Um Amor Improvável - Itachi Uchiha (Em Revisão) escrita por Akira Senju


Capítulo 17
As Crônicas de Uma Médica Invisível - Parte II


Notas iniciais do capítulo

Olá a todos! Trago mais capítulo das Crônicas de Uma Médica Invisível.

Aqui é contado como Harumi conheceu Jiraya e como foi seu treino com o Sannin. Espero que gostem ♥

Tenham uma ótima leitura!



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    A PARTIDA

 

 Eu saí de Konoha sem rumo, andei por dias e não demorou muito para que a comida e a água acabassem. Eu era uma criança de 9 anos que não tinha noção de onde estava e durante uma tarde nublada, eu estava andando próxima a uma vila desconhecida e pouco movimentada. Eu tinha algumas moedas e então parei em um lugar para comprar água, após dar meus últimos trocados, saí daquele lugar. Depois de caminhar alguns metros, me sentei encostada em uma árvore e alguns minutos depois, um senhor de cabelos brancos se aproximou. Ele perguntou meu nome e eu não quis responder, depois ele perguntou se eu estava com fome e a verdade era que sim, eu estava com muita fome! Mas mesmo assim eu não o respondi, eu estava desconfiada por não saber quem ele era. 

Ele se sentou perto de mim e me devolveu umas moedas, ele disse que pagou a água que eu pedi naquele lugar que era um bar e pegou meu dinheiro de volta para me devolver pois percebeu que eu não tinha mais. Eu peguei as moedas de volta e foi então que ele com um sorriso simpático me disse seu nome…

 

“Me chamo Jiraya.”

 

 Depois ele insistiu em perguntar meu nome mais uma vez e mesmo relutante, eu acabei dizendo com um tom bem acanhado. Jiraya me disse que tinha um abrigo que não ficava muito longe dali e me convidou a ir até lá, como ele foi gentil e demonstrava ter um bom coração, eu resolvi aceitar com a intenção de passar a noite apenas, afinal, eu estava exausta e faminta.

 

Nós caminhamos até o abrigo e chegando lá, ele preparou uma refeição deliciosa para nós dois. Eu comi tão rápido que ele me olhou assustado, mas isso o fez perceber que eu não comia a algum tempo. Já estava de noite e Jiraya me ofereceu um lugar para dormir, eu rapidamente aceitei e logo fui me deitar, já fazia dias que eu não dormia tão bem como naquela noite!

  

                             O SÁBIO DA MONTANHA DO SAPO

 

No dia seguinte, eu tentei sair bem cedo, antes que Jiraya acordasse, mas quando eu abri a porta, ouvi ele dizer…

 

“Hum, você teve uma linda família!”

 

 Eu me assustei com a fala dele e rapidamente olhei para trás, ele estava segurando a única foto que eu tinha da minha família da qual eu ainda era um bebê, eu não tinha percebido que ela havia caído da minha mochila. A fala de Jiraya me paralisou por alguns instantes até que desviei meu olhar…

 

— Me devolva a foto. – Pedi com um tom acanhado. 

 

Mas Jiraya pediu que eu respondesse suas perguntas antes de devolvê-la…

 

— Porque está fugindo? Eu não a tratei bem?

 

Eu desviei meu olhar sem respondê-lo. 

 

Jiraya se aproximou para me entregar a foto, mas antes que eu pudesse pegar, ele disse que tinha uma condição, e a condição era que eu ficasse e não tentasse mais fugir. Eu não entendia o interesse que ele tinha de me manter ali e fiquei em silêncio o olhando intrigada, mas Jiraya se agachou para ficar da minha altura e me olhou nos olhos…

 

— Entendo que algo doloroso deve ter acontecido para você estar só e não posso deixar você sair sem ter para onde ir. Fique aqui, pelo menos por um tempo.

 

 Depois de alguns segundos pensando enquanto olhava para ele e para a foto, eu aceitei ficar, mas antes, eu queria saber um pouco mais sobre quem ele era e foi aí que ele se apresentou…

 

— Eu sou o Ermitão da montanha Myoboku, Eu sou o Sábio da montanha do Sapooo! -- Disse ele após jogar seus longos cabelos brancos e ficar em uma pose estranha.

 

Eu fiquei olhando para ele com um pouco de estranheza…

 

— Então devo chamá-lo de Sábio da montanha? – Perguntei.

— Você pode me chamar de Sábio bonitão!

 

Arqueei uma de minhas sobrancelhas…

 

— Estou brincando! – Disse ele dando uma bela risada escandalosa. - Me chame como quiser!

— Certo.

 

Depois disso, Jiraya preparou um café da manhã para nós e nos sentamos no chão em volta de uma mesa. Eu ainda estava um pouco acanhada, mas tive curiosidade de fazer mais uma pergunta…

 

— Senhor Sábio, então você é um ninja?

 

Ele se surpreendeu com minha pergunta e depois de alguns segundos, me respondeu…

 

— Sim, sou um dos Sannin Lendários.

 

Eu fiquei extremamente surpresa por saber que Jiraya era um dos Sannin Lendários, já havia ouvido algumas histórias sobre eles.

 

— Mas eu também sou um romancista, sou o autor dessa incrível obra de arte. – Jiraya me mostra seu livro, o Icha-Icha.

 

Eu não demonstrei muito entusiasmo, apenas olhei para o livro por alguns segundos e respondi em um tom sério…

 

— Entendo.

 

Jiraya me olhou desapontado deixando o livro sobre a mesa em seguida. Depois voltou sua atenção para o café.



                               

                                    O PESADELO

 

Se passaram alguns dias e estando longe da Vila, parecia que a dor havia me dado uma trégua. Eu fui me aproximando mais de Jiraya e aos poucos fui voltando a ser aquela criança falante e sorridente.

Mas certo dia, eu tive um pesadelo horrível e a dor voltou a me incomodar. 

 

Neste pesadelo minha mãe, meu pai, Sayuri e Midori haviam voltado para nossa casa mas não me encontraram. Alguns minutos depois, um novo ataque começou na Vila da Folha e os matou, mas além deles, Hiruzen, Seiji e Natsumi também morreram. 

 

Eu acordei naquela madrugada com uma enorme tristeza e culpa. Eu abandonei minha Vila, minha vida como ninja e os meus amigos… 

 

Me sentei na cama colocando minhas mãos na cabeça, tudo aquilo doía tanto e para piorar, eu nem sequer havia entendido qual era meu verdadeiro objetivo como ninja.

 

Mas naquele momento eu comecei a pensar que talvez, eu estivesse fugindo desse objetivo. 

 

Ser um ninja envolvia sentimentos, lutar por quem ou pelo que ama, lutar pelas pessoas, pela Vila…

Se eu fugia dos sentimentos, eu não podia ser uma ninja.

 

Eu passei o resto da madrugada com os pensamentos agitados.

 

                                            QUERIDO MESTRE

 

Na manhã daquele dia, Jiraya percebeu que eu estava muito calada. Eu notei que ele me observava, mas eu sempre desviava o olhar para evitar perguntas. Eu continuava pensativa mas depois de muito pensar, decidi fazer uma pergunta…

 

— Senhor Sábio…

— Sim.

— Você demorou muito para descobrir seu objetivo como ninja?

 

Jiraya me olhou um pouco intrigado com a pergunta.

 

— Bom… um ninja pode ter muitos objetivos ao longo de sua vida. No meu caso, eu sempre estive pronto a lutar pelo bem da minha Vila, mas eu deixei de viver nela por um amigo.

 

Fiquei surpresa com as palavras de Jiraya e naquele momento, tomei uma decisão…

 

— Posso te fazer um pedido?

— Claro.

— Você poderia me treinar?



Jiraya ficou muito surpreso com o meu pedido, demorando um pouco para falar algo…

 

— É isso mesmo que você quer, Harumi?

— Sim.

 

Jiraya pensou alguns segundos, suspirou e logo sorriu…

 

— Então… eu irei treinar você.

 

Eu sorri de felicidade. Eu tinha esperanças que a partir dali, meu objetivo se tornaria mais claro!

 

Quando terminamos o café, fomos para fora do abrigo para começarmos o treino imediatamente. Jiraya não pôde ignorar o fato de não conseguir sentir meu Chakra e eu expliquei que era um pedido de minha mãe, mas precisei desfazer a Personificação de Chakra para começar os treinos e me lembro perfeitamente da expressão de Jiraya, foi de total espanto! …

 

— O… o que foi, Senhor Sábio? – Perguntei intrigada.

 

Jiraya demorou alguns segundos para me responder, mas depois se aproximou de mim e com um tom bem sereno, me fez uma pergunta…

 

— Harumi, sua mãe nunca te disse nada sobre seu Chakra?

— … Ela só me disse que ele era diferente e que eu deveria tentar evoluir como ninja suprimindo-o.

— Hum…

 

A expressão de Jiraya foi de preocupado, ele colocou a mão no queixo pensativo enquanto andava de um lado para o outro. 

 

— Temos aqui um desafio quase impossível. – Disse Jiraya enquanto pensava.

 

Alguns segundos depois, ele se aproximou de mim…

 

—  Porém quero que foque na sua determinação, aquilo que te motiva a se tornar uma ninja melhor. – Disse ele olhando nos meus olhos e com as mãos em meus ombros.

 

Ao ouvir as palavras de Jiraya, meus olhos brilharam, eu senti algo diferente em meu coração, era como se… se fosse meu pai me dizendo aquelas palavras.

 

Naquele momento, mesmo que eu não soubesse o quanto seria difícil, eu estava determinada a conseguir!

 

— Certo, mestre! – Respondi com um tom determinado.

 

Jiraya sorriu quando eu o chamei de mestre pela primeira vez. 

 

— Me espere aqui, volto em algumas horas. – Jiraya caminha se afastando do abrigo.

 

Eu não tinha ideia de onde ele poderia ter ido, mas o esperei voltar. 

 

Ele voltou quando já havia anoitecido e não me disse por onde andou, ele continuava pensativo e misterioso, mas decidi ignorar isso e depois de jantar, fui dormir.

 

Naquela noite, meus pensamentos continuavam agitados, tudo que eu queria era que os treinos começassem logo.

 

Levantei no outro dia bem cedo e Jiraya já estava acordado…

 

— Bom dia, mestre!

— Bom dia, Harumi! 

— Então, vamos começar os treinos hoje?

— Desculpe, eu vou precisar sair e não sei quanto tempo ficarei fora.

 

Eu fiquei claramente desapontada, mas Jiraya ao notar, se explicou…

 

— Não se chateie, Harumi. Minhas saídas tem a ver com seu treino.

 

Eu o olhei surpresa.

 

— Estou fazendo algumas pesquisas para encontrar uma maneira de fazer você evoluir como ninja e também cumprir o desejo de sua mãe, acho que existe um jeito, só preciso me certificar de que não estou enganado. 

— É…é sério?

— Sim. Por isso, não se preocupe, prometo que amanhã mesmo começaremos seus treinos!

 

Jiraya se levantou em seguida e saiu. O que ele me disse me deixou muito animada e cheia de expectativas.

 

                                  O DESAFIO IMPOSSÍVEL

 

Na manhã seguinte, estávamos em frente ao nosso abrigo…

 

— Bom, de acordo com minhas pesquisas, há uma maneira de você evoluir como ninja mesmo suprimindo seu Chakra. Mas já vou avisando que não será nada fácil. – Disse Jiraya estando na minha frente.

 

Eu sorri de felicidade…

 

— Você irá desenvolver o Modo Sennin.

 

Meu sorriso sumiu se transformando em um rosto espantado…

 

— Mas, mestre, e…eu ainda sou uma Gennin!

— Garota, a única maneira de fazer você dominar outras técnicas e cumprir o pedido de sua mãe, é pularmos algumas etapas. Esse é o caminho mais difícil, porém, é o único que temos.

 

Eu o olhava surpresa e sem palavras.

 

— Agora me acompanhe.

 

Jiraya caminhou se afastando e eu o acompanhei. Eu não fazia ideia para onde ele estava me levando, até que caminhamos para dentro de uma floresta. Enquanto caminhávamos, Jiraya olhava para os pontos altos e quando ele pareceu notar o ponto que ele procurava, ele parou…

 

— Certo. Aquele é o ponto mais alto dessa floresta, eu quero que você suba.

— O… o quê?

— Isso mesmo. Quando chegar no topo você irá meditar.

 

Eu olhava para Jiraya extremamente confusa.

 

— Seu objetivo é encontrar a harmonia com a natureza, de forma que consiga absorver a energia da mesma. O Senjutsu envolve tomar energia externa para você usar, eu acredito que no seu caso, ao juntar energia natural ao seu Chakra mesmo o suprimindo, lhe dará a possibilidade de usar qualquer técnica pois resultará em um imenso poder.

— Você tem certeza, mestre?

— Não, mas vamos ver se minhas teorias estão certas.

 

Eu olhei Jiraya intrigada, mas mesmo sem certeza, não tinha outro jeito além de tentar.

 

— Você ficará aqui sozinha. Volto em alguns dias para ver como tudo está indo.

— Ah, o quê?!

 

Jiraya se aproximou e colocou as mãos em meus ombros enquanto olhava em meus olhos…

 

— Eu sei que você pode fazer isso dar certo!

 

Ao ouvir aquelas palavras, eu senti uma grande motivação, eu me determinei a conseguir!

 

Após isso, Jiraya se virou e foi embora.

 

Era hora de começar…

 

                           

                                            MODO SENNIN

 

1° Dia.

 

Eu subi aquela montanha enorme e ao chegar no topo, me sentei em posição de meditação.

Não era nada fácil me concentrar, foi um grande desafio. Os sons da floresta me distraíam, minha mente estava turbulenta, mas eu continuei tentando.

 

Ao anoitecer…

 

Depois de muitas tentativas sem sucesso, persisto e ao tentar mais uma vez, sinto minha mente se esvaziar aos poucos, até que meus pensamentos somem e eu entro em completo estado meditativo. 

 

2° Dia

 

Eu peguei no sono sem me dar conta, mas ao acordar, recomecei meu treino, porém, estava mais difícil me concentrar, eu estava faminta.

 

Depois de mais algumas tentativas insistentes, eu consegui esvaziar minha mente por completo novamente, porém, fui interrompida por meu estômago que estava roncando de fome. Tento continuar, mas estava difícil, até que abro meus olhos e tenho uma grande surpresa. Havia uma cesta com comida e água bem na minha frente, eu fiquei bastante surpresa olhando para a cesta, até que notei um papel com algo escrito. Ao pegá-lo, percebi que era uma carta de Jiraya que dizia… 

 

“Estou feliz por você se esforçar tanto, estava tão concentrada que nem mesmo notou minha presença. 

 

Quando conseguir encontrar a harmonia necessária para conseguir absorver energia da natureza, seu próximo passo será fazer isso em movimento. 

 

Ass: Mestre Jiraya”

 

Eu sorri com determinação ao ler as palavras de Jiraya e rapidamente voltei minha atenção para a cesta.

 

Depois de matar minha fome e sede, voltei ao treino, dessa vez com ainda mais foco e determinação, meu trabalho seria cada vez mais difícil mas saber que Jiraya acreditava em mim, me motivou!

 

Eu consegui me concentrar mais rápido dessa vez, entrei em estado meditativo e senti uma leve onda de energia invadindo meu corpo. Porém, algo me deixou um pouco intrigada, minha audição parecia estar ficando mais aguçada. 

 

3° Dia.

 

Devido ao progresso no dia anterior, era hora de evoluir para o segundo passo, canalizar a energia da natureza estando em movimento. 

 

Eu desci da montanha e caminhei pela floresta tentando me concentrar, mas aquilo era mais difícil do que eu imaginei. Foram muitas horas tentando, às vezes dava certo e às vezes não.

 

A noite começou a chover, mas eu continuei e em certo momento, senti novamente aquelas sensações. Dessa vez, minha audição ficou aguçada novamente, mas foi de uma forma mais intensa, era como se eu conseguisse ouvir o que acontecia em todas as partes. Em certo momento, eu consegui ouvir uma cobra rastejando e quando olhei, percebi que ela estava distante, mas eu ouvi seu rastejar perfeitamente mesmo com o barulho da chuva. 

 

4° Dia

 

Eu estava muito focada nos treinos e era como se meu corpo já não se esgotasse tanto, estava se tornando mais fácil e rápido.

 

 Ainda tinha um pouco de comida e água na cesta, e enquanto caminhava, senti fome, então resolvi parar para comer. 

No momento em que eu ia abocanhar minha comida, notei um gato preto que começou a miar me dando indícios de que estava faminto. Eu não tinha mais comida além daquela, mas mesmo assim, decidi dar o que eu tinha para aquele gato, coloquei a comida no chão e ele se aproximou para comê-la.

 

A noite…

 

Eu estava indo muito bem, mesmo estando faminta. Eu continuava a sentir a leve onda de energia atravessando meu corpo e sentia como se minha força estivesse aumentando. Minha audição estava mais aguçada, os animais se aproximavam de mim e me acompanhavam, a sensação era de realmente pertencer a natureza.

 

Em certo momento, eu parei de caminhar e me recostei em uma árvore, meu estômago roncou de fome mas mantive a concentração. Alguns minutos depois, ouvi o miado de um gato estando próximo e abri os olhos. Ao olhar para o lado, vi o mesmo gatinho adorável de mais cedo, mas um detalhe me deixou surpresa…

 

A frente dele estava o cesto que Jiraya havia levado com comida a dois dias atrás, porém, estava cheio de comida de novo.

 

Eu fiquei extremamente surpresa, como Jiraya havia sido tão rápido?!

 

Bom… eu me sentei ali mesmo e comecei a comer, é claro que também dividi a comida com aquele lindo gatinho.

 

5° Dia

 

Enquanto eu caminhava concentrada e canalizando a energia natural, algo me fez parar e arregalar os olhos surpresa…

 

— Mestre!

 

Rapidamente me viro mas não o vejo por perto, então como eu senti seu Chakra?

 

Harumi off

 

Jiraya observou Harumi durante esses cinco dias.

 

Ele estava seguindo-a sem fazer muito barulho e mantendo a distância, até que ele decidiu se aproximar e foi surpreendido por ela notar seu Chakra numa distância de três metros.

 

Quando ele chegou perto da Harumi, se surpreendeu…

 

“Aquelas marcas em seu rosto e em volta dos olhos… Então você conseguiu!” – Pensou Jiraya após vê-la e sorriu com orgulho.

 

Harumi on

 

Ele surgiu caminhando depois de alguns segundos e ao me olhar, pareceu bastante surpreso.

 

— Olá, Harumi! Vejo que está evoluindo em seu treino, mas está na hora de eu participar dele. – Disse Jiraya com um sorriso orgulhoso.

 

Meus olhos brilharam ao ouvir isso.

 

— Certo!

 

Antes que Jiraya começasse a me explicar como seria o treino do dia, aquele lindo gato preto surgiu de trás das plantas e parou ao meu lado enquanto observava Jiraya.

 

— Bom, agora que você já consegue absorver a energia da natureza em movimento, vamos começar a terceira etapa. Você deverá absorver energia da natureza enquanto treinamos Taijutsu.

 

Quando eu pensei que não poderia ficar mais difícil…

 

— O que foi? – Perguntou Jiraya ao notar minha falta de empolgação.

— Isso parece impossível.

— Harumi, você já superou as duas primeiras etapas, quer mesmo desistir agora?

— E quem foi que falou em desistir? – Fico em posição de ataque.

— Hum, essa é minha garota!

 

Jiraya também ficou em posição de ataque e eu me concentrei, em seguida, fui em sua direção para desferir alguns golpes, enquanto isso, o gatinho assistia tudo.

 

— Seu Taijutsu é muito bom, parece que você treinou bastante. – Disse Jiraya enquanto trocamos golpes.

— Tive alguns treinos com a minha… família.

 

Jiraya quase me acerta no rosto quando eu falei sobre minha família, ele parou a mão bem próximo.

 

— Se concentre. – Ele se posiciona para começarmos de novo.

— Certo! – Eu me posiciono.

 

Jiraya me atacou dessa vez, eu me concentrei para absorver a energia natural e foi rápido. Senti a energia natural tomando conta do meu corpo, senti minha força aumentar e ataquei Jiraya, mas além da força, eu também estava mais rápida. Jiraya começou a se defender dos meus golpes e em certo momento eu o acertei com um chute que o derrubou.

 

— Muito bom, garota! – Disse ele enquanto se levantava.

 

Continuamos o treino.

 

Em alguns momentos ele parava para me observar e eu golpeava as árvores.

 

Em outro momento eu lutei com ele e também tive que golpear alguma árvore específica, como se estivesse lutando com dois adversários.

 

Em outro momento Jiraya se sentou com o gato preto no colo enquanto me observava golpear árvores.

 

Nosso treino se estendeu até ao anoitecer.

 

6° Dia

 

Começamos o treino bem cedo e eu estava indo muito bem!

 

A Energia Natural me deu a capacidade de me guiar pela audição aguçada, era fácil ouvir os movimentos mais sutis feitos por Jiraya.

 

Era hora de treinar golpeando uma árvore. Eu me sentia cada vez mais forte, dei alguns chutes naquela árvore e para finalizar, um baita soco. Eu parei olhando Jiraya que piscou para mim me dando o sinal de que eu estava indo bem, mas logo sua expressão mudou, ele se assustou ao notar a árvore caindo. Eu logo olhei para trás e também me assustei ao perceber que ela ia cair em cima do gato preto.

 

Eu me movi em alta velocidade e peguei o gatinho que estava distraído se limpando, por pouco ele não foi amassado pela árvore. 

 

Eu e Jiraya respiramos aliviados e ao colocar o gato no chão, ele começou a roçar em minhas pernas.

 

Depois de alguns minutos, voltamos ao treino que se estendeu pelo resto do dia e também a noite, com alguns intervalos para descanso.

 

                                                     RASENGAN

 

7° Dia

 

Era hora de treinar Ninjutsu usando o modo Sennin!

 

Porém… eu precisaria melhorar meu Ninjutsu primeiro, o modo Sennin me dava Chakra extra para executar as demais técnicas e mesmo dominando o Senjutsu, meu nível como ninja não era tão elevado.

 

— Bem, essa técnica tem o nome de Rasengan. É uma técnica desenvolvida pelo Quarto Hokage e de alto nível. Além dele, apenas eu fui capaz de executá-la perfeitamente. – Explicou Jiraya.

 

Eu fiquei extremamente surpresa por ele decidir me ensinar uma técnica tão complexa logo de início.

 

Ele então me mostra uma bexiga d’água…

 

— A primeira etapa para conseguir executar esse Jutsu é estourar essa bexiga d’água. 



Estourar uma bexiga com água, isso seria moleza, pensei…

 

— Porém… – Jiraya interrompe meu pensamento. - Você terá que fazer isso usando Chakra. É necessário criar uma corrente de chakra, concentrando e mantendo este chakra na mão. Para a bexiga poder estourar, é preciso girar a água em várias direções. Porém, precisa-se girar esta água no sentido da rotação do seu chakra.

 

Bom, apesar do meu espanto com a complexidade que tudo aquilo tinha, era hora de tentar. 

 

Foram longas horas, controlar um Chakra externo usando apenas uma pequena porcentagem do interno era um imenso desafio.

 

Se passou o primeiro dia, muitas tentativas, sem sucesso.

 

No segundo dia, em alguns momentos parecia que eu conseguiria, mas nada.

 

No terceiro dia, depois de mais algumas horas tentando… parecia estar dando certo e então… eu consegui!

 

— ISSOOO! – Comemorei ao estourar a bexiga.

 

Jiraya ficou boquiaberto…

 

— V…você conseguiu.

 

Segunda etapa:

 

Estourar uma bola de borracha concentrando o Chakra em um ponto no centro da palma da minha mão, os princípios fundamentais do Rasengan eram rotação e força.

 

Primeiro dia, sem sucesso.

 

Segundo dia, Jiraya me observa sentado e o gato preto ao seu lado, sem sucesso.

 

Terceiro dia, Jiraya está no alto de uma árvore enquanto escreve seu livro, o gato preto está dormindo. Sem sucesso.

 

Quarto dia, eu apenas furava a bola, que droga!

 

Quinto dia…

 

Sexto dia, Jiraya está próximo enquanto me observa de braços cruzados, até que… POOW!

 

— E…eu consegui! 

— Você é realmente incrível, garota! – Jiraya sorri orgulhoso.



                                     O BAKENEKO

 

Terceira etapa: Eu segurava uma bexiga de ar mas dessa vez não podia estourá-la. Com o uso do que aprendi nas etapas anteriores, o objetivo dessa vez era rotação e força em nível máximo com o Chakra extremamente comprimido para não estourar a bexiga.

 

Enquanto eu treinava a técnica, Jiraya saiu para buscar mais comida e água.

 

Eu treinei por um longo tempo incansavelmente, mas em certo momento, me senti esgotada e simplesmente me joguei no chão caindo sentada e me encostando em uma árvore. Eu fechei meus olhos e acabei cochilando por um breve momento. 

 

Harumi off

 

 O gato preto estava um pouco a frente dela lambendo uma de suas patas, até que ele olha assustado para trás de Harumi que estava de olhos fechados e percebe que ela se encostou na verdade em uma cobra gigante que despertou ao perceber ela se apoiando. A cobra armou um bote e quando chegou perto de atacar Harumi foi partida ao meio por garras enormes de um felino preto com pêlos arrepiados e olhos amarelos como fogo.

 

Harumi despertou naquele momento…

 

Harumi on

 

Eu acordei com um barulho estranho vindo de muito perto de mim, me assustei ao ver uma cobra imensa partida ao meio, eu estava encostada em parte dela, mas o que me fez pular de susto mesmo foi um gato gigante da cor preta e olhos amarelos…

 

— AAAAH! Q… QUE ISSO?!

 

Foi aí então que eu percebi que o gatinho preto havia sumido…

 

— Não precisa ter medo de mim. Eu não sou nenhuma ameaça. – Respondeu o gato gigante.

 

Eu fiquei extremamente assustada, um gato gigante que falava, será que eu estava ficando maluca?!

 

— Me chamo Nanao. Sou o Bakeneko guardião dessa floresta.

— Bake… o quê?

— Bakeneko. Significa gato monstro. Essa floresta é conhecida como: A Floresta dos Gatos. Há uma lenda que ao passar três dias aqui você desenvolve pelo menos uma das habilidades de um felino, seja audição, visão ou faro mais aguçados. Se passar dois meses, além dessas habilidades, você se torna um ninja com habilidades sensoriais extremamente aguçadas. Porém, não é tão fácil assim. Você precisa passar por diversos testes ao longo desses dias e muitos humanos são atrapalhados por sua ambição. É neste momento que tomo minha forma de Bakeneko para tirá-los daqui, se algum deles tentar lutar, eu os elimino.

 

Arregalei os olhos assustada naquele momento.

 

— Mas você me surpreendeu, mesmo sendo apenas uma criança. Você passou pelo teste que todos os outros que já estiveram aqui, falharam.

— Hum?! Teste? 

— Quando se passa por um árduo treinamento, você precisa estar bem alimentado, caso contrário, se torna quase impossível se manter firme e focado. As pessoas que passam por aqui nem se dão conta do porquê a comida acaba tão rápido. – Nanao sorri com malícia. - Mas você, mesmo faminta e em meio ao seu árduo treino, deu sua única comida para mim.

 

Me assustei novamente ao perceber que aquele era o pequeno gato preto que me acompanhava desde o dia que o alimentei.

 

— Os humanos são egoístas e se preocupam mais em ter poder. A ambição os fazem perder a sensibilidade.

 

Nanao parecia sentir raiva ao falar dos humanos…

 

— Mas… você me fez acreditar que talvez nem todos sejam assim. Ainda existem humanos com um coração puro. Por isso, eu decidi ajudá-la trazendo toda aquela comida e também decidi ficar por perto. Enquanto você estiver aqui, eu irei protegê-la, Harumi. Você merece possuir as habilidades que busca.

 

Eu fiquei muito surpresa ao saber que Nanao, na verdade, estava cuidando de mim durante esse tempo.

 

Me aproximei dele…

 

— Obrigada, Nanao. – Eu sorri para ele.

— Mas, o… o quêee?! – Jiraya pula assustado ao notar Naneo enquanto se aproximava.

— Ah, você voltou. Olha! Esse é o Nanao, ele é um Baketreco.

— Bakeneko. – Nanao me corrigiu.

— Ah, isso mesmo.

— Hum, um Bakeneko aqui… interessante.

 

Nanao contou para Jiraya a história da floresta e sobre o teste. Jiraya então me olhou com carinho após saber de tudo…

 

— Bom, fico contente em saber que você tenha estado em boas mãos, ou devo dizer, em boas patas, enquanto estive fora. Mas agora, é hora de voltarmos ao treino.

— Certo!

 

Nanao voltou à sua forma normal de pequeno gato adorável e juntamente com Jiraya, continuou me observando enquanto eu treinava.

 

Após algumas horas, eu finalmente consegui passar pela última etapa do Rasengan. 

 

Jiraya então me disse para formar um Rasengan com o uso do Senjutsu e atacar uma enorme rocha que estava próxima a nós.

 

Quando eu executei a técnica e ataquei a enorme rocha, foi um baita estrago. Ela partiu em pedaços…

 

Harumi off

 

 Jiraya suspirou orgulhoso com um sorriso sutil…

 

— Essa é minha garota!

 

                                    CONTRATO DE INVOCAÇÃO

 

Após passar um mês naquela floresta junto com Jiraya e Nanao, era hora de voltar para o abrigo. Meus treinos com Jiraya não tinham acabado, na verdade estavam apenas começando.

 

A parte mais difícil foi me despedir de Nanao, eu já havia me acostumado com a presença dele todos os dias, mas quando eu me despedi, Nanao me surpreendeu tomando sua forma de Bakeneko…

 

— Tenho um presente para você, Harumi.

 

Após dizer isso, ele cuspiu um pergaminho…

 

— Quero lhe oferecer um contrato de invocação.

— Contrato de invocação? – Perguntei intrigada.

— Um contrato de invocação lhe permite transportar animais ou até mesmo pessoas de longas distâncias instantaneamente através do seu sangue. – Explicou Jiraya.

— Lhe ofereço minhas habilidades para te auxiliar sempre que precisar. – Disse Nanao.

 

Eu sorri e logo em seguida aceitei. Jiraya então me explicou como fazer o contrato de invocação e eu o fiz. Nanao se tornou minha principal invocação.

 

— Estarei sempre pronto a ajudá-la, Harumi.

— Obrigada, Nanao.

 

Em seguida, eu e Jiraya partimos da Floresta dos Gatos.



O tempo foi passando e eu fui aperfeiçoando o Rasengan e também aprendi novos Jutsus dos elementos fogo, água e vento, Jiraya e eu treinávamos quase todos os dias. 

 

Além dos treinos, nós também andávamos por muitos lugares. Jiraya me dizia que suas pesquisas eram muito importantes para trazer inspiração para seus livros. 

 

Certo dia, ele me deixou em uma loja de jogos infantis para me divertir enquanto ele estivesse fora, como de costume, mas nesse dia, eu resolvi seguí-lo, já fazia tempo que eu estava curiosa para entender essas tais pesquisas. Depois de andar alguns metros, ele entrou em um lugar estranho, observei por alguns segundos de longe até que resolvi entrar naquele lugar. Quando eu entrei, Jiraya estava rodeado de mulheres enquanto bebia. A expressão dele ao me ver foi de total espanto, eu fiquei furiosa e lhe dei uma bronca enquanto ele ficou com cara de rabugento e braços cruzados, as garotas deram risada daquela cena. Então eu finalmente entendi como eram as tais pesquisas daquele velho tarado. Depois que saímos daquele lugar ele ainda tentou me alegrar comprando doces, mas demorei um pouco para deixar de sentir raiva. 

 

Mas apesar de tudo, eu amava ter aquele velho tarado como mestre!

 

                                                DOIS ANOS DEPOIS

 

 Jiraya e eu estávamos andando próximos a uma Vila movimentada. Havia rumores sobre a Vila está sofrendo roubos frequentes.

 

Enquanto andávamos por lá, não demorou muito para avistarmos alguns ninjas patifes tentando roubar uma loja de jóias. Eu e Jiraya corremos para ajudar, eu acreditei que lutaríamos juntos, mas Jiraya me surpreendeu…

 

— Esse é o seu momento, garota. – Disse Jiraya cruzando os braços para me observar.

 

Eram 5 ninjas patifes, mas isso não me amedrontou…

 

— Certo!

 

Eu me aproximei de um deles…

 

— Ei, acho melhor você colocar essas coisas no lugar. – Eu mostrei o punho fechado.

— Sai da minha frente, pirralha! 

 

O ninja tentou correr mas eu o atingi com um chute diretamente no rosto fazendo-o desmaiar. Os outros quatro ao perceberem o que havia acontecido, vieram para cima de mim e eu fui veloz, com um único golpe em cada, os nocauteei.

 

Harumi off

 

Jiraya olha Harumi com orgulho…

 

— Essa é minha garo… 

 

Ele se assusta com uma explosão vinda de fora da loja. Ele foi até lá para ver do que se tratava e havia mais ninjas patifes saqueando outras lojas. Jiraya correu até lá.

 

Harumi on

 

Quando vi Jiraya correndo para ajudar, eu logo me apressei. Naquele dia tivemos muito trabalho, os ninjas eram ótimos em Taijutsu, alguns usavam espadas e outros eram habilidosos com Ninjutsu. Em certo momento, eu vi um homem que estava tentando fechar sua loja rapidamente, ele estava acompanhado de uma criança. Naquele momento corri até eles, mas antes que eu pudesse me aproximar para ajudar, dois ninjas o atacaram e na tentativa de impedir que eles conseguissem abrir a porta de sua loja, ele foi ferido no peito por uma espada e caiu ali mesmo enquanto o garoto assistia tudo estando assustado.

 

 Naquele momento eu fiquei paralisada, eu senti raiva, uma raiva intensa, fechei os punhos, meu Chakra se tornou visível em volta do meu corpo, eu estava prestes a me descontrolar, até que…

 

— Harumi, por favor, mantenha o controle. – Disse Jiraya encostando em meu ombro.



Eu não estava conseguindo me controlar, ainda sentia muita raiva, mas Jiraya colocou as mãos em meus dois ombros enquanto olhava nos meus olhos.…

 

— Eu sei que você é capaz de controlar essa força. Por favor, faça isso por mim. 

 

Depois de ouvir suas palavras, eu senti a raiva sumindo aos poucos enquanto eu ainda olhava Jiraya nos olhos. Naquele momento, Jiraya foi atacado pelas costas pelos mesmos ninjas que feriram aquele homem, mas ele os derrotou facilmente. Depois que me acalmei, corri até o homem ferido e percebi que ele ainda estava vivo…

 

— Por favor, ajude o meu pai.

 

Fui paralisada pela fala daquela criança que chorava copiosamente.

 

Depois que todo aquele caos foi parado, aquele homem foi levado para uma casa próxima dali e eu tentei ajudá-lo, eu sabia uma mistura de ervas que ajudava feridas a cicatrizar mais rápido, aprendi com minha mãe que sempre usava isso quando meu pai se machucava em alguma missão.

 

Eu cuidei das feridas dele, mas ele ainda estava desacordado. 

Jiraya e eu passamos a noite naquela casa cuidando daquele homem, mas quando amanheceu, o pior aconteceu…

 

A ferida havia atingido o coração daquele homem, as poucas horas que ele ainda suportou, foi apenas para ficar um pouco mais com seu filho.

 

Após ver a dor daquele garoto que tinha aproximadamente 5 anos, eu me senti impotente, fiquei extremamente frustrada… mesmo sendo uma ninja com mais habilidades agora, eu não pude fazer nada. Eu entendi que ser forte nem sempre seria o suficiente para salvar alguém… eu falhei!


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Notas finais do capítulo

Obrigada por chegar até aqui ♥



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