Amê Souer escrita por Crixscully


Capítulo 12
Capítulo 10 - Conversas Cruzadas




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Quando Adrien e Luka saíram do quarto, Marinette foi veloz ao se jogar ao lado de Alix.

— Vocês brigaram? – a franco-chinesa perguntou direta, segurando as mãos de Alix.

— Não – Alix respondeu meio incomodada com tudo aquilo – Claro que não! Porque acha isso?

— Vocês parecem inimigos que se uniram para derrotar outro inimigo e não recém-namorados – Marinette diz.

Porcaria! Alix amaldiçoa. Ela e Luka não estavam sendo convincentes afinal.

— Muito engraçada, Dupain-Cheng – Alix resmungou, tentando aparentar normalidade – Mas eu e o Luka não somos aquele casalzinho chiclete, sabe?

— E porque não?

— Porque antes de sermos namorados, nós somos amigos e nos respeitamos acima de tudo – Luka respondeu a pergunta de Adrien.

— Certo. Mas você tem certeza de que é só isso mesmo, Luka? – Adrien perguntou – Porque a Marinette me falou que a Alix estava meio insegura em como agir agora que vocês estão namorando.

— Nada a ver! – Alix retrucou exasperada – Eu não estou insegura, nem nada, apenas estava com algumas dúvidas. Mas eu e o Luka já conversamos sobre isso.

— Ah é? E o que ele te falou? – Marinette perguntou.

— Eu apenas lhe disse para ser ela mesma, porque era justamente por isso que eu havia me apaixonado por ela – Luka diz a Adrien – Disse que gostava do jeito marrento dela, do seu sorriso e do quão esperta e leal ela é.

— E como ela reagiu ao ouvir isso? – Adrien perguntou.

— Eu quase desmaiei – Alix contou. – Tipo, ele estava lá, olhando em meus olhos, falando tudo aquilo. Me chamando de Ma Belle. Minha bela! Eu quase surtei.

— Ah, quem me dera se o Adrien dissesse algo parecido para mim – Mari suspirou, em resignação.

— Eu? – Adrien apontou para o próprio peito.

— É, você! O que acha que a Marinette vai pensar quando descobrir que você está se aproveitando da situação? – Luka retrucou num tom irritado, não conseguia disfarçar o seu ciúme.

— Eu me aproveitando da situação? Que situação? – Adrien repetiu confuso – Do que exatamente eu estou me aproveitando, Luka?

— Você estava lá abraçadinho com a Marinette e agora está me dizendo que estava apenas tentando me ajudar? – Luka perde a paciência – Conta outra, Agreste. Não sei como a Marinette acreditou nesta sua historinha.

— Minha historinha? – Adrien repete novamente, dessa vez irritado – Quem te garante que esse plano não foi dela? Que não era ela quem queria ficar perto de mim?

— Do que você acha que eles estão falando? – Alix perguntou a Marinette ao perceber que eles estavam demorando a voltar.

— Sei lá, do que os meninos falam afinal? Vídeo games talvez? Ou uma nova música da banda? – Marinette sugeriu.

— É, deve ser bobagem mesmo – Alix concordou.

— Muito engraçado o modo como você se faz de santinho, Agreste – Luka rebate.

— O que quer dizer? – Adrien pergunta, pensando realmente em arrancar aquele sorrisinho debochado do outro na porrada.

— Você vive fingindo que ama a Ladybug, mas não pode ver a Marinette que corre atrás dela igual a um cachorrinho carente e pidão – Luka atira seus dardos letais, mesmo ele sabendo que elas duas eram a mesma pessoa.

— Ladybug!? Do que está falando? – Adrien dá um passo para trás, mortificado.

Como ele sabia de sua devoção por sua Lady?

— Eu sou o Viperion! E eu sei muito bem que você é o Cat Noir, não precisa negar, Agreste – Luka afirma, fazendo o mundo de Adrien girar.

Viperion!? Luka era o Viperion? 

Será que todos os colegas de classe dele eram heróis? Primeiro a Chloé como Queen Bee, depois a Marinette de Polymouse, o Max como Pegasus, a Alya e o Nino como Rena Rouge e Carapace. Quem mais ele conhecia que era secretamente um herói?

Será que ele conhecia Ladybug pessoalmente?

Aliás, como Luka sabia da identidade de Cat Noir?

E se sabia da sua, será que havia descoberto a de Ladybug também?

— Você sabe quem é a Ladybug? – Adrien pergunta, entre o choque e o anseio.

Por um lado ele estava chocado por alguém ter descoberto isto antes dele. Ele, afinal, devia ser o primeiro a descobrir isto, não é mesmo?

Mas, por outro lado, ele nem se importava com a ordem dos fatores, só queria ouvir o lindo nome que sua Lady deveria ter. Com o nome em mãos, seria mais fácil encontra-la e se aproximar dela como Adrien e fazer ela se apaixonar por ele.

— Você sabe muito bem que eu não posso te contar! – é só o que Luka responde e isso enfurece Adrien.

— Você não tem esse direito! – Adrien exclama, apontando um dedo acusador para Luka que revira os olhos.

— Se eu te contar, a Ladybug vai fugir do país – Luka diz, calmamente – Obviamente, não antes de matar nós dois.

Esse era um ponto do qual Adrien não podia retrucar. Era a mais pura verdade. Ela tacaria eles dois numa lata de lixo, os acorrentaria e os mandaria para Madagascar.

Mas Adrien era esperto, ele vigiaria Luka de perto e descobriria os seus segredos. Ah, isso ele faria. E voltando ao tópico anterior – Marinette – ele tinha certeza que Luka estava se roendo de ciúmes, isto explicava este ataque!

— E o que isso tem a ver com Marinette?

— É sério que você não percebeu ainda, Agreste? Mas tu é lerdo mesmo hein!

Adrien apenas franziu o rosto, não entendendo o que Luka queria dizer.

Luka, por sua vez, suspirou e decidiu pôr as cartas logo na mesa, porque sabia que era mais fácil Atlântida voltar à superfície do que Adrien descobrir por si mesmo que Marinette era apaixonada por ele.

— A Mari... – ele começou a dizer, porém parou, poderia não parecer, mas isto era difícil de se dizer.

Seu peito estava apertado.

A verdade doía imensamente, de uma forma que ele não imaginou que o amor pudesse arder.

— O que tem ela? – Adrien perguntou de olhos semicerrados, altamente desconfiado, como um gato.

— A Marinette gosta de você – Luka fala por fim, as palavras saindo engasgadas de sua garganta, quase o sufocando.

— Bom, a Marinette é a minha melhor amiga então nada mais natural do que ela...

O loiro parou de falar ao ver Luka deixando sua cabeça cair contra a sua palma aberta, parecendo ter secado todo o poço profundo que era a sua infinita paciência.

Com vontade de dar uma chacoalhão no garoto a sua frente, Luka segurou os ombros de Adrien e olhou bem no fundo dos olhos dele.

— Adrien, a Marinette é A-PAI-XO-NA-DA por ti, seu gato pulguento e idiota – Luka pronunciou vagarosamente cada palavra, dando tempo suficiente para que Adrien pudesse processa-las.

Para alguém que tirava notas tão altas nas provas, Adrien necessitava muito estudar sobre a humanidade e a sociedade como um todo. Ele claramente não entendia como funcionava a mente humana.

O loiro, por sua vez, apenas ficou ali, piscando, e tentando em vão entender o que tudo aquilo significava?

Talvez Luka tivesse se confundido, certo? Ou talvez aquilo tudo não passasse de uma pegadinha, correto?

Mas, em hipótese alguma, Adrien conseguiria acreditar que Marinette pudesse gostar dele de uma forma que ia além da uma boa e velha amizade que eles cultivavam há tempos.

Ela. Era. Apaixonada. Por. Ele?

Não... não... isso era impossível! Completamente fora de lógica!

Só se...

Adrien piscou, começando a entender a profundidade que havia no que Luka lhe disse.

As peças começaram a se encaixar. 

Então Marinette supostamente gostava dele? Mas... ela era supostamente apaixonada pelo Adrien ou pelo modelo de perfeição que ele fingia ser?

Ou talvez, só talvez, isso fosse algum resquício do que ela sentiu por Cat Noir? Faria sentido não é mesmo? Ela podia muito bem olhar para Adrien e ver algo nele que a lembrasse de seu alter-ego.

É, isso fazia mais sentido para ele.

Ou talvez Marinete só estivesse frágil demais depois de ter sido dispensada por Cat Noir e logo depois ter terminado o seu namoro com Luka.

Isso era bem possível, não era?

— Adrien? Hey, Adrien? Tá me ouvindo, cara? – Luka o sacode, fazendo-o voltar a si.

— O quê? – ele disse, irritado e ainda atordoado.

— Eu realmente espero que você não brinque com os sentimentos da Marinette! – Luka cruzou os braços, mostrando que estava falando sério.

Adrien o encarou confuso, quase fazendo cara de idiota e a ficha enfim caiu.

A Marinette é apaixonada por mim!

— Adrien?

— Que é guitarrista irritante? – Adrien diz, irritado por ter sido novamente tirado de seus devaneios.

Luka revirou os olhos, quase podendo ver a máscara de Cat Noir em Adrien naquele momento. Aquele tom de teimosia e irritação era 100% do gato preto.

— Anda vamos. Se conheço bem a Alix, ela já deve estar impaciente e a um passo de vir atrás de nós marchando para nos atropelar com os seus patins.

Quando retornam novamente ao segundo andar, os dois trazem consigo dois baldes de pipoca.

Mesmo vendo a pipoca doce – e sendo louca por qualquer coisa doce – Alix ignora isto e diz num tom irritado:

— Caramba que demora! Vocês, por acaso, foram até a plantação de milho colher as espigas antes de passar na Bat Caverna para usar o micro-ondas do Morcegão emprestado para estourar as pipocas?

Os dois se entreolham para ela sem entender.

— Pipoca. Bat Caverna. Entenderam?

Não, eles continuavam sem entender.

— Deixa pra lá... – ela resmungou, bufando – Mas porque demoraram tanto?

Luka diz, com sorrisinho insolente:

— Sentiu minha falta Ruby-Rose!

As bochechas dela adquiriram uma coloração vermelho vivo. Ele sorriu com o efeito desejado a ouvindo murmurar algo que ele não entendeu.

Mesmo sabendo que sua vida corria perigo, Luka voltou a se sentar ao lado dela, enquanto Adrien e Marinette já dividiam a pipoca do lugar onde estavam para terminarem o filme.

Mas Adrien não conseguiu prestar mais atenção em nada. Por algum motivo ele estava super-consciente da garota ao seu lado.

Desde quando ele parou tanto para pensar nela? Isso o intrigava.

— E então falou com ele?

— Sim – Luka resmungou, num tom mal-humorado.

— E então, como ele reagiu? – Alix perguntou curiosa.

— Ele só ficou lá parado, mexendo a boca como um peixe e murmurando coisas ininteligíveis – Luka suspirou. – Acho que os fusíveis dele devem ter queimado de vez.

— Imagina quando ele descobrir que a Marinette é a Ladybug – Alix soltou uma risadinha. – Ele provavelmente vai desmaiar ou morrer!

— É, e ela vai ter uma parada cardíaca quando descobrir que o Anjinho Agreste é, na verdade, o galanteador da noite, Cat Noir.

— Temos que estar lá para filmar isso – Alix diz rindo, já imaginando a cena.

— Sim, temos. Até porque alguém precisa acudi-los quando desfalecerem.

Ambos riem, chamando a atenção dos dois sentados a sua frente, fazendo surgir um sorriso nos lábios deles, é parece que tinha dado certo essa sessão de filme.

Enquanto Isso...

Península de Lucatão, México.

A expedição na cidade Chichén Itzá havia tido um custo altíssimo para ele, mas agora que a caixa se encontrava em suas mãos, Gabriel estava radiante. Finalmente ele teria poder pra derrotar aqueles adolescentes metido à heróis.

A caixa que ele segurança em mãos era quadrada e adornada com símbolos Maias. Mas havia algo a mais que lhe chamou a atenção, era uma runa que parecia muito com um coelho.

E a chave que o homem tinha em mãos parecia se encaixar perfeita no orifício que ficava na parte do desenho onde o pé do coelho estava.

Ansioso, Gabriel encaixou a chave e a girou, ouvindo em seguida a caixa emitir uma série de sons. Era como se engrenagens girassem numa sucessão, desbravando as trancas.

E, enfim, uma luz azul emanou da caixa um segundo antes de surgir um holograma de uma mulher vestida com roupas do século passado, com um guarda chuva em mãos.

O holograma se mexeu, parecendo ganhar vida, e abriu o guarda-chuva num floreio. Letras ganharam vida na estampa do guarda-chuva, onde se podia ler, na antiga língua Maia:

“PERDEDOR”.

A imagem então piscou e sumiu.

Era possível ouvir o grito de frustação de Gabriel a quilômetros de distância, animais fugiam em revoada e os turistas o confundiram com algum espírito inquieto, se benzendo contra maldições.

Ao dar um close na caixa, se via que ela estava vazia e, além disso, havia apenas a figura de um coelho esculpido com uma plaquinha, onde estava escrito a palavra “idiota”.

— Seus Pirralhos intrometidos! – Gabriel rosnou. – Eu vou derrotar vocês! Vocês vão ver só!

Para ilustrar as suas palavras, o homem jogou a caixa falsa na parede de pedra do templo.

Vendo que a crise de raiva do chefe havia cessado, Natalie se aproximou dele tentando conforta-lo.


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