A Mais Vitoriosa escrita por Landgraf Hulse


Capítulo 2
Capítulo I.




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01|07|1740 Palácio de Hampton Court 

— Essas são as pedras mais belas que já tive a oportunidade de ver.‐ A marquesa Catherine parecia realmente estar impressionada com os diamantes laranjas. Eram belos, grandes, e caros. Mas Anne poderia dizer que ela tinha melhores.

Anne as vezes se perguntava como sua mãe conseguia sempre mostrar bondade e gentileza com todos, era uma tarefa muito difícil, uma que Anne tinha problemas em cumprir.

  – E o que minha príncesa achou dos diamantes?- O enviado holandês não parecia muito convencido, Anne não o ocuparia, o modo como sua mãe falou foi duvidoso. Era o momento de Anne ser a príncesa bondosa e gentil.

  – Eu devo concordar com mamãe que são impressionantes, são lindos diamantes laranjas.- Isso era uma verdade, Anne nunca tinha visto diamantes dessa cor, embora fossem muito comuns.– Acho que vou usar quando ele chegar. O senhor acha que meu marido vai gostar?

Falar isso ainda era muito estranho para Anne. Embora ela já estivesse aceitado que logo iria se casar, se lembrar disso ainda era estranho e a fazia ficar sem sono.

  – Meu príncipe Frederik irá gostar muito. Tanto da senhora como do que esteja vestindo. - Anne realmente tinha suas dúvidas, ela iria se casar com um príncipe e soldado, ele claramente teria um gosto muito específico.

  – O senhor está sendo gentil. Muitos acham que minha irmã seguinte, Catherine, é a mais bela das três, e a preferem. Só espero que isso não aconteça com meu Frederik.‐ Essa não era a principal insegurança de Anne, mas seria declarada essa no momento. Embora pelo canto do olho ela pode ver sua mãe fazer a expressão que sempre fazia quando via alguém escondendo algo.– Mas vamos mudar de assunto por favor. Como é o príncipe? Ele é bonito?

  – Ele não é considerado feio. Mas ele tem muitas qualidades boas e...- O que se seguiu foi o enviado falar de todas as coisas que Anne já sabia.

O príncipe Frederik de Orange-Nassau um príncipe de Orange, era o único filho homem de sete meninas, do príncipe Hendrik de Orange-Nassau, isso o fazia ser neto de Hendrik Casimir II, príncipe de Nassau-Dietz, sobrinho de Willem Friso, o príncipe de Orange, e primo de Willem IV, príncipe de Orange. Segundo todos ele era o par perfeito para Anne

O enviado também disse as muitas companhas militares que seu príncipe já tinha acompanhado desde seus quinze anos. Primeiro como um ajudante de seu pai, depois como de seu primo, e por fim com seus próprios méritos, e antes do vinte anos ele já era General de infantaria. Não que isso importasse muito.

Isso claramente poderia impressionar muitas moças, e a própria marquesa Catherine parecia estar interessada, mas não Anne. Anne nunca gostou de guerras, ou coisas envolvidas, era desnecessário. Mas ela iria se casar com um soldado, ela deveria então se acostumar. Anne só esperava que ele não enviasse seus filhos para ser soldados também.

Mas as elogios enviado continuaram por muito tempo, até o momento em que ele se lembou que teria logo um compromisso com o príncipe de Gales, então a horrível torturar acabou.

  – Pensei que ele nunca iria acabar de dizer como meu futuro marido é o melhor que eu poderia merecer.‐ Anne estava sempre ouvindo isso, tanto que logo iria pensar o mesmo. Mas sua mãe ainda continuava muito calada, a olhando como se pudesse ver tudo.– Há algum problema mamãe?

  – O que você falou mais cedo me chamou bastante atenção. Você disse que deseja que o príncipe goste de você. Por que esse desejo?- Era horrível como sua mãe lia as pessoas, Anne as vezes se perguntava se seu pai não se incomodava com isso as vezes.

  – Eu não quero se trágica ou triste. Meu desejo é que meu marido goste de mim, eu não me importo se ele tiver amantes. Mas ele não deve me abandonar ou me fazer triste. Não quero ser como vovó, ou tia Maria Josepha, nem mesmo Lady Everton.

  – Minha querida Anne, não se preocupe. Você vai encantar ele. Além do mais se ele é como se diz, ele vai ser completamente leal a você. Quanto ao bom casamento, você tem exemplos bons para seguir.- Anne poderia concordar, seus pais tinham um dos melhores casamentos que ela conhecia. Seria então um bom exemplo.– O que me preocupa é você ter que ir para a Holanda, ouvi dizer que a príncesa Hendrik é uma mulher bastante controladora, fria até.

Anne sabia que poderia suportar isso, ela poderia suportar tudo. Mas embora Anne pudesse dizer que estava bastante ansiosa para ver uma parte do continente, e conhecer um novo povo, uma nova cultura, ela teria que admitir que estava receosa.

Ela nunca deixou seus país, sua Inglaterra. Fazer isso agora parecia ser muito. Mas Anne sabia que a ela caberia isso, era uma de suas obrigações.

  – Eu ficarei bem, se lembre mamãe que ainda não me casei, e vamos viajar para Norfolk por uma semana antes de navegamos para Haia.

  – Eu sei que ainda falta muito. Mas nesses momentos eu me lembro de você quando era um bebê pequeno em meus braços, e eu dizia para seu pai que você era minha príncesa, e apenas minha, agora não é mais assim. Você será dele, e um dia vai pertencer ao título.

O casamento de um filho nunca era algo fácil, era difícil para ambas as partes. Ao contrário das amigas de Anne que diziam que só pareciam amadas nesse momento, Anne sempre se sentiu muito amada.

  – Mamãe, princesa Frederik, a modista chegou.‐ Anne não pode mais falar com Catherine com a chegada de sua irmã seguinte, Catherine, que como sempre falou algo para a irritar.– Lindas são essas joias. Será que eles gastaram muito?

  – Não venha mostrar a sua ironia. Saiba que essas joias foram usadas por muitas príncesas importantes. Foi um presente de Orange-Nassau.- Catherine em resposta apenas deu um pequeno sorriso de escárnio. Era impressionante como ela poderia irritar Anne.

Mas a marquesa não estava com vontade de ouvir:

  – Vamos logo, não temos tempo a perder.- Logo a marquesa interrompeu essa possível discussão e as levou logo embora, era melhor acabar assim.– Não entendo o motivo de vocês sempre fazerem isso. 

                   ▪︎==============================▪︎

Quinze dias depois Anne estava horrivelmente ansiosa. O dia tinha chegado, o dia em que ela veria seu marido e se casaria tinha finamente chegado. E Anne não sabia o que pensar sobre esse dia.

Era com toda a certeza o dia mais importante da vida Anne, isso ela sempre soube, desde que se entendia por pessoa. Mas esse dia não seria como ela tinha imaginado ou sonhado. Sempre que o imaginava, Anne se via atravessando o canal, até mesmo o continente, indo ao encontro de seu marido. Mas isso não era de forma alguma o que estava acontecendo.

Ele que iria atravessar o canal e ir ao encontro de Anne, era ela que estaria esperando por ele. E tudo isso fazia Anne refletir sobre a sua vida e como ela era incerta e diferente.

Desde seu primeiro dia, Anne estava cercada por incertezas. Primeiro foi o seu nome, que seus pais não sabiam qual seria. Eles pensaram em Mary, em homenagem a sua avó paterna, mas era um nome muito simples, pensaram em Josepha, também em homenagem ao sua avó paterna e ao seu avô materno, mas era muito austriaco. O Anne foi escolhido no mesmo dia de seu batismo, e era uma homenagem a sua avó, bisavó e suas quatro tataravós, todas eram Anne ou Anna.

E o resto de sua vida, até mesmo seu lugar no mundo, foi como em seu nascimento: uma incerteza, uma incógnita.
Até mesmo seu casamento tinha incerteza, Anne se perguntava se ele iria gostar dela, se ela iria gostar dele. Ele era alto? Bonito? Inteligente? Será que ele a iria achar muito alta? Todos diziam que ela era alta, Anne tinha 1,70, quatro a mais que sua mãe e oito a menos que seu pai.

Ele a iria achar desejável? Anne não era muito magra, embora não fosse gorda, mas ela era considerada bonita, embora não tanto quanto Catherine ou sua mãe. E havia seu cabelo, ele era loiro alaranjado, não o prefeito loiro de sua mãe e de Catherine.

Mas Anne deveria se esquecer disso no momento. Ela logo iria se casar, então esse deveria ser seu foco de pensamentos, não se ele iria gostar dela, depois do sim nada disso iria importar mesmo.

  – Minha príncesa, quais joias a senhora vai usar?- A pergunta de sua dama de companhia, e uma das melhores amigas, Blanche Quenberry, fez Anne se lembrar de seu foco.

  – As laranjas.- Anne já tinha ouvido e visto muito essa cor, depois desse dia ela iria demorar muito a voltar a usar essa laranja.

  – Na verdade sua alteza irá usar as safiras. Só coloque nela o colar de Orange, está certo Blanche?- Como sempre a marquesa havia enviado Lady Quenberry para dizer a Anne que joias usar.

  – Eu agradeço Lady Quenberry por me corrigir em meu erro, não seria meu desejo parecer uma laranja para meu futuro marido.

  – Minha príncesa não errou, apenas se confundiu. O príncipe Frederik é um Orange-Nassau, e as cores podem fazer uma confusão.- Anne poderia concordar. A cor laranja estava sendo muito usada nesse casamento. Mas Anne deveria agradecer a Deus por usar um vestido laranja apenas agora, e no casamento um azul, se fosse o contraria ela iria parecer realmente uma laranja, ela nem mesmo gostava de laranjas.

 – Minha príncesa já estou acabando. Só mais um pouco de ruje e a senhora vai ficar bela como uma príncesa.- Blanche era realmente uma amor, Anne gostava muito da companhia dela, era uma pena que ela teria que ser dispensada. Caro que ela teria uma boa recompensa no final, mas Anne iria sentir saudades.– Está pronto.

  – Minha príncesa está...

 – Minha rosa está muito bela.- O marquês assustou a todas as damas ao entrar nos aposentos de Anne.– Lady Quenberry, Srta. Quenberry poderiam sair?

Com mais uma mesura, as duas saíram junto com as criadas que estavam para ajudar. Logo Anne ficou sozinha com seu pai.

  – Papai, acho que o senhor queria dizer: minha laranja está muito bela. Já que eu sou uma laranja agora.

  – Para mim você sempre será uma rosa Anne. Não importa qual cor você esteja usando ou com quem você esteja se casando.- Anne então chegou mais perto de William e o abraçou, era bom ter seu pai sempre com ela.– Eu e sua mãe sempre estamos falando isso. Mas você cresceu tanto. Logo minha rosa irá ser tirada da roseira, e com sua laranja vai formar um novo jardim.

  – Acho que você quer dizer que vamos fazer uma nova laranjeira.

  – Acho que não comentei, mas o contrato de casamento diz que seus filhos continuarão a ser Tudor-Habsburg, se assim desejarem.- Isso já era esperado, a família Tudor-Habsburg não poderia morrer, de forma alguma.– Mas você parece abatida, está se sentindo mal? Ou é sobre seu marido?

  – Eu apenas estou pensando como será minha vida. Não sei se seremos felizes, se vamos ser amigos, e há também varias outras incertezas. Você sabe como é se sentir assim papai?

Mas que coisa boba dela, ficar falando com seu pai desses assuntos. Mas seu pai não parecia irritado, ele sorriu na verdade, embora fosse um sorriso de pena.

  – Não exatamente, eu literalmente vi a sua mãe nascer, eu cresci com ela, então quando nos casamos já eramos bons amigos. Mas sei como é sentir a incerteza, como é sentir que tudo pode acabar a qualquer momento.- Anne tinha certeza que seu pai realmente sabia.

  – E o que ajuda você papai?- Em resposta William sorriu, agora sem pena.

  – Eu me lembro que tudo posso falar para as pessoas que eu confio, eu sei que tenho o apoio de pessoas importante para mim. Você também tem Anne, você tem a mim, tem sua mãe, suas irmãs e talvez terá seu marido. Não pense que você será uma derrota.- Isso foi bom Anne tentaria fazer isso, ser positiva e confiar em quem é de confiança.– Vamos agora descer e ir para o porto, o dia hoje parece tão brilhante.

Anne apenas assentiu e seguiu seu pai. Quando desceram sua mãe e irmãs já estavam esperando. A marquesa abraçou e beijou Anne, e Catherine e Alice apenas sorriram para Anne, elas não iriam perder muito.

A viagem para o Porto de Londres foi longa, mas para Anne pareceu passar como um sopro. E logo os Bristol chegaram e foram conduzidos ao pavilhão com vista para o Tâmisa onde o navio do príncipe já poderia ser visto. Anne vendo o navio apenas respirou e se acalmou. Ela deveria esquecer o pequeno pensamento de que sua vida não seria nada fácil a partir desse momento.


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