Fated to Die escrita por Hanna Bolena


Capítulo 2
Desfile dos Tributos


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem :)



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Eu me encontrava andando calmamente até meu destino. As pessoas se afastavam de mim como se eu fosse uma praga. Eu podia sentir minha garganta se rasgando, mas contive a vontade de chorar. Eu não vou fazer isso, principalmente na frente dos meus pais. Eu precisava ser forte nesse momento, como nunca antes. Eu estava de frente para todos agora. Consegui ver as pessoas que eu conhecia me encarando com pena.

Apesar de o Distrito 4 no passado ter tido alguns tributos que se voluntariavam para participar dos Jogos por espontânea vontade, isso não acontecia com frequência. Então, eu não tinha esperanças de que alguém fosse escolher estar em minha situação.

— Você deve ser a Hazel, fique perto de mim para que todos possam olhar para você — disse Penelope, com uma das mãos em minhas costas, me segurando no lugar — Agora, vamos ao tributo masculino que representará o Distrito 4 nessa edição dos Jogos Vorazes — ela se move até a segunda urna, mexendo sua mão livremente entre pedaços de papel — Philip Carpenter

Eu o conhecia. Ele tinha apenas quatorze anos.

(...)

Nesse momento, eu estava em uma sala do edifício da justiça, esperando para que meus pais pudessem se despedir de mim. Eu me encontrava com medo e cautelosa, afinal eu não queria desabar na frente deles. Pelo contrário, eu precisava garantir que eles fossem ficar bem com a minha partida e prometer tentar vencer.

— Hazel, eu sinto muito querida — disse meu pai, que visivelmente estava tentando se manter calmo, mas ainda assim, podiam-se ver lágrimas em seus olhos castanhos — Você é esperta, tenha certeza disso, eles querem apenas um show, tente ser cuidadosa e tudo vai dar certo, você vai conseguir vencer.

— Ele está certo, Hazel. Você pode vencer, tem que tentar. Por favor, volte para casa, por nós — disse minha mãe, que estava em prantos, com os olhos inchados de tanto chorar, o cabelo desgrenhado e soluços escapavam de cada uma de suas palavras. Max estava atrás dela, ele também se encontrava chorando, apesar de não entender completamente do que se tratavam os Jogos, ele sabia que todos os que tinham seus nomes colhidos, jamais voltavam.

— Eu prometo que vou ganhar — eu disse, abraçando os três, um de cada vez. Tentando registrar na memória a sensação de seus braços ao meu redor, que me passavam segurança e conforto, e eu nunca queria esquecer do sentimento de estar em casa com minha família.

(...)

Eu estava no trem que nos levaria até a Capital, sentada em uma poltrona, juntamente com Philip. Ele estava claramente muito nervoso, e os traços em seu rosto indicavam que ele com certeza havia chorado. Philip possuía cabelos ruivos e sardas em todo rosto, que estavam queimadas, pelo o que eu presumi serem de sol. Ele era bem menor do que os meninos da idade dele, o que indicava que o mesmo mal havia entrado na puberdade.

— Seu nome é Philip, certo? — eu pergunto, tentando distraí-lo de qualquer pensamento que ele estivesse tendo, que assumi não serem bons. Ele apenas assente com a cabeça, me lançando um pequeno sorriso que durou segundos — Você trabalha na feira, seus pais são os Carpenter, vendedores de frutas, estou certa?

— Sim, está. Mas como você sabe disso? — ele pergunta, parecendo mais interessado na conversa.

— Eu também trabalho lá, todas as manhãs. Minha família vende os peixes que meu pai pesca. Eu te vejo lá de vez em quando, separando os alimentos para a venda — eu afirmo, sorrindo saudosamente, me lembrando do cheiro fresco do mar, que ficava em frente das pequenas barracas, todas as manhãs.

— Você sabe pescar? Eu sempre quis aprender, mas meus pais nunca tiveram tempo para me ensinar — ele disse, mexendo as mãos nervosamente.

— Eu sei sim, meu pai me ensinou quando eu era bem pequena. Eu tinha só 6 anos quando pesquei o meu primeiro peixe lua, mas ele escapou quando eu o peguei nas mãos, chorei durante uns três dias por causa disso — eu disse, fazendo com que nós dois ríssemos.

— Do que vocês estão rindo, afinal? Vocês são tributos dos Jogos Vorazes agora, e em breve vão estar em uma arena com vinte e dois jovens lutando pela sobrevivência — disse um homem alto e bem construído que havia chegado na sala em que estávamos no trem.

— Bem, todo mundo está nos parabenizando, você é o primeiro que se refere aos Jogos de maneira realista — eu disse, sendo irônica. Eu não costumava acompanhar os tributos nessa matança que eram os Jogos Vorazes, então não fazia a menor ideia de quem ele era — Mas quem é você, afinal?

— Ele é Finnick Odair — disse Philip, de cabeça baixa, parecendo envergonhado.

— Isso mesmo garoto, sou o mentor de vocês, estou aqui para lhe dar os parabéns — ele me encara por alguns segundos antes de prosseguir — e garantir que vocês não morram, pelo menos não nos primeiros dias.

— Então vai nos dizer o que temos que fazer para conseguir patrocinadores? — eu pergunto, levemente interessada.

— Sejam simpáticos e talvez as pessoas gostem de vocês — ele disse, se sentando em uma das poltronas extremamente confortáveis.

(...)

Nesse momento eu estava deitada sobre uma mesa metálica, depois de eles supostamente me prepararem para o Desfile dos Tributos. Eu me encontrava aguardando por minha estilista. Definitivamente, eu não estava empolgada. Todos os anos os tributos do Distrito 4 se vestiam de peixe para o Desfile, devido a pesca, que era uma atividade muito comum onde eu vivia. Assim ficava difícil de se destacar e conseguir patrocínio.

— Olá, meu nome é Ava Finn, sou sua estilista e estou aqui para te deixar impressionante para o Desfile — disse uma mulher extremamente alta e magra que havia acabado de entrar na sala em que eu estava — Não vai ser uma tarefa difícil, você e seu companheiro de Distrito são lindos.

— Normalmente nos vestem de peixe — eu disse, com confusão expressa em meu rosto. Como impressionar os patrocinadores dessa maneira?

— Sim, mas eu não vou fazer isso esse ano. Eu estive muito inspirada ultimamente e garanto que você e o público vão gostar muito do que eu estive produzindo — ela disse, parecendo super empolgada.

E então ela me vestiu para o que era o vestido mais lindo que eu já havia visto. Ele estava longe de parecer com um peixe. A roupa era de um verde escuro, com detalhes dourados e uma cauda, que me causavam a impressão de ter sido inspirada em uma sereia. Ele era justo até o começo das minhas coxas, e se soltava depois disso, simulando um rabo de peixe.

Philip também se encontrava fabuloso. Ele estava sem camisa, e com um colar repleto de conchas, que tampavam todo o seu tronco, e com uma calça com os mesmos detalhes que o acessório. Nós estávamos realmente, impressionantes.

Nós tínhamos pegado o elevador, juntamente com os tributos do Distrito 3, que nos levaria até o primeiro andar. Quando, de repente, os tributos do Distrito 2, entram no local. A menina possuía uma feição séria, como se estivesse pronta para lhe entregar um comentário cruel e impertinente.

Já o menino, tinha um sorriso lateral no rosto, como se estivesse achando graça em tudo. Nós nos encaramos por um breve tempo. Seu olhar cruzou o meu, e por um momento eu senti calafrios por todo o meu corpo.

(...)

Estávamos dentro do que parecia ser uma carruagem, sendo puxada por cavalos brancos. Meu vestido voava com a força do vento, as pessoas gritavam e aplaudiam ao nosso redor, jogando flores de todas as cores. Philip e eu acenávamos com grandes sorrisos em nossos rostos. E depois do que pareceu ser uma eternidade, o Desfile havia terminado.

— Vocês dois foram ótimos, tenho certeza que vão conseguir muitos patrocinadores — disse Penelope, parecendo empolgada.

— Olhem, parece que Hazel tem uma sombra — disse Ava. Quando olho para trás para ver do que ela estava falando, me deparo com os olhos azuis gélidos de Cato, do Distrito 2. Ele estava me encarando descaradamente, como se eu fosse uma isca. Fiquei imediatamente com medo, mas ao mesmo tempo, não demostrei. Eu apenas o encarei de volta, com as feições mais assustadoras que consegui encontrar dentro de mim, fazendo ficar surpreso e me lançar um sorriso lateral ameaçador.

Um sorriso que eu não sabia, mas veria muito no decorrer desses Jogos.


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Notas finais do capítulo

O que acharam do capítulo? Devo continuar?



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