Sob As Luzes Da Cidade - Amores improváveis vol.1 escrita por Julie Kress


Capítulo 1
A ponte


Notas iniciais do capítulo

Shortfic nova!!!

Serão seis fics curtinhas ao total.

Amores improváveis: 3 fics Seddie e 3 Bade.

Com temas variados, semelhante a outra coletânea.

Aproveitem, boa leitura!!!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/807316/chapter/1

— Você é imprestável, nunca me dá orgulho! Por quê não consegue ser como a sua irmã? Ela sim terá um futuro brilhante! - Pamella estava mais uma vez jogando na minha cara.

— Aí é que está o problema, mãe! Eu nunca vou ser como a Melanie, e você tem que parar de ficar falando merdas. Que culpa eu tenho se não sou a perfeitinha da sua filha favorita? Eu não pedi para nascer! Você não tem moral nenhuma para ficar me desprezando ou humilhando, já estou farta de você, queria que o papai ainda estivesse vivo, você bem que poderia ter ido no lugar dele! - Falei na hora da raiva.

Meu rosto virou com o grande impacto do tapa violento, que fez minha face latejar e arder.

— Você é uma vagabunda, muito ingrata! Eu devia ter tido só uma filha! - Disse tremendo e com o rosto também vermelho, seus olhos azuis estavam marejados.

— Eu odeio você! - Fechei as mãos em punhos, meu corpo todo tremia.

Segurei e engoli o choro.

Saí daquela maldita casa, só com a roupa do corpo, pouco agasalhada e com 20 dólares no bolso.

Para aquele lugar, eu não voltaria, não mesmo, viver sob o teto daquela mulher era um inferno.

Atravessei o gramado mal-cuidado, à passos largos, saindo de noite e pegando a friagem, abri a porcaria do portão de madeira quase caindo aos pedaços, a cerca baixa estava ficando tão precária.

Eu não tinha para onde ir e nem a quem procurar.

Só precisava ir para longe da minha mãe, e foi o que fiz.

Sem amigos, tudo por culpa da minha personalidade e meu jeito difícil de lidar. E sem parentes próximos, eu nem tinha contato com nenhum familiar.

Eu estava sozinha, desabrigada e com uma raiva tão grande que mal cabia em meu peito.

Morrer seria uma solução... Só assim acabaria com todo o meu sofrimento.

Já que ninguém gostava de mim e não me queriam por perto.

E de certa forma, Pamella tinha razão, eu não passava de uma maldita imprestável.

Apressei os passos decidida, ninguém iria me impedir mesmo.

Sozinha caminhando sob as luzes da cidade, eu encontraria o meu rumo.

Talvez aquele fosse o meu destino.

[...]

A Lacey V. Murrow Memorial era a ponte que estava pouco movimentada naquela noite, seria uma queda e tanto, provávelmente fatal se a sorte estivesse ao meu favor.

Com o vento jogando meus cachos para trás, e ignorando o frio noturno, caminhei confiante, me preparando para subir e me jogar dali, eu não sabia nadar mesmo.

Um salto num mergulho fatal.

Alguns veículos trafegavam, passando à toda velocidade, ninguém me notava ali.

Era como se eu fosse invisível.

Era a oportunidade perfeita, me debrucei contra a mureta, olhando para baixo, vendo o lago traiçoeiro, as águas fundas me engoliriam.

A água gelada entraria em meus pulmões e tudo passaria.

Eu nunca mais sofreria nenhuma rejeição.

E então, pronta para pular, fui tomar o impulso, eu me lançaria de cabeça.

Sem medo.

Eu não tinha nada à perder mesmo.

Seattle era tão linda, sob as luzes dela, eu sumiria para sempre.

Subi naquela mureta, fechei os olhos.

— O QUE DIABOS PENSA QUE ESTÁ FAZENDO, PUCKETT? - Fui puxada para trás com tanta força e rapidez.

Caí em braços fortes que me envolveram.

Já perdendo as forças, comecei a chorar, frustrada e com a raiva tomando posse de mim.

— ME DEIXA PULAR! - Gritei e me debati, esperneei.

— Você perdeu a noção do perigo? - Aquela voz era familiar.

Fomos parar no chão, sobre a ponte, com seus braços ainda me apertando, me contendo.

Me segurando com tanta força.

— Me deixa em paz... Eu só preciso pular... Quero morrer... - Bati os punhos sobre o concreto.

Ouvimos buzinas.

— Ei, ei, olhe para mim. - Me fez virar.

Finalmente pude vê-lo.

— V-você... - Balbuciei chorosa.

Freddie Benson.

Ele estudava comigo, éramos colegas e rivais.

Brigávamos como cão e gato sempre que fazíamos dupla.

— Não acredito que ia mesmo se jogar. - Seus olhos castanhos estavam esbugalhados.

— E o que você tem a ver com isso? - O empurrei e me levantei depressa.

Olhei para as luzes que iluminavam a ponte.

— Vem, eu te dou uma carona. - Levantou batendo nos jeans e estendeu a mão esquerda.

— Sai daqui, Benson, nem você me suporta! - Falei irritada.

— Se não vier comigo por bem, eu vou tomar medidas drásticas! - Era uma ameaça?

— Foda-se! - Esbravejei.

Minutos depois...

Coloquei a cabeça para fora da janela do seu carro, ele dirigia concentrado.

Todas as luzes ainda estavam acesas nos prédios e por toda a cidade.

Mesmo sendo tarde da noite.

— Você me deu um susto. - Sua voz rompeu o silêncio.

— E você estragou com tudo. Satisfeito? - Puxei a cabeça de volta para dentro do automóvel.

— Ainda bem que decidi passear para esfriar a cabeça... Tive um dia duro. - Suspirou.

— Com certeza não foi pior que o meu. - Retruquei.

— Seja lá o que esteja passando, não vale a pena cometer suicídio. - Disse com cautela.

— Não quero falar sobre isso. Não é da sua conta! - Deixei bem claro.

Silêncio.

— Para onde está me levando agora? - Tive que perguntar.

— Para a minha casa. - Respondeu.

Sem falar nada, olhei através da janela com o vidro abaixado.

— O que tanto olha aí? - Perguntou intrigado.

— As luzes da cidade, elas são bonitas... - Murmurei.

— São mesmo. Mas elas sempre apagam depois da meia-noite. - Comentou.

E foi sob as luzes da cidade, que ele me salvou.

Chegando como um anjo protetor.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E aí?

O que acharam da proposta???

Essa Short terá no máximo 5 capítulos.

Não esqueçam de comentar e favoritar. Bjs



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Sob As Luzes Da Cidade - Amores improváveis vol.1" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.