Amê Souer escrita por Crixscully


Capítulo 32
Capítulo 30 - Por Um Efêmero Momento




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Pont Des Arts

 

 

 

 

 

Alix estava em frente ao Liberty, tomando coragem.

Tinha que admitir para si mesma que sentia falta daquele guitarrista idiota.

Os dias que passaram juntos haviam sido ótimos. Havia se divertido muito implicando com ele. E, não podia deixar de admitir que ele era um cara legal, um bom amigo e...

Nada mais!, ela tentava se convencer.

Alix então lembrou do que Nathaniel tinha lhe dito e, juntando coragem, ela enfim decidiu ir falar com Luka.

E foi justamente quando estava chegado as margens do Rio Sena, que avistou Juleka e Rose na proa da embarcação. A ruiva sorriu e, decidida, se aproximou, dizendo:

— Permissão para entrar?

Juleka a olha com fingida desconfiança, mas logo um sorriso surge no seu rosto e ela fala:

— Sempre!

Enquanto Alix passa pela prancha, o singelo e tímido sorriso de Juleka é substituído por um sorriso malicioso, igual ao que seu irmão tinha no rosto sempre que queria aprontar algo.

Esse sorriso Alix conhecia muito bem.

— Antes que pergunte, ele está no quarto dele – Juleka diz, deixando Alix sem ação. – Pode descer, se quiser.

— Ah! Hã... Obrigada – Alix consegue murmurar antes de se apressar para descer as escadas, indo em direção ao quarto de Luka.

Enquanto isso, Rose e Juleka trocam um olhar de cumplicidade.

Já no andar de baixo, Alix hesita, bem na frente da porta do quarto de Luka. Ela pensou em bater, mas depois balançou a cabeça, espantando essa ideia antes de virar para sair dali.

Se ele não a tinha procurado era porque não queria falar com ela, então o melhor a se fazer era deixa-lo em paz.

Porém, antes que ela tivesse se virado por completo, ela ouviu a porta atrás de si se abrir.

Merda!, ela pensou, ficando paralisada.

— Vindo se desculpar, Kubdel? – ela ouviu Luka dizer e, mesmo sem se virar, ela podia imaginar o sorriso sarcástico adornando o lindo rosto dele.

Juntando todo o seu orgulho, ela se virou, de braços cruzados e com uma expressão debochada na face.

— Ora, e por que eu viria me desculpar, Couffaine? Sendo que EU não fiz nada de errado - ela retrucou entre dentes.

— Não fez? – ele arqueou uma sobrancelha, como se discordasse. Mas logo fez um gesto de descaso: - De qualquer forma eu não gosto de ficar brigado com você.

Ao dizer isso, ele estendeu a mão na direção dela e, gentilmente, segurou sua mão, num gesto de paz. Já ela sentiu um arrepiou lhe percorrer o corpo com a proximidade e o toque suave dele. Amolecida com o gesto, ela também admitiu:

— Também não gosto de brigar com você.

Tímida, ela desviou o olhar, antes de completar:

— Ok, me desculpe – sua desculpa saiu como um sussurrou, fazendo-o inclinar o rosto em direção ao dela.

— O que disse? – ele perguntou, brincalhão, fazendo-a bufar.

— Não seja idiota. Não foi apenas culpa minha – ela volta a cruzar os braços, afastando se dele.

Revirando os olhos com o estouro dela, ele sorriu e disse:

— Eu sei, eu sei. Admito que boa parte da culpa é minha e eu não deveria ter falado daquele jeito com você, me perdoe. Podemos simplesmente tentar esquecer essa discussão idiota sem sentido? Por favor?

Alix não parecia convencida, por isso Luka prosseguiu:

— Vamos lá, Kubdel. Nós temos um objetivo em comum, e acho que isso é mais importante do que meus sentimentos, que no momento estão mais embaralhados que uma sopa de letrinhas, e ... ele suspira resignado, antes de admitir:

— Você tem razão, talvez eu tenha deixado isto atrapalhar tudo – Luka termina, num tom arrependido.

Alix olhou em seus olhos e, como acontecia ultimamente, acabou se perdendo dentro daquela imensidão que eram aqueles olhos azuis cristalinos.

Aquelas malditas sensações que tentava sufocar voltaram com força total e ela teve o desejo de correr para casa, se esconder debaixo da cama e ficar o mais longe possível dele.

Porém, ao mesmo tempo, ela queria ficar ali e sentir tudo aquilo, se jogar naquele sentimento e chegar ao fundo dele e descobrir o que ele era de fato.

O pior é que, quanto mais ela o conhecia, mais difícil ficava ter que lidar com essas sensações. Mas era estranho não deveria ficar mais fácil? Já que o sentimento só cresce e se intensifica. E, ficava cada vez mais fácil, imaginar o seu rosto quando ela fechava os olhos.

Seu sorriso.

Seus lábios macios.

Seu cabelo bagunçado.

Ela se amaldiçoava por ter virado um poço de sensações sempre que pensava nele.

E na verdade, ultimamente ela não conseguia controlar o fato de que, sempre que fechava os olhos, era o rosto dele que ela imaginava. Era o cheiro dele que ela sentia. Era da companhia dele que ela precisava.

Mas, pelo lado bom, ela tinha que admitir que, pelo menos, ele era bonito de se olhar. E era um cara gentil, afinal.

Não devia ser tão ruim assim estar apaixonada por Luka Couffaine, não é mesmo?

Alix quase parou de respirar quando percebeu o rumo para onde os seus pensamentos haviam ido.

Apaixonada!?

Ela balançou a cabeça, afugentando essa ideia estapafúrdia.

Isso seria impossível. Ela não gostava de Luka tanto assim. Era só um leve crush que sumiria rapidamente.

É, pensar assim a consolou, com aqueles pensamentos em sua mente, Alix sorriu e Luka ficou se perguntando, o que no mundo estava em sua mente, ele sorriu atrevido dizendo:

— Oi? Terra chamando Alix... – ela o olha observa, curioso. - Para onde sua mente foi desta vez?

— Desculpe, eu realmente não queria fazer isso, sabe? - Alix sorriu timidamente desviando o olhar de Luka.

— Eu sei, está tudo bem - Luka riu suave enquanto tirava uma mecha de cabelo de seu rosto – Então eu aceito seu pedido de desculpas Kubdel! Podemos recomeçar? Quer um beijo de paz agora ou depois?

Alix adquiri um tom rosado e diz exasperada enquanto ela socava de brincadeira o braço de Luka.

— Você é um... – ela começa a dizer, mas o resto da frase morre em seus lábios quando ele encurta a distancia entre eles, ficando cara a cara com ela.

Os olhos dele pairam a poucos milímetros dela, a fazendo esquecer-se de como se fala e até de como se respira.

Havia milhares de tons de azul naquele olhar, como um mar infinito de estrelas.

Ela não conseguia desviar o olhar.

E foi encarando aquelas pupilas que ela notou quando esses mesmos olhos, involuntariamente, recairam sobre seus lábios.

— Sou um? – ele perguntou baixinho, sua respiração fazenfo cócegas no rosto dela.

Ele se aproximou mais um pouco, apenas dois centímetros o separavam agora. Ela fechou os olhos em expectativa, já quase sentindo os lábios dele roçando em sua pele.

Mas ele nunca chegou a realmente beija-la, já que o som do toque do celular de Luka os despertou do transe.

Ele se afastou de subito.

Ela reabriu os olhos, um pouco desnorteada.

Alix observa enquanto Luka lê o que quer que seja no seu celular. A expressão no rosto dele vai de oito a oitenta muito rápido. Seus olhos se arregalam em horror.

— O que foi? – ela pergunta.

— Ladybug precisa de nós – é só o que ele diz antes de se levantar e sair porta a fora.

Alix obviamente vai atrás. Seja lá qual for a situação dois portadores de Miraculous do Tempo são melhores do que um só.

Horas Antes:

— Senhor, precisamos conversar – Nathalie diz, ainda abalada com a descoberta que fez.

— Diga então, Natalie – Gabriel falou, impaciente.

— Precisa ser pessoalmente.

O tom na voz de Natalie fez Gabriel sentir que a algo estava muito errado.

— Me encontre no escritório em 2 horas.

— Obrigada Senhor.

Gabriel desligou a chamada tentando entender se o que ouvia na voz de Nathalie era medo ou cansaço.

Talvez ela quisesse pedir demissão. Se fosse isso, Gabriel jamais aceitaria. Ele tinha que convence-la do contrário.

Mansão Agreste

Escritório

Natalie estava sentido numa montanha russa de emoções que a muitos anos não experimentava, Adrien tinha se tornado especial para ela, quase como um filho e descobrir que ele era Cat Noir foi um baque imenso.

Estava entre o dever de lealdade para com o seu amado e mestre, sim ela não tinha mais como negar, ela tinha sentimentos por Gabriel, sentimentos que ela vinha reprimindo a algum tempo, era difícil ve-lo tão devotado a sua causa e não conseguindo enxergar o que estava a menos de dois passos dele, era difícil, mas ela tinha tomado uma decisão, iria falar tudo que estava preso.

Ela pega na maçaneta da porta e respira fundo dizendo a si mesmo

É isso. Coragem. Você consegue!

Ela entrou e o viu parado próximo ao quadro de Emily, toda a sua coragem e determinação foi por água abaixo quando ele a olhou sério, semblante carrancudo e num tom de arrogância e determinação:

— E então o que é tão importante que deveria ser pessoalmente!

— Então Senhor, é, eu...

Gabriel achou estranho o modo como Natalie estava agindo e disse num tom intimidador:

— Não enrole mais Natalie. Diga logo!

— É o Adrien Senhor – ela disse, como se essas palavras a estivesse engasgando.

— O que houve? Aconteceu algo com ele?

— Ele é o Cat Noir – sua voz quebrou ao dizer a última sentença. Ela engoliu em seco e esperou a reação dele.

Foi um simples levantar de sobrancelha, e um sorriso diabólico brotaram em seus lábios ela sabia que isto iria de mal a pior, por fim ele disse:

— Isto é maravilhoso.

Ele riu diabolicamente e saiu com um semblante de pura felicidade em direção ao quarto de Adrien.

Já Natalie ficou estática, se questionando se havia feito a coisa certa.

Adrien:

E finalmente chega o grande dia nosso primeiro encontro somente eu e a Marinette.

Não Ladybug e Cat Noir e sim Marinette e Adrien, só nós dois, sem amigos, sem inibições e se Kami ajudar sem akumas também.

Vai ser lindo, grandioso e inesquecível tenho certeza.

— Acho que agora sim temos pombinhos apaixonados – Plagg dizia, degustando mais um pedaço de queijo. – Viu? Eu estava certo todo esse tempo.

Adrien achava quase impossível tanto desdém, deboche e alto confiança caberem naquela criaturinha minúscula.

— Certo sobre o que Plagg? – Adrien perguntou, fingindo demência.

— Ora, sobre o quê! Sobre a sua amiga Marinette – Plagg disse, seu sorriso debochado estampava a face enquanto ele planava perto do rosto de Adrien.

Nossa pequena discussão é interrrompida por um dos robôs empregados que adentra ao meu quarto com uma mensagem do meu pai. Uma tela se acende no lugar onde devia estar o rosto do robô e a imagem de papai aparece ali dizendo:

— Me encontre em meu escritório agora, Adrien.

Minha animação murcha com a ordem.

Sigo o robô, torcendo para que o que quer que meu pai tenha a dizer seja rápido. Não quero me atrasar para encontrar Marinette.

Ao entrar no escritório, no vejo meu pai. Fico irritado por um instante, achando que ele está me fazendo de bobo. Mas, percebo tarde demais, que o robô está tocando no quadro de mamãe.

Me adianto para dete-lo achando que ele rasgara a pintura, mas não. O robô não está com nenhum defeito. Ele está fazendo exatamente o que foi programado para fazer.

Ele está apertado botões.

Um clique é ouvido.

Um alçapão sobre meus pés se abre.

Fico assustado enquanto o chão parece ceder, mas não estou caindo, apenas descendo por um elevador.

Há um jardim abaixo da mansão.

Lindo. Assustador.

E completamente coberto por borboletas brancas.

Há uma capsula bem no centro d o lugar.

É isso que meu pai quer me mostrar? Seria um presente de aniversário mega-hiper atrasado?

Caminho até lá.

A tampa da cápsula se abre, pelo vidro espesso eu vejo um corpo dormindo.

Um rosto familiar.

Minha mãe.

Eu gelo. Começo a tremer.

Sinto o ataque de pánico se aproximando.

Mamãe nunca esteve desaparecida?

Meus olhos turvam, meus ouvindos zumbem.

Meu pai aparece, mas mal consigo ouvir o que ele diz.

Estou perdendo o controle.

Ele se transforma em Shadow Moth.

Minha cabeça dói.

Tudo faz sentido.

Sim, meu pai é Shadow Moth.

É, vocês não estão surpresos, não é mesmo?

Isto é só mais um dia na bela, amada e desastrosa Paris.

Um efêmero momento como esse não deveria mudar nada.

Mas muda.

Todo o meu corpo está dormente.

É a culpa é dele.

Ele toca em sua aliança e aquilo dói pois me lembra da minha mãe.

Minha mente nubla.

Me sinto aéreo. Em paz. Por isso não retruco, só obedeço.

Estou consciente de tudo.

E odeio isso.

Achei que akumatizados deveriam estar sob controle mental, fora de si, mas eu sei o que estou fazendo. Sei de tudo o que ocorre a minha volta.

Só que não tenho forças para parar. Para conter.

Eu sei que é errado, sei que tenho que lutar contra, mas algo me obriga a ficar calado, a obedecer.

É como se cordas invisíveis estivessem ligadas a todos os meus nervos, me controlando como uma marionete.

Vazia.

Sem vida.

Sem vontade própria.

Isso não é normal, eu sei que não é.

Percebo então, que deixei algo muito importante passar completamente despercebido.

Eu sempre me senti compelido a obedecer ao meu pai, mas nos últimos tempos isso estava fora de controle, como se eu não tivesse escolha própria. Como se não fosse obrigado pelo meu próprio corpo a obedece-lo cega e fielmente.

As lembranças rondam a minha mente entorpecida.

Meu pai perdeu a sua aliança. Na verdade, Félix a roubou. Mas ele continuou usando uma aliança parecida, talvez fosse à de minha mãe.

E só quando ele começou a usa-la, foi que senti a mudança, a compulsão que me obrigava a obedece-lo.

Meus olhos se arregalam.

Meu coração parece parar de bater e um frio gélido desce pela minha espinha.

O silêncio parece gritar em meus ouvidos, com o som de um eco feito por mil vozes.

Adoraria pensar que havia algum feitiço no anel ou algo parecido, mas eu sei a verdade. Agora eu sei de tudo.

Aquele objeto nas mãos de meu pai é um Miraculous.

Eu... viro o rosto, com vergonha de encarar até o chão em que piso.

Eu não posso acreditar, eu fui manipulado a vida inteira.

Eu, Adrien Agreste, não passo de uma mera marionete.

Mari:

Nosso primeiro encontro.

Estou tão empolgada. Vamos finalmente sair juntos.

Num encontro!

Talvez até nos beijemos.

Estou nervosa.

Para lá de ansiosa.

Quase não acreditei quando ele me disse que havia alugado uma sala de cinema inteira só para nós. Ele é tão romântico. Sinto borboletas no estômago desde o instante em que atravessei aquelas portas e me sentei nesta cadeira.

A porta é aberta. Eu me levando e olho para trás um sorriso enorme de felicidade.

Mas meu sorriso se desfaz assim que percebo algo...

O que é aquilo?

E porque parece Cat Noir?

Porque parece Howk Moth?

Arregalo os olhos me dando conta de que deu tudo muito errado, eu sei, eu sinto.


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Notas finais do capítulo

E chegamos a reta final!!!!!!!!
O próximo capítulo é o último.
Ou seja, a coisa vai ficar boa...
(ou bem ruim)

Enfim,
Vou deixar um spoilerzinho aqui.
O nome do próximo capítulo é:

"A Medida Que o Mundo Desmorona"

Entendam isso como quiserem...



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