Um Amor Improvável - Itachi Uchiha (Em Revisão) escrita por Akira Senju


Capítulo 19
As Crônicas de Uma Médica Invisível - Parte IV


Notas iniciais do capítulo

Olá a todos! Esse capítulo conta como Harumi e Kakashi se conheceram e um outro detalhe muito interessante.

Tenham uma ótima leitura! ;)



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  O RETORNO

 

Depois de longos dias caminhando, finalmente chegamos em Konoha! Ao entrar pelo portão fui bombardeada com diversas lembranças. Para cada direção que eu olhava, me lembrava de algo e sentia saudades. Apesar de tudo, era bom estar de volta.

 

Fomos até o escritório do terceiro Hokage e ao chegarmos lá, ele ficou muito surpreso ao me ver. Ele se levantou e veio até mim…

 

— Vejo que esse tempo te fez bem. Estou feliz em vê-la de novo, Harumi!

 

Eu sorri com suas palavras e o abracei…

 

— Acho que pelo fato de eu ter fugido serei punida de alguma forma, não é mesmo? – Perguntei após o abraço.

— Eu cuidei disso, Harumi. – Jiraya disse.

— Hum?! – O olhei confusa.

— Eu soube do seu primeiro feito como médica ninja. Devido a sua determinação e comprometimento como médica, não irei tirar seu título de Shinobi. A Folha precisa de ninjas assim, como você. Vou exigir apenas uma coisa.

— E o que é?

— Quero que você se prepare para as provas Chunnin.

 

Não fiquei muito contente por ter que estudar tanto novamente, mas não tinha outro jeito…

 

— Certo, eu farei isso, senhor Hokage.

 

Jiraya e eu ficamos mais um tempo contando sobre nossas viagens e meus treinos para Hiruzen. Depois de algumas horas, Jiraya partiu mas disse que voltaria em alguns meses para assistir aos exames Chunnin, mesmo que de longe. 

 

Meses depois, eu passei pelas provas e me tornei Chunnin. 

 

No dia seguinte, me encontrei com Jiraya próximo ao escritório do Hokage, ele estava de partida, mas antes, veio me parabenizar pela prova…

 

— Você foi incrível! E por causa disso vou te dar um presentinho! Quero que feche os olhos.

 

Eu fiquei muito empolgada para saber o que eu ia ganhar do meu querido mestre. Depois de alguns segundos de olhos fechados…

 

— Pode abrir.

 

Eu não devia ter me empolgado tanto. Quando abri os olhos, Jiraya estava segurando um livro escrito por ele, da série Icha-Icha.

 

— Isso aqui não é para maiores de idade? – Perguntei.

— Bom, você já é madura o suficiente para compreender essa incrível obra de arte.

 

Arqueei uma de minhas sobrancelhas, mas tentei não demonstrar meu desapontamento…

 

— Que incrível, mestre! Obrigada. – Sorri entre os dentes.

 

Em seguida, Jiraya se aproximou e colocou as mãos em meus ombros como sempre fazia…

 

— Agora eu tenho que ir, Harumi. Ficarei longe por bastante tempo e, por isso, quero que me prometa que não vai mais fugir, aconteça o que acontecer.

 

Eu suspirei…

 

— Eu prometo, mestre.

— Ótimo! Se cuida.

 

Jiraya se virou para partir…

 

— Mestre…

— Sim? – Ele se vira para me olhar.

— Volte para me ver.

— Eu voltarei, minha querida Harumi!

 

Eu sorri enquanto o observava se afastando.

 

Depois de me tornar Chunnin, Hiruzen me deu trabalho no hospital de Konoha e além disso, em breve eu estaria de volta às missões.





                      PRIMEIRA MISSÃO, UM REENCONTRO

 

Certo dia pela manhã, o terceiro Hokage me chamou em seu escritório…

 

— Com licença, Senhor Hokage.

— Entre, Harumi.

 

Eu entrei e fechei a porta.

 

— Tenho uma missão Nível B para você juntamente com outro Chunnin. Vamos esperar ele chegar para que eu explique melhor. 

— Certo.

 

Depois de alguns minutos, alguém bate na porta e em seguida a porta é aberta…

 

— Com licença, Senhor Hokage.

— Entre, Seiji.

 

Arregalei os olhos e logo me virei para olhá-lo e sim, era ele, Seiji Hyuuga!

 

Ele arregalou os olhos ao me reconhecer…

 

— Ha…Harumi?!

— Seiji!

— Que bom que vocês ainda se lembram um do outro! – Hiruzen disse.

 

Eu e Seiji ficamos envergonhados.

 

Depois de alguns segundos de constrangimento, Seiji se aproximou com timidez enquanto me olhava e sorria sutilmente ficando ao meu lado. O terceiro Hokage logo nos explicou a missão…

 

— O País das Ondas pediu a nossa ajuda pois algumas pessoas com habilidades ninjas estão desaparecendo misteriosamente. Estão suspeitando que há alguém disfarçado caminhando entre eles que está encarregado da captura dessas pessoas. Eu tenho algumas suspeitas sobre quem possa ser e quero que vocês sejam cautelosos pois, se trata de alguém muito habilidoso e perverso. Saiam o mais rápido possível e se esforcem ao máximo para encontrá-lo.

— Certo! – Respondemos juntos.

 

Seiji e eu logo fomos preparar uma mochila com algumas coisas e combinamos de nos encontrar dentro de 40 minutos nos portões da Vila. Após nos encontrarmos, saímos imediatamente.

 

Enquanto andávamos, percebi que Seiji continuava sendo tímido como antes, mas eu também estava constrangida, não sabia se ele me odiava por eu ter partido.

 

Ele se tornou um rapaz muito bonito e às vezes eu o olhava sutilmente, até que em certo momento, ele me olhou no mesmo instante e ficamos constrangidos.

 

Depois de um tempo, ele me surpreende ao decidir quebrar o silêncio…

 

— Então… por onde andou durante esses anos?

— Bom… e-eu estive treinando, me tornei uma médica ninja.

 

Seiji me surpreendeu com seu entusiasmo e com seu sorriso sincero que demonstrava sua felicidade por minha conquista…

 

— Que incrível! Eu sempre soube que você se tornaria a melhor de nós três!

 

Meus olhos brilharam ao ouvir aquelas palavras. Naquele momento eu percebi que… nada mudou em meu coração. Aquele sorriso… eu não tinha me dado conta do quanto eu senti falta daquele sorriso!

 

Enquanto eu o olhava encantada, ele desviou os olhos corando as bochechas.

 

Depois de alguns dias, chegamos no País das Ondas.

 

Enquanto caminhamos atentos às pessoas que passavam por nós, um homem que passou ao meu lado me fez sentir pavor. Arregalo meus olhos e paraliso…

 

— S…Seiji, aquele homem… – Eu aponto o dedo.

 

Seiji rapidamente se virou ativando seu Byakugan e ao observá-lo, se espantou…

 

— O… O Chakra dele… 

 

Sem pensar muito, eu decidi ir até o homem…

 

— Ei… - Chamei ao me aproximar.

 

Ele se virou calmamente e quando olhou em meus olhos, algo me fez congelar. Fiquei paralisada e ele se aproximou, depois de alguns segundos, me assusto com a visão que tenho. Aquele homem cortando a garganta de Seiji na minha frente, aquilo me deixou aterrorizada e suando frio.

 

Harumi off

 

Seiji se preocupa ao perceber Harumi assustada enquanto aquele homem olha em seus olhos. Ele se aproximou e quando aquele homem o notou, dirigiu seu olhar à ele. Seiji arregalou os olhos e foi paralisado pela visão de Harumi sendo morta brutalmente com golpes de Kunai.

 

Harumi on

 

Aquilo era um Genjutsu e aquela ilusão despertou meu Chakra escondido. Após meu Chakra se tornar visível, a expressão maliciosa daquele homem mudou para perplexo. Eu logo recuperei a capacidade de me mover e o ataquei com um chute arremessando-o para longe e fazendo um grande estrago em uma parede.

 

Após atacá-lo, fui até Seiji. Ele estava estático e suava frio…

 

— Liberar. 

 

Ele se assusta ao me ver…

 

— Harumi! Você está bem?

— Sim. Precisamos captu… 

 

Me virei para olhar o homem que eu acreditei ter nocauteado e me assustei ao perceber que ele havia sumido.

 

Seiji e eu passamos mais alguns dias buscando por ele no País das Ondas. Caminhamos por vários lugares, mas mesmo assim, não voltamos a encontrá-lo, foi aí que decidimos voltar para a Vila.

 

 

 

                            NATSUMI YUUHI

 

No caminho de volta, Seiji e eu relembramos alguns momentos do passado.

 

Enquanto conversávamos sobre alguns acontecimentos passados, foi inevitável não perguntar por Natsumi, mas a resposta de Seiji me deixou extremamente intrigada.

 

— Bom… faz tempo que não a vejo. – Seiji suspira com tristeza - Nós não somos mais amigos.

— O…o quê? Mas porque? 

 

Seiji ficou envergonhado e desviou o olhar ficando pensativo por alguns instantes…

 

Harumi off

 

5 anos atrás…

 

Após alguns dias, Seiji recebeu alta do hospital. Ele estava sentado a beira de um rio cabisbaixo e triste enquanto segurava a carta deixada por Harumi. Natsumi que o procurava, surgiu atrás dele e o observou por alguns segundos até que decidiu se aproximar…

 

— Ei, eu posso me sentar perto de você? – Perguntou ela.

 

Seiji guardou a carta de Harumi…

 

— Sim.

 

Ela o observou enquanto ele permanecia cabisbaixo.

 

— Onde está Harumi? Não a vejo desde o dia da missão. – Ela perguntou.

— Então você ainda não soube…

 

Natsumi o olhou intrigada.

 

— Harumi se foi.

 

Ela se assusta…

 

— E-Ela morreu?

— Não. Ela foi embora da Vila… para sempre.

 

Ele levantou o rosto para olhar o rio e Natsumi que o observava, também voltou seu olhar para o rio sorrindo sutilmente.

 

O tempo foi passando e Natsumi foi se aproximando cada dia mais de Seiji. Eles se tornaram melhores amigos, embora ela o amasse de outra forma.

 

Tempos depois…

 

Seiji e Natsumi se tornaram Chunnin. No dia seguinte à prova, ela convidou Seiji para um passeio e eles se sentaram em frente ao mesmo rio. Levada pela felicidade de suas conquistas, ela percebeu que estava na hora de confessar seus verdadeiros sentimentos por ele…

 

— Seiji…

— Sim? – Ele responde encarando o rio.

— Eu preciso te contar uma coisa.

 

Seiji olhou para Natsumi…

 

— Pode falar.

 

Ela se sentiu tensa, suas bochechas ficaram rosadas e ela desviou o olhar…

 

— E-eu… bom… é que…

— Está tudo bem?

— S-Sim. É que…eu tenho vergonha de dizer.

— Ah! – Ele sorri. - Somos amigos, você não precisa ter vergonha de me dizer nada.

 

Ela então respirou fundo se encorajando a falar…

 

— Bom… já faz tempo que escondo isso de você, na verdade faz anos. Eu nunca gostei de você apenas como amigo, Seiji. Eu… eu te amo!

 

Seiji ficou surpreso e logo em seguida desviou o olhar constrangido. Seu semblante ficou sério e ele voltou a encarar o rio...

 

— Eu não esperava por isso. – Ele disse após alguns segundos.

 

Em seguida, ele voltou seus olhos para Natsumi e se virou pegando uma de suas mãos deixando-a constrangida e cheia de expectativas…

 

— Eu sinto muito por não poder te corresponder, Natsumi.

 

Ela arregalou os olhos desapontada.

 

— Meu coração pertence a outra pessoa.

 

Os olhos dela marejaram e ela desviou o olhar tirando sua mão da de Seiji…

 

— Ao menos pode me dizer de quem se trata? – Ela pergunta sem olhá-lo.

 

Ele suspirou e voltou a olhar o rio…

 

— Alguém que, mesmo longe, sempre estará em meus pensamentos. Harumi Senju – Ele sorri sutilmente ao dizer seu nome.

 

Natsumi arregala os olhos e logo aperta a mão com raiva…

 

— MAS ELA SE FOI, SEIJI! HARUMI SE FOI PARA SEMPRE! 

— Não importa. Mesmo que eu nunca mais volte a vê-la, meu coração sempre irá pertencê-la! E se algum dia ela voltar, eu estarei esperando.

 

Seiji se levantou para ir embora…

 

— Me perdoe, Natsumi.

 

Em seguida, ele saiu.

 

Natsumi acreditava que com a ausência de Harumi, Seiji se apaixonaria por ela. Mas ao perceber que mesmo distante, ela ainda era um empecilho, seu coração foi tomado pelo ódio. Ela apertou as mãos com raiva enquanto lágrimas escorriam pelo seu rosto.

 

Harumi on

 

— Seiji? – Eu o chamei.

— Hum?! Me desculpe, eu acabei me distraindo.

 

Ele continuou com o rosto triste e então, eu decidi não falar mais de Natsumi.

 

— Então você passou todo esse tempo treinando? – Ele perguntou depois de alguns segundos.

— Sim. Eu treinei com dois Sannin Lendários.

 

Ele me olhou extremamente surpreso e eu comecei a contar como os conheci e como foram meus treinos, Seiji prestou atenção em cada detalhe e demonstrava muito orgulho por minhas conquistas. Ele também me contou muitas coisas, tanto sobre ele, quanto sobre a Vila e nossa conversa durou pelo resto do caminho. Ao chegarmos, passamos o relatório da missão para o Hokage.





                                   ETERNOS AMIGOS



Os dias foram passando e Seiji e eu voltamos a nossa amizade de antes. Nós sempre nos encontrávamos para conversar e comer dangos.

 

Passar o tempo com ele era a melhor coisa do mundo para mim, eu o amava tanto! Ele parecia sentir o mesmo por mim e certo dia, decidi tentar fazê-lo entender de alguma forma, o que eu realmente sentia por ele, mas naquele dia ele me disse algo que me deixou confusa.

 

Estávamos sentados em frente ao rio que nós sempre visitávamos quando éramos crianças.

Ele me contou que estava prestes a se tornar Jounin e eu demonstrei muito entusiasmo com a conquista dele, mas também entendi que ele teria menos tempo para passar comigo e foi aí que eu tentei dar uma indicativa dos meus sentimentos…

 

— Só tem um problema… – Eu disse com pesar.

 

Ele me olhou intrigado…

 

— Que problema?

— Quando isso acontecer, vai ser raro a gente passar um tempo juntos. E…e eu vou sentir sua falta, Seiji. – O olhei constrangida.

 

Ele ficou surpreso e logo desviou o olhar constrangido.

 

— Eu não quero que você se preocupe com isso, Harumi. 

 

O olhei surpresa…

 

— Eu sempre vou encontrar um tempo para a minha melhor amiga! – Ele disse sorrindo.

 

Eu sorri, fiquei feliz, mas… ele foi claro… eu era apenas sua melhor amiga.

 

Que droga!



                  UM HOMEM DE CABELOS BRANCOS



Depois de um ano na Vila, meu trabalho no hospital estava indo muito bem. Seiji havia acabado de se tornar Jounin e começou a dar aula na Academia Ninja da Folha. Raramente nos víamos, ele aparecia para almoçar comigo sempre que possível. 

Em um dia comum, eu estava saindo da loja de dangos e fui caminhar um pouco, depois de tanto tempo, resolvi tentar ler o livro que Jiraya me deu de presente. 

 

Fui até um lago não muito distante e me sentei na beira. 

 

Eu estava concentrada, tentando gostar do que eu estava lendo, mas tudo ao meu redor tirava a minha atenção. Entre as coisas que me distraíam, havia um homem olhando o lago um pouco distante de mim. Ele usava roupas de Jounin, uma máscara e um de seus olhos estava coberto por sua bandana. Seus cabelos eram brancos como os de Jiraya, mas não eram longos. Eu o olhei por alguns segundos sem que ele me notasse, em seguida, voltei minha atenção para o livro. 

Depois de alguns minutos, eu acabei desistindo de ler aquele livro idiota e o fechei. 

 

Fiquei um tempo olhando o lago e depois me levantei para voltar ao hospital. Quando me levantei, joguei o livro sutilmente no chão para pensarem que eu tinha esquecido ele ali.

 

Depois de dar alguns passos, escutei alguém chamar…

 

— Ei…

 

Me virei para olhar e era aquele homem misterioso de cabelos brancos…

 

— Você esqueceu seu livro.

 

Eu sorri sem jeito e voltei para pegar o livro que eu tinha “esquecido”, que saco!

Depois disso, segui meu caminho até o hospital.

 

Ao finalizar meu dia de trabalho, decidi fazer uma coisa que eu estava evitando desde que cheguei: visitar os túmulos dos meus familiares.

 

Quando cheguei ao cemitério… foi difícil. Fui até os túmulos e fiquei um tempo encarando-os. Os nomes deles, a data da morte… Senti meu coração apertado até que não pude segurar as lágrimas. Tentei dizer a eles como eu estava bem, mas só consegui pronunciar as primeiras palavras antes de ser completamente tomada pelo choro…

 

— Mamãe, Papai, irmãs, eu…

 

Fiquei ali por alguns minutos, de certa forma, era como reencontrá-los, apesar de não os ver.

Depois de me acalmar, levantei o olhar e percebi que aquele homem de cabelos brancos estava observando alguns túmulos não muito distante de mim. 

O olhei por alguns segundos e decidi ir embora. Passei próxima a ele, mas antes que eu pudesse sair do cemitério ouvi ele me chamar…

 

— Ei…

 

Me virei para olhá-lo…

 

— Você está esquecendo seu livro.

 

Me surpreendi e logo olhei para o chão. Ao ver o livro, o peguei…

 

— Obrigada.

 

Em seguida, saí intrigada. Eu tinha certeza que havia “esquecido” aquele livro no hospital.



                                          NOVO AMIGO

                        

Dias depois, eu tive folga, o que era um saco! Meu melhor amigo estava sempre ocupado, o terceiro Hokage, nem se fala! Eu ficava sem nada para fazer e por ser muito tímida, era difícil fazer novas amizades.

 

Depois de almoçar no Ichiraku naquele dia, me sentei em um banco na praça e comecei a olhar algumas crianças acompanhadas de seus pais. Me veio algumas lembranças boas da minha infância e eu senti saudades não só dos meus familiares, mas me lembrei de Tsunade e Shizune, meus dias de folga eram mais divertidos com elas.

 

 Eu ainda estava na tentativa de ler o livro escrito por Jiraya, então aproveitei que estava de folga e o levei para ler. Me distraí por alguns instantes com a leitura e aquele livro deixava ainda mais claro o quanto aquele velho era tarado. Enquanto eu lia, não percebi que alguém chegou perto…

 

— Eu posso me sentar aqui?



Levantei o olhar e era aquele mesmo homem de cabelos brancos…

 

— Claro, fique à vontade! – Respondi.

 

Ele se sentou e ficou distraído olhando para o nada em silêncio. Eu tentei voltar minha atenção para o livro mas fiquei um pouco constrangida com aquele homem sentado ao meu lado. Decidi que era melhor fechar o livro e o deixei no banco. 

 

Alguns segundos depois, aquele homem me surpreende com uma pergunta…

 

— Então esse é o livro que você sempre esquece?

 

Eu sorri sem graça…

 

— É-é… Eu sou meio desatenta às vezes, sabe…

— Se importa se eu der uma olhada?

 

Naquele momento, eu fiquei tensa. O que ele ia pensar de mim quando visse do que se tratava aquele livro?

 

— B… bom… é que…

— Tudo bem se não puder.

— Eu não sabia o que fazer, até que decidi deixar ele ver...

 

— Toma, pode olhar. – Entreguei o livro estando envergonhada e sem olhá-lo diretamente.

 

Quando ele leu o título, ficou constrangido e logo o deixou sobre o banco novamente.

 

Depois de passar alguns segundos daquele momento constrangedor, fui surpreendida com outra pergunta…

 

— Como se chama?

 

Eu o olhei surpresa…

 

— Harumi Senju.

— Prazer, Harumi. Me chamo Kakashi Hatake. – Ele estendeu a mão para me cumprimentar.

 

Eu o cumprimentei e sorri…

 

— Você chegou na Vila recentemente? Não me lembro de vê-la por aqui antes. – Ele disse.

— Sim, eu voltei recentemente.

— Então você estava em alguma missão prolongada?

 

Desviei o olhar constrangida…

 

— Não. Na verdade, eu… eu fugi. 

 

Ele ficou um pouco surpreso, mas logo mudou sua expressão…

 

— Entendo.

— Você está treinando algum time recentemente? – Perguntei.

— Não. – Ele respondeu parecendo desapontado.

— Parece que daqui a algum tempo haverá novos Genins na academia. 

— Prefiro não criar muitas expectativas.

 

Ao notar sua desilusão, preferi não fazer perguntas. Depois de um bom tempo ali, decidi ir embora. 

 

Me levantei e me despedi de Kakashi…

 

— Bom, tenho que ir. Foi um prazer conhecê-lo, Kakashi!

 

Quando me virei e comecei a andar, ele me chamou…

 

— Ei…

 

Eu olhei…

 

— Está esquecendo seu livro de novo.

 

Suspirei ao perceber que não adiantava tentar esquecer aquela droga de livro…

 

— Será que você ainda não percebeu que eu o esqueço de propósito? – Perguntei desapontada.

— É claro que percebi. 

— Então… Fique com o livro para você, talvez você se entusiasme mais com a história do que eu. – Eu sorri.

 

Kakashi pegou o livro e se levantou…

 

— Você nem sequer percebeu que esse não é o seu livro.

 

Me intriguei.

 

— Eu sou um grande fã desta história e naquele dia que a encontrei no cemitério, joguei meu livro e te chamei dizendo que estava esquecendo. Ao pegá-lo agora pouco me certifiquei que era o mesmo.

 

Eu o olhava surpresa…

 

— P-Porque fez isso?

—  Acredito que esse livro traz sorte e além disso, quando o leio, esqueço por um tempo de coisas ruins. Ao notar você sempre sozinha e vê-la chorando naquele dia, percebi que você também tem coisas difíceis que precisa esquecer de vez enquanto.

 

Eu fiquei ainda mais surpresa e Kakashi estendeu o livro me entregando…

 

— Obrigada. – Agradeci ao pegá-lo.

 

Em seguida, me virei e fui embora com um sorriso sutil pelo incrível gesto de Kakashi.



                            NOVO PARCEIRO DE MISSÕES

 

Depois de conhecer Kakashi, nos esbarramos algumas vezes pela Vila e devido a esses encontros frequentes, começamos a nos tornar amigos. Ele era muito reservado, mas era bom estar com ele.

 

Certo dia, o Hokage me chamou em seu escritório e ao chegar lá, fui surpreendida pela presença de Kakashi.

 

— Harumi, quero lhe apresentar Kakashi Hatake. 

 

Olhei para Kakashi, mas ele não me olhou de volta.

 

— Nós nos conhecemos, senhor Hokage. - Eu disse.

 

Hiruzen se surpreendeu…

 

— Mas isso é ótimo! Significa que existem grandes chances de vocês se tornarem ótimos parceiros de missões.

 

Fiquei surpresa.

 

— Como Seiji agora está dando algumas aulas na Academia Ninja, suas saídas para missões serão raras. Eu acredito que você e Kakashi podem fazer um ótimo trabalho juntos. – Hiruzen disse.

 

Eu olhei para Kakashi novamente com um leve sorriso, mas ele continuava estático e indiferente.

 

— Sem mais delongas. Recebemos um pedido de ajuda da Vila Oculta da Grama. Houve ataques misteriosos a alguns dias e dois Chunnins desapareceram. Não temos grandes informações e acredito que para essa missão seja bastante eficaz uma infiltração sigilosa. Penso que você sendo uma ninja sensorial possa agregar muito para essa missão permitindo-lhes agir mais rápido. 

 

Hiruzen pega um mapa…

 

— Esse foi o local exato do ataque, os estragos foram deixados como evidência. Talvez seja possível encontrar alguma pista sobre o autor dos ataques.

— Não há nenhuma suspeita sobre quem possa ser? – Perguntou Kakashi.

 

Hiruzen suspirou e fechou os olhos entristecido…

 

— Eu tenho quase certeza que se trata dele… Orochimaru.

 

Kakashi e eu arregalamos os olhos surpresos.

 

— Vocês devem partir o quanto antes. Cheguem sem alarmes, observem tudo cautelosamente e lembrem-se que Orochimaru é mestre em disfarces.

— Certo. – Respondemos juntos.

 

Kakashi e eu saímos do escritório do Hokage para arrumarmos nossas coisas para a missão. O que me intrigou foi que Kakashi parecia mais distante do que nos outros dias que nos vimos.



A caminho da Vila Oculta da Grama, pulamos sobre as árvores em total silêncio por longas horas até que ao anoitecer, Kakashi resolveu falar…

 

— Vamos parar aqui e fazer uma fogueira.

— Certo. – Assenti.

 

Enquanto estávamos sentados em volta da fogueira, Kakashi encarava as chamas em silêncio, mas preferi evitar perguntas.

 

Voltamos ao nosso trajeto bem cedo.

 

Depois de alguns dias, chegamos na Vila Oculta da Grama. Chegamos cautelosos, os guardas nos portões estavam cientes de nossa presença, tínhamos liberdade de agir sem precisar prestar contas. Depois do ataque, as pessoas da Vila estavam com medo e naquele dia não se via muitas pessoas pelas ruas.

 

 Estávamos distraídos em busca de pistas onde ocorreu o ataque misterioso, até que Kakashi me chama…

 

— Harumi, olhe!

 

Ele me mostrou um líquido que estava no chão escondido debaixo de pedaços do solo esburacado.

 

Me abaixei para olhar mais de perto…

 

— Isso é veneno de cobra. – Eu disse.

 

Um pouco distante da gota de veneno, avistei outra marca, foi então que percebi que haviam gotas formando um caminho.

 

Kakashi pensou por alguns segundos enquanto olhava as gotas.

 

— Vamos seguir esse caminho mas fique atenta. – Ele disse.

— Certo.

 

Após seguir aqueles rastros de veneno, chegamos em uma floresta e tudo parecia quieto demais.

 

Decidi desfazer a personificação de Chakra. Durante alguns minutos eu não notei nada, não senti nenhum Chakra e Kakashi naquele momento me surpreendeu ao descobrir seu olho, ele possuía um Sharingan! Por Alguns segundos me desconcentrei observando até que arregalei meus olhos assustada…

 

Me virei rapidamente aplicando um golpe com a mão direita acertando alguém no rosto. 

 

Kakashi me olhou assustado…

 

— Harumi, se afaste!

 

Eu saltei para trás e observei que eu havia atingido uma mulher que se levantava com um sorriso perverso. Naquele momento eu senti pavor, da mesma forma de quando encontrei aquele homem no País das Ondas…

 

— Que velocidade incrível! – Ela disse.

— Quem é você? – Perguntei.

— Você é mais interessante que os outros dois Chunnins.

— Então você está envolvida no sequestro. – Disse Kakashi.

— Sim. Mas estou aqui para propor uma troca. Eu deixo os dois Chunnins livres se a garota vier comigo.

— Hum, muito esperta. – Disse Kakashi

— Eu tenho uma ideia melhor. Que tal libertar os Chunnins numa boa sem precisarmos lutar? – Perguntei.

— Hum – Ela sorri com malícia. - As coisas não funcionam assim, garotinha, tudo tem um preço. – Ela passa sua enorme língua em volta de seus lábios.

 

Seu pescoço se alongou de forma veloz e ela tentou morder meu pescoço por trás, mas eu dei um chute em seu rosto, conseguindo impedir.

 

Depois disso, após sua cabeça voltar ao lugar, ela sorriu novamente e logo se aproximou me atacando com diversos golpes de forma veloz. Eu me defendi de todos e consegui acertar-lhe um soco que a derrubou.

 

Ela então, transformou a metade inferior do seu corpo em cauda de serpente e se moveu numa velocidade incrível em minha direção. Com o uso do Punho Adamantino a golpeei com um soco no estômago, mas isso não a deteve. Em seguida, ela  ataca Kakashi com golpes de Taijutsu, ele se defende e ela começa a nos atacar ao mesmo tempo.  

 

Em certo momento, sua cauda se tornou novamente suas pernas e ela arremessou Kakashi para longe com um soco, em seguida, me atacou com diversos golpes extremamente rápidos. Depois de um tempo defendendo seus golpes, ela me atingiu com uma joelhada extremamente forte no estômago, o que me fez cair de joelhos e cuspir sangue. Quando levantei meu olhar, percebi que ela estava prestes a me atacar novamente, mas foi impedida por Kakashi que lançou kunais em suas costas. Ao sentir a dor das perfurações, ela se virou para olhá-lo e Kakashi saltou em sua direção para aplicar um novo golpe, porém, os braços daquela mulher se tornaram cobras que se enrolaram no corpo de Kakashi o imobilizando. Em seguida, ela abriu a boca e uma cobra surgiu, em seguida, a cobra cuspiu uma Kusanagi. Após isso, ela começou a controlar a espada sem tocá-la e logo a preparou para lançar em direção a Kakashi. Quando ela lançou, mesmo que eu ainda estivesse sentindo a dor do golpe, me movi em alta velocidade me colocando à frente da Kusanagi. Ela se assustou ao me ver ser atingida.

 

— Ah, que amor! Deu sua vida para salvar seu amigo. – Ela debochou.

 

Ela caminhou em minha direção e ao chegar perto, cravei uma Kunai em seu peito em um movimento imperceptível. Ela se assustou ao sentir a dor, mas em seguida, sorriu com malícia pegando minha mão que estava cravando a Kunai e a descravou de seu peito. Em seguida, ela afundou a espada ainda mais em meu estômago me fazendo gritar de dor enquanto sangue escorria da minha boca.

 

— Achou mesmo que isso iria me deter? Que peninha, não funcionou.

— RAIKIRI!

 

Ela foi atingida pelas costas, a mão de Kakashi atravessou seu peito…

 

— E você acreditou mesmo que seria tão fácil? – Kakashi debochou.

 

Me surpreendi ao vê-lo e em seguida, me afastei dela tirando a espada de forma brusca, o que foi doloroso.

 

Kakashi tirou a mão enquanto ela ficou parada com um enorme buraco em seu peito. Após alguns segundos, ela sorriu e começou a afundar no chão com um olhar malicioso enquanto eu e Kakashi olhávamos boquiabertos…

 

— Voltaremos a nos encontrar, garotinha. – Ela disse antes de sumir completamente.

 

Eu caí de joelhos e cuspi mais sangue.

 

— Você está bem? – Perguntou Kakashi preocupado.

— Eu vou ficar, não se preocupe. 

 

Esperei alguns minutos até a ferida fechar completamente.

 

     - O que faremos agora? – Perguntei após me recuperar. 

     -  Não há dúvidas de que seja ele disfarçado, Orochimaru. Vamos precisar de tempo para descobrir onde ele se esconde.

 

Passamos alguns dias procurando algum rastro que nos desse indícios do esconderijo de Orochimaru na Vila Oculta da Grama, mas não encontramos nada, foi aí então que decidimos voltar para a Vila da Folha.



                                         KAKASHI HATAKE

 

Estava anoitecendo e nós decidimos parar para passar a noite. Enquanto estávamos sentados em volta de uma fogueira, percebi Kakashi observando as chamas com tristeza.

 

Me levantei e me sentei ao lado dele…

 

— Toma. – Entreguei o livro que ele tinha me dado, o Icha- Icha.

— Hum?! – Ele me olhou surpreso. 

— Acho que você está precisando esquecer coisas ruins.

 

Ele pegou o livro encarando-o e suspirou…

 

— Certas coisas são mais difíceis de esquecer.

— Hum… – Suspirei. - Eu sei.

 

Depois de alguns minutos, decidi fazer uma pergunta…

 

— Kakashi, de quem são os túmulos que você sempre olha?

 

Ele ficou em silêncio e cabisbaixo por alguns instantes, até que me respondeu…

 

— São de dois amigos.

— Entendo.

 

Eu suspirei…

 

— Perder amigos deve ser difícil.

— Nunca perdeu algum?

— Não. Mas acredito que a dor deve nos mudar completamente. Ter amigos nos motiva a continuar vivendo, perdê-los, nos tira o sentido de continuar existindo.

— E como sabe disso?

— Eu perdi minhas irmãs e elas eram minhas melhores amigas.

 

Fiquei cabisbaixa…

 

— Kakashi… eu fugi da Vila quando tinha apenas 9 anos de idade. O motivo… bom, eu não queria criar vínculos com ninguém, depois de ter perdido minha família, passei a acreditar que não deveria mais amar as pessoas, pois perdê-las fez com que eu também me perdesse. O terceiro Hokage me disse para usar a dor para criar um novo objetivo e durante o tempo que estive fora, eu de fato criei. Enquanto percorri esse caminho de descoberta, os vínculos se tornaram inevitáveis. Conheci pessoas que lembravam minha família o tempo todo, meu pai, minha mãe e minha irmã do meio, mas ninguém nunca havia me lembrado tanto da minha irmã mais velha. – O olhei e sorri sutilmente.  - Hoje, durante a batalha com Orochimaru, eu não havia notado que era um clone seu.

 

Kakashi se surpreendeu.

 

— Tudo que passou pela minha cabeça foi que eu precisava te proteger daquele ataque. – Desviei o olhar. Mas você é um ótimo estrategista, sua tática teria dado certo de qualquer maneira, mesmo que eu não tivesse entrado na frente. Porém, eu pude compreender que meu objetivo como ninja é ainda maior. Eu estou disposta a dar a vida para proteger um amigo, pois para mim, é como um irmão. 

 

Olhei para Kakashi sorrindo e toquei em seu ombro. Naquele momento, vi que seus olhos marejaram. 



Quando voltamos para a Vila, Kakashi me levou nos túmulos de seus amigos e me contou sua história. Tivemos outras missões juntos, o que nos aproximou ainda mais. Com o tempo, os sorrisos de Kakashi se tornaram mais frequentes. Nós passamos a visitar os túmulos de meus familiares e dos amigos dele, juntos. Nós nos tornamos melhores amigos, como irmãos!




                     

                               SEGREDO REVELADO

 

Em uma tarde comum, eu estava saindo de um plantão que durou a noite toda e se estendeu pelo dia. Na recepção do hospital recebi um recado deixado pelo Hokage dizendo que precisava falar comigo. Eu rapidamente fui até lá…

 

— Com licença, senhor Hokage.

— Olá, Harumi! Entre, por favor.

 

Eu entrei e fechei a porta.

 

— Como tem passado?

— Bem, senhor Hokage.

— Fico contente em ouvir isso.

 

Hiruzen mexeu em uma gaveta de sua mesa e pegou algo.

 

— Harumi, há um assunto muito delicado que preciso tratar com você.

 

Eu fiquei apreensiva, Hiruzen parecia preocupado.

 

— Ao longo dos seus treinos com Jiraya e Tsunade, você com certeza percebeu que possui um Chakra diferente e quem o sente, se espanta com tamanho poder. Acredito também que você tenha se perguntado sobre o que faz seu Chakra ser tão forte, ao se dar pelo fato de que mesmo pessoas da sua linhagem não possuem poder semelhante.

 

Hiruzen se levantou e me entregou um envelope.

 

— A resposta está aqui.

 

Eu arregalei os olhos surpresa até que consegui pegar o envelope.

 

— Essa carta foi escrita por sua mãe. Ela me entregou quando você ainda era um bêbe e me pediu para lhe entregar quando você fosse capaz de compreendê-la e caso ela não estivesse mais viva. Acredito que esse seja o momento certo, Harumi. Você é a melhor ninja médica de Konoha atualmente, isso significa que você tem maturidade para entender o que está escrito aí.

 

Eu não sabia o que dizer. A verdade sobre mim estava nas minhas mãos, mas naquele momento, senti medo.

 

— Fique à vontade para ler, aqui ou onde quiser.

 

Mesmo estando tensa, decidi abrir aquele envelope para começar a ler a carta.

 

                                    

                                  

                                             A CARTA

—_________________________________________________________________________

 

Minha Beleza de Primavera.

 

Se estiver lendo essa carta é porque eu não estou mais com vocês. Me perdoe por não ter dado tempo de te contar esse segredo olhando nos seus olhos.

 

Talvez a partir daqui, seu olhar sobre mim, irá mudar completamente.

 

 Como você já deve ter entendido, pessoas que agem sem pensar cometem erros que às vezes são irreversíveis.

 

Eu sempre tive ambições, a maior delas era por poder. Por ser da linhagem Uzumaki, sempre compreendi que possuímos habilidades formidáveis, mas eu queria muito mais.

 

Eu desejei marcar a história do mundo Shinobi, queria ser uma Jinchuuriki, a Jinchuuriki da Raposa de Nove Caudas.

Meu objetivo era dominar aquele imenso poder e fazer ser meu, todo meu.

 

Desejei a morte de Kushina Uzumaki por longos anos, eu a invejava e queria ser a portadora do poder da Raposa, eu queria provar que também era capaz de dominá-la. 

 

Minha ambição me fez tomar conhecimento sobre os melhores usuários de Kyūinjutsu e então, descobri que havia uma pessoa capaz de me trazer parte do poder da Raposa. 

 

Era um ninja misterioso, cobria seu rosto com uma máscara pois era caçado por ter cometido muitos crimes e ficou conhecido após ter enfrentado um dos irmãos Ouro e Prata no passado e ter sobrevivido, mas dessa batalha ele trouxe consigo uma relíquia, uma porcentagem do Chakra da Raposa de Nove Caudas.

Quando o encontrei, tentei lhe oferecer dinheiro em troca daquele Chakra, mas ele não aceitou. 

 

Eu ainda era jovem e tempos depois, conheci seu pai e me apaixonei. Após nos casarmos, essa ambição ficou de lado. Passei a cuidar da nossa casa e tempos depois fui mãe, nasceu Midori. Dois anos depois, nasceu Sayuri.

 

Tempos depois, seu pai se envolveu em um conflito na Vila Oculta da Névoa da qual quase perdeu a vida. Enquanto ele estava no hospital, me senti inútil, eu queria poder ter evitado aquilo.

 Automaticamente minha ambição por poder ressurgiu, mas dessa vez, eu queria ter poder para proteger minha família.

 

 Em um ato de impulsividade, procurei o usuário de Kyūinjutsu novamente. Quando o encontrei, ele estava prestes a morrer de velhice. Levei uma grande quantidade de dinheiro para ele novamente, mas foi em vão. Porém, ele me olhava intrigado, como se percebesse algo diferente em mim. Foi aí então que ele me disse algumas coisas que me deixou intrigada…

 

— O poder da Raposa de Nove Caudas se liga diretamente ao coração. Um coração perverso, ao possuir esse poder, poderá trazer grandes conflitos e guerras que continuarão a ceifar vidas.

— Dessa vez, tudo que eu quero é poder proteger minha família. 

— Seu coração quase se corrompeu para conseguir esse poder.

 

Eu fiquei envergonhada pois ele tinha razão.

 

— Se aproxime. – Ele disse.

 

Me aproximei surpresa. Ele colocou a mão em meu abdômen e transferiu o Chakra da Raposa de Nove Caudas para mim. Após ter feito esse esforço, ele morreu.

 

Mesmo sem entender, me alegrei por finalmente possuir aquele poder. 

 

Quando seu pai se recuperou totalmente, decidi voltar a treinar, estava  ansiosa para voltar às batalhas, eu agora tinha um imenso poder dentro de mim.

 

 Certo dia, enquanto treinava na floresta, comecei a me sentir mal. Acreditei que talvez fosse meu corpo se adaptando a aquele poder, mas alguns dias depois, descobri que estava grávida da minha terceira filha, você.

 

Após o seu nascimento, me assustei ao sentir um imenso Chakra vindo de você. Sendo um bebê, era impossível que possuísse tamanho poder naturalmente e foi aí que entendi o porque aquele homem me deu o Chakra da Raposa mesmo sabendo sobre meu coração corruptível. 

Naquele dia, ele percebeu minha gravidez e que o poder da Raposa não seria meu, mas sim, seu.

 

Me perdoe por você não ter tido escolha. Me perdoe por você carregar as consequências da minha impulsividade. Sei que esse poder dificultou sua vida como Shinobi, mas eu confio que você seja capaz de transformar isso em algo bom. Eu confio em seu coração, Harumi.

 

Eu te amo, minha Beleza de Primavera!

 

—__________________________________________________________________________

 

Quando finalizei a leitura, eu tremia enquanto lágrimas escorriam dos meus olhos.

 

 Eu possuo o Chakra do monstro que matou toda minha família…


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Notas finais do capítulo

No próximo capítulo, será revelado um segredo que nem mesmo os mestres e o melhor amigo de Harumi, sabem.

Obrigada por chegarem até aqui ♥



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