“Os jornais dizem que é o dia do juízo final / O botão foi pressionado / Nós vamos explodir uns aos outros, garotos / Até o velho Satanás ficará impressionado” 

(Sarah Cothran – As World Caves In).

"Sass está na minha caixa de costura.”

Luka recebeu a mensagem de Marinette. Obviamente ele já sabia que ela era a Ladybug, porém, ela não sabia que ele sabia.

Então, ela estar lhe mandando a foto do seu Talismã só podia significar uma coisa. Ela estava em apuros. E dos grandes.

Ela estava tão enrascada que não conseguia ver nenhuma solução, só assim para ela revelar a sua (quase) tão secreta identidade.

Luka corria contra o tempo. O rapaz tinha certeza que o mundo corria perigo, por isso, apenas correu para fora de seu quarto, arrastando Alix junto e os dois montaram em sua bike e correram adoidados pelas ruelas de Paris em direção à casa dos Dupain-Cheng.

Alix fazia perguntas, assustada com sua urgência e com a loucura com que ele pilotava aquela bicicleta. Mas o garoto nada respondia, sua visão estava borrada e sua audição incapacitada. Seu único sentido era para frente, seu único pensamento era: chegar até a Caixa.

E foi assim que ele se viu invadindo a padaria, ainda montado na bicicleta, com uma ruiva gritando na garupa, assustando os ex-quase-sogros.

Luka só gritou um pedido de desculpas e uma explicação bem fraca antes de pegar a mão de Alix e subir até a casa dos Dupain-Cheng, indo direto até o quarto de Marinette.

Enquanto isso, Mari estava em apuros. Agora sem o seu Miraculous e com Adrien possuído pelo próprio pai. Não lhe restava esperança alguma. Mesmo assim, ela implorava para que Adrien fosse forte o suficiente para se libertar do akuma.

— Adrien me ajude!

Cada pedido que saia da boca dela parecia uma facada acertando diretamente o coração dele.

Ele não podia ajudar. Não podia se livrar do akuma. E, mesmo se pudesse, ele não tinha mais seu anel.

Invadindo o quarto da franco-chinesa, Luka gritou por Sass, que apareceu sem hesitação alguma junto com os outros Kwamis.

Sem demora, Luka mostrou a foto que Marinette havia lhe enviado. Sem entender o porquê de a Guardiã querer voltar no tempo, ele ouviu a explicação de Sass sobre voltar para o seu último Marco Temporal – o último ponto no tempo onde havia usado o seu poder.

Com isso, Luka e Alix entenderam que o Kwami da Cobra podia ser mais especial do que parecia. Se ele pudesse retroceder a todos os pontos onde havia sido usada a segunda chance, então isso significa que Sass era muito mais parecido com Fluff, o Kwami do Coelho, do que o que eles pensavam.

Mas, a diferença era que Fluff podia ir para qualquer momento, seja passado, presente ou futuro. Já Sass só podia visitar o passado e apenas em seus Marcos Temporais. Era como se ele atravessasse um rio (o tempo) e só pudesse pular de pedra em pedra (seus Marcos).

Porém, uma Kwami-discussão foi iniciada enquanto os pequenos seres milenares debatiam se isso era realmente a melhor coisa a se fazer ou se isso pioraria ainda mais as coisas.

Não demorou nem cinco segundos até que eles tivessem se dividindo em três grupos, alguns Kwamis acreditavam que o melhor a se fazer era deixar Sass voltar até o momento onde tudo começou a dar errado. Outros achavam que o melhor era trazer Bunnyx à tona. Mas uma parte deles também achava que nada disso daria certo, que o certo era procurar por Mestre Fu ou Mestre Su-Han – apesar de nenhum deles estar muito animado para ver o Guardião Celestial.

Tanto Adrien quanto Marinette arregalaram os olhos ao ouvirem Gabriel Agreste realizar o seu desejo:

— Quero um mundo onde almas gêmeas fiquem juntas e onde os Miraculous não as atrapalhem.

Ouvir o desejo do pai fez algo dentro de Adrien despertar. A akumatização se defez e ele começou a correr em direção a Marinettte enquanto a luz vermelha, que era Gabriel Agreste, se expandia.

Mesmo sabendo que não havia solução, mesmo sabendo que talvez não conseguisse alcança-la a tempo, Adrien correu.

Se o mundo fosse acabar, ele queria pelo menos segurar a mão dela pela última vez.

A luz ficou mais intensa, ele ainda estava tão longe dela.

Ignorando toda a dor, ela ficou de pé e esticou o braço, vendo o luz mortal a centímetros de seu amado.

Os olhos delas estavam rasos d’água. As lágrimas rolando por seu rosto.

Ambos sabiam que não havia mais solução.

— Eu vou te encontrar – Adrien prometeu, mesmo assim, antes da luz o engolir.

— Estarei esperando – Mari sussurou para si mesma e para o universo, antes de fechar os olhos ao ser atingida pela luz.

Luka e Alix tentavam gritar mais alto que os Kwamis, tentando chamar a atenção e faze-los entender a gravidade da situação e a completa falta de tempo para formar um plano melhor.

Em meio aquela confusão, um clarão se fez.

Era vermelho como fogo e parecia mais com uma supernova. Era como se o sol estivesse prestes a explodir.

Desesperados, os Kwamis fizeram algo impensado. Cada um usou o seu próprio poder sem nenhum portador.

Isso, somado ao fim do mundo que Hawk Moth estava causando, foi catastrófico.

Luka só teve tempo de pular encima de Alix para protegê-la quando um portal surgiu na frente deles, sugando a todos.

E o Mundo então acabou...