Fated to Die escrita por Hanna Bolena


Capítulo 1
Prólogo


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem da história :)



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/805174/chapter/1

Água. Era tudo o que podia ser visto na paisagem litorânea do Distrito 4, onde eu tinha nascido e o único lugar que eu já havia conhecido em toda a minha vida. Enquanto ouvia as ondas tempestuosas do mar batendo contra as rochas na praia, eu observava de longe meu pai tentando fisgar algum peixe com seu tridente enferrujado, sem nenhum sucesso. Nós erámos uma família simples, dependíamos da pesca para sobreviver. Eu e minha mãe vendíamos os peixes que meu pai pescava na feira local. Porém, perdemos muitos clientes para a concorrência, e ultimamente mal conseguíamos nos alimentar.

— O que está fazendo aqui Hazel? Hoje é dia da colheita, você deveria estar se preparando — disse meu pai, ele estava exarcado e vindo ao meu encontro. Ele possuía os mesmos olhos verdes que os meus, as mesmas mãos ásperas de manusear o tridente e o mesmo hábito de observar o pôr do sol todos os dias na praia.

— Você acha que será eu dessa vez? — perguntei apreensiva. Todo ano eu tinha pesadelos com essa data, pensando que podia ser meu nome escrito naquele pedaço de papel. Eu sempre tentava pensar positivo e ser otimista, mas ainda assim, meu medo me consumia.

— Se eu fosse você, eu não me preocuparia tanto, querida. Tem milhares de nomes a serem sorteados, o seu não é o único naquela urna. Vamos, sua mãe deve estar preocupada — suas palavras agiram como um calmante em meu corpo, me relaxando completamente. Nós seguimos o caminho até em casa, que não ficava muito longe da praia. Meu pai tentava desesperadamente me distrair com assuntos cotidianos e aleatórios, mas não havia nada que ele pudesse fazer para me deixar menos ansiosa ou insegura.

— Onde é que você estava Hazel? — perguntou minha mãe, que estava se preparando para a colheita. Ela possuía os mesmos cabelos escuros que os meus, presos em uma trança.

— A culpa é minha, eu pedi para que ela me ajudasse com a pesca — disse meu pai, enquanto piscava um de seus olhos para mim, me acobertando — Onde está Maxwell? — ele estava se referindo ao meu irmão mais novo. Ele tinha sete anos, e em toda colheita eu me sentia grata por ele ainda não ter idade o suficiente para colher. Meu pai estava ensinando Max a pescar. Ele amava me ver manuseando o tridente. E eu também gostava da sensação da ferramenta em minhas mãos. Me causava um sentimento de poder, como se eu estivesse no controle de tudo.

Enquanto nós andávamos até o pátio principal, eu me perguntava se era mesmo possível que meu nome fosse colhido, mesmo dentre milhares de outros. Eu mal podia deixar de me preocupar. Eu tinha uma família que se zelava por mim, então eu não podia simplesmente ir embora. Todos nós tínhamos colocado nosso nome na urna nesse momento. Ser a única na minha família que podia colher, me aliviava um pouco. E esse era o único pensamento que me acalmava. Eu podia sentir que minhas mãos estavam gélidas e suando, o que eu tentava mascarar segurando fortemente em meu vestido de cetim azul claro.

Penelope Waddell, a escolta do Distrito 4 começa a fazer seu discurso entediante anual, e após isso é passado para nós o vídeo que todos odiávamos do Presidente Snow sobre a guerra entre os distritos.

— Muito bem, e após as sábias palavras do Presidente Snow, vamos continuar com a Colheita para a 74° edição dos Jogos Vorazes. E é claro, como sempre, vamos começar com as damas primeiro. E que a sorte esteja a seu favor — disse Penelope depois que o pequeno filme de Snow havia acabado.

Suas mãos se mexiam dentro da urna de vidro. Para mim era como se tudo estivesse em câmera lenta. Um nó se formava em meu estômago, meu coração batia fortemente em meu peito e uma gota de suor frio escorria pelo meu rosto. Não pode ser eu. Isso é impossível. Eu tinha apenas dezesseis anos. Faltava pouco para que eu não precisasse mais passar por essa angústia. Eu só tinha que esperar por mais alguns anos, e então tudo isso acabaria. Fecho meus olhos com força quando ela finalmente escolhe um papel.

— Hazel Abbott

 

 

Eu abro os olhos com medo, mas conformada, sem nenhuma lágrima escorrendo de meu rosto e olho para meus pais. Minha mãe estava em prantos, enquanto meu pai estava em estado de choque.

É, a sorte não estava ao meu favor.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

O que acharam? Devo continuar?



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Fated to Die" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.