Sob As Luzes Da Cidade - Amores improváveis vol.1 escrita por Julie Kress
Notas iniciais do capítulo
Shortfic nova!!!
Serão seis fics curtinhas ao total.
Amores improváveis: 3 fics Seddie e 3 Bade.
Com temas variados, semelhante a outra coletânea.
Aproveitem, boa leitura!!!
— Você é imprestável, nunca me dá orgulho! Por quê não consegue ser como a sua irmã? Ela sim terá um futuro brilhante! - Pamella estava mais uma vez jogando na minha cara.
— Aí é que está o problema, mãe! Eu nunca vou ser como a Melanie, e você tem que parar de ficar falando merdas. Que culpa eu tenho se não sou a perfeitinha da sua filha favorita? Eu não pedi para nascer! Você não tem moral nenhuma para ficar me desprezando ou humilhando, já estou farta de você, queria que o papai ainda estivesse vivo, você bem que poderia ter ido no lugar dele! - Falei na hora da raiva.
Meu rosto virou com o grande impacto do tapa violento, que fez minha face latejar e arder.
— Você é uma vagabunda, muito ingrata! Eu devia ter tido só uma filha! - Disse tremendo e com o rosto também vermelho, seus olhos azuis estavam marejados.
— Eu odeio você! - Fechei as mãos em punhos, meu corpo todo tremia.
Segurei e engoli o choro.
Saí daquela maldita casa, só com a roupa do corpo, pouco agasalhada e com 20 dólares no bolso.
Para aquele lugar, eu não voltaria, não mesmo, viver sob o teto daquela mulher era um inferno.
Atravessei o gramado mal-cuidado, à passos largos, saindo de noite e pegando a friagem, abri a porcaria do portão de madeira quase caindo aos pedaços, a cerca baixa estava ficando tão precária.
Eu não tinha para onde ir e nem a quem procurar.
Só precisava ir para longe da minha mãe, e foi o que fiz.
Sem amigos, tudo por culpa da minha personalidade e meu jeito difícil de lidar. E sem parentes próximos, eu nem tinha contato com nenhum familiar.
Eu estava sozinha, desabrigada e com uma raiva tão grande que mal cabia em meu peito.
Morrer seria uma solução... Só assim acabaria com todo o meu sofrimento.
Já que ninguém gostava de mim e não me queriam por perto.
E de certa forma, Pamella tinha razão, eu não passava de uma maldita imprestável.
Apressei os passos decidida, ninguém iria me impedir mesmo.
Sozinha caminhando sob as luzes da cidade, eu encontraria o meu rumo.
Talvez aquele fosse o meu destino.
[...]
A Lacey V. Murrow Memorial era a ponte que estava pouco movimentada naquela noite, seria uma queda e tanto, provávelmente fatal se a sorte estivesse ao meu favor.
Com o vento jogando meus cachos para trás, e ignorando o frio noturno, caminhei confiante, me preparando para subir e me jogar dali, eu não sabia nadar mesmo.
Um salto num mergulho fatal.
Alguns veículos trafegavam, passando à toda velocidade, ninguém me notava ali.
Era como se eu fosse invisível.
Era a oportunidade perfeita, me debrucei contra a mureta, olhando para baixo, vendo o lago traiçoeiro, as águas fundas me engoliriam.
A água gelada entraria em meus pulmões e tudo passaria.
Eu nunca mais sofreria nenhuma rejeição.
E então, pronta para pular, fui tomar o impulso, eu me lançaria de cabeça.
Sem medo.
Eu não tinha nada à perder mesmo.
Seattle era tão linda, sob as luzes dela, eu sumiria para sempre.
Subi naquela mureta, fechei os olhos.
— O QUE DIABOS PENSA QUE ESTÁ FAZENDO, PUCKETT? - Fui puxada para trás com tanta força e rapidez.
Caí em braços fortes que me envolveram.
Já perdendo as forças, comecei a chorar, frustrada e com a raiva tomando posse de mim.
— ME DEIXA PULAR! - Gritei e me debati, esperneei.
— Você perdeu a noção do perigo? - Aquela voz era familiar.
Fomos parar no chão, sobre a ponte, com seus braços ainda me apertando, me contendo.
Me segurando com tanta força.
— Me deixa em paz... Eu só preciso pular... Quero morrer... - Bati os punhos sobre o concreto.
Ouvimos buzinas.
— Ei, ei, olhe para mim. - Me fez virar.
Finalmente pude vê-lo.
— V-você... - Balbuciei chorosa.
Freddie Benson.
Ele estudava comigo, éramos colegas e rivais.
Brigávamos como cão e gato sempre que fazíamos dupla.
— Não acredito que ia mesmo se jogar. - Seus olhos castanhos estavam esbugalhados.
— E o que você tem a ver com isso? - O empurrei e me levantei depressa.
Olhei para as luzes que iluminavam a ponte.
— Vem, eu te dou uma carona. - Levantou batendo nos jeans e estendeu a mão esquerda.
— Sai daqui, Benson, nem você me suporta! - Falei irritada.
— Se não vier comigo por bem, eu vou tomar medidas drásticas! - Era uma ameaça?
— Foda-se! - Esbravejei.
Minutos depois...
Coloquei a cabeça para fora da janela do seu carro, ele dirigia concentrado.
Todas as luzes ainda estavam acesas nos prédios e por toda a cidade.
Mesmo sendo tarde da noite.
— Você me deu um susto. - Sua voz rompeu o silêncio.
— E você estragou com tudo. Satisfeito? - Puxei a cabeça de volta para dentro do automóvel.
— Ainda bem que decidi passear para esfriar a cabeça... Tive um dia duro. - Suspirou.
— Com certeza não foi pior que o meu. - Retruquei.
— Seja lá o que esteja passando, não vale a pena cometer suicídio. - Disse com cautela.
— Não quero falar sobre isso. Não é da sua conta! - Deixei bem claro.
Silêncio.
— Para onde está me levando agora? - Tive que perguntar.
— Para a minha casa. - Respondeu.
Sem falar nada, olhei através da janela com o vidro abaixado.
— O que tanto olha aí? - Perguntou intrigado.
— As luzes da cidade, elas são bonitas... - Murmurei.
— São mesmo. Mas elas sempre apagam depois da meia-noite. - Comentou.
E foi sob as luzes da cidade, que ele me salvou.
Chegando como um anjo protetor.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
E aí?
O que acharam da proposta???
Essa Short terá no máximo 5 capítulos.
Não esqueçam de comentar e favoritar. Bjs