A Música Que Nos Une escrita por Aline Lupin


Capítulo 19
Capítulo 18


Notas iniciais do capítulo

Oie gente, tudo bem?
Não percebi que não havia atualizado essa fic há um tempão rrsrssrs Ela já está concluída no Spirit e só falta concluir aqui.
Logo mais posto o restante dos capítulos.



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Anne precisou dormir separado de Henry aquela noite. Não seria de bom tom fazer isso sobre o teto do cunhado, não enquanto não fossem casados. Ela só ficava mortificada em deixar Erik aos cuidados de Nancy e acabou tomando para si a tarefa. E menino parecia somente ouvir a ela e mais ninguém.

— Erik, precisa conversar com seus primos – insistiu Anne.

— Não quero – ele disse, irritado – Eles...não...são...me..us...pri...mos!

— Erik, por favor. Faça isso por mim – ela pediu.

Ele a fitou com irritação e partiu para o jardim. Estavam Jonathan e Louis do lado de fora. Jonathan mancava com uma bengala, pois havia caído do cavalo há dois anos. Ele tinha uma aparência frágil e doce, com cabelos loiros e olhos verdes como os da mãe. Louis já era um rapaz alto, por volta de dez anos e com cabelos escuros e olhos azuis. Ele seria um rapaz bonito quando crescesse e iria partir muitos corações, Anne pensou. Ela fitou Erik interagir com as crianças e ele falava pausadamente. Louis fez piada, ao contrário de Jonathan, que era simpático e plácido.

Ela queria intervir e deu um passo à frente, mas alguém a segurou pelo ombro.

— Se não o deixar lutar suas próprias batalhas, ele não terá respeito nunca – disse Bedford, ao lado dela.

— Milorde – ela disse, fazendo uma reverência.

— Nada de milorde. Só Jasper – ele insistiu, com um sorriso irresistível – Diga-me, Anne, gostou da minha mansão mal-assombrada?

Anne riu.

— Gostei muito. Janet foi muito atenciosa ontem ao me mostrar – ela disse – E de noite, achei ter escutado o som de correntes no piso. Tinha prisioneiros aqui?

Bedford gargalhou.

— Não que eu saiba, Anne. Tem uma imaginação fértil – ele zombou, com um sorriso nos lábios – Eu diria que há alguns fantasmas, mas são parentes que morreram envenenados.

— É como as tramas de Shakespeare? – ela disse, com um tom brincalhão. Ele assentiu – Gosta de teatro, senhor?

— Eu gosto. Foi assim que conheci minha bela esposa – ele respondeu, com um olhar apaixonado – Eu diria que o teatro e a ópera têm sua culpa. Mas, Janet fez o maior trabalho de roubar meu coração quando vi seus olhos. E seu gênio. Ela colocaria qualquer homem para correr. Mas, eu estava disposto a ganhá-la e fazê-la minha esposa.

— É muito bonito seu amor por ela – Anne elogiou.

— Ela é tudo que tenho, Anne. É meu mundo.

Eles ficaram olhando os meninos brincarem e se afastarem para perto de uma arvore. Erik subiu, acompanhado de Louis. No início, os dois se estranharam e trocaram insultos, que Anne tentou corrigir. Jasper apenas ficou de lado e corrigindo seu filho quando necessário. Depois disso, as crianças pareciam bem. E Erik parecia querer proteger Jonathan. O que era comovente.

— Você, senhorita, parece uma mamãe galinha, cuidando do seu filhotinho – Jasper zombou.

Anne gargalhou.

— Eu sei. Mas, é que Erik...

— Eu sei de tudo isso. Um menino selvagem, que nada tem de selvagem. É só um garoto órfão que precisava ser resgatado. E você e Henry fizeram isso. É admirável.

Anne engoliu seco. Ela amava Erik. Era seu filho que não teve.

— Ele é tudo para mim, senhor. É importante.

— Eu sei. Eu me sinto assim em relação aos meus filhos, a Janet. São minha família, queremos protegê-los com unhas e dentes.

— Exato.

— Só precisa deixá-los voar, Anne, quando for a hora. Se não, nunca serão autossuficientes. Ensine isso e tudo ficara bem.

Anne assentiu, sentindo que gostava muito de Jasper. Um barulho os interrompeu. Era Henry.

— O que estão cochichando aqui fora, nesse frio? – ele perguntou. Beijou a testa de Anne e colocou o braço no ombro do irmão – Ah, agora vejo. Eles estão indo bem?

— Muito melhor do que eu esperava. Acho que estava esperando uma luta sangrenta, com chutos e socos – Jasper zombou, fazendo Henry gargalhar – Mas, Erik é muito civilizado e meus filhos ainda mais. Uma lastima – ele estalou a língua.

— Você senhor, é terrível – Anne disse.

— Eu sei – ele piscou.

— Posso roubar minha noiva, um instante, Jasper? – pediu Henry.

— É claro. Mas, sabe, o decoro...etecetera – o irmão disse, com um olhar maroto – Se divirtam.

Henry puxou Anne pela mão e os dois começaram a caminhar pelo campo.

— Para onde estamos indo - ela perguntou, quando viu a mansão se distanciar.

— Para o lago, Anne – ele disse, com um olhar intenso – Quero ter um tempo com você. Quero-a por alguns instantes. Eu sei que agora vão tentar nos separar, quando o casamento for anunciado. E ficarei louco por esperar tanto. Eu deveria me casar com você no verão, como você merece. Mas, aguenta esperar seis meses para isso?

Anne riu.

— Não precisamos, Henry – ela disse, com um sorriso – Podemos nos casar quando pudermos. Precisa correr o proclamas, não é mesmo?

— Sim, um mês para isso. Eu a levaria agora para Gretna, mas fui ameaçado por Janet. Aquela mulher cruel. Levou meu irmão com ela e eu tenho que me resignar a fazer tudo corretamente.

Anne riu com ele. Os dois caminharam mais um pouco. O frio era intenso agora, cortante suas faces. Mas, Anne estava feliz. Nunca teve tanto amor e carinho na vida. Sua família era distante. Sua mãe era amorosa, mas nem sempre estava presente, perto dela. Seu pai era rígido demais e suas irmãs estavam mais preocupadas consigo mesmas. E Anne se sentia tão só. Era bom ter a companhia de Henry. Ele era caloroso, amoroso e gentil.

Os dois chegaram ao lago e se sentaram na grama. Ele a abraçou pela cintura, beijando seus cabelos. E parecia que ia deitá-la na grama, mas ela o parou.

— Henry – ela disse.

— Sim? – ele a fitava com desejo.

— Precisamos conversar sobre mim. Antes de você me enlouquecer – ela brincou.

— Precisa ser agora? Deixe-me beijá-la, um pouco que seja – ele pediu, suplicante.

Anne hesitou. Queria contar, mas estava com medo. Talvez, se pudessem esquecer, seria melhor. Klyne não iria atormentá-la. Nunca mais se falaram.

— Muito bem, então, beije-me – ela permitiu.

E ele a beijou. Anne se esqueceu por um momento dos seus problemas, envolvida nos braços dele e sentiu a segurança que precisava. Ele era gentil e amoroso. Amou-a ali, com toda sua alma, externalizando seu desejo. E parecia avido em engravidá-la, pois não tinha o menor cuidado.

Quando estavam exaustos, já corretamente vestidos, se deitaram de costas, olhando para o céu.

— Está tentando fazer com que fique gravida mais rápido, Henry? – ela perguntou.

— Talvez – ele disse, em um tom brincalhão.

— Por que quer isso agora?

Ele se virou para ela, apoiando o cotovelo na grama, para apoiar a cabeça e vê-la melhor.

— Porque eu a amo. Quero uma família com você, Anne. E tenho medo de que escape de mim – ele confessou, olhando de lado para ela. Seu olhar era terno e ao mesmo tempo cheio de paixão – Não é honrado o que estou fazendo. Sou egoísta demais para vê-la partir.

— Você sabe que um filho não iria me prender a você, não sabe?

Ele mordeu os lábios, ficando vermelho.

— Eu sei que não. Mas, isso a faria reconsiderar. Faria pensar em nós dois. E eu teria mais um motivo para ficar bem perto de você.

Ela beijou seus lábios.

— Henry, seu homem tolo. Eu não vou embora. Por que está com tanto medo? – ela perguntou.

— Porque no começo você queria ir. Não queria me aceitar e eu rezei para que um filho fizesse você ficar.

— Henry, eu deveria ir mesmo. Eu disse a você que só trarei vergonha sua família.

— Não trará. Eu não me importo com a opinião dos outros. E eu nem sou o herdeiro. Então, pode dizer que não vai fugir? Que vai ficar comigo?

Ela assentiu. Iria ficar com ele, só temia que ele não a quisesse mais. Mas, pensaria nisso depois que estivessem casados.

— Sim, eu vou ficar, meu amor – ela respondeu.

— Isso é bom – ele sorriu, a deitando na grama de novo, ficando por cima dela, beijando seu pescoço – Eu achei que teria que seduzi-la.

— Não parece ruim – ela provocou.

— Então, eu vou me esforçar para fazê-la ficar em êxtase – ele sorriu amplamente.

Ela deixou que ele a tivesse consigo. Deixou-se levar pela sua paixão que queimava. Só esperava que isso nunca acabasse. Mas, como tudo que era bom em sua vida, teria um fim prematuro. 

 


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