Um Amor Improvável - Itachi Uchiha (Em Revisão) escrita por Akira Senju


Capítulo 25
Um Coração Pleno


Notas iniciais do capítulo

Olá a todos! Trago mais um capítulo para vocês e espero que gostem!

Tenham todos uma ótima leitura ♥



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Era fim de tarde, os únicos sons que se ouvia eram dos pássaros cantando lindamente e do vento que balançava as folhas das árvores. A floresta estava calma, exceto, próximo à Caverna Sombria…

 

— Suiton: Dai Bakusui Shōha! (Estilo Água: Grande Onda de Choque Explosiva de Água) – Disse Kisame.

 

Ele cuspiu aquela imensa quantidade de água e mesmo que as ondas lhe permitissem se mover mais rápido, a velocidade dela era páreo. 

Ela foi em direção a ele e o golpeou com um chute, ele se defendeu com Samehada, ela lhe deu um soco, ele se esquivou e lhe golpeou com a espada, ela se desviou e se moveu com sua velocidade sobre-humana e lhe golpeou no rosto com um soco. Os dois se afastaram enquanto se olhavam com bravura. Depois de alguns segundos, o Chakra da cor verde se tornou visível nas mãos dela, o que indicava que ela pretendia usar um Jutsu que Kisame conhecia muito bem...

 

— Hum, acha mesmo que eu vou deixar você encostar em mim? – Kisame perguntou em posição de defesa.

— E quem disse que eu preciso de permissão? – Harumi perguntou com um sorriso debochado.

 

Em um piscar de olhos, ela apareceu atrás dele  e quase o tocou no ombro, mas ele a olhou de canto e se virou rapidamente aplicando um golpe com Samehada que a empurrou para longe. Ela se equilibrou ainda concentrando Chakra nos pés e colocando uma de suas mãos sobre o chão de água e se moveu rapidamente, surgindo novamente atrás dele. Ele conseguiu acompanhar seus movimentos extremamente rápidos por uns instantes, mas em certo momento, ela desapareceu. Kisame ficou em alerta, segurando Samehada em posição de ataque. Ele olhava para os lados, até que notou um movimento sutil debaixo d’água. Ele sorriu com malícia e se arredou para trás desviando de um soco dado de baixo para cima por Harumi, mas ao arredar para trás, ele sentiu uma mão tocar seu ombro esquerdo…

 

— Isso é uma permissão? – Ela perguntou com deboche.

 

Itachi estava observando os dois de longe, ele estava sentado em uma pedra escorando um de seus braços sobre seu joelho. Ele sorriu sutilmente ao ver a astúcia da Senju, ela era realmente incrível!

 

Kisame a atacou com Samehada novamente e ela se afastou fazendo alguns selos de mão…

 

— Jutsu Lacerações de Invisível!

 

Ela cortou Kisame no braço, porém, dessa vez, ele apenas apertou os dentes sentindo a dor dos cortes e continuou tentando golpeá-la. Ela se surpreendeu e começou a aumentar a profundidade e velocidade dos cortes enquanto se desviava de seus golpes. Kisame se distanciou dela…

 

— Esqueceu que eu conheço a fraqueza desse seu jutsu patético? – Ele perguntou.

 

Ele fez alguns selos de mão…

 

— Kuchiyose no Jutsu. (Jutsu de Invocação)

 

Kisame invocou um grande tubarão faminto que surgiu da água bem atrás de Harumi com a boca aberta, pronto para devorá-la. Ela olhou por cima do ombro, arregalou os olhos e saltou se distanciando e se colocando de frente para o tubarão que imergiu na água em seguida. Ele era rápido e antes que Harumi pudesse pensar em algo, ele a atacou novamente, ela saltou sobre ele e arregalou os olhos ao notar outro tubarão vindo em sua direção pronto para devorá-la. Ela o golpeou com um chute, o que o fez imergir na água e em seguida, ela saltou se desviando do outro tubarão e parou atrás de Kisame.

 

— Posso ficar aqui o dia todo assistindo você fugir. – Ele disse com deboche e se virou para olhá-la.

 

Ela o olhou com raiva e percebeu que os tubarões estavam se aproximando novamente…

 

— Eu poderia apenas atingir o invocador, mas se você quer brincar, vamos ao jogo. – Ela mordeu seu dedo. - Kuchiyose no Jutsu. (Jutsu de Invocação.)

 

Nanao surgiu sobre as águas em forma de pequeno gato e Kisame a olhou intrigado.

 

—  Esse seu gatinho não vai servir nem de aperitivo para os meus tubarões. – Ele sorriu com deboche.



Os tubarões se aproximaram e quando chegaram perto de atacar Harumi, Nanao se tornou um Bakeneko e com suas afiadas garras, cortou os tubarões ao meio. Kisame arregalou os olhos e ficou boquiaberto

 

Harumi subiu no topo da cabeça de Nanao…

 

— Parece que seus peixinhos viraram comida para o meu gato. – Ela cruzou os braços e sorriu com deboche.

 

Itachi que assistia tudo atentamente, admirou…

 

— Então esse é o Nanao… Hum. 

 

Depois de Harumi e Kisame finalizarem o treino, eles se juntaram a Itachi próximo a caverna. Kisame estava de pé, encostado na parede da caverna, enquanto Itachi continuava sentado e Harumi, se sentou do outro lado.

 

— E então… quando vocês vão parar com mistérios e me contar sobre a última missão? – Harumi perguntou.

— Você deveria ser menos intrometida, não lhe devemos explicações. – Respondeu Kisame.

 

Harumi o olhou de canto…

 

— Tudo bem, idiota, mas eu insisto em saber mesmo assim.

— Porque está tão interessada? – Itachi perguntou.

— É só uma curiosidade.



Itachi a olhou de canto e pensou por alguns segundos.

 

— Nossa missão foi nos arredores da Vila Oculta da Pedra. Tivemos que lutar contra alguns ninjas sem muitas habilidades.

— Hum, mas eles eram ótimos em se desviarem de ataques e se esconderem. – Kisame disse.

— Após derrotá-los, percebemos que eles estavam mortos a dias. – Itachi disse.

 

Harumi ficou intrigada…

 

— Mortos a dias?

— Tudo indica que eles foram reanimados com o Jutsu da Alma Morta. – Itachi respondeu.

 

Ela arregalou os olhos.

 

Harumi se tornou uma pesquisadora assídua das possibilidades de reviver pessoas, por conta disso, ela conheceu diversas técnicas proibidas da medicina que não eram as mais eficazes no quesito ressurreição. O Jutsu da Alma Morta, era uma dessas técnicas.

 

Ela ficou em silêncio, pensativa, mas depois de alguns segundos, apertou as mãos com raiva…

 

— Acabo de me dar conta de que cometi um grave erro… – Ela disse controlando sua raiva.

 

Kisame e Itachi a olharam e se intrigaram. Ela se levantou…

 

— Vejo vocês depois.

 

Ela saiu em alta velocidade enquanto Itachi e Kisame continuavam olhando-a intrigados.

 

— Essa garota está cada dia mais maluca. – Kisame disse.

 

Itachi desviou o olhar estando pensativo.

 

No caminho para casa, Harumi se lembrava de algo que a deixou transtornada sentindo raiva, uma raiva monstruosa como ela não sentia a um tempo…

 

Flashback on

 

Em sua última conversa com Kabuto Yakushi…

 

— Tudo bem, eu aceito esse acordo, mas me prometa que… jamais usará isso contra Itachi ou contra a Vila da Folha. – Harumi disse.

— Hum, já lhe expliquei os motivos de estar pedindo isso. Mesmo podendo conseguir isso sem lhe pedir permissão, eu decidi te deixar fazer uma escolha, isso não é o bastante para você confiar em mim?! 

 

Harumi desviou o olhar e suspirou.

 

Flashback off

 

Após se lembrar dessa conversa, ela apertou as mãos com ódio novamente e ao perceber que precisava descarregar aquela raiva de alguma forma, mirou em uma árvore para dar um soco…mas ao chegar bem perto, viu duas palavras escritas…

 

" 猫 - Neko. (Gato)

カエル - Kaeru. (Sapo)

           09.10"

 

Aquelas palavras foram escritas por ela e Jiraya em um dia divertido e especial, o dia em que o nome e a história do disfarce de Akira Senju foi criada por eles. Jiraya teve a ideia deles deixarem marcado essa data com a assinatura das suas espécies de invocação, assim, somente eles entenderiam o significado.

 

 Aquelas palavras que trouxeram essas lembranças fizeram com que aquela raiva monstruosa fosse sumindo. Depois de alguns segundos encarando aquelas palavras, ela abriu a mão para tocar na árvore e suspirou entristecida. Depois disso, ela seguiu o caminho até em casa. 

Ao chegar na porta de casa e tocar na maçaneta, Harumi arregalou os olhos ao sentir uma dor aguda no peito. Ela escorou na porta para não cair com a intensidade da dor e ficou ofegante. Enquanto se apoiava na porta, ela conseguiu abri-la e, ao entrar em casa, teve dificuldades para se manter de pé, a dor parecia aumentar cada vez mais e ela acabou caindo de joelhos. Em seguida, ela começou a tossir sem controle e tapou a boca com uma das mãos. Em meio a tosse, ela expeliu uma quantidade de sangue, o que a fez olhar assustada para a própria mão. Ela se levantou devagar e foi até a cozinha onde havia um frasco de remédio feito por ela em cima de sua pia. Quando ela se aproximou, pegou o frasco, abriu e tomou um pouco daquele remédio. Em seguida, ela se sentou em uma cadeira estando ofegante…

 

“Os sintomas estão se intensificando muito rápido… ” – Ela pensou preocupada.

 

Depois de alguns segundos, alguém bateu na porta de sua casa e ela se assustou. Ela se levantou devagar enquanto ainda sentia um pouco de dor e escondeu o frasco de remédio. Ela foi até a porta e, ao sentir o Chakra de Itachi, se preocupou em disfarçar a dor que estava sentindo…

 

— I-Itachi?! – Ela sorriu ao abrir a porta.

 

Ele estendeu sua máscara de Akira a entregando…

 

— Você esqueceu.

 

Ela olhou para a máscara estando surpresa…

 

— Ah, como eu sou distraída! – Ela sorriu constrangida e coçou a cabeça.

 

Quando ela ergueu a mão para pegar a máscara, Itachi notou uma mancha de sangue.

 

— Isso é por conta da luta? – Ele perguntou.

— Hum?! – Ela o olhou intrigada.

 

Ele estendeu a mão pedindo que ela lhe mostrasse a sua. Ela ficou relutante, mas depois de alguns segundos, colocou sua mão sobre a dele. 

 

— Bom… não. É que… e-eu me cortei. – Ela disse sem olhá-lo.

 

Ele soltou a mão dela devagar enquanto a olhava fixamente.

 

Em meio a floresta, havia alguém observando a casa de Harumi…

 

— Acho que já vimos o suficiente para entender o que realmente aconteceu. – Disse Zetsu Branco.

— Parece que ela deixou de ser o alvo dele, por isso a demora para concluir a missão – Disse Zetsu Preto.

— Bem, é hora de voltarmos. – Disse Zetsu Branco.

— Concordo.

 

Eles se afundaram no solo.

 

No dia seguinte, Tsunade solicitou a presença de Harumi em seu escritório logo de manhã, antes que ela fosse para o hospital. 

 

A porta do escritório da Hokage se abriu…

 

— Com licença, mestra. – Harumi disse ainda mascarada.

— Olá, Harumi! Entre. – Tsunade disse.

 

Harumi se aproximou e tirou a máscara…

 

— Olá, Shizune! – Ela sorriu.

— Olá, Harumi! – Shizune sorriu com doçura.

— Então… o que quer falar comigo? – Harumi perguntou para Tsunade.

— Bem, é algo que adiei por algum tempo por perceber que talvez eu estivesse enganada, mas eu preciso garantir que isso seja verdade.

 

Harumi a olhou intrigada.

 

— Suponho que você se lembre do que eu disse a anos atrás sobre o desenvolvimento inverso do Byakugou.

— Bom… você disse muitas coisas.

— A mais importante.

 

Harumi suspirou…

 

— Sim, mestra, eu me lembro. O uso do Byakugou Inverso traria danos a longo prazo.

— Bem, o que eu quis dizer com isso e suponho que você já saiba, é que o uso dessa técnica faz com que o usuário desenvolva uma doença degenerativa depois de algum tempo. O que me traz um pouco de tranquilidade a seu respeito,  é que já faz alguns meses desde que você usou a forma inversa e, ao meu ver, parece que por ter uma extraordinária capacidade de se regenerar com rapidez, essas consequências não caíram sobre você.

 

Harumi a olhava fixamente. Tsunade colocou os cotovelos sobre a mesa e cruzou as mãos…

 

— Harumi, me diga a verdade… Você está bem como eu imagino, não está? – Ela perguntou olhando-a nos olhos.

 

Harumi permaneceu com os olhos fixos em Tsunade e controlou muito bem suas emoções…

 

— Eu estou muito bem, mestra. – Ela sorriu.

— Que bom. – Tsunade sorriu sutilmente.

 

Shizune também sorriu aliviada.

 

— Bom, então… vou voltar ao trabalho, há muito o que fazer hoje. – Harumi se virou para sair apressada.

— Espere, Harumi! – Tsunade disse.

 

Ela se assustou e uma gota de suor desceu de sua testa. Ela se virou com um sorriso sutil, disfarçando seu nervosismo.

 

— Achou mesmo que eu falaria só disso? – Tsunade perguntou.

 

Harumi engoliu seco…

 

— O-O que mais tem a dizer, mestra?

 

Tsunade se levantou de sua cadeira e se aproximou dela….

 

— Escolhi falar sobre isso hoje porque quero muito que essa data se repita mais vezes. – Tsunade a abraçou. - Feliz aniversário! – Ela disse no ouvido de Harumi.

 

Harumi arregalou os olhos surpresa e eles marejaram, até que ela correspondeu ao abraço de Tsunade. Alguns segundos depois, a Hokage se afastou sorrindo e Shizune se aproximou.  

 

— Feliz aniversário… – Shizune pegou em uma de suas mãos. - maninha!

 

Harumi também segurou a mão de Shizune e a olhou com carinho enquanto sorria sutilmente. Em seguida, alguém bateu na porta e ela se preocupou em colocar sua máscara.

 

— Não se preocupe, Harumi. Eu sei quem é. Pode entrar! – Tsunade disse.

 

Quando a porta se abriu, Kakashi entrou no escritório da Hokage.

 

— Desculpe o atraso, senhora Hokage.

— Não se preocupe, Kakashi. Você trouxe o que lhe pedi?

— Aqui está. – Ele se aproximou e entregou uma caixa.

 

Ele olhou Harumi e sorriu com os olhos…

 

— Olá, Harumi.

— Olá, Kakashi. - Ela sorriu de volta.

 

Tsunade se aproximou de Harumi…

 

— Toma, é para você. – Ela entregou a caixa.

 

Harumi se surpreendeu novamente…

 

— P-Para mim?

— Sim, eu mandei fazer especialmente para você. – Tsunade sorriu sutilmente.

 

Harumi pegou a caixa e abriu enquanto os três a observavam. Ela arregalou os olhos ao ver uma bandana dentro da caixa e seu emblema era a palavra “復活 - Ressurreição".

 

— Você foi corajosa o suficiente para desenvolver uma de minhas técnicas de uma forma bastante arriscada. Devido a esse grande risco, nem mesmo eu tive coragem para tal feito, mas você foi capaz de executá-la com perfeição e conseguiu o inimaginável, devolver a vida a alguém e continuar viva. Isso faz de você a única médica ninja do mundo Shinobi a ser capaz de executar a Ressurreição. Você merece essa bandana. De agora em diante, quero que você use-a enquanto estiver no hospital.

 

Harumi pegou a bandana e suspirou entristecida enquanto a observava por alguns segundos.

 

— O que foi, Harumi? Não gostou? – Shizune perguntou.

 

Ela continuava olhando a bandana…

 

— E-Eu amei! – Ela levantou o olhar cheio de lágrimas.

 

Harumi amarrou a bandana no pescoço e Kakashi se aproximou dela…

 

— Ei… – Ele tocou em um de seus ombros. - Feliz aniversário!

 

Ela sorriu…

 

— Obrigada, senhor Hatake!

 

Ela olhou Kakashi e, por um breve momento, enxergou a imagem de sua irmã, Midori. Ao voltar seu olhar para Tsunade e Shizune que sorriam com satisfação enquanto a olhavam com carinho, enxergou sua mãe e Sayuri, o que a fez sorrir novamente.

 

Na hora do almoço, Harumi estava na floresta esperando por Kakashi, até que ele surgiu de forma veloz ao lado dela…

 

— Eu trouxe Ramen, espero que você ainda não tenha se enjoado.

 

Harumi olhou para comida como uma esfomeada…

 

— Como eu poderia me enjoar dessa maravilha?!

 

Kakashi sorriu com os olhos e entregou sua comida.



Enquanto comiam, eles conversavam sobre várias coisas, dentre elas, o mais importante...

 

— Já faz algum tempo que não pergunto… Como estão as coisas com Itachi? – Kakashi perguntou.

 

Harumi o olhou intrigada…

 

— Kakashi, você me pergunta isso todos os dias.

 

Ele se assustou…

 

— Ah, eu nem percebi. – Ele coçou a cabeça envergonhado.

 

Harumi sorriu sutilmente…

 

— E eu sempre lhe dou a mesma resposta… que tudo está indo bem. Mas hoje eu vou dar uma resposta diferente.

 

Kakashi a olhou intrigado.

 

— Jamais imaginei que sentiria essa sensação de ter um coração pleno. 

 

Kakashi a olhou com carinho.

 

— Além disso, há algo em Itachi que me faz acreditar que meu objetivo como Shinobi vai além de apenas proteger a Vila. Sempre me intriguei por jamais ter sentido que seu coração fosse sombrio, mas até hoje eu não compreendi o porquê dessa certeza, mesmo que eu conviva com ele por mais tempo. Conforme os dias passam, sinto que… algo nele está mudando. O que justifica algo que talvez você jamais compreenda… – Ela suspirou. - Em Itachi Uchiha… eu me reencontrei. 

 

Kakashi ficou pensativo enquanto a olhava sutilmente. Depois de alguns segundos, ele desviou o olhar e suspirou…

 

— Talvez eu nunca seja capaz de enxergá-lo com bons olhos, como você… mas tudo que sempre vai importar, é que você esteja feliz.

 

Harumi o olhou com carinho…

 

— Obrigada, senhor Hatake… por tudo!

 

Kakashi a olhou de volta da mesma forma.

 

 Mais tarde, depois de ter saído do hospital, Harumi comprou dangos e seguiu o caminho que levava até a Caverna para procurar por Itachi, porém, enquanto caminhava apreciando a natureza, avistou o Uchiha caminhando em sua direção, o que a fez sorrir.

 

— Eu estava indo procurar por você. – Ela disse ao se aproximar.

— Eu também estava… indo procurá-la. – Ele disse constrangido.

 

Harumi corou as bochechas e seus olhos brilharam. Depois de alguns segundos, seu rosto constrangido se transformou em um rosto entusiasmado…

 

— Eu tive uma ideia!

— Hum?! – Itachi a olhou surpreso.

— Vem comigo, Itachi!

 

Ela saiu apressada. Itachi a olhou por alguns segundos e depois a seguiu.

 

Os dois caminharam por alguns minutos lado a lado, até que chegaram no local onde Harumi costumava treinar.

 

— Faz alguns meses que não passamos um tempo aqui. – Ela disse observando o lugar.

 

Itachi, que também observava o lugar, sorriu sutilmente e fechou os olhos. Harumi caminhou até próximo a uma árvore e se sentou recostada, ele se aproximou dela e sentou ao seu lado. Ela lhe entregou a sacola com a bandeja de dangos e ele, ao abrir e pegar a bandeja, repetiu aquele comportamento tão especial… estendeu a bandeja para que ela pegasse o primeiro palito com os bolinhos.

 

— Porque quis vir até aqui? – Itachi perguntou após ela pegar o palito de dangos.

 

Harumi suspirou e sorriu sutilmente…

 

— Esse lugar me trás boas lembranças, acho que é por isso que eu o considero o mais lindo da floresta. – Ela o olhou com carinho.

 

Ele a olhou de canto e depois desviou o olhar.



Eles ficaram alguns minutos em silêncio enquanto saboreavam seus dangos. Harumi olhava a floresta com um leve sorriso nos lábios. Itachi intercalava seu olhar entre a floresta e a bela Senju, sem que ela percebesse. Em certo momento, um pássaro azul se aproximou dos dois e Harumi estendeu o braço para que ele pousasse. Ela sorriu encantada por se lembrar do dia que curou as asas de um pássaro idêntico a aquele, foi no mesmo dia em que ela e Itachi caminharam juntos pela primeira vez. Depois de alguns segundos, outro pássaro azul se aproximou e pousou no braço de Harumi, ao lado do outro. Ela olhou para Itachi e sorriu, ele a observava com um leve sorriso nos lábios. Os pássaros voaram juntos e se afastaram dos dois, Itachi e Harumi continuaram ali, apreciando a companhia um do outro. Quando havia apenas um palito de dangos, Itachi estendeu a bandeja para que Harumi o pegasse e ela o pegou.

 

Depois de Harumi acabar o palito de Dangos, Itachi se levantou…

 

— Hum?! – Ela o olhou intrigada. - O que foi?

— Sempre que terminávamos os dangos, você pedia para treinar, então, hoje é minha vez.

 

Harumi sorriu…

 

— Certo. – Ela se levantou. - Vamos nessa! – Ela disse com o punho fechado.

 

Os dois ficaram frente a frente…

 

— Ao longo desse tempo percebo que você sempre está desenvolvendo alguma técnica, o que me leva a entender que ninguém conhece verdadeiramente todo seu poder. – Itachi disse.

— Meu poder precisa sempre ser um mistério, ninguém pode estar preparado para lutar comigo.

— Entendo… é assim que você se mantém segura.

— Exato. Então… – Ela se posicionou para lutar. - Vamos começar? 

 

Itachi se posicionou em silêncio e ela o atacou. Era uma luta entre dois ninjas extremamente habilidosos em Taijutsu, ninguém se acertava, mas Harumi decidiu apresentá-lo mais um de seus Jutsus. Ela fez selos de mão rapidamente enquanto saltava para trás…

 

— Shida Shibari Jutsu - (Jutsu Aprisionamento da Samambaia)

 

Itachi se surpreendeu ao ser envolvido com longas folhas de samambaia que saíram do solo e o imobilizaram. Em seguida, ela foi até ele, mas não para atacar.  Ao se aproximar, o observou e cruzou os braços, até que ouviu o barulho de uma Kunai sendo apontada para o seu pescoço e, o Itachi que estava preso pelas folhas de samambaia, se transformou em corvos…

 

— Eu já esperava por isso. – Ela disse com um leve sorriso.

 

Itachi abaixou a Kunai…

 

— Eu também esperava por isso. – Ele se defendeu de um chute que foi dado por trás por Harumi.

 

Aquele também era um clone de Harumi que desapareceu em seguida. Os dois trocaram mais alguns golpes de forma veloz, mas em certo momento, Harumi sentiu uma dor aguda no peito e acabou sendo atingida por um chute de Itachi que a arremessou para longe fazendo-a bater em uma árvore. Ele arregalou os olhos. Após bater na árvore, ela caiu de joelhos apoiando suas mãos no chão e tossiu sangue, o que fez Itachi se assustar ainda mais ficando estático. 

 

“Droga, eu preciso distraí-lo” – Ela pensou.

 

Ela pegou bolas de fumaça na bolsa de armas e atirou para obstruir a visão de Itachi. Em seguida, levantou as mãos que estavam trêmulas por conta da dor e fez um selo…

 

— Kage Bunshin no Jutsu - Jutsu Clones das Sombras.

 

Ela conseguiu fazer dois clones e eles atacaram Itachi em meio a fumaça. Enquanto ele lutava com os clones, ela rapidamente pegou o frasco do seu remédio de dentro da bolsa de Kunais e tomou, mas seria necessário um tempo para que fizesse efeito. Itachi destruiu os clones rapidamente e ela se moveu com sua velocidade sobre-humana e se escondeu atrás de uma árvore. Ela sentiu dor novamente e colocou a mão no peito, ficando ofegante em seguida.

 

— Porque está se escondendo? – Itachi perguntou estando próximo da árvore que ela estava escondida atrás.

 

Ela arregalou os olhos e uma gota de suor desceu de sua testa…

 

— B-Bom… foi uma tática mal executada. É difícil enganar um gênio.

 

Itachi caminhou ficando de frente para ela e a observou por alguns segundos em silêncio, enquanto ela o olhava estando tensa… até que sorriu sutilmente.

 

— Vamos voltar ao treino. – Ela se virou para voltar ao local de treino.

 

Itachi tocou em seu ombro fazendo-a parar…

 

— Já chega por hoje.

 

Ela o olhou por cima do ombro…

 

— Certo.

 

Os dois voltaram ao mesmo lugar que estavam antes e se sentaram próximos novamente.

 

 Harumi estava um pouco distante, pensativa e Itachi a observava sutilmente.

 

— Itachi… – Ela o chamou depois de alguns minutos.

— Sim.

— Podemos caminhar um pouco? Eu gostaria de lhe mostrar um lugar.

— Sim, podemos.

 

Os dois se levantaram e começaram a caminhar.

 

Caminharam em silêncio por alguns minutos, até que chegaram na entrada do Bosque das Lembranças. Harumi entrou para o bosque e Itachi a acompanhou, quando já estavam dentro, ela parou…

 

— Esse é o lugar que eu gostaria de lhe mostrar.

 

Itachi a olhou intrigado e depois desviou o olhar.

 

— Eu já conheço esse lugar, viemos aqui a algum tempo. 

— Você não o conhece como eu.

 

Itachi a olhou de canto.

 

Harumi deu alguns passos para frente se aproximando de algumas flores. Ela se abaixou e pegou um pergaminho que estava camuflado dentre aquelas flores. Após pegá-lo, ela foi ao centro do bosque e o abriu revelando o selo…

 

— Kaifū no Jutsu - Jutsu de Deslacramento.

 

Após usar a técnica, algumas caixas subiram do solo e Itachi as olhou surpreso.

 

Harumi se aproximou e deslacrou as tampas, fazendo-as se abrirem. Em seguida, ela se aproximou de Itachi…

 

— Aí está tudo que restou do meu passado. Essas coisas eram dos meus familiares e foi tudo que sobrou do dia em que eles foram mortos pela Raposa de Nove Caudas.

 

Harumi observava tudo com uma certa tranquilidade no olhar. Ela caminhou até a caixa onde estavam as bandanas dos seus familiares e pegou a foto de todos que ela havia guardado lá da última vez, e levou até Itachi… 

 

— Veja… essa é minha família. – Ela o entregou a foto.

 

Itachi pegou a foto e a observou por alguns segundos. A mãe de Harumi a segurava no colo, o pai estava ao seu lado enquanto Midori estava ao lado da mãe e Sayuri ao lado do pai. Midori, Sayuri e Shizuka sorriam lindamente, já Kenjiro, sorria sutilmente enquanto olhava Harumi que era um bebê adorável e olhava de volta para o seu pai. 

 

Depois de observá-la, Itachi devolveu a foto para Harumi. Ela a pegou e levou de volta para a caixa. Após deixar a foto, ela voltou a ficar ao lado de Itachi…

 

— Até hoje eu não lhe contei como consegui uma porcentagem do Chakra da Raposa de Nove Caudas. 

— Você disse que não era algo importante.

— Bom, de fato não importa mais. Mas você merece saber que, na verdade, eu não tive escolha, esse poder me foi dado por um erro de minha mãe no passado… – Harumi suspirou. - Ela foi ambiciosa, queria poder e suas razões para isso não eram as mais nobres. O poder poderia corromper seu coração e, por conta disso, o Chakra que ela tanto almejou durante sua vida, foi dado a mim, mesmo que eu nem sequer tivesse nascido para decidir se o queria. Como um castigo, ela morreu em um ataque do monstro que ela tanto almejava ter o poder. Depois que descobri sobre a origem do meu Chakra semelhante ao de uma Besta de Caudas, me senti castigada por longos anos, eu possuía o poder do monstro que matou minha família e isso me fez odiá-lo cada dia mais. Porém, o terceiro Hokage havia me dito que, eu precisaria olhar para essas coisas um dia para entender algo importante. 

 

Harumi tirou sua bandana escrita “Ressurreição” do bolso e o mostrou…

 

— Veja… esse foi um presente da quinta Hokage. Ela me deu por eu ter conseguido usar um desenvolvimento proibido de um de seus jutsus e conseguido trazer alguém de volta à vida. Ao contrário da Raposa que era movida por ódio e usava o poder para matar, eu o usei para devolver a vida a alguém.

 

Itachi a olhava surpreso enquanto ela amarrava a bandana em seu pescoço.

 

— Foi aí então que eu pude compreender as palavras do terceiro Hokage quando me disse “… tenha em mente que o ódio nunca deve ser o caminho, ele jamais fará a dor passar."  E a verdade é que, de fato, eu só pude voltar a ver essas coisas quando consegui usar esse poder para fazer o contrário do que sempre foi feito. Eu só pude sentir alívio da dor e voltar a encarar essas coisas, quando venci o ódio e dei a ele um novo significado. Eu o usei como combustível que me tirou da inércia e consegui mudar o que precisava ser mudado. Eu o transformei em recomeço. 

 

Itachi que ainda a olhava surpreso, desviou o olhar pensativo.



— Depois de ter dedicado anos da minha vida em busca da possibilidade de ressuscitar pessoas para que eu pudesse livrar o mundo da dor da perda, mesmo sabendo que não seria possível salvar a todos, eu pude livrar pelo menos uma pessoa dessa dor… – Ela suspirou. - …e isso fez com que toda minha vida fizesse sentido. – Harumi sorriu sutilmente.

 

Itachi que olhava para o bosque ainda pensativo, também sorriu sutilmente. Em seguida, ele observou as caixas por alguns instantes, até que notou uma que era maior e estava um pouco atrás das demais ainda com a tampa fechada.

 

— O que há naquela caixa? – Ele perguntou.

— Esse é o motivo pelo qual eu lhe trouxe até aqui. Preciso lhe pedir algo muito importante. 

 

Harumi foi até as flores novamente e pegou um novo pergaminho que estava camuflado.

 

— Há uma técnica de Fuuinjutsu que preciso lhe mostrar. – Ela disse com um semblante sério.

 

Itachi a olhou intrigado.

 

                                                          …



Quando já havia anoitecido, Harumi estava sentada à mesa para jantar. Alguns segundos depois, alguém bateu na porta de sua casa. Quando ela abriu, sorriu ao vê-lo…

 

— Entre, Itachi.

— Hoje eu não poderei entrar, Harumi.

 

Ela o olhou surpresa.

 

— Vim lhe avisar que estou de partida, Kisame e eu temos uma nova missão.

 

Ela suspirou…

 

— Tudo bem... mas espere aqui, eu já volto. – Ela correu até a cozinha.

 

Itachi a esperou e depois de alguns minutos, ela voltou segurando duas marmitas…

 

— Toma, é para você e para Kisame. – Ela o entregou.

 

Itachi as pegou…

 

— Obrigado.

 

Ele se virou para partir, mas parou ao sentir que faltava algo. Ele se virou novamente e viu aquele olhar que brilhava enquanto o encarava e aquele sorriso sutil que era encantador. Ele se aproximou um pouco mais dela.

 

— Você vai voltar, não vai? – Ela perguntou corando as bochechas.

 

Ele ergueu sua mão e encostou dois dedos na testa de Harumi com carinho.

 

— Sim. – Ele respondeu.

 

Ela sorriu com as bochechas coradas e, em seguida, ele se virou e partiu. Ela observou ele se distanciando até não ser mais possível vê-lo. Ela se virou para entrar em casa, mas ouviu um pássaro voando perto e, ao olhar para cima, viu que era um corvo que parecia ter algo preso em sua pata. Ela estendeu o braço para que ele pousasse e notou que o que estava preso em sua pata, era um papel. Ela pegou o papel e o corvo voou. Ao abrir aquele papel viu que estava escrito a palavra “Parabéns”. Ela se surpreendeu ao compreender que havia sido Itachi quem mandou aquele recado, mas também se intrigou, pois ela nunca tinha lhe contado sobre a data de seu aniversário, mas alguns segundos depois, ela sorriu…

 

— Itachi… – Ela suspirou.



No dia seguinte, Harumi e Kakashi estavam sentados no local que costumavam almoçar, mas ainda era manhã, ela estava de folga naquele dia.

 

— Então, Itachi foi para uma missão... não lhe intriga pensar que sendo uma missão da Akatsuki, é certo que se trate de alguma maldade? 

 

Harumi suspirou…

 

— De certo modo. Mas… ainda me intrigo mais por simplesmente confiar no coração de Itachi, mesmo nessas circunstâncias. 

— Essa sua confiança ainda me preocupa. Eu não quero ser chato, mas…

— Mas você nunca vai deixar de ser um super protetor, senhor Hatake. Eu já me acostumei.

 

Kakashi a olhou de canto e depois desviou o olhar.

 

— Quanto tempo falta para Naruto e Jiraya voltarem? – Ela perguntou.

— Aproximadamente quatro meses.

— Confesso que me preocupo com o retorno de Naruto. Não quero ser uma facilitadora da missão da Akatsuki mantendo Itachi e Kisame por perto.

— Hum… É bem provável que você terá que fazer uma difícil escolha.

— Não há o que escolher, Kakashi. Eu sempre ficarei do lado de Konoha. – Ela o olhou com um leve sorriso.

 

Ele a olhou com carinho.

 

— Bem, vou até a caverna verificar se está tudo bem. – Harumi se levantou.

— É claro que está, não tem ninguém lá.

— E é minha missão garantir que continue não tendo.

— É, você tem razão.

 

Harumi se virou para sair…

 

— Ei… – Kakashi a chamou.

 

Ela o olhou por cima do ombro…

 

— Tenha cuidado.

— Hum, eu sempre tenho, senhor Hatake! – Ela piscou sorrindo.

 

Em seguida, ela saiu em alta velocidade. Kakashi se levantou para voltar para a Vila, mas ao olhar para onde Harumi estava sentada, percebeu que ela havia deixado um livro, era o segundo da série Icha-Icha, ela havia ganhado de Jiraya na última vez que o viu. Kakashi sorriu sutilmente por saber que ela com certeza havia esquecido de propósito. Ele pegou o livro e seguiu seu caminho até a Vila da Folha.



Harumi correu pela floresta apreciando o vento em seus cabelos. Quando chegou na Caverna Sombria, a observou por alguns instantes e depois, se sentou em uma pedra. Ela ficou um bom tempo apreciando o clima, o céu estava lindo, o sol brilhava e o clima daquele lugar já não era mais sombrio, ela se sentia em paz ali, ao contrário de antes. 

 

Depois de algum tempo estando ali, ela decidiu ir embora. Ela se levantou e começou a caminhar, mas de repente, ouviu alguns passos se aproximando, o que a fez parar. Estava cada vez mais próximo, até que ela sentiu um Chakra familiar se aproximando por trás. Quando se virou para olhar, arregalou os olhos ao vê-lo e reconhecê-lo…

 

— Chegou a hora de vir conosco, o tempo de espera acabou. 

 

Pain disse com serenidade.


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Notas finais do capítulo

Obrigada por chegarem até aqui! ♥



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