ele confundisse com embriagues. O loiro se sentou ao lado dela e a encarou, parecia levemente alterado também, o que era um péssimo sinal. Annabeth sorriu amarelo e esperou que ele dissesse alguma coisa, mas tudo o que ele fazia era olhá-la admirado. Se fosse possível que corações pudessem aparecer nos olhos de alguém, tinha certeza de que os de Lee seriam grandes e vermelhos.  

 

—Annabeth... - Ele começou. A loira sabia que algo acabaria mal ali só pelo jeito que o garoto disse seu nome. Aquele era o momento, ele ia se declarar. Agarrou o tecido macio do puff, sabendo que não conseguiria correr dali, se mal conseguia se levantar. 

 

—Lee, escuta... - A garota tentou interrompê-lo.  

 

—Não, Annabeth! - Lee disse com firmeza, segurando a mão dela. Annabeth mordeu o lábio, aflita. Parecia que ele estava bem determinado em falar, não teria como fugir. - Eu preciso que você saiba, eu gosto muito de você. - O garoto se aproximou, os olhos pidões brilhavam com expectativa.  

 

—E-eu também gosto de você Lee... - A garota tentou dispersar, casualmente.  

 

—Você não... Não entendeu. Eu estou apaixonado por você, Annabeth. - Lee a olhou intensamente, de repente já não parecia tão bêbado, aquilo que estava dizendo era claramente verdade. Ele umedeceu os lábios e sorriu docemente - Você quer ser minha namorada? - A loira sentiu a cabeça girar ainda mais, se isso fosse possível. A barriga roncou e sentiu um refluxo fortíssimo no fundo da garganta.  

 

—Lee... - A garota forçou para fora, com esforço. Sabia que estava fazendo uma careta, porque o sorriso dele se desfez.  

 

—É ele, não é? - Lee fez uma pausa, esperando que ela respondesse. Apesar de saber exatamente de quem ele estava falando, a garota forçou-se a fazer uma careta confusa. - Você não quer ficar comigo por causa do Perseu? - O garoto perguntou, irritado. Então até mesmo ele sabia? Se era assim, quem mais teria percebido? Annabeth pensava estar disfarçando tão bem, e, no entanto... – Ele só vai te magoar, Annabeth. Você merece mais do que isso e eu... - A loira nem se quer conseguia prestar atenção no monólogo dele, estava extremamente concentrada em não colocar para fora todos os salgadinhos que havia comido. Se sentia cada vez mais tonta e mais quente, queria que alguém a desse uma pancada na cabeça para que pudesse apagar de vez. De repente, sentiu uma pontada forte demais no estômago. Não conseguiria segurar. Inclinou-se para frente, sem se importar que ali estavam os sapatos de Lee.  

 

—AHHH! - O garoto gritou. Ele segurou os cabelos da loira para trás. - Percy! - Foi a última coisa que escutou Lee gritar antes de apagar.  

 

 

Pov Percy  

 

Annabeth estava desmaiada antes mesmo que Silena tivesse a chance de ajudá-la a se trocar. O moreno a encarava com as sobrancelhas franzidas e a testa enrugada de preocupação. Cruzou os braços na frente do peito, analisando o rosto agora sereno dela. Certamente diferente da feição com que ela o havia olhado durante toda a noite. Percy sabia que merecia, claro, mas não podia evitar o sentimento de que alguém estava coçando o estômago dele por dentro com uma faca. O garoto suspirou, sentindo o peito pesar. Silena se afastou dela, segurando um termômetro apitando alto.  

 

—38.9 de febre. Isso é culpa sua, eu suspeito? – Silena disse, fazendo com que ele lembrasse que ela estava ao seu lado. Quando Percy a olhou, a pequena garota o encarava com um olhar que dizia que ela era capaz de muito mais do que sua estatura deixava transparecer. O moreno instintivamente se afastou um pouco.  

 

— Minha culpa? – Perguntou, tentando se livrar do tom obviamente culposo. – Como ela adoecer pode ser culpa minha?  

 

— Annabeth funciona majoritariamente com o coração. Se ele adoece, tudo adoece. E eu sei MUITO bem sobre o que eu estou falando, garoto. – Nesse ponto Silena já havia se aproximado novamente, aprontando o dedo na direção dele. As palavras dela o fizeram entender que de alguma forma ela sabia do que havia entre ele e Annabeth, se é que ainda havia algo. -  Então me diga, Perseu Jackson, o que caralhos que você fez? – O garoto engoliu em seco. Não que aquele cenário não o fosse familiar, já havia tido tantas garotas raivosas gritando com ele que havia perdido a conta. Também não era sobre o susto que tomara ao presenciar Silena, uma garota que jamais pensou representar nada remotamente próximo de uma ameaça, entoando xingamentos na direção dele com a fúria de vinte guerreiros.  

 

O que o deixou mudo foi estar ali olhando Annabeth de olhos fechados, com a feição semelhante à de um anjo, encolhida de frio por sua pele fervente em febre e ter a então realização de que talvez realmente a estivesse fazendo mais mal do que pensava. Percy sentiu a garganta fechar, travou o maxilar na tentativa de conter sua expressão e desviou o olhar de Silena. A garota por sua vez bufou e se afastou em alguns passos, as mãos na cintura demonstrando sua frustração. O moreno mordeu o lábio, olhando para o mar pela janela da sala, sem saber o que dizer. Nunca havia sentido prazer nenhum em decepcionar as garotas com as quais se relacionava, ele não era esse tipo de cara. Se sentia culpado sempre que alguém o entendia errado e nutria sentimentos por ele, apesar de deixar bem claras suas intenções. Podia não retribuir a paixão, mas não gostava de as ver chorar.  

 

Mas quando brigou com Annabeth na noite passada, Percy sabia que tinha a intenção de magoá-la. Não conseguia negar isso, ele havia feito de propósito. Queria que ela sentisse o quando o havia magoado também, sentia a pele ferver só de lembrar de Lee a tocando. Pior que isso, beijando-a! É claro que depois que a raiva se esvaiu, passou a noite em claro lembrando do tom embargado na voz dela. Na decepção nos olhos dela. Os ombros retraídos. Cada detalhe o consumia, tudo o que conseguia pensar era em como gostaria de nunca ter tido nenhuma daquelas bobagens. Odiava a pessoa que se tornava quando estava com raiva. 

Mas é claro, tinha dito a si mesmo antes da discussão que a conversa iria acontecer em algum momento, de maneira mais pacífica. Percy sabia que Annabeth estava nutrindo sentimentos por ele, o garoto não era estúpido. Então fez o que sempre fazia. Sumia por algumas horas, dava respostas mais formais, falava com ela com menos frequência, a via menos. Manteve a distância. 

 

 O que ele não esperava era que seu usual protocolo seria especialmente torturante dessa vez. 

 

Quando sumia, tinha vontade de comentar sobre seu dia com ela, o coração apertava ao tratá-la com indiferença, passava o dia pensando na cor dos olhos dela, o cheiro do seu cabelo, como ela sorria entre seus beijos, as pintinhas nos ombros dela. Sentia falta de somente poder olhar pra ela, de saber que ela estava por perto. Não conseguia a tirar da cabeça, não conseguia se distrair com outras garotas, mesmo que tentasse muito. Havia algo mágico sobre Annabeth, algo magnético. A loira emitia um tipo de energia contagiante, Percy se via preso nos pequenos maneirismos dela, não conseguia evitar de procurar um pouco de Annabeth em outras, mas era completamente inefetivo. Ninguém se movia como ela, ninguém era tão passional, orgulhosa e inteligente como ela. Ninguém o divertia mais do que ela. Ninguém fazia o coração dele acelerar. Se afastar de Annabeth era difícil como nunca havia sido antes, Percy não gostava disso.   

 

Demorou a admitir, mas ela o havia enfeitiçado completamente. Não havia mais como negar, cada parte de seu corpo de Percy deixava bem claro. E o pior de tudo? A garota não havia nem tentado fazer isso. Ficou enlouquecido de ciúmes ao vê-la com outro, virou uma pessoa que nunca tinha sido. Facilmente irritado, possessivo, rude. Queria puxar Lee pelas sobrancelhas platinadas e tirá-lo de perto dela. Mas qual direito tinha de sentir todas aquelas coisas? Ele havia afastado Annabeth o bastante para que outro pudesse chegar perto, tinha a deixado insegura, confusa. Como poderia ficar com raiva de algo que ele mesmo havia causado? Percy fechou os olhos, respirando fundo. O garoto virou-se para a loira ainda desacordada e se abaixou na altura dela, sentando-se no chão.  

 

— Você acha mesmo que ela ficou doente por minha causa? – Perguntou, soturno. Silena virou-se pronta para atacar, mas pareceu hesitar um pouco quando o olhar dele encontrou com o dela. A garota abriu e fechou a boca, contrariada. Ela bateu o pé no chão, frustrada, e então respirou fundo, apertando as têmporas.  

 

— Claro que não, Percy. Foi mais um modo de dizer. Ela tá quase uma semana comendo comida pouco nutritiva e com uma mudança de temperatura absurda, isso deve ser uma virose. Mas o que eu sei é que você a machucou. – O tom de Silena já não era mais agressivo, mas sério. Os ombros de Percy pesaram ainda mais do que com a raiva. – Ela já tem problemas demais, não precisa de mais um idiota como você pra ser mais um. – Finalizou com a agressividade fazendo um breve retorno.  

 

— Silena, você não entende. Sendo sincero, você nem me conhece! Eu não queria ser mais um problema, não era isso… - Percy suspirou, afastando sua mão da loira. Ele se levantou e encarou a morena – Eu… fui meio otário com ela ontem, disse coisas que não queria dizer. Eu estava… irritado. Não era pra terminar assim. Mas se você sabe sobre nós então sabe de como combinamos as coisas, não é… Era, um relacionamento.  

 

— Ah, sim. Esse “combinado” idiota. – A garota disse, fazendo aspas com as mãos de forma debochada. –É isso que está te impedindo de ser honesto? Ridículo, se quer saber minha opinião.  

 

— É um combinado que ela também concordou! – Percy defendeu-se.  

 

— Mas que nenhum dos dois cumpriu, não é? – Ela exasperou, fazendo com que o garoto se calasse. Ao lado dos dois, Annabeth murmurou alguma coisa em seu sono. Percy e Silena automaticamente se calaram, não querendo que ela acordasse. Felizmente a loira só tombou a cabeça para o outro lado em seu sono profundo. O garoto se ajoelhou na frente dela de novo, tocando sua testa.  

 

— Acho que a temperatura dela aumentou, ela tá suando frio – Constatou.  

 

— Vamos acordar ela, tem que dar um dipirona. – Silena começou a se aproximar, mas Percy a interrompeu.  

 

— Ela tem que ir pra um hospital, o corpo não vai absorver o remédio por causa do álcool. – O garoto tirou uma mecha do rosto dela, acariciando a pele de leve. – Tem um postinho aqui perto, posso levar ela com o carro de Luke.  

 

— Você não bebeu?  

 

— Porra, bebi. Mais cedo tomei um shot com ela - O moreno correu as mãos pelos cabelos, nervoso.  

 

—Um shot e ela ficou assim? Você deu o que a ela, gasolina? - Silena indagou, olhando para Annabeth. 

 

—Uma bebida da adega de Zeus, mas foi menos de MEIO shot Silena, eu juro. Não faço ideia de como ela ficou assim. - Percy suspirou, frustrado. - Enfim, eu não estou bêbado, mas não quero arriscar ela de qualquer forma. Você bebeu?  

 

—Pior que sim, não confio em mim no volante. - Percy assentiu e a encarou, hesitante. 

 

—Tem alguém que não estava bebendo? - A morena negou com a cabeça. O garoto suspirou de novo. - Então vamos, eu dirijo devagar.  – O garoto começou a levantar Annabeth delicadamente nos braços. A garota abriu os olhos por um breve momento, confusa.  

 

— Percy? – Ela murmurou.  

 

— Shh, volte a dormir. – Ele sussurrou, a dando um pequeno beijo na testa. Annabeth deu um sorriso bêbado e sonolento.  

 

— Okayyy – Disse antes que apagar de novo. Percy não conseguiu evitar um breve sorriso.  

 

 – Você vem? – Perguntou a Silena.  

 

— Claro. Mas não devemos avisar os outros? – Silena perguntou, já colocando sua bolsa no ombro.  

 

— Estão totalmente bêbados, só vai causar alarde. Explicamos quando voltarmos. – A morena assentiu e o acompanhou. Foram até os fundos da casa, onde os carros estavam estacionados. Silena entrou primeiro e Percy cuidadosamente colocou Annabeth deitada com a cabeça no colo dela, andou até o banco do motorista em seguida. O garoto deu partida no carro e logo estavam na direção do postinho.  

 

Percy e Silena se mantiveram em silêncio pela maior parte do percurso. Os dois já não eram muito próximos e diante da situação o clima também não estava ideal. O moreno olhava pelo retrovisor a cada dois minutos verificando se Annabeth ainda continuava ali, como se ela pudesse ter ido para qualquer outro lugar estando apagada dentro de um carro em movimento. Quando olhou pela sétima vez, Silena respirou fundo impacientemente.  

 

— Ela não vai desaparecer, Percy. Olhe para a estrada. – O moreno endireitou a postura, sentindo as bochechas queimarem por ter sido pego.  

 

— Foi mal, desculpa. – O garoto disse, respirando fundo. Ele passou a mão livre nervosamente pelos cabelos.  

 

— Duas mãos no volante também, Percy. Não quero morrer! - Silena disse, entredentes. O garoto conseguiu ver Annabeth franzir a testa em seu sono.  

 

— Desculpa, desculpa. Estou nervoso. – O garoto segurou o volante com as duas mãos firmemente. No banco de trás ele ouviu Silena suspirar de novo, porém mais calmamente dessa vez.  

 

— É só uma febre, Percy. Provavelmente um resfriado. Ela não vai morrer, respire... – Ela disse num tom tranquilizador. 

 

— Okay, foi mal. – Os dois se calaram novamente até que chegassem no destino. Percy aconchegou Annabeth em seus braços cuidadosamente, andando com Silena até o interior do lugar. Explicaram a situação na recepção e logo a loira estava adormecida numa maca, recebendo soro e medicamentos na veia. Silena sentou-se na cadeira de acompanhante, enquanto o garoto analisava atentamente o rosto de Annabeth. Ela não parecia ter pressa em despertar de seu sono.  

 

— Eu não entendo. – Silena disse após alguns minutos, o tirando de seu transe – Você gosta dela, não gosta? – Percy suspirou, exausto.  

 

— Silena… - Disse ao se jogar numa cadeira ao lado dela, os olhos fechados na tentativa de evitar a conversa. 

 

— Percy, acredite se quiser, eu estava no seu time até umas duas horas atrás, mas você tá complicando as coisas pra mim. – O moreno a olhou com a sobrancelha arqueada. 

 

— No meu... Time?  

 

— É, entre você e o Lee e tal. – Percy bufou e cruzou os braços.  

 

— Como se isso fosse se quer uma competição.  

 

— Eu não teria tanta certeza se fosse você, acho que o Lee é um concorrente forte. – A garota disse. Percy franziu a testa, irritado. Mas a expressão vacilou com o tempo.  

 

— Então… Você tá no meu time? – O garoto disse desviando o olhar, tentando parecer desinteressado. 

 

— Eu estava, mas dadas as circunstâncias, acho que vou ser obrigada a mudar! 

 

— Ah, qual é! - O garoto revirou os olhos. 

 

— E você se surpreende? Lee é um doce, cozinha bem, um cavalheiro… 

 

— Eu sei fazer tudo isso! – Percy tentou falar, gesticulando para dar ênfase no que dizia.  

 

— E, ACIMA DE TUDO – Silena elevou a voz – É honesto sobre os sentimentos dele. – A garota finalizou, calando Percy pela quadragésima terceira vez naquele dia. O garoto cruzou os braços novamente. 

 

— Eu sei disso, okay? – O moreno disse com a voz vacilante - Eu disse isso a ela, que ela deveria ficar com ele. Quer dizer, talvez não tenha dito da melhor maneira do mundo… Mas eu disse.  

 

— Oi?! - Silena disse, a voz mais aguda do que o comum. Ela se ajeitou na cadeira de uma maneira que conseguisse ver Percy mais claramente. - Calma lá, você tá dizendo que mandou a garota que você é a fim ficar com outro cara porque você é medroso demais pra assumir que se apaixonou por ela? É isso? – Ela disse, apertando as têmporas novamente. Percy abriu a boca algumas vezes, mas não conseguia pensar em absolutamente nada para se justificar. Ela havia falado tudo, sem tirar nem por. O garoto esperou que a morena o xingasse novamente, mas para sua surpresa, Silena começou a rir. – Vocês realmente são parecidos, que dupla complicada – Ela disse, ainda rindo. Percy inevitavelmente sorriu, a acompanhando.  

 

— É por isso que você está no meu time? Acha que somos parecidos? - Perguntou tentando parecer o mais casual possível, mas o coração falhou uma batida. Silena abriu a boca para dizer algo, mas então fechou de novo, hesitante. - O quê?  

 

— Não sei te explicar por que exatamente. É mais uma sensação. - A garota disse.  

 

—Acho que não acompanhei o raciocínio aqui. - O garoto disse com as sobrancelhas franzidas. Silena gargalhou um pouco. 

 

—Você nunca olhou pra duas pessoas e simplesmente... Soube que tinha algo?  

 

—Ah, várias vezes. Chama tensão sexual, Silena, as pessoas geralmente são bem ruins em esconder isso. - A garota revirou os olhos e o desferiu um tapa na testa. - Ai! Que isso?  

 

—Não é disso que eu estou falando, cabeção! - Disse, raivosa. - Fique quieto para que eu não me arrependa de ir com a sua cara! - A morena respirou fundo, Percy acariciou em silêncio o lugar onde ela havia estapeado. - Às vezes só... Dá pra perceber quando duas pessoas estão fadadas a se apaixonar. Se você fosse uma terceira pessoa e pudesse ver o jeito que olha pra ela saberia exatamente do que estou falando. - O moreno franziu as sobrancelhas, confuso. Instintivamente, seus olhos foram parar no rosto adormecido de Annabeth. Ela tinha os lábios levemente entreabertos, seu sono estava tão tranquilo que nem parecia estar dormindo numa cama de hospital. Percy ouviu Silena rir levemente. - É, exatamente assim. - O moreno piscou algumas vezes, recuperando a postura.  

 

—Muito engraçado. - O garoto limpou a garganta – E... O Lee não tem isso? - Perguntou, tentando parecer desinteressado.  

 

—Ah, o Lee está completamente apaixonado por ela, pode ter certeza. Honestamente acho que eles até conseguiriam um bom relacionamento juntos. - O moreno travou o maxilar, desconfortável ao ter que pensar em Annabeth com o outro garoto. - Mas acho que você e ela seriam mais do que um bom relacionamento. Encontrar esse tipo de conexão é... Arrebatadora. É o tipo de coisa que todo mundo a vida inteira procurando, Percy, que as pessoas escrevem sobre. Então a minha pergunta é: por que você fugiria disso? - O garoto abriu a boca para responder, mas nada saiu de seus lábios. Quando finalmente arrumou voz, disse algo idiota como: 

 

—É complicado. - Silena deu uma gargalhada alta, batendo a mão na coxa. 

 

—COMPLICADO? COMPLICADO! - A garota riu mais um pouco e então segurou Percy pelos ombros – Percy, absolutamente TUDO no mundo é complicado, você tem ideia de quantas coisas tem que acontecer somente pra que você consiga respirar?  

 

—Vou chutar mais do que três.  

 

—É meu chute também. Meu ponto é: você vai morrer sem fazer nada porque tem medo de fazer tudo? Qual o sentido disso? - Silena soltou os ombros dele com leve agressividade e se encostou de novo na cadeira, bufando. - Sabia que você foi o primeiro garoto que ela veio falar sobre? Nossa, você não sabe o quanto me deixou eufórica. Ela me pediu assistência! Foi um acontecimento único na minha vida. - Silena colocou a mão sobre o coração, como se falar sobre aquilo a aquecesse.  

 

— Assistência? - Percy perguntou, confuso. 

 

— É, conselhos amorosos e afins. Até pra comprar lingerie, você acredita? Ela gosta tanto de você que veio me pedir conselho de moda, seu idiota! E você aí agindo que nem um otário! - Silena gargalhou, cobrindo o rosto com as mãos - Fugindo da garota perfeita, você é doido? – Silena disse, ainda rindo. Percy não conseguiu esconder o sorriso. Do jeito que ela falava ele se sentia realmente idiota.  

 

— Ei, isso é trairagem… - A voz fraca e rouca de Annabeth os tirou de sua discussão. Os dois olharam na direção dela, se aproximando ao mesmo tempo.  

 

— Annie, você tá bem? – Silena disse, tocando na testa dela. – Ah, sua febre baixou! – A garota disse, dando pulinhos animados. Annabeth abriu um sorriso fraco, mas que não falhou nem um pouco em fazer o coração de Percy pular.  

 

— Relaxe, sua maluca. Por que vocês me trouxeram num hospital? Eu só estava cansada. - A loira disse, tocando a sonda em seu braço.  

 

— Você tava queimando de febre, loirinha! Não tivemos opção. - Silena a abraçou apertado. 

 

— Um dipirona teria resolvido! - A loira disse quando se soltaram.  

 

— Você tava bem bêbada, seu corpo não ia absorver. – Percy interrompeu pela primeira vez. Quando Annabeth o olhou ele sentiu como se o coração fosse parar. O garoto pressionou os lábios e apertou as mãos, nervoso.  

 

— Ah, verdade. – Ela disse, desviando o olhar. Os três caíram num silêncio desconfortável até Silena interromper.  

 

— Eu vou avisar a enfermeira que ela acordou. – A garota disse, saindo furtivamente antes que eles pudessem protestar. Percy respirou fundo, olhando para os próprios pés. Pensou em perguntar a Annabeth o que ela tinha escutado da conversa, mas não sabia como. Se ela não tivesse escutado muito, poderia perguntar sobre o resto e o garoto sentia como se fosse ter um ataque cardíaco caso acontecesse.  

 

— Quem dirigiu? – A garota perguntou de repente.  

 

— C-como? O garoto gaguejou. O rosto de Annabeth se fundiu no semblante de um sorriso.  

 

— Perguntei quem dirigiu, cabeça de alga. Sei que vocês dois beberam.  

 

— Eu dirigi, desculpa. Não deveria ter arriscado você, mas não tinha ninguém mais sóbrio do que eu. Mas eu não sinto nada, juro. Eu nunca teria te colocado num carro comigo se não... 

 

— Percy, calma. - A loira disse calmamente, um sorriso doce nos lábios. Percy sentiu a boca se enrugar de angústia ao olhá-la. Quando a via sorrir daquele jeito não sabia como havia tido a capacidade de colocar lágrimas nos olhos dela. A garganta estava seca de culpa. - Meus deuses, por que você tá me olhando desse jeito? Eu tô tão acabada assim? - A garota passou as mãos pelos cabelos, mas Percy segurou os braços dela e gentilmente os colocou na posição de antes. 

 

— Não mexe muito esse braço, a sonda pode sair do lugar e aí seu braço vai fichar inchado de água. - O garoto disse com um leve sorriso. Ele olhou a bolsa hospitalar pendurada no apoio e apertou um pouco - Já acabou, a enfermeira deve tirar a sonda quando voltar.  

 

— Que bom, odeio agulhas. - A loira olhou para o próprio braço, levemente roxo pela tentativa de aplicações da sonda. - Aí, isso vai ficar roxo por uns dias.  

 

— Você tava bem desidratada, é difícil encontrar a veia assim. - Annabeth o olhou com uma das sobrancelhas arqueadas. 

 

— Você sabe um bocado sobre sondas, ein? Eles ensinam isso em biologia marinha? - Percy riu de leve.  

 

— Passei muito tempo em hospitais quando era mais novo, você acaba aprendendo.  

 

— Ah, é? Você ficava doente com frequência?  

 

— Não - Percy disse, simplesmente. Os olhos curiosos de Annabeth estudaram seu rosto, mas ele sabia que ela havia entendido, ela não perguntaria mais nada. Percy sorriu, caloroso. - Outro dia eu te conto, pode ser? - A loira sorriu de leve, assentindo.  

 

— Você acha que eles servem lanchinhos aqui? Ou será que é só para as internações... Eu trocaria um dos meus dedos por um sanduíche - A garota disse, automaticamente mudando de assunto, mas Percy não estava escutando. Aquele momento o causou uma coceirinha na boca do estômago. As palavras de Silena agora ecoavam na cabeça dele. O garoto sentia como se tivesse sido teletransportado para fora de seu corpo e estivesse se assistindo de fora. Percy tinha amigos de infância que não entenderiam sua expressão, não saberiam a hora de parar de fazer perguntas. Mas Annabeth havia entendido imediatamente com apenas uma troca de olhares. Ela sabia que era um assunto delicado e apesar de ser a pessoa mais curiosa que o garoto conhecia, ela só... Deixou ir. 

 

Percy sentiu a pele do braço se arrepiar. De repente tudo fazia sentido. Sentia vontade de contar tudo para Annabeth, desde o primeiro momento em que seus olhos viram o mundo pela primeira vez ao nascer e todas as decisões que tomou até que estivesse bem ali na frente dela. Queria dizer tudo, até mesmo as coisas ruins. Queria que ela o contasse tudo também, desde seu primeiro passo até seus sonhos pro futuro. O anseio de conhecê-la era tão grande que parecia se materializar.  

 

— Oie... Terra para Percy Jackson. - A garota disse, beliscando o braço dele de leve.  

 

 

 

— Finalmente! Achei que você tinha entrado num choque, cabeça de alga. - Percy a encarou, sentindo aquele calor tomar seu peito de novo. Precisava beijá-la, contar a ela tudo o que estava sentindo. Claro, provavelmente começaria com um pedido de desculpas, nada mais merecido que isso. O garoto mordeu o lábio, juntando a coragem para começar seu longo monólogo. 

 

— Boa noite senhorita Annabeth! - A voz alegre da enfermeira ecoou a sala, fazendo com que Percy pulasse da cadeira onde estava. O garoto se virou para encontrar uma mulher baixinha de cabelo preto, usava jaleco e carregava uma prancheta. Silena estava bem atrás dela e o deu uma piscadinha ao se aproximar. 

 

— Boa noite, enfermeira... - Annabeth forçou um pouco a vista para conseguir ler o crachá - Lucy! - A mulher sorriu docemente para ela.  

 

— Que bom que seu aspecto melhorou, chegou aqui pálida e agora está até corada! - A enfermeira tocou a bolsa de soro – Bom, parece que você já pode ser liberada. O efeito do álcool deve estar passando totalmente em meia horinha e os outros sintomas são de um resfriado. Não beba mais enquanto eles não sumirem, pode piorar de novo como foi o caso hoje - Ela anotou alguma coisa na prancheta e então destacou uma folha e entregou para a loira. - Eu recomendo esse primeiro pra enxaqueca que você provavelmente vai ter mais tarde e os outros pra sua garganta inflamada e pro caso de ter febre de novo. Beba bastante água e repouse também, okay? - Annabeth assentiu vigorosamente. A mulher se aproximou da garota e falou num volume mais baixo, mas alto o bastante para que todos pudessem ouvir - Você tem amigos bastante protetores, ein? - Annabeth riu levemente e assentiu. - Esse bonitinho aqui especialmente, quase matou a coitada da minha recepcionista pra te conseguir uma maca. Se me perguntar, acho que ele é a fim de você. - A mulher deu uma piscadela na direção de Annabeth e saiu, deixando ela e Silena segurando risos. Percy sentia as bochechas queimarem, mas disfarçou, limpando a garganta.  

 

— Bem, acho que só nos resta ir embora. - O garoto disse, se levantando. Ele ajudou Annabeth a se levantar da maca, mas sem conseguir olhá-la diretamente.  

 

— Acho que você deveria medir sua temperatura também, Percy. Tá tão vermelho... - Silena disse, reprimindo um sorriso.  

 

— Estou bem, Silena. Podemos ir? - O garoto disse, entredentes.  

 

— Tem certeza? Você tá meio vermelho mesmo. - Annabeth disse, a testa enrugada de preocupação. Ela tocou a testa do garoto de leve, mas ele rapidamente a afastou com delicadeza.  

 

— Se preocupe com sua recuperação, sabidinha. Eu estou bem. Vocês podem ir para o carro na frente, vou usar o banheiro rapidinho. - O garoto deu as chaves para Annabeth e se afastou das duas. Percy andou em passos rápidos até a área de espera da recepção, onde algumas poucas pessoas estavam sentadas. No lado esquerdo da sala, havia uma máquina de refrigerantes e guloseimas bastante recheada. O moreno se aproximou, averiguando atentamente os itens. - Vinte reais um sanduiche natural? Mas que porra – Percy disse para si mesmo. Ele bufou enquanto digitava o número na máquina e inseria o dinheiro. No total pagou 45 reais em um sanduíche, duas barras de cereal e duas garrafas de água. Sentia como se tivesse sido assaltado. Arrumou os itens nos braços e saiu na direção do estacionamento. - Aqui – Disse ao entrar. Deu uma barrinha e uma água para Silena e os demais itens para Annabeth. 

 

— Ah! Um sanduíche! - A loira disse, os olhos brilhando. - Ué, mas você gastou dinheiro com isso? Quanto foi? Eu te pago. - Ao lado dela, Silena assentiu em concordância.  

 

— Am? Não paguei nada, a enfermeira me viu saindo e trouxe esses lanches. - Percy mentiu, dando partida no carro.  

 

— É mesmo? Nossa, que postinho eficiente. - A garota disse, desembrulhando o sanduíche e dando uma mordida com vontade. Percy sorriu ao ver o rosto satisfeito dela pelo retrovisor.  

 

— Não sujem o banco de Luke, ele já não gosta muito de mim.  

 

— Ein? Por que ele não gosta de você? - Silena perguntou.  

 

— Não é que Luke não dele... Ele só não gosta de... - Annabeth apontou com os dedos entre ela e Percy. O garoto engoliu em seco.  

 

— Ah... Entendi. - A morena assentiu – Mas por quê? É porque o Percy tem fama de safado?  

 

— SILENA! - Annabeth se exaltou, quase se engasgando com o sanduíche. O moreno deu uma risada breve. 

 

— Ué, que foi? Ele não se ofendeu. Não é, Percy?  

 

— Nenhuma ofensa. E sim, ele não gosta de mim porque tenho fama de... Safado. - O garoto disse, rindo novamente. Achou engraçado demais a escolha de palavras.  

 

— Que preconceito. Eu também já tive fama de safada, Percy. Tenho certeza de que você vai conseguir sair dessa vida. - O moreno gargalhou.  

 

— Mas você já assume que o rumor é verdadeiro?  

 

— É claro, um sem-vergonha conhece outro. Mas existe tratamento! Amor verdadeiro. Tenho certeza de que Annabeth poderia facilmente te ajudar disso. 

 

— SILENA BEAUREGARD. - A loira gritou.  

 

— Nossa, chamou pelo nome inteiro. É, parece que o papo acabou. - A morena disse, levantando as mãos em rendição. O garoto sorriu, voltando os olhos para a estrada. Pelo resto do caminho tudo o que se ouvia era a música no rádio, não demorou muito para que estivessem na parte traseira da casa. Percy estacionou o carro e os três saíram. A casa estava bem mais silenciosa do que quando haviam saído. Annabeth se alongou enquanto passava pela cerca do quintal. 

 

— Nossa, to quebrada. - Murmurou. Eles andaram até onde antes acontecia a festa, apenas para encontrar muitas garrafas espalhadas e luzes acesas.  

 

— Parece que a festa acabou. Acho que eles nem perceberam que saímos. - Silena disse. 

 

— Duvido que Beckendorf não teria percebido que você sumiu. - Percy comentou. 

 

— Sim, para isso existe a tecnologia. - Silena levantou o celular - É claro que eu o avisei. Enfim, vocês ficam bem? Ele está me esperando na praia. - Percy e Annabeth se entreolharam e assentiram. Silena os deu um breve boa noite e saiu andando na direção da água. O silêncio pairou entre os dois por alguns bons momentos. O moreno queria dizer tantas coisas, mas não sabia nem se aquele era o momento. Como poderia saber quando era o momento? Ele trocou o peso do corpo entre os pés, pensando como começar. 

 

— Bom, acho que eu deveria ir descansar. - Annabeth disse, quebrando o silêncio.  

 

— É, provavelmente. - O garoto sorriu de leve. Os dois se encaram, mas ainda em silêncio.  

 

— Então... Boa noite – A loira disse com um sorrisinho, começando a se afastar.  

 

— Annabeth, espera... - Percy disse ao segurar a mão da loira levemente. A garota parou, virando-se para ele parecendo surpresa. - Acho que precisamos... Conversar. - Annabeth fez menção de falar, mas o moreno havia apertado o gatilho, não teria como parar de falar. - T-tem tantas coisas. Quer dizer, antes de tudo, desculpa. Preciso pedir desculpa antes de dizer. O ponto é: eu preciso te dizer muitas coisas. Hoje eu descobri muitas coisas. Acho que tenho muito o que pedir desculpa também. Quer dizer, caso não tenha ficado claro, essa primeira desculpa foi por ontem. Mas eu tenho muitas coisas pra pedir desculpa além disso. D-dá pra entender o que eu quero dizer? - Ele perguntou, correndo a mão pelos cabelos. Sabia que estava parecendo completamente confuso e patético. Então obviamente, o garoto achou que ela fosse fazer algo lógico, como chamá-lo de patético ou socá-lo no nariz. Ao invés disso, ela fez algo que o surpreendeu ainda mais: segurou o rosto dele entre as duas mãos e o beijou rapidamente, na bochecha. Quando o soltou, a garota sorria levemente. 

 

— Boa noite, cabeça de alga. - Annabeth disse, antes de virar e sair. O garoto piscou os olhos algumas vezes, tentando assimilar o que havia acontecido. Já havia beijado Annabeth diversas vezes e de maneiras muito mais... Intensas. Entretando, aquele pequeno gesto havia o arrebatado completamente. O coração batia tão rápido que achou que ele fosse parar, sentia-se como uma criança. Percy colocou as mãos na cintura e encarou o mar, o que provavelmente ficou fazendo até que conseguisse se lembrar qual era seu nome.  


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Notas finais do capítulo

quem notou a referência no final bate palma!!
Até o próximo capítulo ♥



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