A Mais Vitoriosa escrita por Landgraf Hulse


Capítulo 8
Capítulo VII.




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... E estou completamente horrorizada com as ações daquele homem mau que chamam de rei da Prússia. Ele invadiu minhas terras, fez ameaças de se juntar a meus inimigos e causou uma crise nos primeiros dias de meu reinado, mas mesmo assim ele insiste que para manter a paz eu ceda a ele a Silésia, inteira ou parte. Mas ele muito se engana se pensa que eu irei me submeter a isso, sou Maria Theresa, a governante dos vastos territórios dos Habsburg, e ele o que é? É apenas um rei, com parte de seu território estando no Santo Império. Não irei me submeter, irei manter a Silésia, a jóia da Casa da Áustria continuará sendo minha... mas para isso tive que trazer as pessoas mais horríveis, que já perderam guerras, mas na situação em que estou não tenho escolhas...

Minha única salvação no momento é meu recém-nascido Joseph, tenho agora um herdeiro, sendo assim também a confiança de meu povo, não sabe você minha prima como ter um herdeiro homem faz milagres para mulheres como eu... Espero também que sua criança nasça bem, e se Deus desejar seja outra salvação...

Sua prima
Maria Theresa

10|04|1741 Palácio de Saint James 

Sophia Sadley, era uma mulher jovem, bonita e o exemplo perfeito para Anne de como um marido soldado poderia ser ruim.

Seu primeiro marido foi um coronel polonês, filho de um rico e bem visto nobre na República das Duas Nações. Mas quando a guerra de sucessão polonesa começou, seu marido morreu em combate, e ela se tornou Sophia Ogiński, a viúva. Ela claro que casou-se novamente, agora com o baronete Sadley de Forester, e se tornou Lady Sadley, mas ela era triste e sombria.

Quando Anne ouviu Catherine a contar essa história ela apenas sentiu muita pena pela jovem Lady Sadley, e desejou que isso nunca acontecesse com ela ou suas irmãs. Mas o destino não era bom, ele sempre gostava de fazer o impossível e estragar vidas, então Anne não se casou com um coronel, mas com um general.

Quando Anne pensou nas palavras de Frederik e percebeu que ele tinha o dever de voltar a Holanda e liderar junto com seu primo e seu pai a proteção da Holanda, ela não se sentiu bem, e o medo a abateu. Anne não desejava ficar viúva aos dezessete anos, faltando apenas trinta e sete para os dezoito, como Sophia Sadley, foi a primeira vez que o medo abateu Anne. Mas em contra partida Anne pode perceber que Frederik não mostrava mais tanta confiança nela.

As primeiras semanas foram as piores, mas logo Anne pode fazer as pazes com Frederik, claro que ainda não foi completamente perdoada, Anne descobriu então que nunca, jamais, sobre hipótese nenhuma, se deveria esconder uma possível guerra de um soldado.

Os meses que seguiram a esses acontecimentos foram bem agitados. A guerra no continente estava realmente ganhando formas continentais. Todas as semanas chegavam novas notícias, tanto da Áustria como da Holanda, embora a Holanda não estivesse em guerra, ainda. Sua família fazia seu melhor para defender os direitos de Maria Theresa, tentando persuadir o governo a dar mais ajuda.

Anne desejava poder ajudar mais, mas sua situação não a deixava, aos seis meses Anne não poderia mais sair de St. James, a sua nova casa junto com Frederik, segundo seus pais um casal deveria ter sua própria residência, e nada melhor do que St. James, onde ficava a corte. Mas de nada servia viver na corte e não a frequentar.

Mas as esperanças de Anne ajudar realmente morreram quando chegou o período do confinamento e ela teria que ficar trancada em seus aposentos. Esse último mês foi o mais monótono da vida de Anne. Era apenas ler, bordar, receber visitas de sua mãe e de suas irmãs, embora Catherine na maior parte do tempo mostrava como a gravidez não favorecia Anne, e também ouvir Frederik.

Nesse período surgiu estranhamente em Frederik o pensamento de desejar logo saber o que seria o bebê, um soldado como ele falava, e Anne odiava, ou uma princesinha? Também surgiu em Anne um outro pequeno medo: O de morrer, ou do bebê morrer.

Anne recentemente havia se lembrado de uma antiga conhecida, Louise Elton, filha de Sir Philip Elton, que se casou em 1739 com Lord John Sackville, filho do duque de Dorset. Foi um casamento rápido e triste. Logo no primeiro mês, Lady John ficou grávida, foi uma gestação segura e em paz, mas o parto foi difícil e doloroso. A mãe morreu no parto, e a criança a seguiu algumas horas depois.

Anne bem sabia que o parto era algo muito perigoso, tanto para a mãe quanto para o bebê, todos os dias acontecia de uma mãe, o bebê, ou ambos morrerem. Anne nunca se preocupou com isso, mas ela também nunca esteve grávida, agora essa preocupação não a deixava mais. E embora Anne fizesse seu melhor para não pensar, esse pensamento sempre se fazia presente.

Mas o dia chegou, e chegou de forma horrível e inesperadamente pela tarde. As parteiras foram chamadas, o médico também caso algo desse errado. A água foi preparada, os panos se linho também. Logo tudo estava pronto. Todas as mulheres importantes da Grã-Bretanha também estavam em seus aposentos, até mesmo a príncesa de Gales, Augusta.

E o trabalho começou. Os gemidos, gritos e a dor horrível logo também começaram. Deveria ser ótimo ser mãe, mas não era nada confortável o processo para ser mãe.

  – Minha príncesa você está indo bem.‐ Anne não queria então nem imaginar qual era então a dor de indo mal.

  – Faça mais força minha querida.‐ Anne nesse momento não gostava da príncesa de Gales, não foi ela que teve a primeira filha em pé, encima de uma toalha de mesa? Mas logo as outras também começaram a dizer o mesmo, era horrívelmente irritante.

  – Parem de falar isso! Se for para falar algo falem algo que possa ajudar.‐ Anne não suportava mais, e estranhamente as damas obedeceram quase imediatamente, não muito felizes.

  – Anne você não deve falar assim...‐ Ou quase, sua mãe não obedeceu, tentando mostrar gentileza.

  – Mamãe eu não desejo ouvir o que já sei.‐ Não era o momento para ser delicada e gentil, como elas mesma diziam, ela deveria ser forte.

Foram horas de horrível dor e sofrimento, Anne fazia o seu melhor para pensar em outras coisas, algo para a distrair. Ela até mesmo pensou no que os homens no andar de baixo estavam fazendo. Talvez bebendo jogando e apostando.

Mas logo a força e a dor de Anne foi recompensada. Uma das parteiras disse que o bebê já estava saindo, e logo se pode ouvir um choro no quarto. Anne conseguiu, ela poderia descansar.

  – Parabéns minha princesa! É um príncipe belo e saudável. O choro dele é tão forte, ele tem bons pulmões, o príncipe Frederik deve ser do mesmo modo.‐ Era o menino, um príncipe saudável. Anne se sentiu muito aliviada e feliz, ela cumpriu seu dever, não teria mais a preocupação de ter um herdeiro.

  – Você deve descansar minha filha, foi longo e cansativo.‐ Anne obedeceu sua mãe, não sem antes tentar ver seu bebê antes dele ser levado. Ela não pode ver muito, apenas seus belos cabelinhos loiros, era um Tudor-Habsburg de verdade.

  – Mamãe, é um menino, um menino saudável. Eu cumpri meu dever para com nossa família.‐ A satisfação e a alegria tomaram conta de Anne, ela até poderia chorar.– Um príncipe.

  – Sim você cumpriu. Mas lembre-se Anne que seu dever não é apenas ter herdeiros.‐ A outra verdade também tomou conta, Anne cumpriu em parte seu dever, ela também deveria garantir um futuro de glória para sua família e seu herdeiro.– Agora descanse, vamos trazer ele depois.

                       *****

Frederik estava muito ansioso para ver Anne e seu bebê, estava também muito aliviado pelo bebê e por Anne estarem aparentemente bem, e também Frederik estava muito feliz por ser um menino.

Frederik sabia muito bem que Anne queria um menino, um saudável e vivo, ela não iria admitir nunca, mas um menino iria ser muito útil, iria deixar Anne firmemente estabelecida mesmo antes de ser marquesa.

Mas foi um surpresa nascer realmente um menino, sua mãe Charlotte Louise, teve sete meninas, e dois nascimentos mortos, antes de Frederik nascer. E embora o primeiro filho da marquesa também tenha sido um menino, ninguém imaginava que isso iria se repetir com Anne.

Mas não era o momento para pensar isso, era um momento para celebrar e também ver como o bebê estava, assim como ver como Anne estava. Frederik sabia que de nada adiantaria ter um filho, mas não ter a mãe. Frederik queria apenas o bem de Anne. E foi esse o pensamento que fez Frederik tentar esquecer o que aconteceu em Amelian House, eles agora eram pais, então deveriam confiar um no outro.

  – Você chegou Frederik.‐ E a marquesa, muito radiante de alegria, estava na frente dele, o impedindo de passar.– Você não demorou, embora eu possa imaginar o motivo.

O marquês embriagou todos os homens na sala, ele parecia na verdade ter muita experiência em fazer isso, para ele foi tão normal mandar trazer o vinho. Mas Frederik não iria reclamar, eles sóbrios iriam atrasar mais do que bêbados.

  – Vim o mais rápido que me foi permitido. Ela está bem?- A marquesa parece ter se alegrado mais ainda com essa pergunta.

  – Anne foi muito bem. Apesar de ter demorado um pouco, não ouve problemas, ela está apenas cansada. Vou me retirar agora, você pode a ver.‐ Com isso a marquesa saiu, e com ela também as seis damas de companhia dela e as duas de Anne.

E finalmente ele pode entrar e ver Anne, que parecia muito bem na verdade quando Frederik a viu, ela estava limpa, não havia expressão de dor em seu rosto e ela dormia.

Mas o que mais chamou a atenção de Frederik foi seu semblante adormecido, ela estava cansada, parecia frágil, mas muito feliz. Não era a Anne que Frederik estava acostumado, sua Anne parecia sempre orgulhosa, se mostrando sempre gentil, mas mostrando sempre onde ela pertencia, nunca mostrava nenhuma fraqueza ou falta de arrogância, e isso era sempre muito mais sublinhado pelos olhos dela, de um azul tão frio que parecia gelo. Mas Frederik poderia dizer que preferia sua Anne, era muito mais fácil saber quando seus sentimentos eram verdadeiros.

  – Frederik você veio. Não se importe se estou horrível.- Anne acordou, e Frederik nunca poderia se importar menos com sua aparência.– Eu acabei de ter um filho, um menino.

  – Não se preocupe Anne.- Frederik para provar deu um pequeno e desajeitado beijo nas testa de Anne, parecia muito mais fácil quando ele via o marquês fazendo.– Você se esforçou muito hoje, deveria estar descansando.

  – Era isso que eu estava tentando fazer, mas não consigo. Estou cheia de alegria e felicidade, eu tive um menino Frederik, um varão, eu provei a todos que serei boa.- Era uma vitória no caso para Anne.– Uma menina seria bem vinda, mas um menino será muito melhor visto.

Era triste, uma triste verdade, um filho homem tinha muito mais valor que uma menina aos olhos do mundo. A falta deles fazia muito mal para uma família como a deles, Frederik poderia dizer que as quase duas décadas antes dele nascer foram horríveis para seus pais.

  – Uma alegria sim. Mas onde ele está? Eu quero ver ele.- Como se fosse uma ordem, Lady Calyroy entrou com o pequeno bebê. Quando Anne o viu ela parecia ter ficado encantada, era como se fosse um tesouro.

  – Veja Frederik, nosso filho, nosso herdeiro, nosso fruto.‐ Frederik se aproximou mais ainda e pode ver o pequeno.

Ele parecia tão frágil mas ao mesmo tempo forte, era uma criança gordinha e quieta. Frederik poderia dizer que esse era um Tudor-Habsburg, o pouco de cabelo que ele tinha era de um dourado bastante característico, e os olhos da criança eram olhos Tudor-Habsburg: azuis como o gelo. Mas ele era forte e saudável e era isso que importava.

  – Ele é perfeito Anne. Assim como você.- Frederik pode ver que Anne corou com esse comentário, isso era algo muito raro agora.– Mas olhe os olhos dele, estão bem abertos, nosso soldado se mostra alerto desde já.

  – Soldado? Ele não será um soldado Frederik, a vida militar não é para os Tudor-Habsburg. Não é para herdeiros, vamos deixar que nosso segundo filho seja um soldado.- Anne absolutamente não gostou dá ideia de Frederik.

  – E se não tivermos um segundo filho?- Anne assustou muito a Frederik com o olhar dela, parecia que ele havia falado algo proibido.

  – Nós iremos. Esse é nosso herdeiro, o próximo poderá ser um soldado, se assim ele desejar.- Frederik ainda não estava tão convencido, e Anne percebeu.– Não é?

Frederik não saberia responder o porquê, mas com um sussurro, uma palavra gentil, um toque, e uma carícia, Anne poderia ter tudo dele. Quando ela fazia isso Frederik sentia que poderia a dar o mundo.

  – Sim faremos como você desejar. Nosso Henry não será um soldado.

 – Henry?- Muito interessante a reação de Anne, mas sem sentido.

  – Esse vai ser o nome dele, Henry. Em homenagem ao avô dele.- Isso era algo óbvio, mas a expressão de Anne era de mais pura ofensa.

  – Não. Não vai ser Henry. Ele será o marquês de Bristol um dia. Nada melhor do que ser William.- Frederik não iria permitir que seu filho fosse mais um de uma sucessão de Williams que existiam desde o século 16.

  – William é um belo nome, mas é cumum. Henry é melhor ou mesmo Frederick.- Anne aconteceu pronta para responder, mas o marquês e a marquesa entraram no quarto interrompendo.

Eles pegaram então o bebê, deixando Anne e Frederik em sua pequena discussão de sussurros, o marquês e a marquesa pareciam muito ocupados em admirar o neto, e nem pareciam se importar com os dois.

  – Ele é um belo e gordo bebê Anne. Um verdadeiro Tudor-Habsburg... com os ânimos de um Orange.‐ Frederik duvidava muito que as palavras do marquês sobre Orange fossem verdade, um Orange não era alguém calmo.– Qual será o nome dele?

  – Ainda não escolhemos papai. Estavamos pensando em William...

  – Ou Henry.- Essa batalha Frederik não iria perder, era uma questão de honra familiar.

  – Mas ele não pode ficar sem nome Anne.- A marquesa parecia ter algo em mente falando assim.– Ele deve te um nome belo e com muito significado.

  – Sua mãe está certa Anne. Talvez... Alfred, lembrando o grande rei da Inglaterra.- Anne não falou nada em resposta, ela estava sorrindo e parecia a contra gosto concordar, mas Frederik não iria permitir isso, era o filho deles, não dos marqueses.– Vocês concordam?

Não foi uma pergunta, parecia mas não era, na verdade era uma afirmação. Frederik não pode contestar e no final Frederik e Anne perderam, seu filho não seria nem Henry nem William, mas Alfred, um nome não muito comum.


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