Fated to Die escrita por Hanna Bolena


Capítulo 3
Treinamento dos Tributos


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem do capítulo, deixem um comentário para eu saber o que acharam :)



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— Em duas semanas, vinte e três de vocês vão estar mortos, enquanto um de vocês estará vivo. E será aquele que se atentar ao que eu disser nos próximos quatro dias. Existem quatro exercícios obrigatórios, o restante será treinamento individual. Meu conselho é não ignorar as técnicas de sobrevivência. Afinal, a maioria de vocês vai morrer de morte natural — eu ouço atentamente as palavras da instrutora de treinamento, enquanto observava os tributos dos outros distritos.

A maioria parecia inofensiva, pessoas que assim como eu, tiveram seu nome fatidicamente escolhido, dentre milhares de outros na colheita. Os demais tributos eram ameaçadores, como se estivessem prontos para aquele momento. Eu tinha que me manter longe deles e ser esperta o suficiente para sobreviver.

Nesse momento, eu olhava para Philip, que se encontrava praticando um dos exercícios de sobrevivência. Ele separava as plantas e frutas categoricamente, em cinco grupos diferentes, e estava indo muito bem, alcançando o maior nível de eficiência.

— Você é ótimo nisso, Philip. Onde aprendeu tanto sobre plantas? — eu pergunto curiosa, tentando aprender algumas de suas técnicas.

— Meus pais me ensinaram a colher as frutas certas para vender, algumas dessas curam e outras têm veneno — disse ele, concentrado na tarefa.

Eu começo a andar pelo centro de treinamento, tentando observar as habilidades de cada tributo. Alguns optaram por fazer os exercícios mais simples, como Philip, e outros partiram para o treinamento individual. Os tributos dos Distritos 1 e 2 se encontravam atirando facas, espadas e flechas, como se estivessem tentando provar para todos que eram realmente bons naquilo.

Cato e eu nos encaramos por alguns segundos, quando ele havia atingido todos os alvos, com um sorriso irritante em seu rosto. E então, eu me senti na necessidade de provar para ele que eu não era mais uma de suas vítimas e que eu era capaz de vencer, se me esforçasse. Eu encaro atentamente todos os exercícios disponíveis no centro de treinamento, procurando com meus olhos algum que eu fosse minimamente boa, encontrando uma dinâmica de escalada. No Distrito 4, eu costumava escalar as grandes rochas presentes no oceano, apenas para admirar a vista lá de cima.

O exercício consistia em cordas que se entrelaçavam por cinco metros do chão. O único objetivo era chegar ao topo e descer em um tempo mínimo. Eu começo colocando meus pés suavemente sobre as cordas, ganhando impulso para a próxima etapa, subindo gradualmente até que eu alcançasse os cinco metros. Quando, de repente, meu pé esquerdo escapa da corda em um deslise, e eu acabo caindo no chão. Eu olho para Cato, que está me encarando descaradamente com um sorriso lateral em seus lábios. A fúria me consome, podia sentir meu rosto esquentando e meu corpo tremendo de raiva.

— Hazel, você está bem? — Philip me pergunta, se dirigindo para onde eu estava. Eu apenas confirmo com a cabeça e começo a pensar em uma outra maneira de provocar Cato. Olho para a mesa onde todas as armas e lâminas se encontravam, quando me deparo com um tridente. Vou em direção a ele e o pego, percebendo que ele é de um material muito mais resistente e laminado do que os do Distrito 4.

Me posiciono para ficar de frente para um dos alvos. Sentindo o peso da ferramenta em minhas mãos, não pude deixar de me lembrar do que o meu pai havia me ensinado anos atrás, quando eu estava aprendendo a pescar. Tudo o que eu tinha que fazer era equilibrar força e precisão. E então, eu arremesso o tridente para o primeiro alvo, acertando bem na cabeça. Porém, quando parti para o segundo, senti a arma escorregando de minha mão e caindo no chão, fazendo um barulho estridente por todo o ginásio de treinamento.

Eu olhei para Cato, que apenas me lançou uma risada penetrante, zombando de mim. A raiva dentro de mim apenas aumentou. Meu corpo tremia e eu mal conseguia pensar racionalmente. Meu rosto estava quente, tanto pela vergonha quanto pela fúria. Ele não podia simplesmente me menosprezar assim, como se eu não tivesse valor, como se eu não fosse uma ameaça. O meu ego estava ferido e eu senti que precisava fazer algo para tirar aquela risada de minha mente.

Eu pego o tridente que estava caído, em um impulso desesperado. Eu mal conseguia registrar minhas ações na minha cabeça. Em um desejo ímpeto de me mostrar superior a ele, eu apenas arremesso o tridente em sua direção, fazendo com que o mesmo tivesse que desviar para não ser atingido. Ele me encara perplexo, com uma mistura de confusão e choque gravados em seu rosto. Ele permanece assim durante alguns minutos, quando, de repente, ele dispara em minha direção.

— Você vai morrer — ele diz em alto e bom som, para que todos pudessem ouvir — Ninguém se atreva a tocar nela. Eu mesmo vou matá-la. E se alguém pensar em fazer isso antes de mim, estará morto.

(...)

— Você fez o quê? — Finnick praticamente gritava comigo, que estava sentada em um dos sofás de nosso andar no prédio — Primeiro, você demonstrou duas de suas habilidades para que todos os tributos pudessem ver, depois você simplesmente arremessa um tridente em um dos carreiristas? Não consigo me decidir se você é corajosa ou suicida.

— E o que queria que eu fizesse? Deixasse que ele me visse como uma fraca? — eu pergunto retoricamente, me levantando do sofá.

— Pelo menos assim você não seria a primeira pessoa que ele irá procurar na Arena — disse ele. O arrependimento instantâneo me atingiu. Finnick estava certo, eu seria a primeira pessoa que ele procuraria na Arena. Fui imprudente e impulsiva. Não pensei nessa possibilidade. Agora eu teria que ser muito mais esperta e estaria em um risco muito maior, sendo perseguida pelos carreiristas — Você não deveria ter feito isso, de maneira alguma. Mas já que fez, me conte, como ele reagiu?

— Ele ficou em choque, e depois correu até mim como se fosse me matar ali — eu disse, relembrando dos fatos. Na hora eu estava sendo corajosa e me mantendo firme sob suas ameaças. Mas agora, pensando sobre isso, não sei como pude agir assim. Finnick me olhava com um olhar divertido em seu rosto.

— Pelo menos você poderá entregar um bom show para a Capital — disse ele.


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Notas finais do capítulo

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