O tempo foi passando e eu continuei trabalhando com a produção de remédios. Às vezes, era solicitada minha presença no Hospital de Konoha e com o tempo, conquistei o respeito e confiança do Corpo Médico pelos meus feitos. Apesar de tudo parecer incrível demais, as lembranças traumáticas sempre me acompanhavam, dentro e fora da Vila. O que me deixava tranquila, é que Kakashi e eu voltamos a nossa amizade de sempre, ter ele por perto não só me fazia bem, mas também tornava mais fácil mantê-lo seguro contra as astúcias de Danzou pois eu estaria ciente de qualquer nova tentativa daquele velho asqueroso de chegar perto dele novamente. Mesmo que fossemos tão amigos, Kakashi não parecia notar minha exaustão pelas noites mal dormidas por conta dos pesadelos e das lembranças traumáticas, o que era ótimo. Eu sempre estava sorrindo para lhe dar a certeza de que eu estava bem e ele não tinha com o que se preocupar.

Já faz dois anos que eu vivo essa nova realidade. Caminhar longas distâncias para encontrar ervas medicinais faz parte do meu trabalho, mas também se tornou uma distração nos meus dias de folga. 

Certo dia, eu estava caminhando sem rumo durante uma tarde ensolarada e me deparei com dois homens com trajes diferentes. Eles usavam mantos com nuvens vermelhas, as mesmas características que Kakashi havia me contado sobre o traje usado pelos membros da Akatsuki que invadiram a Vila da Folha. Como eu vivia escondida e não estava disfarçada naquele dia, tentei passar despercebida por aqueles homens, mas um deles me parou…

Harumi off

Itachi lia o livro atentamente até que ouve alguém mexer na maçaneta da porta da casa de Harumi. Ele rapidamente fecha o livro e se levanta enquanto a porta se abre…

— I-Itachi?! – Harumi se surpreende ao vê-lo.

— Hum, você finalmente chegou. Da próxima vez, não deixe a porta destrancada. – Ele passou ao lado dela saindo da casa.

Ela o olhou intrigada…

— Itachi, espere…

Ele parou.

— Já que você ainda está aqui, porque não fica para jantar? Eu trouxe algumas coisas para cozinhar. – Harumi mostra algumas sacolas. 

Itachi se virou para olhá-la. Depois de saber toda verdade sobre ela, olhá-la da mesma forma se tornou algo impossível…

— Tudo bem. – Ele responde ao convite.

Ela sorriu como uma boba apaixonada e eles entraram para a casa novamente.

Enquanto ela preparava o jantar, Itachi estava sentado à mesa e a observava sutilmente, quando ela o olhava, ele desviava o olhar. Ela estava entusiasmada por tê-lo ali e em meio a agitação de sua felicidade, ela se descuidou enquanto cortava cenouras e acabou cortando o dedo…

— Aaii! – Ela segura o dedo que começou a sangrar.

Ela olhou para Itachi estando constrangida e começou a procurar algum pano para limpar o sangue. Itachi levantou e foi até ela. Ao se aproximar, ele estendeu a mão para que ela mostrasse o corte. Ela o olhou surpresa por alguns segundos, até que estendeu sua mão mostrando seu dedo ensanguentado. Itachi segurou a mão dela e limpou cuidadosamente o sangue de seu dedo, ele havia pegado o pano que estava sobre a mesa sem que ela notasse. Após limpar o sangue, ele a olhou nos olhos enquanto ainda segurava sua mão e a expressão dela continuava sendo de surpresa. Após alguns segundos, o pequeno corte se fechou e Itachi soltou a mão dela, em seguida, voltou a se sentar.

Harumi se virou com um sorriso sutil e bochechas coradas voltando a cortar as cenouras.

Depois que o jantar ficou pronto, ela se sentou do outro lado da mesa, de frente para ele e começaram o jantar. Enquanto comiam, às vezes trocavam olhares constrangidos. Em outros momentos, ela começava a conversar e, mesmo que Itachi não fosse tão falante quanto ela, ele se envolvia nos assuntos do seu jeito.

Após terminarem o jantar, Itachi se levantou…

— Eu preciso ir.

Ela o olhou com um sorriso sutil…

— Tudo bem, Itachi.

Ela se levantou para acompanhá-lo até a porta. Itachi deu alguns passos, mas logo parou se virando para olhá-la…

— Obrigado pelo jantar.

Ela sorriu e ele se virou novamente para ir embora.

— Itachi, espere. – Ela o chamou depois de alguns segundos.

Ele parou e se virou. Ela foi até sua mesa e rapidamente voltou com uma marmita indo até Itachi entregá-lo…

— Toma, é para Kisame.

Itachi a observou por alguns segundos e depois pegou a marmita. Quando ele ia se virar, ela segurou em seu braço…

— Eu estarei te esperando sempre para o jantar.

Ele se surpreendeu e ficou com as bochechas coradas. Em seguida, ele se virou ficando de frente para ela e olhando-a nos olhos, fazendo-a corar as bochechas. Depois de alguns segundos, ele encostou dois dedos na testa dela com carinho e após ter feito isso, ainda a olhou por alguns segundos… até que se virou e seguiu seu caminho. Harumi continuou com as bochechas rosadas e suspirou com um sorriso sutil enquanto o observava se afastar.

No dia seguinte, durante a tarde, Harumi estava em cima de uma árvore cumprindo sua missão contínua de vigiar os arredores da Caverna Sombria. Não havia movimentação do lado de fora por um bom tempo, até que ela avista Itachi saindo de dentro da Caverna junto de Kisame.

— Ah, que tédio! Até quando vamos ficar mofando nessa porcaria de Caverna? – Perguntou Kisame.

— Você reclama demais, Kisame. – Respondeu Itachi.

Os dois começaram a caminhar e Kisame notou algo diferente em cima de uma árvore. 

Harumi não estava tentando se esconder, ela estava sentada em cima de um galho com sua máscara na mão enquanto observava os dois.

— Não venha me dizer que você acreditou estar se escondendo?! – Kisame debochou.

Itachi logo olhou para a direção que ela estava.

— Nem se eu fosse idiota como você. – Harumi respondeu com deboche.

Kisame a olhou com raiva e ela pulou da árvore se aproximando dos dois…

— Olá, Itachi. – Ela disse sorrindo.

— Olá, Harumi.

— Olá, motivo do meu desgosto. – Kisame disse.

— Pensei que o motivo do seu mau humor fosse fome. Não gostou do jantar que lhe mandei ontem? – Perguntou ela com deboche.

— Você chama aquilo de jantar? Já comi muita coisa melhor. – Respondeu Kisame com deboche.

Harumi se irritou…

— É UMA PENA QUE VOCÊ NÃO TENHA MORRIDO ENGASGADO! 

Kisame também se irritou…

— OLHA GAROTA! VOU CORTAR ESSA SUA LÍNGUA E DAR PARA OS TUBARÕES COMEREM! 

Enquanto eles discutiam feito duas crianças, Itachi os olhou pelo canto do olho e depois, desviou o olhar sorrindo sutilmente com aquela cena. De certa forma, ele estava se acostumando com aquelas brigas idiotas que nunca deixavam de acontecer. 

Na noite daquele mesmo dia, estava chovendo bastante e Itachi estava na entrada da Caverna observando a chuva cair. Enquanto a observava, pensava em tudo que leu sobre a médica invisível. Ele pensava no quanto eles eram parecidos, mas ao mesmo tempo, tão diferentes. A força de Harumi não era apenas física, ele se deu conta da tortura interna que ela suportava vivendo ali na floresta, mas aquele sorriso entusiasmado ainda sim, aparecia no seu rosto de vez enquanto. Ninguém no mundo Shinobi fazia ideia de que Konoha tinha uma aliada tão poderosa vivendo nas sombras. Sua lealdade e determinação fizeram com que ele a admirasse…

— Harumi… – Ele disse com um leve sorriso.

Enquanto isso, Harumi observava a chuva da janela de sua casa e pensava nos momentos que ela estava vivendo com o Uchiha. Já fazia tempo que ela havia desistido de encontrar explicações para os seus sentimentos por ele. Mas o que era mais incrível, era que Itachi parecia estar sentindo o mesmo por ela. Era tudo tão improvável que ela às vezes pensava estar sonhando…

— Itachi… – Ela sussurrou sorrindo sutilmente.

Depois de uma noite inteira de chuva, o tempo se estabilizou ao amanhecer. Harumi estava de folga e saiu pela floresta para caminhar enquanto apreciava a natureza. Ela foi andando sem rumo por um bom tempo, até que avistou alguém vindo de encontro a ela, mas não tinha o que temer, era o belo Uchiha trajado com seu manto de nuvens vermelhas…

— Você por aqui? – Ela perguntou ao se aproximarem.

— Eu estava te procurando.

Harumi se surpreendeu…

— M-me procurando? 

— Sim.

Ela sorriu lindamente e Itachi saiu andando. Seu sorriso se transformou em uma expressão intrigada, mas após alguns passos, Itachi parou e olhou pelo canto do olho…

— Pretende continuar parada aí?

Harumi logo entendeu que ele queria que ela o acompanhasse. Ela sorriu novamente e caminhou até ele. 

Os dois caminhavam em silêncio, Harumi apreciava a sensação do vento balançando seus cabelos castanhos, observava as lindas flores que enfeitavam cada centímetro da floresta, mas em certo momento, ela ficou com o semblante sério ao notar que o caminho que eles estavam seguindo, ia em direção ao Bosque das Lembranças. 

Depois de alguns minutos, eles realmente chegaram no Bosque. Itachi parou e começou a observar o lugar com calma, enquanto Harumi estava claramente incomodada. 

Itachi a olhou sutilmente percebendo seu incômodo…

— O que acha desse lugar? – Ele perguntou.

Harumi ficou cabisbaixa…

— É um lugar lindo.

Itachi caminhou até uma árvore e se sentou recostado. Harumi levantou o olhar e o observou pensativa, depois de alguns segundos, ela foi até onde ele estava e se sentou ao seu lado. 

— Porque decidiu vir até aqui? – Harumi perguntou.

— Por que é um lugar agradável.

Ela desviou o olhar ficando cabisbaixa e suspirou…

— Às vezes lugares tão lindos como esse, podem esconder coisas sombrias. 

Itachi a olhou…

— Entendo. 

Eles ficaram em silêncio por alguns minutos, Itachi observava Harumi sutilmente e percebeu que ela não olhava o lugar, continuava cabisbaixa. Depois de alguns minutos, ele se levantou e caminhou até algumas flores que estavam próximas. Ao se aproximar, ele as observou por alguns segundos e colheu uma flor, em seguida, se aproximou de Harumi.

— Uma boa lembrança pode te tornar capaz de enxergar a beleza existente em um lugar como esse. – Ele estendeu a flor a entregando.

Harumi arregalou os olhos surpresa e levantou a cabeça para olhá-lo. Depois de alguns segundos, ela pegou a flor e seus olhos marejaram. Itachi logo se virou e caminhou para fora do bosque enquanto ela ainda estava paralisada olhando a flor. Depois de alguns segundos, ela conseguiu levantar seu olhar para observar o lugar. Ela se levantou e observou a sua volta, como era lindo aquele bosque!… Quando ela finalmente conseguiu perceber sua beleza, sorriu sutilmente olhando para flor que ganhara do belo Uchiha e suspirou. Em seguida, ela caminhou para fora do bosque e encontrou Itachi a esperando próximo a entrada.

Ao chegar até ele, o olhava com carinho e em seguida, eles voltaram a caminhar sem rumo. Depois de alguns minutos caminhando, Itachi parou…

— Você não deveria estar no hospital? – Ele pergunta sem olhá-la.

— Não. Hoje é meu dia de folga.

Itachi ficou pensativo por alguns segundos.

— Se importa se andarmos para um pouco mais longe? Há um lugar que eu gostaria de observar. – Ele perguntou.

Harumi o olhou com um leve sorriso por ele querer sua companhia…

— Por mim está tudo bem.

— Certo.

Itachi voltou a caminhar e Harumi andou ao seu lado.

Eles caminharam por uma longa distância em silêncio.

 Em certo momento, Harumi começou a observar atentamente a sua volta, até que parou ao perceber onde estavam...

— Itachi, eu quero voltar. – Ela disse parecendo aflita.

Ele a olhou sutilmente e em seguida, observou a sua volta, até que enxergou uma pedra. Harumi não olhava para aquele lugar, ela estava cabisbaixa. Itachi caminhou mais um pouco e ela continuou parada…

— I-Itachi… e-eu preciso voltar. – Ela disse com a voz trêmula.

Ele a olhou por alguns segundos e caminhou de volta indo até ela. Quando se aproximou, a surpreendeu estendendo a mão convidando-a a pegá-la. Ela levantou o olhar surpresa e resistiu por alguns segundos, até que ergueu sua mão que estava tremendo e segurou a de Itachi. 

Eles começaram a caminhar de mãos dadas e Itachi a levou até a pedra que ela evitava olhar, era a mesma que Natsumi morreu encostada.

— Esse é o lugar que eu precisava observar. – Ele disse.

Harumi não conseguiu perguntar sobre o que ele precisava observar, naquele momento tudo que ela enxergava na sua frente, era aquele olhar esbugalhado que lhe perturbava a tanto tempo. Ela estava tremendo e comprimia os lábios tentando conter as lágrimas enquanto olhava a pedra, mas não pôde mais segurá-las. Ela apertou a mão de Itachi e as lágrimas desceram pelo seu rosto.

Ele a observou por alguns segundos e percebeu o quanto aquilo lhe doía, mas ele não a levou ali sem propósito ou apenas para fazê-la se lembrar de um passado tão doloroso. 

Itachi soltou a mão dela e caminhou se distanciando. Harumi estava tão envolvida por toda aquela dor que nem mesmo percebeu ele se afastar, até que depois de alguns minutos foi surpreendida com a mão do belo Uchiha estendendo uma flor a sua frente. Ela olhou para Itachi que estava ao seu lado e ele a olhou nos olhos por alguns segundos em silêncio, observou aqueles olhos castanhos entristecidos, abalados, ainda marejando. Ela desviou o olhar para a flor e logo a pegou, as lágrimas ainda desciam de seus olhos, mas aquele sentimento de estar revivendo aquele terrível dia, logo começou a ser substituído por lembranças de sua nova realidade. Tudo foi muito doloroso e injusto, mas ela deu a volta por cima. Ela se adaptou às circunstâncias, conseguiu manter a segurança de Kakashi, continua sendo uma médica ninja respeitada, mesmo que tenha que se disfarçar, mas atua como aliada da quinta Hokage, uma aliada das sombras. E além de tudo, mesmo com a improbabilidade das circunstâncias, encontrou novamente o amor. Depois de alguns minutos pensativa, ela enxugou as lágrimas. Ela olhou para a flor novamente e sentiu seu perfume. Naquele momento, um sorriso sutil surgiu em seus lábios…

— Itachi… obrigada.

Ele que ainda a observava de canto, desviou o olhar para frente sorrindo sutilmente.

Como já era noite, os dois andaram um pouco mais e decidiram fazer uma fogueira para se sentarem em volta. 

Enquanto o fogo os aquecia, Harumi, que estava sentada de frente para Itachi, encarava as duas flores que ganhou estando pensativa. Enquanto isso, Itachi a observava…

— Itachi… – Ela o chamou depois de alguns minutos.

— O que?

— Tudo que você sabe sobre mim até hoje, é uma ilusão.

Itachi a observava em silêncio.

— E acredito que você também não seja o que todos enxergam.

— Você está errada, Harumi.

— Eu sei o que é esconder verdades, Itachi. Chega em um ponto que você se convence de que realmente é aquela ilusão que você fez todos acreditarem. Acredito que o segredo é, quando você perceber que se perdeu na própria ilusão, deve lutar para se reencontrar pois, o coração não se engana, ele sempre continuará sendo o mesmo.

Harumi se levantou, se aproximou de Itachi e sentou ao seu lado. Ela olhou para as duas flores que estavam na sua mão direita e logo separou uma da outra…

— Também acredito que um coração que não é corruptível, reconhece outro. – Ela estende uma flor, entregando a Itachi.

Ele arregalou os olhos e depois de alguns segundos pegou a flor. Em seguida, ele desviou o olhar e encarou as chamas da fogueira estando pensativo. 

Depois de algum tempo, eles decidiram voltar pelo caminho que chegaram até ali.

Itachi caminhava em silêncio, pensativo, até que sentiu a mão de Harumi segurar a sua de uma forma sutil e carinhosa. Ele a olhou de canto e percebeu o olhar carinhoso da Senju que brilhava ao encará-lo. Ele desviou o olhar constrangido, mas segurou a mão dela fazendo-a sorrir. Os dois caminharam de mãos dadas pelo resto do caminho.

No dia seguinte, Harumi estava no laboratório do hospital juntamente com Sakura. Naquele dia, Sakura estava aprendendo as composições químicas de alguns remédios e, com a observação de Akira/Harumi, ela estava produzindo alguns. 

— Bem, acho que acabei esses aqui. – Sakura disse ao terminar alguns remédios.

Akira/Harumi se aproximou para verificar e se impressionou com a inteligência de Sakura.

“Está perfeito, Sakura! Você está de parabéns!”

Sakura sorriu lindamente ao ler o bilhete de “Akira”...

— Obrigada, Akira.

Depois de finalizar os medicamentos, era hora de Sakura treinar combate corpo a corpo com Tsunade e, Akira/Harumi, observou o treino de longe estando de braços cruzados.

Um filme passou pela sua cabeça naquele dia, seus treinos com Tsunade não foram nada fáceis e pelo visto, ela não mudou nada. Ao observar a rigidez de Tsunade com Sakura, Akira/Harumi percebeu uma coisa…

“Hum, se essa garota não desistiu até hoje, acredito que seja ela… a aliada perfeita para a quinta Hokage!”

Ela sorriu com orgulho por debaixo da máscara.

Na hora do almoço, Kakashi estava sentado no lugar de sempre. Ele a esperava com sua comida favorita enquanto lia o Icha-Icha.

— SENHOR HATAKEEE! – Ele ouve a voz de Harumi gritar estando distante.

Ele se vira para olhar em direção ao grito e vê Harumi correndo em sua direção segurando sua máscara e com os cabelos soltos. Ela se aproxima…

— Você está atrasada. – Kakashi disse.

— Jamais imaginei que seria você a me dizer isso um dia. – Harumi disse com um leve sorriso debochado.

Kakashi a olha de canto enquanto pensa…

“Hum, finalmente um sorriso autêntico como os de quando eu te conheci.”

Harumi acreditava que ele nunca havia notado que ela se esforçava para esconder sua dor, mas a verdade é que, ele sempre soube que aquele sorriso de antes, era só para deixá-lo despreocupado. Kakashi mesmo sendo indiferente a maior parte do tempo, nunca deixou de se preocupar se Harumi estava realmente bem. Ele sorriu sutilmente com satisfação ao vê-la feliz de verdade depois de tanto tempo.

Os dois conversaram e deram boas risadas enquanto comiam.

Depois de terminar seu almoço com Kakashi, ela decidiu dar uma olhada nos arredores da Caverna Sombria e aproveitar o resto do tempo para escrever um pouco, antes de voltar ao trabalho no hospital. 

Ela se sentou recostada em uma árvore que ficava distante, porém, dava a visão de frente para a entrada da caverna. Depois de alguns minutos distraída escrevendo em seu caderno, levantou seu olhar ao notar alguém saindo da caverna. Ela sorriu e suspirou ao ver que era ele, Itachi Uchiha, que logo percebeu que ela estava ali e teve seu sorriso sutil disfarçado pela gola do seu manto.

Os dois se olharam por alguns segundos, até que Harumi fechou seu caderno, se levantou e colocou de volta sua máscara. Em seguida, ela saiu em alta velocidade para voltar para o Hospital de Konoha.

Mais tarde, quando finalizou seu trabalho no hospital, passou na loja de Dangos para comprar alguns antes de ir para casa. Quando chegou em sua casa, preparou um delicioso jantar e colocou a mesa preparando dois lugares. Ela sorriu apaixonada ao terminar de colocar a mesa e se sentou com a expectativa de que Itachi apareceria para jantar com ela novamente. Ela esperou por um bom tempo, até que seu entusiasmo começou a desaparecer.

Depois de mais alguns minutos, ela estava debruçada sobre a mesa, já estava totalmente aparente seu desapontamento. Ao entender que Itachi não apareceria, ela decidiu se servir. Quando ia começar a comer, ouviu alguém bater na porta e arregalou os olhos.

Ela se levantou e foi até a porta, ao abrir, ela sorriu e seus olhos brilharam…

— I-Itachi!

Ela o convidou para entrar e suspirou com um sorriso sutil e apaixonado ao vê-lo entrar e se sentar à mesa. 

Após servi-lo, os dois se olharam por alguns segundos e Harumi suspirou ao perceber que, finalmente encontrou a felicidade que a tanto tempo, tinha perdido.