O Desabrochar de Uma Dinastia escrita por Landgraf Hulse


Capítulo 18
Capítulo XVII.




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/805510/chapter/18

 

Minha Katharina,

Sua carta e seu pedido chegaram a mim, e posso dizer que foi uma surpresa isso, nunca imaginei que uma de minhas filhas teria que suportar o mesmo destino que eu, assim como teria que tomar as mesmas ações. Sei que por causa de nossos desentendimentos antes, não é de sua espera uma resposta positiva, e talvez no fundo do meu coração eu deseje isso, mas como mãe, como uma mulher na mesma situação, sou incapaz de tal coisa. É verdade minha amada Katharina que você me decepcionou e me deixou sem ajuda, mas é meu dever lhe ajudar, não apenas por ser sua mãe, mas também por estarmos buscando o mesmo objetivo: dar continuidade a nossa linhagem, cuidarmos do legado de nossos maridos, apesar de eu achar que Wilhelm merece mais do que seu pai. Então eu irei garantir que o imperador lhes dê ajuda, mas infelizmente não posso fazer o mesmo por suas duas irmãs, pelos motivos que você bem sabe. Também desejo lhes avisar, a você e Wilhelm, que o caminho que estão caminhando é muito tortuoso, é necessário cautela e sabedoria, mas também insistência, a possibilidade de ser um resultado negativo é muito grande, então lhes aconselho a não apenas tentar esse meio, mas também outros possíveis. Eu apenas lhe desejo força, e que a Grande Mártir Santa Catarina lhe ajude.

Sua amada mãe,
Wilhelmine Amalie.

Era isso e apenas isso, era de qualquer forma a maior carta que Catherine recebia de sua mãe a muito tempo. Não era exatamente o que Catherine esperava, mais isso iria servir.

  – O que sua mãe respondeu?‐ Era o momento do desjejum de Catherine com William, mas depois de ler essa carta Catherine não desejava mais chá, talvez algo mais forte.

  – Não foi a melhor resposta, mas ela vai nos apoiar. Então devo práticar e arte do contentamento e aceitar a ajuda apenas da Áustria.‐ Catherine passou então a carta para William, que a leu.

  – Bem, não se pode ter tudo, se tivéssemos o apoio da Polônia, Saxônia e Baviera, não teríamos da Áustria, e em...

  – Em questão de poder o apoio da Áustria é muito mais valioso, eu sei disso William, mas somos irmãs.- Embora ela mesma soubesse que não ajudou suas irmãs.– Me passe o café por favor, me cansei de chá.

Catherine estava muito cansada, o último mês foi o mais agitado de sua vida. Em quase todas as noites Catherine e William tinham que ir para algum baile, festa, ou jantar. Mas estava tendo o resultado esperado, Catherine poderia realmente dizer que estava mais próxima da elite social, mas como consequência isso trazia muito cansaço.

  – Catherine você acha que...‐ William iria falar de mais um evento, Catherine tinha certeza disso, mas ele foi graças aos céus interrompido pela entrada de suas filhas.– Vocês não deveriam estar estudando?

  – Nosso professor de mineralogia está doente. E Lady Hastings teve problemas para resolver.- Como sempre Anne sempre a primeira a responder. Mas isso era interessante.

  – Vocês devem enviar ao Sr. Hagen uma carta desejando melhoras.- As três apenas assentiram. Catherine só não esperava que o homem estivesse com algo sério.– E qual foi exatamente o problema de Lady Hastings?

  – Um dos filhos brutos dela, acho que o terceiro, teve uma briga com Lord Parthon. Foi tolo da parte dele fazer isso, mas geralmente é assim, garotos são muito tolos, inconsequentes e sem razão.- Catherine gostava do pequeno Francis e de August Percy, o filho do conde e da condessa de Berland, mas ela pode perceber que sua segunda filha mulher estava se tornando muito crítica, e desdenhosa.

  – Você nunca deve falar isso na frente de um deles Catherine, apenas pense nunca fale. Você concorda Alice?- Anne como sempre fazendo seu melhor para ter uma boa imagem.

  – Se isso não for trazer problema faça como desejar.- Alice apenas respondeu de forma desinteressada.

Catherine apenas suspirou com a conversa de suas filhas. Elas estavam crescendo, desenvolvendo suas personalidades e características, algumas que para seu bem deveriam ser ocultadas, mas o crescimento de suas filhas também a lembrava de algo.

  – William meu querido. Eu acabei de notar que nossas filhas logos poderão se casar. Devemos nos planejar para isso.- As meninas logo pararam a sua conversa. Todas estavam olhando para Catherine de maneira surpresa.

  – Voce está... Está certa Catherine. Isso pode nos ser benéfico.- E realmente era benéfico, ter o apoio de mais famílias governantes da Europa seria muito bom.– Mas devemos saber se elas têm alguma preferência.

As meninas ficaram caladas. Elas devem ter entendido errado a situação.

  – Vocês não se casarão agora. Só daqui a alguns anos.- Seria impossível encontrar alguém que as desejasse no momento. Mas pode ser bem visível que as meninas estavam mais tranquilas.

  – Se é assim mamãe. Eu quero um príncipe bonito, e que esteja disposto a ficar sempre do meu lado, como papai é com você.- Catherine ficou muito feliz com isso, mas o que Anne desejava era algo muito difícil de encontrar.

  – Eu não sei se desejo me casar. Mas se isso acontecer eu espero que seja com alguém forte, com personalidade forte.- Catherine e William deveriam ter depois com a pequena Catherine, uma conversa sobre sacrifícios e fazer não seus desejos mais o melhor para sua família.

  – Me casarei com quem papai desejar.- Alice era sempre assim, o amor de William. Catherine não sabia como as outras não ficavam com ciúmes.

  – Farei meu melhor para arranjar príncipes com essas características, e para você minha Alice escolherei o melhor. Só basta eles desejarem.- E essas era o grande problema da situação. Catherine sabia que era possível encontrar príncipes com boas qualidades, o difícil seria eles desejarem se casar com suas filhas, que não eram exatamente as princesas mais disputadas do continente.

William não falou novamente da festa de Lady Wiston. Mas por mais que Catherine não desejasse ela deveria tocar no assunto.

  – Iremos hoje para a festa de Lady Wiston?

 – Certamente que iremos. Lord Wiston é um Tory e é rico. Não existe nenhum empecilho para nós, afinal Wiston apenas vende o açúcar do Caribe, ss fazendas cheias de escravos não fazem parte do seu negócio.

Catherine ainda não gostava de Lord Wiston, mas saber que ele não tinha nada com a escravidão, pelo menos a fazia ser amigável com Lady Wiston.

  – Vocês irão novamente para uma festa?- O modo como Alice fez a pergunta mostrava sua tristeza.

  – Sim Alice. Para o benefício de nossa família deveremos estar sempre em festas.- O que William falou descrevia muito bem o que seria a nova vida deles. Ir para muitos eventos buscando o bem dos Tudor-Habsburg.

  ▪︎----------------------------------------▪︎

O salão de festas da casa do barão Wiston, Witte House, estava bem recheado. E apesar de Lord Wiston não ser o nobre de mais alto status, haviam pessoas de toda a alta classe, nobres estrangeiros que eram embaixadores, duques, condes, barões, barontes e até mesmo cavalheiros.

Ninguém recusava um convite a uma das festas da doce família Ives, a família mais rica e uma das mais influentes de Cornwall. Uma família que fez sua fortuna com casamento e com açúcar.

E toda riqueza do barão era muito bem visível, primeiramente em sua casa. Witte House foi praticamente reconstruída, do barroco inglês ao palladiano, e o acréscimo do salão de bailes, a nova moda na Inglaterra, foi uma grande amostra de riqueza.

Mas o que mais atraía as pessoas aos bailes dos Ives não era a casa que irradiava poder e riqueza, nem a decoração que era um tributo a Holanda e ao açúcar. Mas sim os doces.

Em todas as extremidades do salão haviam mesas, e nessas mesas haviam os melhores doces e bebidas doces da Europa. Esses eram os lugares mais populares e cheios do salão, o que fazia os convidados ao invés de dançar e conversar, comer e conversar.

E William poderia concordar que esses doces eram muito bons, e levando em consideração que todos estavam nas mesas, era melhor seguir a multidão, e se juntar a eles, apenas com um pequeno preço.

  –... E depois de Roterdã, fomos para Haia, onde pudemos...-E esse preço era justamente ter que ouvir e conversar. No caso William estava junto com Lord Wiston, que estava contando sobre sua última viagem a Holanda, e com embaixador também da Holanda. Se poderia ver que a Holanda era muito apreciada pelos Ives.

Mas se William estava achando suas companhias entediantes, ele poderia ver que a de Catherine parecia ainda pior. Catherine estava com Lady Wiston e algumas outras damas, e o que parecia Lady Wiston as estava mostrando sua mais nova aquisição, um leque enfeitado que foi um presente da princesa viúva de Orange. Pelo que parecia em sua última viagem a Holanda, os Ives se tornaram bons amigos da príncesa.

  – Realmente uma viagem muito boa... Eu acabo de me lembrar alteza que o senhor tem filhas que logo chegarão a idade de se casar. Meu senhor alguma vez já pensou em unir uma de suas filhas a casa de Orange?- Não William nunca tinha pensado nisso. Para falar a verdade William nem mesmo sabia que ainda existiam príncipes de Orange, sem ser o atual Príncipe soberano, ue já era casado, com a própria filha mais velha do rei, a princesa real, Anne.

 – É algo que vou considerar.- William apenas esperava que ouvessem outras opções a considerar. Opções dignas mas não tanto, esse era o único objetivo de William, casar sua filhas com príncipes insignificantes, mas não sem alguma importância.

Mas os Orange não eram uma preferência, eles tinham um grande problema com linhagem.

  – Mas vejam só, logo a dança atual vai acabar. Meu senhor gosta da dança inglesa?- William a achava muito alegre. Mas foi muito bom o barão ter perguntado isso, agora William poderia fugir do embaixador, que parecia pronto para mostrar os pontos positivos de um casamento holandês.

  – É muito interessante. Mas creio que logo vai se iniciar a allemande. Acho que a marquesa deseja dançar um pouco.- Com isso William foi para onde Catherine estava, pegou sua mão e a levou para onde estava se formando os pares.

  – Foi uma pequena surpresa o senhor fazer isso marquês. Embora não devesse ser assim, em Viena sempre dançavamos a allemande. Era nossa dança favorita.- Um dos únicos motivos de ela ser a favorita era o motivo de o casal não precisar ficar tão longe. Era uma benção e uma raridade.

  – A marquesa sabe que nossos dias em Viena são os meus favoritos.- E realmente eram, sem deveres, sem mudanças, sem ter que buscar constantemente o apoio de outros, era perfeito.

A música então começou e a dança também.

— Eu tive conversas interessantes com algumas damas.- Do ponto de vista de William a palavra interessante não era a que melhor descrevia.

— Você não parecia muito interessada.

 – Meu querido marido, nós mulheres temos um modo de falar que mostra algo, mas significa outra coisa.- Catherine deu um sorriso misterioso e se afastou, como a música dizia.

  – Eu estou disposto a acreditar. Mas você conseguiu algo "interessante"?- Logo William e Catherine voltaram para mais perto. O que não por muito tempo.

  – A esposa do homem mais rico e influente de Cornwall, até mesmo mais influente que o príncipe de Gales, é agora uma de minhas damas de companhia. Ela agora está sob a minha influência.

Isso era muito bom. Os Ives eram Tory, então se a esposa de um Tory pró-Hanover fosse uma dama de Catherine, isso colocaria os Bristol em alta com esse grupo, embora fosse provável que alguns Whigs não gostassem.

  – Isso é muito bom. Espero ter essa mesma sorte. Embora eu ache que os escoceses não irão mais gostar de nós.

  – O que você fez?- Essa pergunta foi muito acusatória, William se sentia até mesmo ofendido.

  – Disse que os escoceses são um povo desconhecido e estranho para mim. Mas o duque de Hamilton entendeu errado, e pensou que chamei os escoceses de povo bárbaro.- William tentou pedir perdão ao duque, mas ele estava tão irredutível que William decidiu que o duque nunca ouviria um pedido de perdão, escrito ou falado de William.

  – Não precisamos da Escócia. Devonshire nos disse que serão escolhidos apenas alguns nobres, e há poucos escoceses na Câmara dos Lords.- William pensava do mesmo modo.– Mas vou continuar sendo gentil, e vou me aproximar mais esposas de Whigs e Torys. E você meu querido William faça o mesmo, e não difame ninguém. Temos sorte dos irlandeses não terem lugar na Casa dos Lords, imagine o que você falaria.

Talvez nada considerando que ser ruivo era uma característica deles, e William sabia como era ser ruivo.

Logo a música acabou e a dança também acabou com uma mesura de ambas as partes, as damas e os senhores.

  – Foi muito bom minha marquesa. Me lembrou dos meus dias de juventude.

  – Me sinto do mesmo modo. Me deu coragem para conversar com todas essas damas.- Catherine então soltou a mão de William e foi em direção a um grupo de damas conhecidas.

William apenas suspirou, colocou um sorriso em seu rosto, e foi para onde um grupo de lords estava. Seria muito o que suportar, mas valeriam a pena no final, deveria valer a pena.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "O Desabrochar de Uma Dinastia" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.