Sob As Luzes Da Cidade - Amores improváveis vol.1 escrita por Julie Kress


Capítulo 2
Acolhida


Notas iniciais do capítulo

Mais um capítulo.

Espero que gostem.

Boa leitura!



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P.O.V Da Sam

— Você pode ficar à vontade, viu? Se quiser tomar banho antes de ir deitar têm toalha limpa no armário do banheiro e claro também têm uma escova de dentes nova, pode ficar com ela. Caso você queira comer algo, eu posso esquentar lasanha enquanto você toma banho e...

— Não quero incomodar e nem te dá trabalho, agradeço pela hospedagem, e por toda a preocupação. - Falei com calma, ainda confusa, não entendia qual era a dele.

Nunca imaginei que Freddie Benson me impediria de cometer uma loucura e ainda me acolheria na casa dele.

Eram coisas demais para uma noite só.

— Melhor avisar sua mãe, ela provavelmente não vai gostar de saber que você trouxe uma estranha para a casa...

— Minha mãe está na África, está no Projeto Social, ela vai passar 6 meses cuidando de idosos e criancinhas doentes. - Me interrompeu, explicando a ausência da mãe.

— Tipo médicos sem fronteiras? - Indaguei e ele assentiu. - Legal, cara, é mesmo uma boa atitude. - Fui sincera.

Quem dera se minha mãe fosse que nem a dele, ela não fazia questão de mover nenhum dedo para ajudar o próximo, era egoísta e mesquinha demais.

— Você pode ficar no quarto da minha mãe. - Avisou.

— Beleza. - Concordei.

O Benson me levou até o quarto da mãe que era médica geral, tudo estava organizado, bem limpo, eu sabia sobre as manias de sua mãe que era paranóica com limpezas.

Paredes cor de creme, piso encerado, o quarto tinha cheiro de purificador fresco e amaciante suave, olhei para a cama de casal com colcha e fronhas floridas, sua mãe tinha bom gosto para móveis e decoração.

Ele me mostrou o banheiro, com ladrilhos brilhando e com limpeza impecável, cheirando à desinfetante de pinho.

Saí de casa só com a roupa de corpo.

Achei mesmo que não precisaria usar roupas nunca mais já que estaria inchada e no fundo do lago, sendo devorada por criaturas marinhas.

Se não fosse pelo Benson, eu teria mesmo pulado da ponte.

— No guarda-roupa da minha mãe, deve ter algo que sirva em você. - Abriu o móvel e mais uma vez o aroma de amaciante se fez presente no cômodo.

Roupas perfeitamente alinhadas nos cabides, ele pegou um vestido branco, antiquado para a minha idade, parecia um blusão de dormir com botões dourados.

— Não mesmo. - Fiz um gesto negativo enquanto ria.

Eu jamais colocaria aquilo.

— Que tal esse? - Desta vez, escolheu uma "camisola" de vovó bege com mangas horrorosas.

— Para roupas sua mãe tem um péssimo gosto. - Fiz careta.

— Escolha você mesma, ela não vai se importar. - Saiu da frente do guarda-roupa.

Fui dá uma olhada, era uma roupa pior que a outra.

Senso de moda zero, sua mãe precisava urgente de uma repaginada.

— Me empresta uma camisa sua, serve um moletom. - Desisti fechando as portas envernizadas.

— Sério? - Me encarou arqueando uma das sobrancelhas.

— Mas é claro, eu só não quero uma camiseta com estampas de nerd. - Tirei sarro.

— Pode deixar. - Ele saiu me deixando sozinha no quarto da mãe, aproveitei para tomar uma ducha quente.

[...]

Quando saí do banheiro, vi que um moletom cinza-escuro me aguardava estendido sobre a cama, ao lado de um pacote de cuecas lacrado.

Senti meu rosto ruborizar, ele lembrou que eu não tinha uma peça íntima reserva.

Verificando se a porta estava trancada, eu tirei a toalha e rapidamente me vesti, o moletom dele caiu em meu corpo como um vestido grande e folgado.

Não molhei meu cabelo, fui buscar minha calcinha lavada que deixei pendurada no box.

Eu não queria deixá-la ali.

Destranquei e saí do quarto, descalça mesmo, eu só queria achar a lavanderia.

— Aí está você, acabei de esquentar a lasanha. - Avisou quando nos encontramos no corredor.

— Já tô indo comer, eu só... Onde fica a lavanderia? - Minha calcinha estava no meio das minhas roupas molhadas que acabei lavando durante o banho também.

— Pode deixar comigo, eu estendo...

— Não! - Exclamei o assustando. - Eu mesma quero colocar minhas roupas para secar. - Falei.

— Está bem. Venha comigo. - Me chamou.

O segui apressada.

Minutos depois...

Joguei mais uma colherada cheia de queijo ralado sobre o pedaço suculento da lasanha de frango.

O cheiro estava de fato divino.

— Suco de uva? - Ofereceu pegando a jarra de vidro na geladeira.

— Tem vinho? - Perguntei.

— O quê? - Me olhou alarmado.

— Brincadeirinha. - Ri da expressão engraçada dele.

— Você bebe? - Pegou dois copos de plástico.

— Costumo roubar cervejas da minha mãe de vez em quando... - Admiti.

Ele não pareceu muito chocado.

— Não vai me dizer o que fez você sair de casa? - Me entregou o copo cheio de suco.

— Não é a primeira vez que saio de casa. Tinha 10 anos quando fugi pela primeira vez. - Contei.

— Meu Deus! - Arregalou os olhos. - Mas e a sua mãe, ela não...

— Esse é o problema, ela não se importa. - Enchi a boca com um grande pedaço de lasanha.

Eu não ligava para os bons modos à mesa.

Que se foda a etiqueta.

Mastiguei ruidosamente, sabendo que minha boca estava ficando toda lambuzada de molho.

Joguei mais queijo ralado por cima.

— Minha mãe surtaria e provavelmente infartaria, o maior medo dela era eu fugir de casa. - Confessou.

— Tu tem uma mãe muito boa, casa bacana e decente, roupa lavada, comida na mesa... Por quê diabos fugiria de casa? - Questionei.

— Minha mãe me sufoca às vezes, superprotetora e me trata como um bebê. - Fez careta.

— Melhor ser tratado como um bebê, do que ser tratado como um lixo. - Falei com desgosto.

Ele me olhou assustado, seu olhar mudou para compaixão.

Eu odiava ser motivo de pena.

— Dane-se, já estou acostumada. - Dei de ombros.

Ele continuou em silêncio. Depois suspirou.

— Será que ela não vai te procurar? - Eu não sabia se ele estava com receio ou esperança.

Como se minha mãe fosse espalhar cartazes pela cidade ou aparecer nos jornais chorando pela filha desaparecida.

Ela faria isso pela Melanie, não por mim.

Pam nunca se importava comigo.

— Agora já sabe um dos motivos pelos quais tentei pular daquela ponte! - Admiti.

Era difícil e doloroso me abrir daquela forma.

Ainda mais com ele. Tive que engolir um pouco do meu orgulho.

Era o mínimo, já que ele abriu as portas da casa dele para mim.

— Você pode ficar o tempo que for preciso, não se preocupe com nada, daremos um jeito, aqui você estará segura. - Garantiu.

— Obrigada. - Agradeci de coração.

Era a primeira vez que alguém demonstrava preocupação comigo.


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Notas finais do capítulo

E aí?

Sam está bem acolhida, não acham?

Eles dois sozinhos na casa dele... O que pode acontecer?

Gostaram deles conversando?

Até o próximo. Bjs



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