Uma Era De Ordem E Honra escrita por Landgraf Hulse


Capítulo 20
19. Trair a família, trair a confiança, é o pior pecado que um Tudor-Habsburg pode cometer, e dificilmente haverá perdão.




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Como uma coisa dessas poderia estar acontecendo? Era um desastre, uma infâmia, o pior dos escândalos. Alfred nunca imaginou que Henry fosse assim tão tolo, tão insensível, que fosse fazer essa besteira.

Quando Henry o abordou no salão, pedindo para eles conversarem, Alfred não havia pensado que era isso que Henry desejava. Mas era tão fácil de perceber, tão simples de olhar. Ele que foi um tolo cego. Alfred passou as mãos em seu rosto fortemente, ele queria gritar tanto. Era tão bom que agora Henry e Lady Rachel olhavam apenas para Elizabeth, e ela para eles.

  — O que você fez Henry?— Elizabeth logo deduziu o que estava acontecendo, seus olhos então foram dos dois, para Alfred.— Não me diga que...

  — Eu desejo me casar com Lady Rachel, na verdade eu já pedi a mão dela, e tanto ela como sua família aceitaram.— Alfred apertou seu punho ao ouvir seu irmão, isso apenas aumentava mais a sua raiva. Elizabeth suspirou aliviada, apenas para seus olhos se arregalarem logo em seguida.

  — Casar!?— A marquesa repetiu em um estridente grito.— Henry você não pode se casar com Lady Rachel! Lembre-se de quem é você e de quem ela é!

 — Eu estou aqui, minha marquesa. E a senhora deve...— Elizabeth apenas sinalizou com a mão para Lady Rachel se calar, não era a milady que tinha a razão.

O marquês novamente passou sua mão no rosto, e respirou fundo... mas que raiva disso tudo!

  — Você sabe muito bem, Henry, que não pode se casar com Lady Rachel, mesmo que goste muito dela.— Não era bom perder tempo, Alfred foi logo ao ponto, apenas para aumentar o olhar determinado e desafiador do irmão.— Não estamos em posição para nos casar com... alguém do status dela.

Isso de nada adiantou para mudar a expressão dele, Henry continuava implacavelmente determinado. Alfred franziu a testa ao ver isso, seria uma luta difícil, mais do que já estava sendo.

  — Eu não ligo nem um pouco para isso, Alfred! Eu a amo, é isso que importa.— Era um tolo! Um idiota! Henry estava levando Alfred ao limite da paciência. O marquês novamente se afastou do irmão, indo para perto da janela e a abrindo. Não era bom se estressar, ou sua asma poderia...— Eu apenas preciso do seu apoio. Por favor, Alfred.

Pedir, fazer súplicas, implorar, Henry poderia fazer tudo isso, mas a resposta de Alfred seria a mesma, não havia lugar para casamentos desiguais nessa família. Ele respirou fundo, e apertou seu pescoço, por que hoje estava sendo mais difícil?

  — Henry, por favor nos escute, a mim e a Alfred. Você sabe, e foi ensinado, que deve fazer sacrifícios na vida para o bem da sua família, e as vezes isso envolve deixar de lado coisas como o amor e a paixão.

  — Você diz isso, minha marquesa, mas não leva em consideração o seu próprio casamento.— Elizabeth simicerrou os olhos para a presunçosa Lady Rachel. Balançando vagarosamente ela disse:

  — Não se engane Lady Rachel, até mesmo ele foi um arranjo para o bem dessa família.— Para os livrar do escândalo e do desastre. Mas a milady apenas fez uma cara feia e balançou a cabeça. Na janela, Alfred sentia sua respiração voltar ao normal.— Por favor, desista disso, Henry! Não deixe essa pobre garota pensar que um dia poderá ser alguém que nunca será.

  — Sim, Henry. Deixe-a ir, ela não passará pela negação, pela pressão e muito menos pelas fofocas.— Se afastado da janela, agora com uma voz mais rouca, Alfred voltou a discussão. Henry ouvia, sorria e balançava a cabeça.— Deixe que Lady Rachel volte para sua família e se case com um nobre, e você se case com uma princesa de verdade.

  — Isso não vai acontecer Alfred.— Ele balançava a cabeça e olhava para o irmão mais velho completamente decidido. Agora era Alfred que balançava a cabeça, ele também estava decidido, só que sua decisão era fazer Henry desistir dessa armadilha. Mas nesse momento, os olhos de Henry mudaram, alguma coisa mudou, ele ergueu mais sua cabeça e... seus olhos estavam... frios.— Eu tomei a honra de Lady Rachel Somerset!

Isso já havia acontecido antes. Mas dessa vez, Alfred riu, ele não chorou ou ficou estóico, como até mesmo Elizabeth estava no momento. Alfred riu como se fosse uma piada.

  — Você mente, Henry. Não existe em você coragem para fazer tal coisa.— Rindo zombador, Alfred falou, e não tinha dúvidas disso.

 — E o que lhe faz ter tanta certeza disso?- Henry suou um tanto ameaçador. Mas Alfred ainda riu.

 — Você é um Tudor-Habsburg, foi ensinado a dar valor a honra e a dignidade, foi ensinado a ser um cavalheiro perfeito, um príncipe perfeito.

E qual era a resposta de Henry? Ele ficou calado, mas muito dificilmente esse silêncio parecia bom. Na verdade, era ameaçador.

  — Mas isso não impediu você.— O coração de Alfred parou por um momento, e sua garganta se fechou novamente.

Todo o orgulho e honra de Alfred e Elizabeth caiu por terra, Henry não tinha medo? Ele literalmente falou em voz alta o maior segredo de Alfred e Elizabeth.

A primeira reação de Alfred ao ouvir isso foi olhar para Elizabeth. Ela mal conseguia manter a postura e a dignidade. Os olhos dos dois se encontraram, eles pensavam a mesma coisa: Henry ultrapassou a todos os limites.

  — Lady Rachel, acho que essa discussão não está fazendo bem a marquesa. Peço que a leve para tomar um ar fresco na sacada do jardim.— Com uma voz ainda rouca, mas muito calma, Alfred pediu a milady, que ainda tentou falar presunçosa:

  — Creio que meu lugar...— Mas Alfred a interrompeu.

 — Milady, o seu lugar é onde eu mandar. Você está em Tudor House, uma residência minha, então leve a marquesa para a sacada do jardim.— Mesmo descontente, Lady Rachel fez uma mesura e obedeceu, com Elizabeth a seguindo devagar.

Alfred nem mesmo sabia o que pensar agora, ou mesmo o que fazer, tudo estava desmoronando. Suspirando e passando novamente a mão no rosto, o marquês foi então para a mesa do escritório e sentou na poltrona, o melhor era pensar sentado. Ele ainda sinalizou para seu irmão sentar-se também, coisa que Henry fez com muita cautela, prudência e calma. Alfred estava muito paciente, muito calmo, muito estóico.

Henry havia cometido o pior dos pecados. Ele havia desfeito um pacto moral, que entre muitas coisas, dizia que nunca,  em momento algum, se deveria falar o que aconteceu na manhã dia quatro, do primeiro mês, no milésimo septingentésimo quinquagésimo nono ano, principalmente para outras pessoas.

Depois de um longo momento de silêncio, Henry mesmo que o quebrou:

  — Não irá falar nada Alfred? Não vai gritar, socar ou fazer qualquer outra coisa por conta do meu... sacrilégio?

 — Você pensa antes de falar ou agir, Henry?— A resposta de Alfred foi uma pergunta, uma que foi respondida com um dar de ombros.— Pois eu penso, e penso muito. Eu não sou um bárbaro para agir violentamente. Mas não é isso que você quer falar. Eu vi bem como você deseja se casar com Lady Rachel Somerset, e o que você está disposto a fazer para conseguir isso.

  — Eu agradeço que tenha percebido.— Henry respondeu com um tom de ironia, assim como cheio de certeza.— Tenho permissão para me casar com Lady Rachel?

Tudo que Henry havia falado antes parecia uma ameaça. Alfred não tinha total convicção de que ele iria cumprir essas ameaças, Henry não era capaz disso, mas ninguém é capaz, até que faça.

  — Henry, você tem vinte e um anos, já tem sua maioridade. Faça como bem desejar.— Calmo e sem mostrar sentimento algum, Alfred respondeu. Mas Henry não sorriu.

 — Eu sei disso. Mas você é o chefe da família, e eu sou um príncipe da nossa família, eu obedeço você.— Alfred levantou uma de suas sobrancelhas ao ouvir isso, desde quando era assim? Era irônico até.

— E se eu não desse o meu consentimento, você iria agir de acordo?

Novamente um silêncio, Henry encarou o irmão mais velho, e balançou a cabeça.

  — Não, não iria.— O marquês sorriu, não era uma surpresa.

  — Você tem minha permissão para se casar com Lady Rachel Somerset.- Henry deu um longo suspiro de alívio e Alfred percebeu que ele tentou falar algo.– Mas haverá consequências.

 — Consequências?— Alfred assentiu sorrindo, Henry não pensava que iria sair impune, ou pensava?

 — Sim, você é um príncipe, e está se casando com uma plebeia, apesar de ser filha de um duque e compartilharmos o mesmo duque de Somerset como ancestral, ela é uma plebeia.— Alfred parou, e Henry sinalizou para ele continuar.— Sendo assim, vocês não irão compartilhar o mesmo título. Lady Rachel não será princesa, e muito menos Alteza Sereníssima.

  — Bem eu sei disso, será um casamento desigual realmente, mas eu pensei que...

 — Não tem mais, Henry.— O mais novo simicerrou os olhos, e Alfred deu um sorrisinho.— Na Inglaterra, será um casamento legítimo, e seus filhos poderão herdar qualquer título que você receba. Mas não na Alemanha. Lá seu casamento será ilegítimo, e seus filhos serão excluídos da linha de sucessão de Niedersieg, eles não serão príncipes.

  — Será uma casamento ilegítimo na Alemanha. Tudo... tudo bem, mas o que Rachel será?

  — Não se preocupe, irei providenciar que o rei lhe dê um título, que tal ser feito um conde? Conde de... de Aberavon.

Era a vingança, a consequência. Henry não iria sair completamente bem, ele iria se casar com quem queria, mas nunca os frutos desse casamento seriam realeza.

  — Creio então que assim será melhor, para ambas as partes.— Alfred sorriu e assentiu, era esse o objetivo.— Aberavon parece muito bom. É em Gales não? Como os Tudor do passado.

Estava feito então. Alfred tinha que tomar ações para que isso nunca voltasse a acontecer, nem o que aconteceu com ele e Elizabeth, e muito menos com Henry e Lady Rachel.

*****

Elizabeth estava sentada em um banco perto da entrada do salão de bailes, pois o caminho mais curto até o jardim era cruzando o salão. Mas que desgraça era isso que estava acontecendo nessa família. Que noite terrível!

  — Minha marquesa, a senhora está passando bem?— O primeiro pensamento de Elizabeth foi novamente mandar Lady Rachel se calar, mas a jovem parecia realmente preocupada.

  — Estou apenas respirando, Lady Rachel, logo iremos sair.— A filha do duque de Beaufort assentiu e voltou a olhar para o salão.

A marquesa suspirou cansada. Elizabeth só queria fazer um baile, ela só queria ajudar crianças órfãs, e de prêmio ajudar algumas jovens damas a encontrar um com par para elas, Elizabeth queria apenas se divertir, e onde ela estava agora? Sentado em um banco tentando se acalmar.

Mas que coisa terrível foi essa que Henry fez a eles, foi a mais terrível das traições. Elizabeth levantou sua cabeça e olhou para Lady Rachel. E Henry fez tudo por... por isso? Era realmente uma dama bonita, de boa família, mas se casar com ela iria trazer tantos problemas, o que ele usou para conseguir se casar com ela era tão problemático. Lady Rachel percebeu que a marquesa a olhava, e sorriu para Elizabeth.

  — Minha marquesa, já acabou de respirar?— Mas que pergunta era essa? Que sorriso falso era esse?

Elizabeth subitamente se levantou do banco, sem esboçar sorriso algum, e foi se olhar em um dos espelhos que havia no corredor. Ela parecia uma fantasma de tão branca que estava. Elizabeth já era branca, ser muito branca era um sinal de beleza e riqueza, mas a palidez fazia ela ficar horrível.

  — Espero que olhem para os diamantes, e não para mim.— Pelo menos o cabelo estava perfeito.— Vamos, milady.

  — Muito bem, já estava na hora.

Lady Rachel perguntou se Elizabeth queria se apoiar nela, mas a marquesa recusou. E elas entraram no salão de bailes novamente. Nada parecia ter mudado, os casais ainda dançavam, as damas casadas conversavam e os cavalheiros bebiam enquanto também conversavam. Nada mudou. 

  — Iremos direto para os jardins, está ouvindo, Lady Rachel?— Olhando para frente e sorrindo tranquilamente, Elizabeth avisou a dama mais jovem, e era bom que fosse assim.— Lady Rachel?

  — Sim, eu ouvi.— O que ela disse? Melhor ainda, como Lady Rachel falou? Isso foi grosso, sem educação, a pirralha falou alto com Elizabeth!— O que foi?

Elizabeth se virou para trás, olhando para Lady Rachel. Isso foi uma audácia, e ela não iria deixar isso ficar assim, se Lady Rachel queria ser uma Tudor-Habsburg, que pelo menos agisse como uma. 

  — Eu sugiro que da próxima vez a milady...

 — Ah, Sua Alteza Sereníssima! Lady Rachel!— Se Elizabeth iria falar com Lady Rachel de forma repreensiva, agora ela iria ter que colocar um sorriso em seu rosto. Se virando para trás, a marquesa viu o barão Jeremyn e Sir Arnold Ollev, 3° baronete, se aproximando.

  — Lord Jeremyn, Sir Arnold, que alegria.— Elizabeth estendeu sua mão para eles a beijarem, coisa que fizeram, primeiro o jovem barão, e depois o mais velho, o baronete.— Sir Arnold, sua filha, Charlotte, estava linda, assim como Lady Ollev. Esplendorosas.

  — Minha Charlotte e tão bela quanto Clare é. Ainda tenho esperanças que Jeremyn a peça em casamento.— Sir Arnold riu logo em seguida, assim como as damas, enquanto o barão simplesmente balançou a cabeça.— E seu irmão, Lady Rachel, ele veio? Queríamos muito falar sobre algo com ele.

  — Não sei exatamente onde Charles está, perdão.— Elizabeth inclinou a cabeça com uma desanimada expressão para os cavalheiros, e agora eles iriam se despedir.— Mas eu posso escutar e depois transmito a mensagem a ele.

Como? Elizabeth olhou irritada para Lady Rachel, elas não deveriam parar afim de conversar. O único alívio da marquesa era que os dois cavalheiros não pareceram muito confortáveis com essa sugestão.

  — Não... temos... certeza se esse é um assunto que... seja do interesse das damas.— Lord Jeremyn ainda que desconfortável respondeu, e olhou para Sir Arnold.— É sobre política e a situação econômica.

  — Ah, eu amo essas conversas.— Os olhos de Elizabeth se arregalaram, assim como os dos cavalheiros, mas por motivos diferentes. Não era o momento.— Lord Bute fez um tratado de paz terrível. Mas a situação das finanças, Grenville está tentando muito.

  — Pois certamente...— E Sir Arnold ainda foi dar atenção a Lady Rachel.

Elizabeth não era obrigado a isso, ela não precisava ouvir ninguém, e muito menos essas conversas, Elizabeth não gostava de política. Então ela se afastou, deixando Lady Rachel sozinha com Lord Jeremyn e Sir Arnold, e foi procurar por Amélia, essa seria uma companhia muito melhor.

E enquanto ela caminhava para onde Amélia estava, Elizabeth percebeu que talvez, apenas talvez, ela não estivesse sorrindo e não estava muito receptiva para conversas, levando em consideração que as pessoas simplesmente a olhavam e faziam uma mesura. Já era possível saber os comentários que seriam ditos amanhã.

Amélia estava no mesmo lugar de antes, sentada e olhando para os casais dançando, mas agora havia uma diferença, ela olhava, mas sua visão parecia perdida. Elizabeth suspirou e sentou ao lado da cunhada, não era só uma delas que tinha problemas.

  — E então? Ele ainda dança com Lady Waldegrave?— Amélia balançou a cabeça negativamente. Elizabeth sentia tanta pena, pobrezinha de Amélia.

  — Eles dois saíram faz algum tempo. Eles riam tanto. William... William olhava para ela com... tanta ternura, um olhar que ele nunca me deu.— Suspirando novamente, Elizabeth pegou a mão de Amélia e a apertou.

 — Somos duas infelizes, Amélia.— Mas Amélia, ao invés de chorar e fazer uma cara triste, ela riu, e riu como se fosse uma dolorosa piada, apertando muito mais a mão de Elizabeth.

 — Duas miseráveis somos nós. E sabe de uma coisa muito interessante, Elizabeth? Um príncipe de Brunswick-Lüneburg, um dos cunhados do rei, creio que o nome seja Friedrich August, me pediu em casamento... Ele nem mesmo conhece a mim!— Amélia riu mais ainda. Isso era assustador, pedir em casamento sem nem mesmo conhecer, Elizabeth achava isso...— Acho que ele me viu em um dos retratos diplomáticos enviados a Brunswick. Mas acho que... irei aceitar o pedido.

Talvez isso fosse mais assustador ainda. Elizabeth olhou preocupada para Amélia, pensando em algo a dizer, um algo que não seria prejudicial.

  — Querida Amélia, acho que você...— Não veio a cabeça de Elizabeth o que falar, o que dizer. Então ela também voltou sua atenção para os casais, ainda apertando a mão de Amélia.— Henry vai se casar, e irá com Lady Rachel Somerset.

  — Como!? Ele quer casar com a jacobita católica!— Elizabeth assentiu para a cunhada, que ficou ainda mais perplexa.— Por Cristo, ele quer destruir a si mesmo.

 — E irá destruir a todos nós junto.— Não era possível esquecer isso, e Amélia percebeu como isso doeu em Elizabeth, a princesa mais nova lhe deu um sorriso tentando a ajudar.

Se Henry se casasse com Lady Rachel, o casamento dele seria ilegítimo, e se o casamento dele fosse ilegítimo, seus filhos seriam ilegítimos, sendo assim Niedersieg iria perder o único herdeiro homem que tinha, não iria sobrar nada. Elizabeth levou sua mão até sua barriga, ela não engravidava a tanto tempo.

  — Não se preocupe com isso, Elizabeth.— Com um sorriso consolador e um aperto de mão, Amélia tentou ajuda-la.— Filhos homens virão, e se não vierem, uma solução ainda será encontrada. Katherine daria uma ótima governante.

Elizabeth apertou a mão de Amélia, e deu um sorriso logo em seguida, Alfred iria encontrar uma solução sim.

Pouco depois das 01:00 da madrugada, o baile acabou, mais cedo que o normal. Mas nenhum dos anfitriões tinha ânimo para festas. E se tornou oficial, haveria um casamento entre o príncipe Henry de Niedersieg e Bristol e Lady Rachel Somerset.

Em Hampton Court durante a madrugada, Elizabeth acordou pela madrugada. Ela foi até o quarto de Alfred, e não o encontrou lá, foi depois para a galeria, o escritório e o laranjal, mas nada também, Elizabeth caminhou então até a biblioteca, e lá estava Alfred.

  — Alfred? O que você está fazendo aqui? O sol...— Ao chegar mais perto do marido, Elizabeth viu que a mesa dele estava cheia de livros, documentos e papéis. Ele escrevia em algo.—... já está nascendo.

Muito ofegante Alfred olhou para a esposa, com um sorriso no rosto. O que estava...

  — Eu consegui, Elizabeth. Eu fiz... fiz uma ordem, uma lei... para nossa família.— Uma lei? E ele poderia fazer isso?— Agora, nenhum descendente dinástico da marquesa Anne, que ostente o nome Tudor-Habsburg, poderá se casar sem a permissão do chefe da família, e muito menos os filhos, irmãos e netos do chefe da família poderão se casar fora da realeza.

 — Alfred, talvez...— O marquês se virou novamente para o documento e selou ele.

 — Está consumado.— Alfred realmente poderia fazer isso então.


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