Orgulho e Preconceito - Perdida no século XVIII escrita por Aline Lupin


Capítulo 40
Capítulo 40




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A claridade entrava pela janela, deixando entrever uma paisagem bucólica do lado de fora. O quarto era pouco mobiliado. Apenas uma cama estreita, com um bidê ao lado, um espelho de corpo inteiro apoiado na parede ao fundo e uma cômoda. As cortinas brancas esvoaçavam e o vento frio entrava pela janela.

Lizzy sentia frio, um frio insuportável. E seus pulsos lhe doíam muito. Logo que acordou, sentiu muita sede e sua cabeça doía muito, como se tivesse levado uma pancada, nas têmporas. Ela demorou a entender que estava com os pulsos amarrados atrás das costas e os tornozelos também. O homem que a amarrou devia ser ótimo em nó de marinheiro. Era o único que ela sabia que existia. Contudo, não sabia se era um nó como aquele. Se ao menos tivesse se preparado para sobreviver, se tivesse sido escoteira, quem sabe conseguiria sair daquela situação.

Acreditava que Lorde Clifton não estava sozinho na situação. Como poderia carrega-la com tanta facilidade assim e amarra-la tão bem? Ele parecia ser muito refinado para tais coisas. E ele era alto, mas esguio. Não parecia ter o porte para carrega-la para qualquer lugar. E provou isso ao se mover na cama. Ela sentia dores na parte das costas e pernas. Talvez, ela a tivesse arrastado.

A porta se abriu, devagar e ela o viu, na soleira, com um olhar tenso. Ele havia desatado o lenço branco do pescoço que vestia apenas uma camisa amarrotada e um colete de brocado por cima. Além das calças de montaria bege e botas hessian de couro. Seus cabelos loiros estavam desalinhados e era possível ver sulcos em sua testa. Ele parecia nervoso e ela não queria irrita-lo. Estava deitada em cima de uma cama e antecipava o que ele poderia fazer a ela. Deveria colaborar, até que Darcy percebesse sua ausência. Ela torcia para quem ele percebesse. Que ele viesse atrás dela. Ou estaria a mercê de um homem que ela não conhecia o temperamento.

Sentiu o sangue enregelar nas veias, quando ele se aproximou dela. Encolheu-se na cama, esperando alguma reação dele, que não veio. Apenas um suspiro escapou de seus lábios. Ele parecia pensativo. O que era bom. Ela poderia convencê-lo a solta-la.

— Lorde Clifton - ela testou seu nome. Sentiu a garganta arranhar ao falar. Parecia que não usava sua voz há dias.

Ele a fitou, com um olhar desconfiado. O que demonstrava que não seria fácil dialogar com ele. Deveria tomar cuidado com o que dissesse.

— Por quantos dias estamos viajando? - ela perguntou, receosa de estar apagada por tanto tempo. Se lembrava de estar dentro de uma carruagem, que não parava de sacolejar, depois, mais nada.

— Um dia, mais ou menos - ele respondeu, dando de ombros - Queria saber se a senhorita estava acordada. Parece que o láudano a apagou por muito tempo.

Ele mordiscava os lábios, como se não desejasse que isso tivesse acontecido. Seu olhar a examinou, de cima abaixo, mas não havia lascívia. Apenas um olhar estudado.

— Bom, vejo que está bem. Não pense que eu gosto disso, senhorita. Não gosto mesmo. Eu irei para o inferno depois do que fiz. Mas, já estou há muito tempo nele.

Ele deu de ombros, em seu monólogo estranho. Lizzy tentou se ajeitar na cama, tentando apenas ouvi-lo e assentir. Era bom que ele estivesse falando. Assim, ela poderia instiga-lo a solta-la.

— Se milorde sabe que vai para o inferno, por que insiste com esse plano? - ela indagou, evitando o tom de recriminação. Seria muito pior se fizesse isso.

Ele a fitou com os olhos estreitos, cruzando os braços sobre o peito. Mas, seu movimento corporal demonstrava que ele não estava aberto a discussões, mas então, ele falou:

— Sabe o que estar com o nome na lama, senhorita?

Ela não fazia ideia. Apenas sabia que a reputação naquele século era muito estimada.

— Não sei, milorde. Eu ficaria feliz em ouvi-lo - ela tentou não parecer tão artificial em sua vontade de ouvi-lo. Na verdade, ela queria escapar pela janela aberta.

E isso deu o incentivo esperado. Ele continuou a falar.

— Veja bem, não é minha culpa se meu pai era um jogador inveterado. Nosso dinheiro investido em terras foi perdido devido ao gosto peculiar do meu pai por apostas em dados e cartas. Ele acreditava fielmente que sua sorte iria estar ao seu favor. Mas, não esteve. Por longos anos, tivemos sérios problemas com nossos investimentos, até que meu pai morreu. Simplesmente, ele amanheceu morto, tão inchado - Nesse momento, Lorde Clifton parou a narrativa e contornou a cama. Lizzy se encolheu, temerosa, mas ele apenas foi até a janela, apoiando as mãos sobre o parapeito - Mamãe estava inconsolável. Precisei voltar da universidade, para saber que os credores estavam a nossa porta, pedindo o pagamento das dividas do meu pai. Não era somente as dividas de jogos, mas com a modista, com o açougue, enfim, meu pai deixou de pagar muitas coisas. Nossos bens foram tomados, mas escondi as joias de minha mãe, para empenhorar. Então, em uma noite, eu joguei com uma de suas joias e ganhei. Era tanto dinheiro. Poderíamos ter tudo que perdemos de volta. E parecia que a sorte estava mais ao meu lado do que do lado do meu velho pai. Ele era um tolo. Mas, não pense que jogar sempre nos traz sorte, às vezes nos traz azar. Até que conheci Lady Catherine. Ela me ajudou em muitas coisas. Somos muito amigos.

Lizzy se perguntava em que sentido eles eram amigos. Com toda certeza, não era uma amizade comum. Deviam ser amantes. Mas, não afirmaria isso a ele.

— E agora - ele se virou para Lizzy, com um olhar resoluto - Ela desejava que eu me livre da senhorita - Os olhos de Lizzy se arregalaram e ela sentiu a respiração represada na garganta. Tentou se desfazer das cordas que a prendiam, pelo medo que sentiu do olhar estranho que ele dirigia a ela. Mas, no processo, apenas machucou ainda mais os pulsos - Preciso fazer isso, entenda.

 

*

 

Rose House era uma hospedaria bonita, feita de pedras, há pelo menos três quilômetros da propriedade de Pemberley. O local estava cheio de hospedes e era possível ver do lado de fora o estabulo, onde os cavalariços puxavam os cavalos pelas rédeas. Darcy, em cima do seu cavalo, notou que seria estranho encontrar Elizabeth ali, em lugar tão movimentado. A não ser que ela estivesse cooperando com aquela situação. Ou sendo forçada a isso. A segunda opção parecia mais precisa. E era nisso que ele desejava acreditar. Não poderia pensar que ela estivesse seguindo Lorde Clifton de boa vontade. Não parecia ser da índole de sua noiva. Contudo, ele mal a conhecia, como sua tia Catherine havia frisado muito bem, quando ele a enxotou da propriedade. Ela se recusava a dizer que fazia parte de qualquer plano de Lorde Clifton e que Anne estava delirando a acusa-la de algo tão infame.

— Sua prima está apaixonada por esse homem, Darcy. Com certeza, ela tentara culpar a mim por  tudo - Catherine havia dito - Eu os separei, apenas pelo fato de que ele não está a altura dela. Ela merece um conde. Um duque. Não um simples visconde falido.

— Sabe o que não está fazendo sentido em seu discurso? - Darcy havia dito, abrindo a carruagem para sua tia, que o mirava com os olhos estreitos e com o rosto vincado, demonstrando a sua raiva por estar sendo expulsa da propriedade no início da noite - O fato de que a senhora se relacionava com um homem falido. Talvez, Anne tenha razão ao acusa-la.

Anne, que estava dentro da carruagem, se encolheu assustada.

— Ora, Darcy, ele é apenas o filho de um bom amigo. Eu não fiz mais nada a não ser ajuda-lo como pude - Catherine se defendeu, sem transparecer insegurança. Parecia realmente estar falando a verdade, contudo Darcy não acreditava na inocência daquela mulher. Ela sabia dissimular muito bem as emoções - Por isso, Anne se apaixonou por ele. Pobre Anne, por que me acusa de algo tão infame?

— Pare de mentir mamãe - Anne protestou, com a voz rouca. Parecia ter chorado muito tempo, devido à forma como fungava - Diga onde está a Srta. Elizabeth. Pare de tentar mentir para Darcy.

— Sua menina insolente! - Catherine disse, com desprezo. Então, se virou para o sobrinho, com um olhar estreito - Espere e verá Darcy. Sua noiva não é digna de ser uma Darcy. Nem fazer parte da nossa família. Ela vai decepciona-lo muito em breve.

E sem deixar tempo para Darcy reagir, a dama entrou na carruagem, fechando a porta com força. Socou o teto, fazendo o veículo andar em seguida. Darcy, então, seguiu para Rose House, usando a pista de Anne para encontrar Elizabeth. Ela havia confessado que escutou os planos de sua mãe com Lorde Clifton, mas não tinha certeza de que eles iriam parar em Rose House por tanto tempo.

Ele galopou com rapidez, enquanto seu criado e o Sr. Dawson acompanhavam na carruagem. Era necessário ter uma carruagem para carregar Elizabeth de volta. E ele tinha trazido mais dois homens, para o caso de Lorde Clifton não estar sozinho. Deixou as autoridades avisadas também, sobre o rapto da sua noiva. Nem ao menos se importava com sua reputação. Com certeza, a notícia sobre o desparecimento dela corria por todo o condado.

Enquanto isso, em Pemberley, alguns dos convidados do casamento de Bingley e Jane foram embora mais cedo, escandalizados pelo desaparecimento de Elizabeth e a já conjecturavam que ela havia fugido com outro homem. Georgiana, na mansão, tentava conter qualquer tipo de comentário mordaz. Ela torcia para que sua cunhada estivesse bem e sabia perfeitamente que Elizabeth jamais faria tal coisa. Não conseguia dormir, pensando nisso. Estava na sala de estar, com um livro aberto sobre o colo, na companhia de um dos spaniels do seu irmão. Era apelidado carinhosamente de Jack.

— Não consegue dormir? – ela escutou a voz de Richard.

Virou a cabeça para vê-lo entrar no cômodo, ainda trajado com as roupas da festa, apenas com o colete e o lenço entreabertos. Não vestia um casaco por cima. Era possível ver seu porte elegante e atlético por cima da camisa branca, imaculada. Mas, amarrotada.

Georgiana prendeu a respiração ao vê-lo. Fazia dias que não conversavam. Durante o desaparecimento de Elizabeth, ele esteve servindo o exército de sua Majestade e não enviou cartas. Ele retornou para Pemberley duas semanas antes do casamento de Bingley com Jane, mas Georgiana e Richard não conversaram como antes. Estavam distantes um do outro. E havia um motivo para isso tudo. O fato era que ela o arrastou para biblioteca, no baile de noivado do seu irmão com Elizabeth, pedindo um instante para conversarem. E ali, deu vazão aos seus sentimentos. O beijou de forma escandalosa. Algo que uma dama jamais faria. Mas, ela não se importava mais. Então, ele retribuiu. Contudo, toda aquela paixão fora interrompida pela entrada intempestiva do seu irmão no cômodo. Desde então, Richard agia de forma estranha com ela, sem lhe dirigir a palavra. Estava implícito o fato de ele acreditar que ela tinha armado contra ele, forçando-o a pedi-la em casamento. O que não era verdade. Contudo, ele não lhe dizia isso, em palavras, apenas com o olhar magoado.

— Georgiana? – Richard a chamou.

Ela olhava para o livro, pensativa. Não queria falar com ele. Talvez, se rompessem o noivado, seria o melhor. Ele não a amava. Nunca a amaria. Não como ela esperava. Ela segurou com força o livro, sentindo a raiva aumentar ao pensar nisso.

— Está tudo bem? – ele perguntou, sentando-se a frente dela, em outro sofá. Com certeza, para evita-la.

Georgiana evitou olha-lo e desviou sua atenção para a lareira. O fogo crepitava e lhe causava uma sensação de conforto. Se prestasse atenção a isso, iria esquecer-se da presença dele na sala.

— Eu entendo que esteja triste – Richard tomou a palavra novamente. Realmente, Georgiana estava triste, por Elizabeth, pelo noivado fracassado e por seu irmão. De fato, estava com o coração dilacerado – Mas, não precisa se preocupar. Darcy vai encontra-la. Eu estou partindo agora, indo para outra hospedaria. Darcy me incumbiu de procura-la aos arredores. Prometo que a trarei de volta.

— Obrigada – Georgiana murmurou, sem fita-lo, ainda com os olhos fixos na lareira.

Richard suspirou se levantando do sofá.

— Em algum momento teremos de conversar sobre o que aconteceu na biblioteca, Georgiana.

Ela não respondeu e ele saiu da sala. Seus passos ecoavam de forma pesada, como se ele estivesse irritado por algo. Mas, quem estava irritada ali era ela. Não era justo que ele estivesse mais ferido do que ela.

 

*

 

— Não vimos essa dama, Sr. Darcy, sinto muito – o Sr. Mclanden respondeu.

Darcy anuiu com a cabeça, irritado. Seria possível que sua prima tivesse mentido para ele?

— Se acalme Darcy – Bingley pediu, colocando a mão no ombro dele, mas ele desviou indo direto para a saída.

O trecho que percorreram demorou muito tempo. Perderam minutos preciosos, apenas para vir até Rose House, para não encontrar nenhuma pista de Elizabeth.

— Sr. Darcy – o Sr. Dawson se aproximou, ofegante.

A escuridão da noite não permitia que Darcy divisasse seu criado. Ele apenas o reconheceu pela voz.

— Sr. Darcy. Falei com o cavalariço – Dawson disse, ficando a frente do seu amo – Ela trocou os cavalos de Lorde Clifton e o viu seguir em direção ao norte. Ele não esta seguindo para Londres.

— O cavalariço sabe para onde Lorde Clifton está indo? – Darcy perguntou esperançoso.

Era estranho que Clifton estivesse seguindo rumo ao norte. Seus negócios eram feitos em Londres. Estava indo para muito longe de casa. A não ser que sua intenção fosse despistar.

— Tudo que ele sabe senhor é que Lorde Clifton queria saber qual era a hospedaria mais próxima na estrada. Está indo em direção ao Manchester.

— Então, é para lá que vamos Sr. Dawson. Peça par ao cavalariço devolver nossos cavalos, que Lorde Clifton roubou e atrele a nossa carruagem.

— Sim, senhor.

 

*

 

Lizzy olhou a paisagem mudar, diante da janela. Um dia e meia. Era o que ela pensava que havia se passado. Havia se passado um dia, quando ela acordou amarrado. E conforme a luz do sol sumia no horizonte, devia ser mais ou menos cinco ou seis horas. Ela descobriu que a carruagem estava sendo levado por um homem corpulento, que não parecia gostar de falar muito. Fora ele quem a carregou até a carruagem e a forçou a entrar. Lorde Clifton ameaçou a dar mais láudano a ela, caso Lizzy não colaborasse. O que não era nada atraente. Sua cabeça ainda estava estranha por ter respirado aquele líquido estranho, muito usado para cirurgias naquela época. O paciente ficaria desacordado por longos períodos, suportando a dor.

Ela olhou para Lorde Clifton, que ressonava ao seu lado. Ele não havia dito o que exatamente faria com ela. Apenas disse que precisava se livrar dela, contudo, não tocou em nenhum fio de seu cabelo.

— Para onde estamos indo? – Lizzy perguntou, quando viu que ele se mexia e abria os olhos.

— Para Escócia – Lorde Clifton respondeu se ajeitando no banco – E sugiro que se mantenha calada. Não gosto de damas que falam sem permissão.

Lizzy soltou um muxoxo, desejando acerta-lo com alguma coisa. Era tão típico de um homem como ele pensar daquela maneira. Damas jamais deveriam falar sem ser permitido. E Lizzy sabia perfeitamente disso. Contudo, era um habito muito bem enraizado, afinal, ela era uma mulher de outro tempo. Apesar disso, ela deveria tomar os devidos cuidados quanto ao que falava e como se portava. Não estava em seu habitat natural. Apesar disso, não devia qualquer respeito àquele homem. Sua vontade era espernear e gritar com ele, mas de nada isso iria adiantar. Ela fizera isso na saída da hospedaria, até a carruagem e levou uma bofetada do homem que guiava a carruagem. Lorde Clifton apenas a advertiu para ficar quieta. E foi o que ela fez, afinal, estava em desvantagem. Mas, a humilhação de estar presa a sufocava.

— Por que vamos para a Escócia? Tem alguma propriedade lá? – Lizzy insistiu em falar, mesmo que não lhe fosse permitido.

Lorde Clifton a fitou com um olhar cansado e voltou a olhar para a janela.

— Vai me matar? – ela perguntou receosa. Mas, provocando ele. Parecia que ele tinha algum principio, afinal. Não a machucou, nem tocou nela. Dele, ela não tinha medo. Apenas do homem do lado de fora, guiando a carruagem como se estivesse fugindo do próprio diabo. O veículo trepidava com força, sacolejando.

— Chega de perguntas, se não quer levar outra bofetada, senhorita – Lorde Clifton ameaçou.

— Milorde não seria capaz – Lizzy zombou.

Mas, ela não o conhecia. Não sabia realmente do que ele era capaz. Apesar disso, o homem bufou, virando a cabeça mais para a janela.

— Você é um inconveniente – ele disse, sem olha-la – Uma pedra no meu caminho. Não vejo solução para nós dois. A não ser uma.

Lizzy sentiu o coração disparar, de repente. Seria possível que ele mandasse mata-la? Talvez, devesse começar a implorar misericórdia. Mas, não fez isso. Manteve-se calada, engolindo o coração que se formava em sua garganta.

— E qual seria a alternativa? – Lizzy perguntou, percebendo que ele não diria mais nada.

— Em breve, senhorita. Em breve saberá.

Lizzy não sabia se estava caminhando para a morte ou para outro destino pior. Teria um destino pior do que a morte? Talvez, ser vendida. E isso a desesperou por dentro.


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