A Mais Vitoriosa escrita por Landgraf Hulse


Capítulo 25
Capítulo XXIV.




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Prima Anne eu nada vou dizer em relação a guerra de minha aliada França com a Grã-Bretanha. Saiba que meu inimigo é a Prússia, e vou fazer meu melhor para não fazer nada contra a sua nação, peço que entenda a situação. E peço também perdão se nossa reação está lhe trazendo problemas, mas a Inglaterra não me deu a ajuda que eu queria, então isso aconteceu. Não vou mudar meus planos apenas porque eles estão trazendo problemas para uma minoria. 

Mas saiba que nossa relação irá continuar a mesma. E nada realmente irá lhe acontecer.

De sua prima 

Maria Theresa.

 

 

Anne estava praticamente sem aliados, sem proteção e a beira de uma catástrofe. Mas a catástrofe não chegou realmente em 1756. Aquele ano foi um treino para o que viria.

O conselho do conde de Carlisle foi que Anne não deveria se preocupar, o rei estava certo. A guerra não era diretamente contra a Áustria, então Anne estava segura, e poderia levar sua vida normal como uma austrófila.

Mas ele também concordou que ações deveriam ser tomadas caso o pior acontecesse. Anne precisava de novos aliados, já que Newcastle mesmo não desejando, deveria apoiar a guerra, e o novo duque de Devonshire também apoiava a guerra, e tudo também piorou quando ele mesmo se tornou primeiro-ministro.

Depois dessa conversa com o conde, a única mudança para Anne foi convidar Isabella Howard, a condessa de Carlisle para ser sua nova Primeira Dama da Marquesa. E o resto do ano seguiu normalmente. O resto do verão e o outono foi passado no Castelo de Ocenia; o inverno em Amelian House; e a temporada em Hampton Court. Mas no final da temporada aconteceu realmente o que Anne mais tinham medo.

Não foi exatamente do modo como foi imaginado, mas tecnicamente aconteceu.

No início de junho a França invadiu o Eleitorado de Hanover, o domínio do Rei George II no Santo Império, e junto dos franceses, também haviam soldados austríacos.

No começo a atenção de tudo não se voltou para Anne. Toda a Grã-Bretanha parecia raivosa demais para prestar atenção em Anne. Mas quando os franceses capturaram Hanover e Hanover teve que assinar um humilhante tratado saindo da guerra, todas as atenções agora sim se voltaram contra Anne.

O que leveva a todos a esse momento específico, quando uma multidão raivosa se dirigiu aos portões de Hampton Court gritando "para a Torre austriaca", fazendo com que Anne chamasse imediatamente o conde de Carlisle e os aliados que ele arranjou.

  – Lord James! Mande colocar mais homens na entrada do palácio, diga a Lady Hartford que não deixe as crianças saírem para os jardins e principalmente não deixe Amélia chegar perto de janelas.

  – Certo, Alteza. É uma graça que os apartamentos de Bristol são na parte barroca do palácio.- Certamente era sim. Mas se alguém entrasse, estilo barroco nenhum iria empedir de acontecer uma carnificina.

  – Alteza, a marquesa está lhe chamando. Lord Carlisle chegou.- Lady Beaumont, a que nunca iria sair da casa da marquesa, chegou a Frederik com as novas notícias.

Era surpreendente que Anne desejasse Frederik com ela nessa reunião. Geralmente Frederik era excluído e quando não, era simplesmente ignorado. Era irritante, e estava aumentando com o passar dos anos, mas nada poderia ser feito pacificamente.

Quando Frederik entrou na sala de visitas, Lord Carlisle já havia chegado, e com ele estava Robert Montagu, o 3° duque de Manchester. Ele era o poderoso aliado que o conde havia conseguido. E a reunião iniciou.

  – Sua Alteza, nós acreditamos que a senhora não precisa se preocupar ao excesso. Cremos que tudo está sob controle.

  – Lord Carlisle, uma multidão está no lado de fora exigindo que eu seja pressa e levada a torre.- Anne estava esquecendo que eles também estavam muito raivosos.

  – Minha senhora, o povo britânico deseja alguém para culpar e a senhora parece ser a...

  – Carlisle diga logo a ela que estão pedindo que ela seja julgada.- E pela primeira vez o duque de Manchester falava.– Minha senhora, a verdade é que a situação não está boa. A senhora está em perigo, em uma situação frágil e sem aliados.

  – Julgada. Não podem me julgar! Sou uma príncesa! Neta, bisneta, e assim por diante, de imperadores e reis. Não se julga a realeza.- A simples ideia de ser julgada era horrível, e Frederik poderia concordar com Anne.

  – Charles I também pensava assim, e todos sabemos o que aconteceu com ele.

O silêncio se tornou absoluto depois do comentário do duque. O conde parecia horrorizado por suas palavras, assim como Anne que por reflexo colocou sua mão no pescoço.

  – Senhores por favor sejamos honestos. A marquesa é uma príncesa consorte, não se manda uma príncesa a julgamento. Devemos nos apegar a essa esperança.- Frederik estava fazendo seu melhor para ajudar. Principalmente levando em consideração as últimas palavras do duque.

  – O príncipe está certo ,minha senhora. Há muita pouca possibilidade se isso acontecer.- Frederik finalmente foi ouvido, um milagre!– Mas também é necessário que minha senhora também tente ganhar mais aliados e se preparar caso o pior acontecer.

  – Lord Carlisle, isso já não é o pior? Já não era amada pelos britânicos, e agora eles também me desejam no cadafalso. Não sei como isso pode ficar pior.

  – Minha senhora, o pior seria realmente ir... ao cadafalso.

Silêncio, foi isso que se seguiu. Anne parecia horrivelmente ansiosa. No momento o que realmente Frederik queria fazer era a abraçar e dizer que nada iria acontecer. Mas todos realmente sabiam que isso não aconteceria.

  – Frederik poderia nos deixar a sós.- Estranhamente isso não era uma surpresa.– Eu falo com você depois.

Não deveria Anne, fazer promessas que não iria cumprir. Depois Anne não explicou realmente o que ela falou com o dois lords. Assim como ela também não explicou o que ela conversou nos próximos quatro meses com os dois, e com acréscimos, agora as reuniões eram com o duque de St. Albans, e recentemente com um tal Sr. Henry Gray.

E Frederik continuava no escuro, as explicações de Anne eram na verdade algumas pequenas partes vagas. E isso estava realmente irritanto Frederik, era cansativo, frustrante e desanimador desejar ajudar, querer proteger sua esposa, mas ela esconder o que ele precisava saber, ela se recusar a receber ajuda. Se fosse o contrário, ela também iria desejar saber.

Por fim, Frederik finalmente soube que Anne realmente seria investigada por traição, mas foi apenas isso e só isso.

E nesse momento Frederik se cansou do escuro. Ninguém nunca era simplesmente investigado por traição, talvez na verdade isso acontecesse. Mas Frederik tinha conhecimento o suficiente para saber que alguém como Anne, uma dama importante, uma príncesa, não seria simplesmente acusada de traição por um simples tribunal.

E nesse momento Frederik decidiu pedir ajuda a única pessoa que sabia de algo na casa da marquesa, e poderia dizer a Frederik.

  – Lady Carlisle, que alegria. E está sozinha que coisa rara.

  – Certamente, Sua Alteza. Minhas amigas me deixaram, todas tinham coisas a fazer. Mas eu não estou mais sozinha, agora eu tenho o senhor, e a sua companhia supera muito a de meras viscondessas e baronesas– Havia apenas um problema na ajuda de Frederik, Lady Carlisle era uma mulher muito... alegre.

  – Posso dizer o mesmo milady. Mas na verdade, é de meu desejo saber o que seu marido, Lord Carlisle e seus companheiros falam tanto com minha esposa.- O sorriso da condessa morreu com isso, e foi substituído por uma cara de preocupação.– Desejo saber de tudo o que se fala naquele sala.

  – Meu senhor, não é meu dever fazer isso. Creio que se o meu senhor pedir a marquesa...

  – Lady Carlisle, eu ordeno que me diga, agora!

Novamente o rosto da condessa mudou, agora novamente para um sorriso.

  – Ora, ora. O príncipe sabe se impor também.– Isso foi terrivelmente desrespeitoso da parte dela. Alguém deveria lembrar a Lady Carlisle o seu lugar.– Mas se o meu senhor insiste, vou falar, tudo.

E Lady Carlisle realmente falou tudo. Toda a situação agora estava clara mente de Frederik. E embora isso poderia se dizer ser algo bom, em Frederik havia apenas raiva e desgosto, o que Anne escondeu não era algo bom. E agora Frederik queria uma justificativa.

                       *****

Nada estava sendo fácil para Anne, ela se sentia cansada, sozinha e a beira de um grande precipício de tristeza. Era muito impressionante como todas as coisas poderiam se tornar horríveis de uma hora para a outra.

Mas ações sempre deveriam ser feitas quando a situação mudava, e Anne teve que tomar elas. E quando o ódio nacional se virou contra Anne, seu dever era encontrar uma solução para esse problema.

Para falar a verdade, geralmente o ódio nacional era esquecido e logo passava, mas naquele situação não era possível, estavam culpando Anne pela má situação do país na guerra, e estavam pedindo uma punição.

Depois que Hanover foi capturado pela França, estava muito bem visível que isso foi um fogo que iria destruir Anne, e os Tudor-Habsburg junto. E Anne foi avisada disso, assim como lhe foi aconselhado que procurasse ajuda.

Era uma situação desesperadora, em que Anne quase não tinha ninguém. Até mesmo Frederik estava se afastando, mas Anne tinha conhecimento o suficiente para pensar que isso era sua própria culpa. Mas não havia nada a fazer a não ser fazer o que foi aconselhado.

Nos últimos meses Anne fez seu melhor para se preparar para o que viria. Assim como escolheu os que iriam se tornar seus aliados, nobres importantes, que realmente tinham poder. Mas apesar de tudo, Anne realmente tinha esperanças que nada iria acontecer. Mas não foi assim.

  – Como ele pôde fazer isso? Como os lords puderam concordar com isso? Eu sou da realeza!

  – Minha senhora, a Casa dos Lords faz parte do parlamento, uma instituição democrática que não é controlada pela realeza.- Durante muitos séculos o parlamento foi sim controlado pela realeza.– Minha senhora também sabe que o duque de St. Martin a odeia e não irá deixar passar uma única chance para mostrar isso.

  – Mas o parlamento aceitou essa acusação. Serei então investigada, e quando alguém é investigado tudo o pode condenar.- Principalmente as cartas de Anne a Maria Theresa.

  – O parlamento aceitou porque precisa de alguém para culpar pela má situação. E uma mulher, a "mais influente" do país, é a pessoa perfeita.- Anne já havia percebido isso antes.

  – Manchester está certo senhora, mas já pensamos em tudo. A senhora ,como uma marquesa e como príncesa, tem o direito de ser julgado por uma comissão, e poder escolher por quem será julgada. E usaremos esses seus diretos.

Os dois logo explicaram a Anne que eles levariam aos lords uma pedido de Anne para ser julgada pela Casa dos Lords, como deveria acontecer.

Anne estava disposta a aceitar, parecia realmente a melhor opção. Principalmente a parte em que disseram também que iriam pedir que as investigações fossem canceladas. Mas fácil era planejar. Difícil era colocar em prática, e também conseguir.

Nesse meio tempo Anne conseguiu também mais notícias sobre como seria isso. Assim como também a horrivel perspectiva do que aconteceria caso Anne fosse declarada culpada por traição.

E o pior era o fato de isso parecer estar bem perto de acontecer. Um fato que Anne teve conhecimento com o novo aliado de Lord Carlisle.

  – O que você quer dizer realmente com isso, Sr. Henry Gray?

  – Eu irei repetir, minha senhora. A senhora, agindo como está, tem poucas chances de ganhar.

  – E o que eu deveria fazer então?

 – Agir com o uma inglesa. A senhora é praticamente uma austriaca e isso não está a favorecendo.

O resto da reunião Anne permaneceu calada, o máximo que poderia. Como esse homem poderia dizer isso? Anne não era uma inglesa comum, era da realeza, uma príncesa consorte do Santo Império, ela não poderia agir como a filha de um fazendeiro.

Para ser gentil, Anne disse apenas que iria considerar as palavras de Henry Gray, em troca ele, como um parlamentar na Câmara dos Comuns, iria fazer Lobby em favor de Anne. Mas isso não significava realmente que Anne iria pensar.

  – Meu dia está sendo terrível Lady Richmond. Odeio esses parlamentares comuns que acham que nós podemos fazer tudo que desejamos.

  – Certamente senhora. A nobreza, a realeza também, é muito limitada, tudo fazemos para nosso bem e para o bem de nossa linhagem.- Exatamente o que Anne estava tentando fazer.– Minha senhora, está ouvindo isso?

No lado de fora parecia ter se iniciado uma pequena comoção, talvez uma briga. No começo Anne imaginou que seria algo envolvendo os criados. Mas logo ela ouviu seu nome ser gritado. E só havia uma pessoa viva no mundo que poderia mostrar tamanha raiva para com Anne.

  – Lady Beaumont, poderia abrir a porta e deixar o príncipe entrar.- Lady Beaumont devagar e ao que parecia com medo, abriu a porta. E realmente era Frederik, que não estava com o melhor dos humores, e quando seus olhos encontraram os de Anne, ficaram terrivelmente irados.

  – Miladys, nos deixem sozinhos.- Suas damas prontamente obedeceram o príncipe e sairiam.

  – O que está lhe irritanto Frederik? Espero que não seja uma nova...

  – Anne, eu quero que você fique calada e que apenas fale quando eu mandar.- Não seria então uma discussão normal.– Eu sei o que você me esconde.

  – O que você quer dizer com...

 – Sei sobre seu julgamento, sobre os lords, suas acusações, sei o que vai acontecer se você perder.- Não havia agora nada a dizer. Mas quem revelou tudo?– Exílio Anne! Nós seremos exilados, suas terras, sua fortuna, tudo será confiscado! E você não me falou nada! Me escondeu isso, escondeu que nossos filhos iriam ficar conhecidos no continente como os filhos da traidora. Como você pôde Anne?!

Agora sim era uma pergunta, uma que Anne não tinha uma resposta, não uma que a ajudasse.

  – Eu não queria estressar você. Há tantos problemas em suas costas, Niedersieg, e você ainda teve que...

 – Não queria me estressar? Você realmente não fez isso Anne. No lugar você me deixou sem saber nada, no lugar me deixou com raiva. Você acha que isso é melhor?!

  – Não deve ser. Mas se lembre que esse é um assunto que envolve apenas minha família, os Tudor-Habsburg.

  – Somos casados Anne, eu sou sua família. Eu tenho a obrigação de lhe proteger, de lhe defender, eu sou o seu confidente. Como eu iria fazer isso sem saber de nada?!

  – Eu não pedi por isso, Frederik! Não pedi a sua ajuda e sua proteção!

Anne logo percebeu que suas últimas palavras foram as piores, o rosto de Frederik passou rapidamente de raivoso, para um quase que triste.

  – Mamãe estava certa sobre você. Uma mulher fria, egoísta e orgulhosa, é isso que você é.- Como aquela mulher desagradável poderia dizer isso?– As vezes eu me pergunto se teria sido melhor nunca termos casado.

Essas foram as palavras de Frederik que mais machucaram Anne, elas, todas elas, tocaram onde não deveriam. Anne sabia que poderia estar sendo sim, fria, egoísta e orgulhosa, mas não havia como não ser?

  – Poderia eu dizer o mesmo, talvez tivesse sido melhor.‐ Frederik em resposta apenas se virou e saiu da sala.– Para onde você vai Frederik?

  – Sair, minha senhora.- Isso certamente não era resposta o suficiente.– Espero que enquanto isso, minha senhora se alegre sem minha presença, sem minha desnecessária.

Agora Anne estava sozinha, em todos os sentidos. Sem aliados, isolada dos amigos e parentes e agora, sem marido. Anne conseguiu afastar seu marido, e ela tinha conhecimento que isso era sua culpa.


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