Scientist escrita por Dani Tsubasa


Capítulo 5
Capítulo 5 – Minha direção


Notas iniciais do capítulo

Esse capítulo ficou divertido, ainda que não muito longo. =3 ♥ Eu adoraria saber o que vocês estão achando.



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Capítulo 5 – Minha direção

Peter brincava com o cabelo louro de sua noiva enquanto ela repousava em seu peito e os dois aproveitavam o sol do início da manhã na cobertura do prédio em que a família Stacy morava.

— Acha que tem chance de alguém resolver vir aqui e descobrir que não estamos no centro da cidade ainda?

— Não – Gwen respondeu – Só o pessoal da manutenção vem aqui, em dias programados, e os moradores só quando querem ver alguma coisa, como os eventos que envolvem fogos de artifício.

— Ótimo.

Os dois tinham dito à família de Gwen que passariam quase todo o dia fora resolvendo detalhes finais do casamento, que precisavam combinar juntos. Realmente fariam isso, mas Peter chegara cedo para treinar um pouco com ela. Já tinha quase uma semana que Gwen não sentia mais sintomas incômodos das mutações de aranha se instalando em seu corpo, e como Peter dissera, se sentia mais disposta e forte fisicamente, e seus reflexos estavam bem mais aguçados, ao que felizmente ela conseguira se adaptar bem dentro de três dias. E para alívio dos dois, não tivera novos incidentes quebrando coisas ou ficando presa em algum lugar.

— Vamos descer pela parede também? – Ela perguntou.

— Vamos descer de teia, mas eu vou levar você. Já tive infartos suficientes enquanto subíamos da janela do seu andar até aqui.

— Não tinha como eu cair literalmente presa a você por uma corda de teia.

— Vamos devagar, Gwen. Eu só vou deixar você subir e descer solta quando eu tiver 1000% de certeza que você dominou isso melhor do que eu. Mas quero que saiba que se saiu maravilhosamente bem hoje – Peter lhe disse, encarando-a com um sorriso, ao qual ela retribuiu de maneira radiante.

— É melhor irmos agora. Podemos treinar mais se chegarmos cedo. Não é você que disse que quer que eu domine tudo o mais rápido possível?

— Empenhada e com boa memória.

— Sempre.

— Pode ser. Quero te levar em casa. Tia May vai ficar feliz em te ver, e quero mostrar o que ando fazendo pra você. Os lançadores com maior alcance e velocidade deram certo. Os seus já são assim. Mas sabendo da sua teimosia, só vou deixá-los com você quando dominar perfeitamente. E vamos começar com os antigos pra você pegar o jeito.

Sabendo perfeitamente do quanto tudo que tinham passado ainda afetava Peter, ela não contestou, e acariciou seu ombro em consolo pelo que tinha certeza que ele estava se lembrando. Ainda assim não resistiu brincar com ele.

— Foi minha teimosia que muitas vezes te ajudou a obter informações importantes.

Ele riu e a beijou.

— Eu te amo – Peter falou, e Gwen acariciou seu rosto, conseguindo ouvir várias outras declarações e pensamentos ocultos naquelas três palavras.

— Eu amo você – ela respondeu, beijando-o de volta.

Minutos depois os dois estavam firmemente abraçados enquanto Peter beijava seus cabelos e lançava uma teia para começar a levá-los para baixo.

******

— Gwen! – May falou surpresa e a abraçou quando o casal surgiu na porta – Como vão as coisas?

— Bem, não sinto mais nenhum mal estar.

— Isso é maravilhoso. E que bom que tem Peter pra ajudar você. Foi uma loucura quando aconteceu com ele. Arrumou briga num metrô e quase quebrou todas as coisas do banheiro só tentando escovar os dentes de manhã.

— Tia May... – Peter reclamou enquanto ela e Gwen gargalhavam.

Eles tinham conversado muito sobre isso, e Gwen lhe dera permissão para revelar à May o que tinha acontecido com ela. Era bom ter mais alguém além de Peter para quem não precisava manter segredo enquanto conversavam.

— Eu vou mostrar os lançadores de teia pra Gwen agora.

— Certo. Tentem não destruir muita coisa, ok?

— Não posso prometer – Gwen falou.

Os três riram juntos.

— Você é muito mais jeitosa do que eu, talvez na primeira tentativa já lance como se tivesse feito isso a vida inteira.

Os dois deixaram as compras restantes para o casamento na sala e seguiram para o laboratório particular de Peter. Gwen já estivera lá algumas vezes, mas só agora pode observar com atenção.

                - É um bom Quartel General Aranha.

                - De onde você tirou esse nome?

                - É assim que chamam nos desenhos.

                - Os mesmos desenhos da casa de chocolate?

                Gwen deu um tapinha em seu ombro numa falsa repreensão e Peter riu, depois pegando sua mão e a levando até uma mesa com esboços espalhados e alguns lançadores e cartuchos de teia. Ela reconheceu os dele, em preto e vermelho. E havia outro par um pouco menor, nas cores branco e rosa choque.

                - Gwen, você já conhece meus lançadores. Eu já tô usando os novos. Esses são os seus, mas vai treinar com os meus antigos primeiro. Eu dei um jeito de adaptar pra ajustar nos seus pulsos.

                - Você usou as mesmas cores da Aranha. Você é um gênio, fotógrafo, costureiro, alpinista, lutador e ainda é designer?

                Peter riu.

                - Acho que só a palavra gênio podia resumir tudo isso, mas eu gostei dos apontamentos.

                Secretamente Peter já estava pensando num traje para ela, mas não lhe diria agora, e mostraria a ela antes de confeccionar. Era empolgante pensar em Gwen derrubando os bandidos junto com ele, apesar do quanto seu coração era bombardeado com a preocupação sobre ela se ferir, ou pior. Ele a conhecia, sabia que não poderia segurá-la para sempre. Em algum momento, provavelmente muito em breve, ela dominaria tudo que ele já sabia como Aranha, e agora sim não aceitaria não ajudá-lo em suas missões. E esconder sua identidade seria vital.

                Peter a mostrou como ajustar os lançadores nos pulsos, como dispará-los, recarregá-los rápido, e lhe explicou sobre o fluido de teia.

                - Eu vou fazer e você repete – ele disse – Vamos começar só lançando, depois pegando objetos pequenos, depois nos pendurando no teto, e quem sabe ainda hoje te mostro como se segurar de cabeça pra baixo. Depois de tudo isso eu vou te ensinar a fazer o fluido de teia.

                Trocaram um sorriso antes de Peter apontar para uma das paredes, propositalmente livre de móveis e objetos, e lançar uma teia que grudou certeiramente na altura que ele mirou. Já acostumada a vê-lo em ação, Gwen notou a nova velocidade do disparo.

                - Agora você, Gwen. Com uma mão, depois com as duas ao mesmo tempo – ele disse ainda com o braço estendido para a teia grudada na parede.

                Ela tentou copiar o melhor possível o que ele tinha feito, e seu primeiro lançamento até que não foi ruim. A teia foi longe, apesar de cair para o chão ao invés de grudar na parede.

                - Foi bom pra primeira vez.

                Peter rompeu a teia que ele próprio tinha lançado e em seguida fez o mesmo com a dela.

                - Quando você terminar de lançar, a menos que queira puxar ou segurar alguma coisa, você faz um movimento com o pulso pra romper a teia e lançar a seguinte, ou termina o disparo um pouco antes pra ela afinar e já quebrar sozinha onde você precisa. Vou te mostrar como assim que conseguir acertar a parede. Está se divertindo?

                Gwen sorriu, sentindo o coração queimar de amor pela forma doce como Peter sempre tentava cuidar das emoções dela, mesmo que tivesse falhando nisso algumas vezes enquanto tentava cuidar de sua segurança.

                - Como nunca – ela respondeu.

                Peter sorriu e olhou para a parede, esperando que ela fizesse uma nova tentativa. E para a surpresa de ambos, a teia não prendeu na parede por pouco.

                - Eu levei vários disparos pra conseguir fazer isso no começo. Viu? Você vai ser ainda melhor do que eu.

                Com mais alguns minutos de tentativas, Gwen, agora usando ambas as mãos, finalmente conseguiu deixar as teias firmes na parede, embora Peter a advertisse que essa era apenas a primeira de muitas vezes que ela precisaria praticar para manusear as teias de maneira firme e segura. Depois de ensiná-la como romper a teia e fazê-la soltar sozinha no fim do disparo, e outra vez Gwen aprender rapidamente, ele colocou várias latas em uma mesa menor, sem nada mais em cima.

                - A teia é elástica. Se você apertar o lançador rápido, ela volta pra você – Peter explicou, lançando uma teia na direção da mesa e habilmente puxando uma das latas para sua mão – Quero que você pegue essas latas, alternando as mãos, que nem eu peguei aquela caneca de café quente pra derramar no cara da Oscorp naquele dia.

                Os dois se divertiram com a lembrança enquanto Gwen seguia com suas tentativas, falhando nas primeiras vezes, com as latas sendo derrubadas na mesa, atiradas para trás ou arrastando pelo chão presas na teia ao invés de serem puxadas na direção deles. Na última lata enfim, ela conseguiu acertar como se já tivesse feito aquilo mil vezes.

                - Bem... Eu não teria muita sorte naquelas máquinas caça níqueis – Gwen falou colocando a lata nas mãos dele, e Peter riu.

                - O mais curioso dessa parte é que eu também errei bastante no começo, mas depois que consegui a primeira vez pareceu bem mais fácil, ficou até difícil errar de propósito. Mas vamos deixar a próxima rodada pra nossa próxima fuga. É melhor eu devolver você logo pra sua família antes que estranhem a demora. Agora vamos à segunda coisa mais legal de hoje – ele disse sorrindo e lançando uma teia para o teto, fazendo-a recuar um pouco e se pendurando nela com os pés longe do chão – Sua vez, Gwen Aranha.

                Ela riu junto com ele enquanto tentava copiar o feito, falhando nas três primeiras tentativas.

                - É mais difícil mesmo lançar pra cima. Tenta de novo.

                Gwen lançou com mais força, finalmente conseguindo prender a teia no teto, mas acumulando bastante onde ficou grudada, e sem que a teia pudesse suspendê-la no ar.

                - Ótimo começo. Os detalhes você melhora com o tempo. Rompe e lança uma nova – Peter instruiu.

                Gwen assentiu, e com mais duas tentativas conseguiu alcançar sua intenção, embora ainda não no ponto perfeito, deixando-a um pouco mais abaixo do que Peter estava.

                - Eu tô começando a gostar muito disso.

                - É, essa é a parte boa de ser o Homem Aranha – Peter falou com um sorriso radiante, e se balançou em sua teia até conseguir agarrar Gwen pela cintura, que emitiu uma exclamação de susto, ouvindo Peter rir antes de unir seus lábios aos dela.

Ele rompeu a teia de Gwen e os desceu até pisarem no chão.

                - Todo esse trabalho pra você quebrar minha teia enquanto me distrai me beijando? – Ela fingiu indignação.

                - Faz parte das lições de hoje, pra não se distrair durante uma possível batalha, e prestar mais atenção nas mãos do que na boca dos inimigos em certos momentos.

                Os dois riram juntos enquanto se afastavam.

                - Pelo nosso tempo, e você ainda estar se adaptando, vamos deixar pra nos pendurar juntos de cabeça pra baixo outro dia, mas vou te dar a teoria mesmo assim. Você começa fazendo o mesmo que fizemos agora, e depois impulsiona o corpo pra cima pra os pés grudarem um no outro com a teia no meio deles. Você pode continuar segurando a teia com as mãos ou soltá-la depois que os pés estiverem firmes.

                Peter lançou uma nova teia para o teto, e se pendurou nela enquanto girava o corpo para cima e prendia os pés na teia, segurando-a com as mãos mais abaixo.

                - O que acha? Eu até fazia meu dever de casa assim.

                - Criativo – Gwen falou – E autentico.

                - Vou te levar pra casa agora, continuamos assim que um de nós tiver outra desculpa pra você sair.

                Ele ficou em silêncio quando Gwen se aproximou e emoldurou seu rosto com as mãos, olhando-o com amor e sorrindo da mesma maneira suave que fez para confortá-lo enquanto limpava seus ferimentos causados pelo Lagarto tempos atrás.

                - Obrigada – ela disse – Eu amo você.

                - Eu te amo muito, Gwen. Você continua sendo minha direção.

                O sorriso dela aumentou, e Peter se surpreendeu quando ela o beijou. Eles nunca tinham feito isso assim, mas foi igualmente intenso. E beijar Gwen sempre enchia seu coração de vida, não importando como estivessem.


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