Folklore escrita por Gorky


Capítulo 2
Cometa ioiô




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capítulo dois

Se alguém questionasse Emília sobre a decisão tomada por ela na manhã do seu segundo dia de aula no penúltimo ano da escola, ela provavelmente não seria capaz de dar uma resposta convincente. Para o curioso e para ela mesma.

― Bom dia, senhora Honeycutt. Eu gostaria de saber se eu poderia me transferir para a aula de outro professor de História.

Ela odiava o professor Tanner, mas nunca quis de fato sair da turma dele. Talvez porque ele, apesar de todos os seus defeitos, a deixava dormir tranquilamente durante a aula e nunca lhe fazia perguntas. Mas ali estava ela, pedindo transferência por alguma razão inexplicável. Embora alguma coisa lhe dissesse ter relação com o garoto novo, que agora ela sabia o nome: Stefan Salvatore. (Como em "salvador".)

Para a sua sorte, ninguém jamais a questionou sobre isso.

― Ei, Mila, você vai hoje na festa de volta às aulas? ― Angie perguntou quando Emília estava guardando alguns livros didáticos no seu armário, o qual ela quase não mexia.

― Não.

― Por que não?

― Por que eu festejaria numa terça-feira?

Ano passado, a festa de volta às aulas foi feita numa sexta. Emília ficou tão bêbada que precisou ser levada para casa nos braços de Tyler. Os pais dela quase enlouqueceram. Você sabe que não pode beber álcool com o remédio que você toma! Sabe o que poderia ter acontecido?, o sermão de Miranda se repetiu por dias a fio. Ela não pôde evitar de pensar que seus pais ficariam felizes por essa mudança no calendário da festa.

Esse pensamento a fez rir sozinha.

 

Emília ficou assistindo o noticiário quando Jenna saiu para buscar Elena e Jeremy na festa. Ela mal percebeu o tempo passar.

― Como foi a festa? ― Emília perguntou do sofá assim que a porta abriu e a sua tia e irmãos passaram por ela.

― Um saco ― Jeremy resmungou, e subiu as escadas antes de Emília falar mais.

― O que deu nele? ― Emília se levantou, vendo as expressões de descontentamento e cansaço nos rostos de Jenna e Elena. Aquilo era um tanto incomum.

Ela escutou o irmão bater a porta do quarto.

― A irmã do Matt foi atacada por alguma coisa e a polícia chegou lá.

― Como assim atacada? ― Emília cruzou os braços de frio. Sua jaqueta fina quase não a aquecia. Jenna deixou as chaves em cima da mesa da sala e perguntou se elas queriam beber ou comer alguma coisa. Elena disse que queria água. Emília disse que não.

― Eu não sei o que foi. O Jeremy achou ela. O pescoço dela tava sangrando.

― Pescoço sangrando? Um vampiro atacou ela?

― Mila, isso não é hora pra piada ― Elena revirou os olhos e seguiu Jenna até a cozinha.

Emília fez um sinal de rendição com as mãos. Ela deu uma última olhada no noticiário. Ainda estava falando sobre o desaparecimento de um jovem casal que Emília não conhecia em Mystic Falls. Quase nada de interessante acontecia na cidade, então os jornais sempre aproveitavam o máximo possível as notícias ruins. Meia-noite e meia, o relógio na parede dizia. A Gilbert mais velha se despediu da irmã e da tia e avisou que ia dormir. Na metade dos degraus, ela foi parada por Elena, que subiu a escada em uma velocidade impressionante:

― O Jeremy tá se drogando, sabia? ― ela sussurrou.

Emília deu de ombros. Aquilo não era um choque; Jeremy já havia a levado várias vezes para conhecer os seus "amigos" drogados. Emília chegou a alertá-lo, mas ele disse que sabia se cuidar.

― Ele tem quinze anos e mora numa cidade pequena. O que você esperava?

― Sério, Mila? Por que eu tenho que bancar a irmã mais velha o tempo todo?

― Você faz isso porque quer. Eu nunca te pedi pra fazer isso, e nem o Jeremy.

― Tá bom, que se dane ― Emília deu as costas para a irmã assim que ela terminou de falar. ― Mas se alguma coisa acontecer...

― Boa noite, Elena ― Emília falou com firmeza, sem se virar.

Elena não respondeu.

 

Quando Emília acordou, ainda estava escuro. Ela havia sonhado de novo com uma aldeia, em tempos antigos, e uma garotinha sendo levada nos braços de alguém. Ela gritava pela sua mãe. Mas a mãe dela estava por perto. Assim como outro garotinho. Provavelmente o irmão.

De repente, uma sensação de repulsa se acomodou no estômago de Emília. Sabendo o que iria acontecer, ela se levantou e correu até o banheiro. Ergueu a tampa do vaso, se ajoelhou e vomitou todo o seu jantar. Sua testa suava.

Mais uma vez, ela ficou contente por ser (tecnicamente) a mais velha e não precisar dividir o banheiro com Elena e Jeremy.

Depois de se limpar, Emília dirigiu-se à sua penteadeira e pegou o seu Nokia pouco usado. Quatro e cinquenta e três da manhã. Ela ainda podia cochilar por algumas horas. Cuidado, uma voz vinda do corredor disse. Era Elena. Emília deixou o seu celular onde estava e aproximou-se lentamente da porta. Ela não sabia se deveria abri-la ou não. Ficou congelada na mesma posição por alguns minutos, até visualizar a sua janela aberta. As cortinas coloridas esvoaçavam por causa do vento, deixando uma corrente fria e bem-vinda passear pelo seu quarto.

Ao esticar-se para a janela, ela logo viu que tinha alguém saindo de sua casa. Era um garoto não mais desconhecido. Stefan.

 

Na cozinha de manhã, Emília prendeu o seu cabelo em um rabo de cavalo, enquanto a tia preparava café. Ela perguntou se Emília queria, mas Emília respondeu que não. Jeremy foi o terceiro a entrar no cômodo; ele falou que precisava sair cedo para ir na marcenaria e terminar uma casa de pássaros. Antes de ir, ele deu uma olhada cúmplice para a irmã. Jenna não percebeu. Ela avisou para a sobrinha que precisava se arrumar para ir à escola.

― Minha escola? ― Emília cerrou os olhos.

― É, numa reunião com o professor Tanner. Ele quer falar sobre o seu irmão.

― Ah, cacete ― Emília sussurrou para si mesma.

Jenna subiu as escadas, sem perceber a preocupação no rosto de Emília. Elena logo apareceu, praticamente saltitando. Emília não a via assim há meses. Ela suspeitava já saber o motivo. Só não tinha certeza se deveria ou não perguntar para a irmã.

― Por que tá tão animada? ― ela tentou.

― Bom dia pra você também ― Elena retrucou, abrindo a geladeira e pegando um iogurte.

― Não tá mais puta comigo?

― Por que eu estaria?

Emília arregalou os olhos. O que esse menino fez? Ela achava um pouco impossível a possibilidade de eles terem feito sexo, porque primeiro: ela teria escutado, segundo: Elena nunca fez sexo com Matt ali, terceiro: Elena não era o tipo de garota que fazia sexo com um menino que ela mal conhecia. Mas Emília tinha pouca confiança nesse terceiro fator. Não era como se ela e a irmã fossem melhores amigas e se conhecessem muito bem.

― Que foi? Tá tudo bem? ― Elena perguntou.

― Sim, sim.

Ela saiu de casa antes de Elena. Caminhou em silêncio, pensando no novato descendo sorrateiramente as escadas. Quando ele apareceu? Por quanto tempo ele e Elena ficaram juntos, fazendo sei-lá-o-quê? Por quantas horas Elena dormiu? Será que ele estaria na escola hoje? Para com isso Emília vocês não são amigas isso não é da sua conta ela faz o que quiser da vida dela você não interfere na vida do Jeremy mesmo quando parece perigoso. Por que ela se importava tanto?

Quando andava pelo gramado da escola, ela ouviu alguém chamá-la por trás:

― Mila, espera!

Emília revirou os olhos, mas esperou.

― O que você quer, Tyler? ― ela perguntou quando o ex-namorado ficou na sua frente. Uma das mãos dele segurava a mochila.

― Por que você não foi na festa ontem? Eu fiquei te esperando.

― Eu fiquei sabendo da sua namorada. Como ela tá? ― ela inclinou um pouco a cabeça para o lado. Não estava de fato preocupada com Vicki, só queria deixá-lo zangado.

― Será que a gente pode conversar em outro lugar?

Ela disse que sim, mesmo querendo dizer não. Tyler, então, a guiou para o outro lado da escola, perto do campo alambrado onde ele treinava. Emília ia muito lá para observá-lo, apesar de não se interessar por esportes. Ela se encostou na cerca e cruzou os braços, esperando ele começar a falar.

― Eu e a Vicki não estamos juntos.

Ela riu de deboche.

― Era só isso? Me trouxe aqui pra mentir pra mim?

― Eu não tô mentindo. A Vicki... olha, a gente ficou junto por um tempo, mas nós nunca namoramos. Acabou, eu e ela. Sabe, quando eu ainda tava com ela, ela ficava estranha às vezes e eu perguntava o que era, e ela me dizia que sabia que eu tava pensando em outra garota. Que eu ainda tava apaixonado por você. E ela tava certa.

Emília respirou fundo.

― Isso tudo é muito engraçado. Porque a gente já terminou tantas vezes e você namorou outras meninas tantas vezes e implorou pra voltar comigo tantas vezes, que agora você precisa ficar reciclando discursos antigos por falta de criatividade. A única coisa que mudou foi o nome da menina. O que me choca é você pensar mesmo que eu não ia perceber.

― Ah, qual é, Emmy? ― ele revirou os olhos. ― Você quer que eu peça desculpas? Tá bom, me desculpa. Você quer que eu peça pra gente voltar? Tá bom, eu quero voltar. Viu só?

― Ei, Tyler. Mila ― Jeremy cumprimentou, com pouca educação. Tyler sussurrou um "puta que pariu" e se virou para encarar o Gilbert mais novo. Emília bufou. ― Desculpa interromper, mas eu queria saber como a Vicki tá, já que vocês são tão próximos. Ela tá bem?

― Jeremy, vai embora, por favor ― Emília pediu.

― Sim, ela tá bem. Agora vai embora ― Tyler respondeu por cima dela.

― Mas é grave? Ela sabe quem a atacou? Ela vai se recuperar? Ela ficou feliz de te ver? Em que quarto ela tá?

― Eu vou quebrar a sua cara.

― Na frente da minha irmã? ― Jeremy apontou para Emília.

― Jeremy, a gente tá conversando sobre uma coisa muito importante. Por favor, vai embora! É sério ― Emília usou o seu tom mais sério e mandão. Mas Jeremy não se moveu. ― Tá bom, foda-se. Se você não for, eu vou embora.

― Emmy, não precisa... ― Tyler tentou falar, mas Emília foi mais rápida e caminhou para longe dos dois.

No final do terceiro horário, Emília encontrou a tia no corredor da escola:

― Ah, oi, Jenna. Como foi a reunião?

― Nada bem ― Jenna olhou ao redor. O corredor estava se enchendo cada vez mais de alunos. ― A gente se fala mais tarde.

Na aula de álgebra, a única que ela dividia com Caroline, a Gilbert e a Forbes se evitaram o tempo todo, recusando-se a olhar para a outra. Ela não viu Elena pelo resto do dia.

Quando enfim chegou em casa, Emília conversou rapidamente com a tia e então subiu para o seu quarto. Ela deixou a mochila no chão e se jogou na cama, dormindo em poucos minutos.

Após acordar, tomar um banho frio e fazer o seu dever de casa (os exercícios que ela considerava mais importantes, o resto ela fazia na escola mesmo), Emília desceu as escadas e se juntou à irmã e à tia. Elena e Jenna eram as únicas entre os quatro residentes da casa que possuíam alguma habilidade na culinária, portanto elas se revezavam entre quem fazia o jantar. Naquela noite, foi Elena. Quando Emília se sentou em uma das cadeiras da mesa da sala, Elena relatava à tia uma informação que havia descoberto mais cedo: Stefan Salvatore tinha um irmão mais velho, chamado Damon. Então eles estão mesmo juntos, Emília concluiu.

― Você conheceu esse irmão? ― ela perguntou, os braços apoiados na mesa. Elena a encarou como se fosse uma intrusa ali, mas respondeu:

― Conheci. Eu fui na casa dele hoje e encontrei o irmão. E eu tenho a sensação de que, se eu não tivesse conhecido esse irmão, o Stefan nunca me contaria sobre ele. Sei lá, ficou na cara que eles não se dão bem.

― Nossa ― Jenna disse com a boca ocupada por um pedaço da maçã que ela segurava.

― Não, tem mais. O Damon me contou outra coisa que o Stefan escondeu: a ex-namorada.

Emília arregalou os olhos.

― Ex do Stefan?

― Isso. O nome dela é Katherine. Parece que terminou mal, e agora ele tá com dor de cotovelo.

― Ah, não é tão ruim ― Jenna afirmou. ― É só uma ex-namorada. Espera até achar um cara com mãe problemática, ou que saia te traindo por aí, ou que use anfetamina.

― O Matt já cobria o primeiro aspecto ― Emília disse.

Elena abriu um pouco a boca, pronta para dar um sermão, mas foi interrompida pela chegada abrupta de Jeremy. Ele usava um capuz preto e carregava uma expressão de descontentamento e sono.

― Jeremy! ― Jenna gritou, pisando firme até as escadas. ― Jeremy, onde você tava?

Emília não ouviu o que ele disse a seguir; ela nem mesmo estava o vendo, já que ele havia subido alguns degraus. Mas seja lá o que tenha sido, enfureceu Jenna o bastante para ela jogar a sua maçã mordida nele.

― Para de matar aula ou vai ficar de castigo, porra!

Ele falou mais alguma coisa e então continuou subindo os degraus. Jenna ficou sem palavras e claramente decepcionada consigo mesma.

― Não se preocupa, tia, essa fase vai passar logo ― Emília deu um sorriso amigável e se virou para Elena: ― O que tem pro jantar hoje?

 

No dia seguinte, Tyler a procurou de novo na escola. Ele tentou retomar a conversa de antes, mas Emília não mostrou interesse. Ela pediu para ele deixá-la passar uma, duas, três vezes. Até que ele a questionou sobre o cometa. Que cometa?, ela cerrou os olhos. O cometa que vai passar hoje pela cidade. Você vai na praça ver?, ela sabia onde Tyler estava indo com isso. Sei lá, acho que não, ela respondeu. Não, vai. Eu passo na sua casa às seis e meia. Pode ser?, ele insistiu e nem a deixou recusar novamente. Ele simplesmente fingiu que ela havia dito que sim. Emília conhecia essa tática muito bem. Funcionou várias vezes. Na aula de Biologia, Adrian, a sua dupla, comentou sobre o cometa. Você vai?, ele abriu o livro. Acho que sim, ela deu de ombros.

Quando já estava em casa, Emília tomou banho e vasculhou todo o seu guarda-roupa. Ela não sabia por que estava se arrumando para Tyler e nem queria pensar a respeito. Por fim, depois de uma longa e cansativa procura, ela optou por meia-calça arrastão, botas de cano curto, vestido branco e blusa de frio branca com listras pretas. Deixou o cabelo solto e passou rímel e blush. Ela odiou a sua animação, mas não pôde afastar o sentimento. Aquela situação não tinha nada de nova.

Ela e Tyler revezavam em quem pedia perdão e tentava reconquistar o outro. Mas, geralmente, quem assumia esse papel era Tyler.

― Você está linda ― ele disse quando ela abriu a porta, às seis e meia em ponto.

― Sem flores dessa vez?

Ela e Tyler se conheciam desde bebês, mas só começaram a namorar aos onze anos. Eles já gostavam secretamente um do outro há mais tempo do que isso, mas Tyler só tomou a iniciativa de pedi-la em namoro na sexta série. No início, era tudo maravilhoso. Eles andavam pela escola de mãos dadas, Tyler a acompanhava para casa, eles se abraçavam e se beijavam ocasionalmente (o contato físico aumentou com o tempo). Emília não tinha do que reclamar. Por algum tempo. Então, começaram os flertes escondidos ― e alguns não tão escondidos ― de Tyler com outras garotas (incluindo com Elena), as crises de ciúmes de Emília, as discussões, os flertes não escondidos de Emília com outros garotos, as "escapulidas" de Tyler, as "escapulidas" de Emília (não tão frequentes quanto as do namorado). Os términos raramente eram sérios e longos. Uma vez, eles continuaram andando juntos mesmo separados.

Você é meu melhor amigo, Tyler, Emília lhe disse nessa época. Não foi uma mentira. Ela ainda o enxergava como o seu melhor amigo. Tyler era o único que trazia algum senso de normalidade na vida dela.

― Quer pipoca? ― ele perguntou enquanto os dois andavam pela praça.

― Não.

Eles ficaram em um silêncio desconfortável por alguns minutos.

― Escuta, Emmy, sobre a Vicki...

― Tyler, eu não quero saber. Não precisa se justificar pra mim. A gente não tá mais junto. Seja lá o que você tenha com essa menina...

― Acabou ― ele falou por cima dela. ― Já teve alguma coisa, mas acabou. Eu não tô apaixonado por ela. Nunca. Eu só pensava em você, esse tempo todo que a gente ficou separado.

― Nem foi tanto tempo assim, Ty.

― É ― ele riu nervosamente. ― Mas o meu ponto é que... eu quero voltar.

― Você chegou direto ao ponto. Isso é diferente ― ela sorriu, e ele sorriu de volta. ― Eu odeio não estar com tanta raiva de você. Eu tava com muita raiva ontem, sabe? Mas, agora, eu, sei lá, tô meio cansada. Das nossas brigas e desse cenário repetitivo. Olha, Tyler, não precisa me pedir perdão e não precisa entrar em detalhes sobre a sua relação com a Vicki ou com outras meninas. Eu não me importo. Essa é a minha única condição.

Ele ficou mudo, visivelmente surpreendido. Não parecia acreditar no que havia ouvido.

― Então, isso... isso é um sim? A gente vai voltar?

Ela balançou a cabeça em afirmativa, e então sentiu os lábios de Tyler nos dela.

Emília não assistiu ao cometa passando por Mystic Falls. Nem Tyler. Os dois estavam muito ocupados no banheiro feminino do Mystic Grill, trancados dentro de um dos cubículos. Enquanto o beijava, ela não pensou em nenhuma preocupação. Não pensou na morte do pai e da mãe, não pensou no irmão caçula que se drogava todos os dias, não pensou no ressentimento que sentia pela irmã gêmea, não pensou na tia inexperiente demais para cuidar de três adolescentes, não pensou na desconfiança que sentia do novato, não pensou no seu passado mal resolvido com a filha da xerife. Essa sempre foi a sua parte favorita de ter Tyler como namorado: ele fazia parecer que a sua vida era perfeita.

Despedir-se dele não foi fácil, mas ela sabia que Elena já devia estar a procurando e não queria que a irmã os achasse ali. Fica mais, ele pediu. Não posso, ela sussurrou. E você também não pode. Literalmente. Alguma menina vai te ver e achar que você é um pervertido. Ele riu.

No caminho para casa, Elena notou o sorriso que a irmã ostentava. Emília não podia evitar.

― O que foi? ― Elena ergueu uma das sobrancelhas.

― Tyler e eu voltamos!

― Que surpresa. 


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