Amê Souer escrita por Crixscully


Capítulo 11
Capítulo 9 - Filminho Revelador




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Aquilo não podia estar acontecendo.

Não com Alix.

Isto era uma tortura.

Ela estava pagando por todos os seus pecados com toda a certeza.

Porque raios ela havia aceitado fazer isso mesmo?

De mãos dadas com Luka – fato que ela tentava ignorar completamente – a ruiva estava prestes a sair correndo dali.

Adrien havia apagado as luzes do quarto e a única luz no cômodo provinha da televisão.

Alix tentava não parecer uma menininha ingênua, até porque ela era dura na queda, mas ao sentir a tamanha delicadeza com que Luka acariciava a sua mão, ela percebeu que não sabia nada sobre namoro.

Ela sempre foi alguém que prezava pela sua independência acima de tudo. Não queria ninguém no seu pé, não queria ter que ficar dando explicações. Mas, ao pensar só no lado ruim, ela havia se esquecido de que uma parte daquilo não era tão ruim assim como pensava.

A quem ela queria enganar?

Ela estava sentindo o toque de Luka até nos dedos dos pés que se contorciam em espasmos involuntários.

Como ela tinha deixado ele a convencer disso?

Isso era uma loucura.

Nunca ia dar certo! Mas eles tinham que tentar, pelo bem de Paris.

Mas sinceramente Luka não precisava fazer isso, caramba!

Será que ele não percebia ou estava lhe provocando?

Luka, por sua vez, nem percebia o que estava fazendo, aquele gesto havia sido algo automático para ele. Ao convencer Alix de que era necessário darem as mãos, ele, involuntariamente começou a acariciar a palma daquela mão tão macia e delicada.

Ele olhava para Marinette que, por sua vez, encarava a televisão com compulsão, como se estivesse prestes a entrar em surto porque o seu amado modelo estava sentado ao seu lado.

Ele sabia que estava fazendo o certo ao tentar uni-los. Ele e Marinette não haviam dado certo, afinal. Mas isto não significava que não iria doer. 

Caramba, era claro que doía, era tão recente, mas a vida era assim mesmo, alguns amores não foram feitos para durar.

Talvez ele nem amasse Marinette tanto assim, talvez apenas gostasse de estar com alguém que o entendia.

Luka não tinha muita facilidade em se comunicar com as pessoas, sempre foi o mais quieto do grupo, o que ouvia mais do que falava. Ele só conseguia se comunicar mesmo através de sua música.

Alheia ao que se passava pela cabeça do garoto ao seu lado, Alix o amaldiçoava. Suas mãos suavam junto às dele, mas ele não a soltava de jeito nenhum e ainda estava fazendo aquilo, deixando seus nervos fora de controle.

Ele havia dito que aquilo era necessário, pois Mari e Adrien podiam desconfiar da mentira caso eles não fossem pelo menos um pouco convincentes.

Mas, mesmo assim, uma parte de Alix estava odiando aquilo, eram sensações que ela não sabia lidar direito, que ela nunca havia sentido antes.

Por outro lado, porém...

Ela arrisca um olhar na direção dele, de perfil se podia notar o quão bonito ele era. As maçãs do rosto altas, o maxilar de linhas fortes e duras, mas que ao mesmo tempo formavam um conjunto suave com seus lábios rosados.

Uma sensação estranha invadiu o estômago dela, Alix não sabia explicar o que era, pareciam como se borboletas estivessem fazendo uma revoada em seu interior.

Que droga de sensação estranha era aquela?, Alix resmungava em seus pensamentos, desejando que aquilo parasse.

E, neste mesmo instante todos os seus sentidos começaram a gritar para que ela saísse correndo dali.

Alix empurrou aquelas sensações para o fundo da sua mente e observou que Mari e Adrien, sentados no chão a frente dos dois, sussurravam baixinho entre si – o que devia ser bom para o plano, certo? Mas aquela aproximação repentina deixava Alix com uma pulga atrás da orelha.

Afinal, o que eles estavam planejando?

Os dois eram ninguém mais ninguém menos do que Ladybug e Cat Noir, e se Howk Moth não tinha chance contra eles, quem dirá Alix e Luka. Os dois seriam completamente arrasados por aquela dupla de adolescentes heroicos, se eles suspeitassem de algo.

— Eles ainda parecem desconfortáveis – Adrien sussurrou para Marinette ao espiar Luka e Alix que estavam de mãos dadas, mas pareciam estar brincando de cabo de guerra.

— Desconfortável é algo gentil de se dizer – Marinette sussurrou de volta. – Eles parecem bonecos de cera, nem piscam direito.

— Temos que mostrar para eles como devem agir – Adrien sugeriu, deixando Marinette sem ar.

O sonho dela se realizaria?

Não! Espera ai. Isto não estava certo! Ela não estava sonhando, estava? Não havia morrido, havia? E se ele a beijasse?

Ai sim ela morreria com toda a certeza.

Mas não, ela estava apostando alto demais, pois Adrien apenas passou o braço pelos seus ombros.

— Tudo bem se ficarmos assim? – Adrien perguntou, provavelmente interpretando mal a maneira como ela parecia ter congelado.

— Sim! É claro! Com toda certeza... Argh! É melhor eu ficar calada – ela resmungou, ao perceber que havia agido de maneira bastante exaltada.

Ele soltou uma leve risada, o que trouxe cor ao rosto dela.

Mari agradeceu pelo escuro em que estava o quarto, senão Adrien provavelmente notaria o rubor em sua face.

— Está dando certo? Nem acredito que o nosso plano deu certo – Alix sussurrou entusiasmada para Luka ao ver Adrien abraçar Marinette e ela se aconchegar nele, apoiando sua cabeça em seu ombro.

— Não se anime, Kubdel! Não sei o que está acontecendo, mas de qualquer forma ele pensa nela somente como amiga – Luka disse secamente, jogando um balde de água fria na ruiva.

Soltando a mão dela, ele cruzou os braços, irritado por ver Marinette nos braços de outro, mesmo que esse outro fosse apenas o Adrien.

Mesmo que tentasse negar isso para si mesmo, ele estava com ciúmes. E muito ciúme. E isso era péssimo já que ele estava justamente tentando junta-los.

— Você é um estraga prazeres mesmo, Roqueirinho – Alix também cruzou os braços, não gostando do tom de voz que ele usou com ela.

— Acho que não deu certo – Mari sussurrou perto do ouvido de Adrien, fazendo o garoto ter um arrepio ao sentir na pele o hálito quente dela em contato com sua pele fresca.

O rapaz arriscou um olhar para trás e viu os “pombinhos" com expressões fechadas e braços cruzados. Se antes eles pareciam estar disputando uma queda de braço, agora eles pareciam estar prestes a entrar num octógono e lutar até o fim.

— Talvez tenhamos deixado eles mais desconfortáveis ainda – Adrien deu de ombros. – Mas não sei o que mais podemos fazer Mari.

— Você conversa com ele e eu com ela. E depois montamos as nossas estratégias, ok? – Mari diz a ele. 

— Ok – Adrien respondeu, pausando o filme. – Luka, me ajuda com a pipoca?


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