Scientist escrita por Dani Tsubasa


Capítulo 6
Capítulo 6 – Felicidade




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Capítulo 6 – Felicidade

                -  O que você quer tanto me mostrar que não pode esperar até amanhã ou depois de amanhã?

                Peter sorriu enquanto iam de novo a seu laboratório particular do Homem Aranha. Ele fechou a porta e a levou à mesma mesa onde deixava os esboços.

                - Vamos estar muito ocupados amanhã e depois, por isso quero te mostrar hoje. É um presente de casamento. Mas eu tenho que lembrar a você algo que tio Ben me disse no último dia que passou comigo, e que passei muito tempo sofrendo por não ter percebido antes daquilo acontecer. Ele me disse que com grandes poderes, vem grandes responsabilidades. E eu não quero que você se lembre disso só pra deter criminosos, se for necessário, quero que lembre quando também não estiver. Proteger sua vida é importante, e fazendo isso você também protege a minha. Eu não sei viver sem você, Gwen.

                Peter parou de falar quando ela o abraçou.

                - Você não vai. Não foi sua culpa, e vou continuar repetindo todos os dias se necessário. E eu não vou ser imprudente de novo. Não vai ser daquele jeito de novo, Peter.

                Ele a abraçou de volta e fechou os olhos enquanto beijava seus cabelos e sentia a dor daquelas lembranças passando por dentro de seu corpo mais uma vez, embora agora com menos peso, mais distantes e suportáveis.

                - Todo dia eu tenho medo de acordar e descobrir que foi tudo um sonho.

                Gwen afagou suas costas, não sabendo como confortá-lo sobre isso. Acontecera o mesmo com ela quando perdeu seu pai, mas quando acordava descobria a cada dia que o pesadelo era real, ainda que desce sua infância ela estivesse ciente que a qualquer momento isso podia acontecer.

                - Eu sei. Eu sei como é... E não quero que você se culpe por isso também de novo. Eu cresci me preparando pra isso. Meu pai assumiu os riscos, assim como eu naquele dia. Você não pode carregar o peso do mundo nas costas, Peter. Você ainda é humano. Mas eu prometo fazer meu melhor pra suportar esse peso junto com você.

                - Você já faz isso, Gwen. Sempre fez – ele sussurrou para ela – Você consegue ser estudante, espiã, enfermeira, psicóloga, filha, irmã e namorada ao mesmo tempo. Você já é muito melhor do que eu.

                Ela riu baixinho.

                - Nem sempre é fácil também.

                - Eu imagino.

                - Vamos tirar um bom tempo pra nós, longe de tudo isso – ela levou uma mão para o rosto dele, a qual Peter virou o rosto para beijar a palma brevemente – Você já sofreu demais.

                Ele concordou em silêncio, e por vários segundos os dois apenas se olharam, ainda abraçados, como se um quisesse atestar que o outro estava vivo de verdade, e que não evaporaria como num sonho quando se soltassem. Peter se inclinou e ambos fecharam os olhos. Ele a beijou por um bom tempo, até sentirem suas almas em paz outra vez.

                - Eu acho que você tinha dito... – Gwen começou enquanto ainda estavam de olhos fechados e com suas testas unidas – Que tinha um presente de casamento pra sua noiva – ela brincou.

                Peter sorriu e os dois se encararam.

                - Sim, usei todos os meus neurônios pensando em algo que combinasse com você.

                Ele a beijou mais uma vez antes de segurar sua mão e voltar sua atenção para a mesa de novo, procurando algum desenho específico entre os esboços.

                - Achei.

                Peter puxou a folha em questão para o campo de vista de Gwen. Esse desenho estava finalizado, e em cores. Era nada menos que um traje igual ao dele, mas com traços femininos e padrões diferentes. O branco se destacava na parte superior do traje, com um tom de rosa choque circulando as lentes da máscara e preenchendo o interior do capuz e uma parte dos braços, que tinha desenhos iguais aos do traje de Peter, como teias de aranha, mas num tom de azul turquesa ao invés de preto. A parte inferior do traje era negra, e formatos geométricos e simétricos se destacavam no peito e nas costas, lembrando a silhueta de uma aranha. Sapatilhas verde água completavam a beleza do uniforme, ao invés de um solado especial como no de Peter.

                - Vai ser ainda mais resistente que os anteriores que fiz, mas não menos confortável. E tenho estudado uma forma de torná-lo à prova de balas, ou pelo menos algo perto disso, que amenize o impacto. E quem sabe... Alguma coisa pra conseguirmos planar em situações de total desespero. Como um esquilo voador talvez. Só não sei ainda como fazer de uma forma que possamos ativar e desativar, ia atrapalhar usar isso o tempo todo... Você gostou?

                Gwen sorriu e o puxou para um beijo rápido.

                - Ficou lindo, Peter! E eu gostei dos melhoramentos que você quer colocar. Isso significa que estou sendo pré-promovida? – Ela sorriu esperando pela reação dele a sua brincadeira.

                - Não, de jeito nenhum! – Ele riu, não conseguindo se manter sério enquanto Gwen fazia o mesmo – Isso é porque sei o quão teimosa você é, e que não vou estar perto o tempo todo pra te segurar. Então se você decidir me seguir ou ir bater em algum criminoso antes de me perguntar, que pelo menos esteja bem protegida, incluindo sua identidade.

                - Por isso o capuz? Pra me ocultar duas vezes mais? – Ela perguntou sorrindo.

                - Vai ser impermeável como o restante do traje. Vai evitar que chuva ou qualquer coisa parecida molhe as lentes da máscara. E também dificulta que te vejam direito.

                - Obrigada, querido – Gwen sorriu para ele – Vamos fazer uma promessa? De cuidar um do outro nas batalhas? Se algo nos acontecer não dá pra proteger ninguém mesmo.

                Peter inspirou fundo e os olhos dele se encheram de lágrimas, ainda que não as deixasse cair, e ele balançou a cabeça positivamente, a puxando para mais um abraço. Gwen suspirou o sentindo contra ela, e fechou os olhos enquanto o apertava de volta. Ela achava tão fofo o quanto ele gostava de abraços, mesmo que nunca tivessem falado sobre isso, ela podia notar, e ele sabia abraçar bem, o que a fazia querer estar assim com ele quase o tempo todo.

                - Eu adoro seus abraços – ela confessou – Você faz isso tão bem.

                - Esse é o abraço vip, só você conhece.

                Gwen riu e se deixou aproveitar o momento, sentindo um beijo dele em sua têmpora.

******

                Gwen estava se arrumando em seu quarto quando sentiu algo semelhante a uma corrente elétrica passar por seu corpo. Não doía ou incomodava, era quase como a sensação que se tem com uma intuição forte ou quando se está muito ansioso para algo, e imediatamente Peter veio a seus pensamentos, como se ele estivesse ali com ela. Batidas na porta chamaram sua atenção, mas Gwen foi interrompida antes de abrir.

                - Não abre. Sua mãe e seus irmãos insistem que dá azar ver a noiva antes do casamento. Eu só vim... Porque tava ansioso demais pra esperar a hora certa de te ver, e porque consigo me arrumar mais rápido. E dizer que eu te amo, e que mal posso esperar pelas horas que faltam.

                Gwen riu baixinho ao se encostar na porta, como imaginava que ele também estivesse fazendo do outro lado, pelo quão próxima estava sua voz.

                - Eu também te amo, e me sinto tão ansiosa quanto você, garoto inseto.

                Peter riu.

                - Peter... – ela sussurrou – Está sozinho aí?

                - Sim, sua mãe está arrumando seus irmãos.

                - Eu percebi você pelo sentido aranha. É a mesma coisa quando nos encontramos e quando há um perigo?

                - Tem diferenças. Quando há algo ruim é como um calafrio, você gela por dentro que nem quando se assusta muito com alguma coisa. Vai aprender com o tempo, e podemos falar disso mais tarde. Agora sua família pode aparecer aqui a qualquer momento e achar que ficamos loucos.

                Ela riu.

                - Eu vou voltar pra tia May agora, garota papa mosca.

                Gwen gargalhou.

                - Como ela está?

                - Tão feliz que parece que é ela se casando com o tio Ben de novo.

                - Como minha mãe.

                Os dois compartilharam um silêncio agradável por um instante antes de Peter falar novamente.

                - Não quero que nos atrasemos. Eu vou indo agora. Eu te amo, Gwen.

                - Também te amo.

                Ela o ouviu suspirar do outro lado e sabia que Peter estava sorrindo. Os passos dele se distanciaram e ela o ouviu se despedir de sua mãe e seus irmãos.

                - Ele é um doce, Gwen – sua mãe falou ao entrar para ajudá-la minutos depois – Fico feliz que vocês tenham uma conexão tão boa.

                - Eu também, mãe.

                - Bem... Vamos cuidar desse cabelo. Seu vestido já está pronto, e os meninos também. Sua maquiagem está perfeita – Helen falou com um sorriso radiante.

                Gwen passou os próximos minutos conversando com a mãe enquanto se arrumava, percebendo o quão melhor estava em controlar seus novos poderes em apenas duas semanas, pois nenhuma vez suas mãos ou pés grudaram em algum lugar ou objeto ou algo quebrou por acidente, apesar do quão ansiosa ela estava.

******

                Horas mais tarde Gwen estava rindo junto com Peter enquanto os dois se abraçavam, momentos depois de terem dito sim um ao outro, descalços na grama e ele num belo terno preto e gravata borboleta, ela num vestido branco nem muito simples, nem muito sofisticado, com bordados e rendas que combinavam com a natureza do local, seu cabelo louro preso num coque misturado com tranças, algumas mechas onduladas propositalmente escapando do penteado, e flores brancas e cor de rosa adornando as tranças que iam da testa para o coque. Os irmãos de Gwen brincavam com outras crianças, das famílias de seus amigos do colégio.

                Tinham decidido realizar toda a cerimônia, casamento e festa, num parque arborizado da cidade, que tinha espaços destinados especificamente para esse tipo de celebração. Estavam eles, a família de Gwen, tia May, amigos do colégio e alguns amigos da família, os quais Peter insistira em investigar se tinham qualquer possível ligação com antigos, ou em criação, vilões psicopatas. Ele próprio chegou a se declarar como paranoico e pedir desculpas a Gwen por isso. Mas ela só pode consolá-lo, concordar com ele e ajuda-lo. Quando Peter contou tudo que tinha acontecido desde sua queda até o hospital, Gwen sentiu a mesma dor imaginando como seria se estivessem em posições contrárias.

                - Você acredita em fadas? – Peter perguntou de repente enquanto dançavam com a música suave entoada pelos músicos.

                Gwen se surpreendeu com a pergunta, mas sorriu e entrou na brincadeira como sempre.

                - Eu acreditava quando era pequena. Mesmo não acreditando, meus pais sempre diziam acreditar junto comigo. Ainda gosto delas. E depois de ver que existe um Homem Aranha, todos aqueles super vilões e o que aconteceu nas duas últimas semanas... Eu tô começando a acreditar nelas de novo. Não é porque não vemos que não existe, é que nem o vento.

                Peter sorriu, encantado por sua esposa ainda ter um coração tão bonito quanto o de sua infância.

                - Mas por que essa pergunta de repente?

                - É que você... Com esse vestido... Esse penteado... E aqui... Tá parecendo com uma.

                Gwen sentiu o peito aquecer, e sorriu antes de beijá-lo.

                - Podíamos construir uma casa de chocolate aqui, ou contratar aqueles confeiteiros incríveis dos programas da TV pra isso, confeitaria nunca foi meu forte – Peter lhe disse.

                Gwen gargalhou.

                - As fadas iam gostar de viver nela. Dizem por aí que elas adoram doce – disse ao marido.

                A alguma distância, May e Helen observavam radiantes o casal dançando, conversando e rindo.

                - O pai dela adoraria estar aqui hoje. Ele protegia muito todos os filhos, mas era mais ciumento com Gwen. Ainda assim, ele confiava muito em Peter.

                May assentiu.

                - Ben também adoraria estar aqui. Mas eu acredito que ambos estão de alguma forma.

                Helen concordou.

                - É hora do início oficial da festa – ela disse observando os funcionários do parque começando a organizar as mesas de comida – Vou chamar as crianças e avisar aos outros.

                - Vou falar com os noivos.

                May se aproximou dos dois, ainda tão abraçados e perdidos um no outro quanto minutos atrás.

                - Assim não me dá coragem de interromper – ela falou sorridente.

                - Tia May – Gwen a cumprimentou com outro sorriso.

                - A parte favorita das crianças vai começar agora. Estejam lá pra cortar o bolo. Ficou do jeitinho que vocês queriam.

                - A senhora já viu, tia May? Nem tivemos tempo de olhar depois de pronto – Peter perguntou.

                - Vi sim – May respondeu enquanto arrumava sua gravata e seu terno – Ficou muito lindo e combina com esse lugar.

                - Vamos já já, tia. Ajuda a mãe da Gwen a impedir as crianças de ficarem malucas enquanto isso?

                As duas mulheres riram enquanto May concordava e seguia para a aglomeração dos pequenos.

                - Eu sei que é muito clichê, mas eu mal acredito que estamos aqui hoje.

                - Peter Parker sendo clichê? O que aconteceu? – Gwen brincou.

                - Você é o melhor clichê que já tive na minha vida, e não me importo de repeti-lo até o fim dela.

                - Definitivamente, hoje você não tá facilitando pra manter minha maquiagem intacta até o fim da festa – Gwen falou com a voz embargada, mas sorrindo.

                Peter sorriu de volta, com os dois abraçados da mesma forma de quando ele escreveu a mensagem para ela na ponte.

                - E tudo graças ao Homem Aranha. Eu adoraria que ele viesse a nosso casamento pra poder agradecê-lo.

                Gwen riu.

                - Quem sabe ele não está aqui disfarçado sem ninguém saber? – Ela brincou.

                - Então é verdade?! – Um garotinho, filho de um de seus amigos mais velhos perguntou de repente, assustando os dois – Foi o Homem Aranha que salvou você?

                - Foi sim – Gwen sorriu para a criança – Se um dia você o encontrar agradeça a ele, ou não teríamos essa festa hoje.

                O menino exclamou de alegria e saiu correndo na direção de outras crianças.

                - Jeito com crianças? Isso eu nunca tinha visto.

                - Tenho três irmãos mais novos e todos meninos, fiz um longo estágio.

                - Já posso até imaginar o rosto e o nome das nossas crianças.

                Gwen ficou muda.

                - Gwen...?

                - Você... Quer ter filhos? Com a vida que nós temos?

                - Em algum momento falaríamos sobre isso, e eu não consigo imaginar nenhum caminho feliz se fugirmos. Vamos encontrar um jeito.

                Gwen desistiu, e se deixou chorar enquanto os dois se abraçavam e Peter beijava o topo de sua cabeça.

                - Destruidor de maquiagens.

                Ele riu com a brincadeira, e puxou um lenço do bolso, ajudando-a a ficar apresentável novamente.

                - É a prova d’agua, deixa de ser dramática – ele falou ainda secando sua pele enquanto Gwen ria – Agora vamos? Antes que alguma das crianças decida dar uma de Homem Aranha e saltar em cima do bolo.

                Gwen gargalhou enquanto os dois seguiam para o local de mãos dadas. Tia May não tinha exagerado dizendo o quanto o trabalho dos confeiteiros ficara belo. A cobertura mesclada de branco e um tom suave de salmão estava adornada por uma espiral de flores e algumas borboletas que iam até o topo através dos três andares do bolo. A espiral se encontrava com um jardim fofo e bonito, feito com chocolate branco tingido nas mesmas cores da cobertura, incluindo uma árvore, um banco, mais flores e uma casa de chocolate.

                - Seu sonho foi realizado agora? – Peter perguntou baixinho.

                Gwen não conseguia parar de sorrir e se ergueu para beijar a bochecha do marido.

                - Está me acostumando mal.

                - Não vai poder ser assim com a Gwen Aranha – ele murmurou.

                - Eu sei disso, nós prometemos.

                Peter sorriu e apertou sua mão, no código secreto de conversas em público dos dois.

                - Deixem as conversas secretas sussurradas de casal apaixonado pra mais tarde, é hora do bolo – May falou, puxando os dois para mais perto.

                Mais gritos de alegria e celebração foram ouvidos enquanto os noivos faziam as honras e todos começavam a comer. A festa começava a caminhar para o fim algumas horas mais tarde, embora muitas pessoas ainda dançassem e se divertissem. As crianças não paravam de perguntar a Gwen e Peter como o Homem Aranha a tinha salvado. Peter fingia não saber de nada além do hospital, enquanto Gwen tentava não detalhar muito a história, por uma série de razões.

                Foi quando começavam a recolher as coisas e todos se preparavam para ir embora que Peter decidiu saciar um pouco da vontade das crianças de conhecerem o herói da festa. Ele e Gwen ficaram mais distantes e o mais camuflados possível longe dos convidados para Peter conseguir sumir por alguns instantes sem ser percebido.

                - Oi? Eu soube que teve uma festa aqui e que alguém pediu pra me chamar? – O Homem Aranha apareceu de repente pulando de uma das árvores do parque, deixando as crianças mudas e boquiabertas por vários segundos antes de começaram a gritar e correr para abraçá-lo.

                Os adultos estavam entre ficar abismados e sorrir. Deixando as roupas de Peter com tia May, Gwen se aproximou do herói para ajudá-lo em sua encenação.

                - É uma pena você não ter chegado antes, Homem Aranha. Não estaríamos aqui hoje sem você – ela lhe disse – Muito obrigada.

                Felizmente ninguém, além de May, entendeu o olhar apaixonado de Gwen para o herói.

                - Eu fico muito feliz por isso. É por isso que faço o que faço. Eu me lembro daquela noite, fiquei aliviado quando me disseram no hospital que a senhorita se recuperou bem.

                - Cadê o Peter? – Uma das crianças perguntou, e Gwen entrou num mini estado de pânico sem saber como explicar, mas felizmente seu marido pensava rápido.

                - Ah, o noivo... – o Homem Aranha falou – Ele foi correndo me chamar pra eu vir aqui. Disse pra eu ser rápido porque todos já estavam indo embora, então nem tive tempo de lhe dar uma carona, ele está voltando a pé, mas não está longe. Eu vou indo agora e vou ajudá-lo a chegar mais rápido.

                - Mas como ele viu você? – O mesmo menino de horas atrás perguntou.

                - Eu estava pulando de teia em teia pelos prédios e ele me viu de longe. Eu o vi acenando do chão e achei que precisasse de ajuda, então desci pra falar com ele.

                Gwen suspirou aliviada quando as crianças não contestaram.

                - Bom... É hora de ir. O amigo da vizinhança precisa continuar a patrulha de hoje.

                - Tchau, Homem Aranha! – Várias crianças falaram juntas enquanto corriam para abraçar Peter de novo.

                - Eu desejo muita felicidade aos noivos. E se mantenham longe dos vilões – Peter falou para Gwen.

                - Obrigada – ela sorriu enquanto o via sair correndo e desaparecer tão rápido que não viram para onde.

                As crianças começaram a tagarelar uma com a outra sobre o ocorrido quando Peter reapareceu, como se nunca tivesse sumido da festa.

                - Peter, você perdeu! – O irmão mais velho de Gwen falou – O Homem Aranha veio aqui.

                - O que?! E eu nem vi... Mas eu não perdi não. Fui eu que chamei ele, e foi ele que me deixou aqui de volta agora.

                - Ele disse – Helen falou – O casamento de vocês vai acabar aparecendo nos jornais.

                - Não brinca com isso, mãe. As fotos são só nossas, queremos tranquilidade daqui em diante.

                - Eu sei, querida – a mulher riu com alegria.

                - Você descobriu quem ele é?

                - Ele te contou algum segredo?

                Peter olhou para os dois irmãos mais novos de Gwen enquanto formulava uma resposta.

                - Não, foi muito rápido. Ele tava no meio de uma patrulha, eu não quis atrapalhar, ou depois podia sobrar pras pessoas comuns como nós. E é melhor não saber.

                - Peter tem razão. Se não sabemos nada, nenhum vilão maluco vai atrás de nós procurar informações – Gwen lhes disse.

                Quando a euforia das crianças acalmou, o sol começou a se por, e todos começaram a ir embora, Peter e Gwen ajudaram a levar do parque o que deixariam em casa, e prepararam as malas para sua lua de mel no dia seguinte. Os dois decidiram não viajar, e nem passar muitos dias. Ficariam num hotel em Nova York mesmo, e passariam seus dias juntos passeando e se divertindo. Queriam se concentrar na viagem para a Inglaterra dali a algumas semanas, onde talvez pudessem viver algum tempo de vida normal e tranquila antes da faculdade. Se despediram de May, Helen e os meninos e se instalaram num hotel para a noite.

                - Nosso teatro foi incrível – Gwen falou abraçada com ele no meio do quarto, as luzes já apagadas, uma música baixa e agradável tocando no celular de Peter, e um clima suave.

                - Nem acredito que deu certo. Tem crianças que não dá pra enganar.

                - Você também leva jeito com elas. Isso vai ser bom – respondeu enlaçando seu pescoço.

                - Com calma, Mulher Aranha – ele sorriu.

                - Que horas mesmo vamos sair amanhã?

                - Vamos sair à tarde, temos tempo – Peter lhe disse encostando a testa na dela e lhe dando aquele sorriso que a fazia concordar com qualquer coisa que ele dissesse.

                Ela sorriu de volta e assentiu enquanto Peter beijava seu pescoço.

                - Eu amo você – ele sussurrou ao encará-la novamente – Mais do que tudo.

                - Também te amo mais do que tudo – Gwen falou no mesmo tom quando uniram seus lábios para dar início à noite especial que passariam acordados.


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