Scientist escrita por Dani Tsubasa


Capítulo 3
Capítulo 3 – Voltando para o começo


Notas iniciais do capítulo

Eu pretendia terminar essa história com 2 capítulos, depois 3, mas já vou postar o 4. XD

Sério, gente, eu sou totalmente a favor que Gwen seja trazida de volta no universo de Andrew. Sobre esse pensamento de "trazer de volta tira o peso do sacrifício", eu acho que depende muito do contexto e da condição dos personagens envolvidos. Clarke foi trazido de volta em "Liga da Justiça" e de forma alguma foi ruim ou fez o peso da morte dele se perder, pelo contrário, me deu mais esperança ainda do que ele já trazia antes. Já 2 vezes que a Marvel tenta se redimir com os fãs e com o Peter de Andrew Garfield colocando 2 "versões" ou "representantes" de Gwen na mesma situação em que ela morreu, e sendo salvas respectivamente por Miles Morales em "Aranhaverso", e pelo próprio Peter (Andrew) em "Sem volta pra casa". Só recentemente eu me apaixonei pelos filmes de Andrew também e vi o quanto ele realmente foi injustiçado, e que ele É SIM espetacular!! Óbvio que os filmes não ficaram perfeitos, mas poucos realmente ficam ou chegam perto. Sou totalmente a favor de haver o 3° e a volta de Gwen. Eu acho que seria um crescimento muuuito maior pra Peter aprender a viver uma nova vida tendo com quem se preocupar, além de tia May, do que perder todo mundo e ser atirado num poço profundo de dor, se tornando amargo, raivoso, e não tendo mais razão pra poupar os vilões e talvez até matá-los, como ele mesmo falou no filme novo. Esses filmes nos dão esperança e força pra suportar a vida real, e já perdemos tanto nela, por que temos que perder personagens tão amados com tanta frequência nos filmes também? A morte de Gwen dói muito em mim até hoje, e não é pouco. Especialmente depois que descobri que a morte dela nos quadrinhos foi praticamente encomendada, que nem a de Natasha em Ultimato (esse filme sim eu achei ruim, muita coisa podia e devia ter sido melhor ou diferente). E me desculpe quem achar o contrário, mas Gwen é muito mais legal e acrescenta muito mais à história do que Mary Jane, com exceção da MJ de Tom Holland, que é uma personagem sensacional! Ainda tenho muito carinho pela Mary Jane dos filmes de Tobey e do desenho clássico, afinal minha história com o Homem Aranha começou lá, mas Gwen é de longe uma personagem muito mais empolgante. Eu acho que daria muito certo trazê-la de volta, e se for como Spider Gwen, melhor ainda! Sou doida pra ver Emma de Spider, e mesmo se não for ela interpretando, seria ótimo ter essa versão da personagem com Peter Andrew. A interação de Gwen e Peter é simplesmente a coisa mais adorável dos filmes de Andrew, e ainda tem função dentro da história. Então, se ajuíza, e traz Gwen de volta, Marvel! Já temos Mary Janes suficientes.

Bem, leiam o capítulo e espero que se divirtam! ;D Sei que a chance de alguém ler essas notas completas e deixar um comentário na história é mínima, mas por favor, pelo menos pense nisso. ♥ Feliz ano novo a todos! =D ♥



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/805044/chapter/3

Capítulo 3 – Voltando para o começo

 

                Peter estava na mesma cama do quarto onde havia dormido o primeiro dia no hospital. Sentia-se bem acordado, mas sem vontade de se mover, como se sua alma estivesse acorda, mas o corpo não. O lugar estava anormalmente iluminado e silencioso. Ele sentia alegria, uma alegria enorme, que não tinha ideia de onde estaria vindo na situação em que estavam. Virou-se para cima, fitando o teto do quarto e buscando forças para levantar e pedir notícias de Gwen a algum dos médicos como vinha fazendo todos as manhãs.

                Passos familiares se fizeram ouvir do lado de fora, e ele se perguntou quem poderia ser. Sentiu o peito palpitar, como se o coração acelerasse, embora não pudesse senti-lo, o que o deixou confuso.

                Os passos ficaram mais próximos, até que entraram no quarto, e de repente a beira de sua cama afundou quando alguém sentou ali. Erguendo o olhar para quem quer que fosse, Peter precisou respirar fundo quando sentiu-se gelar e esquentar ao mesmo tempo. Gwen Stacy, linda, sorridente, saudável, com suas roupas de sempre, estava sentada diante dele e puxando uma de suas mãos para as dela.

                - Finalmente conseguiu dormir um pouco melhor, garoto papa mosca?

                A expressão de Peter continuou congelada em surpresa, e ela riu.

                - Me desculpe não ter falado com você ontem, eu estava tão cansada. Mas estou bem agora, e precisamos conversar direito sobre algumas coisas. Tudo vai mudar, Peter. E ainda não sabemos de nada, mas há um caminho à frente. E eu preciso de você.

                - Gwen... – ele sussurrou quando a dor, seu amor por ela, o medo e a esperança atingiram seu coração ao mesmo tempo – Eu preciso de você também!

                Ela emoldurou seu rosto com as mãos, seus olhos verdes ficando um pouco tristes, deixando claro que ela sabia o quanto Peter estava sofrendo. A mão dele seguiu para segurar uma das dela, e Gwen secou seu rosto com o polegar quando ele chorou mais uma vez. Ela sorriu de novo, no entanto.

                - Por que você não guarda suas lágrimas pra momentos mais felizes, se levanta e vem se encontrar com a sua noiva?

                Ele sorriu, não conseguindo não corresponder à felicidade dela, e surpreso com a aceitação de seu pedido do dia anterior, apesar de não se lembrar de terem falado sobre isso.

                - Eu te amo.

                - Eu também te amo – Gwen respondeu.

                Ela se inclinou para alcançar seus lábios, e Peter fechou os olhos, levando as mãos para os cabelos dourados dela e a mantendo perto dele. Seu corpo ficou dormente, e de repente ele tinha apenas a consciência de estar com Gwen, pois seu corpo não sentia mais nada.

******

Peter acordou tentando se lembrar do que estava sonhando. Era algo importante... Muito importante! Ele tinha visto o rosto de Gwen, mas o que era mesmo?

Mais um dia se passou sem muita coisa mudar, mas Gwen estava estável e sem nenhuma regressão, o que era animador. Peter já ouvira falar de tantos casos em que as pessoas melhoravam do nada para simplesmente morrerem horas depois ou no dia seguinte. Felizmente isso ainda não tinha acontecido, e se os céus estivessem ouvindo suas preces, não aconteceria.

Estranhamente a cidade parecia em pausa no tempo, assim como o Homem Aranha. Nenhum super vilão assassino à solta, nenhum caso tão grave que a polícia não pudesse resolver sozinha. Alguns colegas dos dois ligavam ou apareciam em busca de notícias sobre Gwen após verem os noticiários, mas somente Peter, May e Helen ainda eram autorizados a vê-la.

May estava em casa desde o dia anterior, passando pelo hospital em alguns momentos para ter notícias e levar roupas e outras coisas para Peter, que se recusava a sair de lá. Helen também estava em casa, com os filhos menores, que vinham sendo cuidados por amigos da família nos últimos dias, mas ela corria de volta para o hospital a qualquer momento que pudesse. Peter ficara surpreso na noite anterior ao saber que ela se sentia menos angustiada para sair com ele ficando ali com Gwen, o que era um bom progresso para a forma como começaram desde que ele jantara com eles e Gwen descobrira sobre sua identidade.

Ele saltou da cama que haviam lhe oferecido na noite passada ao se lembrar do sonho que acabara de ter.

— Como assim, Gwen...? Você não pode ter me deixado! – Falou para si mesmo enquanto alisava as roupas e o cabelo para ficar minimamente apresentável.

Colocando a mochila nas costas, já corria para fora do quarto quando um dos médicos entrou primeiro.

— Bom dia – ele lhe deu um sorriso simpático – Você é o senhor Parker? Da família de Gwen Stacy?

— Ah... Sim. A mãe dela e minha tia estão em casa agora, mas...

— Qualquer um de vocês – o médico falou, e só agora Peter percebeu que ele parecia pálido e chocado – Pedi que chamassem a mãe dela e sua tia.

— O que aconteceu com Gwen?!

— Vamos conversar no meu consultório? Gwen está bem, não se preocupe.

Os poucos segundos que levaram até o consultório pareceram uma hora inteira para Peter. Seu coração estava prestes a rasgar o peito e fugir quando viu que May e Helen já estavam lá. O médico fechou a porta e pediu que ele se sentasse, indo sentar-se do outro lado da mesa em seguida. As duas mulheres o cumprimentaram com um sorriso, e May afagou suas costas quando Peter sentou ao seu lado.

— É muito pouco dizer que o caso da senhorita Stacy nos surpreendeu, porque não é só inexplicável, é literalmente um milagre. Vocês devem ter muita fé. Não achamos que ela sobreviveria sequer uma hora quando o Homem Aranha chegou com ela aqui. O dano na parte de trás do crânio foi grave. O pescoço quebrou, e por um grande milagre ela sobreviveu. Já vimos acontecer antes, mas... Ainda foi surpreendente. Quando ela começou a melhorar de repente, ficamos preocupados. Muitos pacientes graves apresentam melhora repentina antes de partir, e felizmente não foi o que aconteceu. Foi algo... – o homem de meia idade dizia procurando as palavras – Sobrenatural. Refizemos os exames ontem e hoje, e a rachadura no crânio desapareceu como se nunca tivesse existido. O pescoço dela está perfeito como se nunca tivesse sofrido algum dano. Até o cabelo que precisamos remover no local do ferimento está lá de novo...

— Nós também estamos muito surpresos, pra não dizer chocados – May falou para tranquilizar o médico, embora seu olhar mostrasse que ela também estava estarrecida com os fatos – Essas coisas acontecem às vezes, já ouvimos tantas histórias... Não sabemos porque, mas nós fomos agraciados pela vida. Isso é maravilhoso, e em nada diminui os esforços de vocês por Gwen.

— Eu concordo completamente – Helen falou se contendo para não chorar – Seremos eternamente gratos.

— Elas disseram tudo que eu também poderia falar, e apesar de estarmos curiosos, o que queremos saber é como Gwen está. Ela acordou? Ela está falando?! – Peter implorou.

O homem sorriu.

                - Sim, senhor Parker. Ela acordou essa madrugada. Um pouco perdida e fraca, falando pouco, mas claramente. Também perguntou pelo Homem Aranha – ele riu simpaticamente – Será que se apaixonou pelo seu salvador? É melhor mimá-la muito agora ou vai perder sua namorada pra o salvador da cidade.

                Os quatro riram, e May segurou a mão de Peter, lhe dando um aperto discreto que só os dois entenderam.

                - Ela perguntou por você e pela mãe. Disse que as últimas coisas que se lembra é de você e de ter visto o Homem Aranha. Ela quis saber se você está bem, e lhe dissemos que sim. Não contamos que está aqui constantemente porque não queríamos que ela se agitasse.

                - Peter e Gwen são tão ligados que tenho certeza que ela sabe que ele está aqui – May falou.

                Helen concordou com um aceno de cabeça.

                - Isso é muito bonito – o médico falou – Raro hoje em dia.

                - Quando poderemos vê-la? – Helen quis saber.

                - Daqui a pouco. Se ela permanecer bem nas próximas horas, irá pra casa hoje. Mas um de cada vez, é melhor ela ir com calma nas emoções. Se a senhora quiser, pode ir buscar roupas pra ela e avisar os irmãozinhos – ele disse à mãe de Gwen.

                A mulher não se aguentou e começou a chorar, sendo consolada por May enquanto Peter ficava abismado lembrando-se do sonho que o acordara momentos atrás.

******

                - Peter – a enfermeira jovem a qual estavam acostumados a ver apareceu no corredor onde ele e May estavam – Uma vez que a senhora Helen ainda não retornou e que Gwen exige falar com você o mais depressa possível... – ela sorriu – Você quer vir primeiro?

                Ele respirou fundo e trocou um olhar com May, que sorriu e o encorajou, o abraçando antes que Peter levantasse e seguisse a mais jovem.

                Durante o caminho ele pensou em mil coisas ao mesmo tempo, e notou que estavam indo para um lugar diferente e bem mais próximo, que os levou a uma ala de quartos de repouso, onde estavam os pacientes sem gravidade alta ou em recuperação. Pararam em frente a uma das primeiras portas.

                - Eu estarei por perto, avisarei quando a mãe dela chegar.

                Peter assentiu e foi deixado sozinho. Ele encarou a porta pensando no que diria a ela ou como Gwen reagiria.

                - Peter? – Ele a ouviu chamar de dentro do quarto, e seu coração caiu outra vez, as lágrimas queimaram em seus olhos e ele se sentiu num sonho.

                Sem pensar em mais nada, girou a maçaneta e passou como um raio pela porta, a fechando e seguindo para se prender a Gwen por um abraço. Ela estava sentada na cama, viva, bem, saudável, linda como sempre foi.

                - Gwen... Minha Gwen.

                Ela assentiu, e se permitiu chorar com ele, fechando os olhos e deixando seu corpo pesar no peito de seu herói. Parte de Peter se sentia entorpecida, como se estivesse dentro de um sonho como poucas horas atrás. Ele respirou fundo para abrir os olhos e cessar o choro, querendo enxergá-la com nitidez. Seu cabelo dourado, em perfeito estado novamente, caindo sobre os ombros, foi sua calmaria. Seus dedos deslizaram, com receio, pelo local onde a cabeça dela atingira o chão, sem sentir qualquer mínimo sinal de dano ou de Gwen indicar que sentia alguma dor. De todas as loucuras que já vira em sua vida, essa era uma das que ele não conseguia explicar.

Nunca fora de acreditar em coisas como milagres ou sorte depois de tudo que viveu e todos que perdeu, mas se fosse um ou outro, ele estava grato por dessa vez a vida ter decidido não tirar alguém dele novamente. Como se pensassem em sincronia, e ele esperava que ficassem melhores nisso agora, procuraram os lábios um do outro e Peter a beijou, deixando que ela decidisse o ritmo e duração do contato, não sabendo como ela estava se sentindo fisicamente após acordar de tudo que passou. Os dois se demoraram unidos, permitindo-se esquecer que existia todo um planeta a seu redor no momento. Quando se afastaram e ele sentou na beirada da cama, Gwen levou as duas mãos a seu rosto e sorriu.

— Esse não foi apressado – ela brincou, fazendo-o rir e segurar as mãos dela em seu rosto – Eu não me lembro do que aconteceu da metade da queda em diante... Só de estar nos seus braços e de você chorando.

— Foi um pesadelo, Gwen.

Ela ficou em silêncio, sabendo que devia ter sido exatamente isso para ele. Mais de dois dias desacordada em estado grave foi como lhe disseram que ficou.

— Alto demais, escombros demais, longe demais... Eu não consegui te pegar direito. Você ainda bateu a cabeça e sofreu um impacto muito forte. Quando eu cheguei no chão e soltei você da teia, eu pensei que...

                Ela afagou sua bochecha, o incentivando a continuar.

                - Me disseram que não acharam que você sobreviveria à primeira hora quando chegamos aqui. Foi por isso... Que eu deixei você. E ignorei esse risco por causa do meu desejo egoísta por você, sem pensar em tudo que eu deveria.

                Ela balançou a cabeça negativamente, com indignação e tristeza em seus olhos claros.

                - Peter! Eu vou te lembrar, mais uma vez, que a escolha foi minha. Eu sabia dos riscos. Eu não calculei as consequências, eu fui a teimosa. E a única coisa que pode me ferir agora é você passar a vida inteira se martirizando por isso.

                - Gwen...

                - Não – ela falou baixinho ao puxá-lo para outro beijo.

                Peter beijou sua testa e os dois voltaram a se abraçar.

                - Disseram que vamos ver você um por vez, mas... Eu não quero soltar você.

                Gwen riu baixinho.

                - Logo teremos noites inteiras pra isso. E não seria mal falar pra todos de uma vez.

                - Como assim?

                - Você esqueceu? Mas fui eu que eu bati a cabeça.

                - Gwen!

                - Maneira errada de aliviar o clima... Me desculpe. Eu não sei se foi ontem ou antes, mas... Não foi você que disse, enquanto segurava minha mão, que quer ir pra Inglaterra comigo, e depois me pediu em casamento?

                Peter teve que se afastar um pouco para olhar para ela, estarrecido, enquanto Gwen sorria para ele.

                - Você...

                - Eu não conseguia abrir os olhos, mas foi tão bom ter você lá, saber que você estava comigo. Eu queria responder, mas estava tão cansada.

                Peter arregalou os olhos. Era a mesma coisa que ela tinha lhe dito no sonho pela manhã.

                - Eu sonhei com você me dizendo isso hoje. Eu acordei com medo de ter te acontecido alguma coisa.

                 - Sério?! – Gwen se surpreendeu.

                Ele balançou a cabeça positivamente.

— Quem sabe não foi um sonho? Não lembro do que posso ter sonhado enquanto estava lá, mas sempre via você quando dormia... Você quer saber as respostas?

                Peter a encarou por um instante antes de assentir.

                - Eu ainda quero estudar na Inglaterra. E eu quero ser sua esposa.

                Peter inspirou fundo, finalmente conseguindo rir da maneira mais sincera desde que chegara ao hospital com ela.

                - Eu te amo, Gwen Stacy.

                - Quero provas, Parker.

                Ele riu novamente e voltou a beijá-la, agora de forma mais intensa, mas ainda com moderação.

                - Você está mesmo bem?

Gwen assentiu com um olhar sério.

— Aconteceu uma coisa estranha quando eu estava na UTI. Eu não entendi direito o que foi, mas foi o que me fez acordar. E doeu – ela disse apontando o ponto no pescoço, onde não havia mais nada – Meu corpo todo começou a queimar e formigar, principalmente no pescoço e atrás da cabeça. Depois nas palmas das mãos e na sola dos pés. Eu me senti tonta, mesmo de olhos fechados. Quando passou comecei a ficar melhor e mais consciente. Eu acharia que foi uma alucinação se não tivessem me dito que viram uma marca na minha pele.

— Os médicos disseram que foi depois disso que você se curou, mas ninguém entende como. Estão chamando de milagre e sobrenatural.

Os dois riram juntos.

— Talvez um dia possamos descobrir – Gwen falou – Mas isso importa? Me trouxe de volta pra você.

— E eu nunca mais vou deixar isso acontecer. Nem que eu tenha que te trancar quando sair pra algum combate.

— Peter! – Ela reclamou – Vamos encontrar um jeito de contornar isso. Eu ainda poderia estar ali naquela hora por mil motivos diferentes.

— Depois pensamos nisso... Não tem nenhum psicopata atrás de nós agora e você ainda precisa descansar.

— Você também, garoto papa mosca.

Peter riu.

— O cansaço tá estampado na sua cara – Gwen falou levando uma mão para acariciar o rosto de seu Aranha de novo, e não conseguindo tirar o sorriso dos lábios.

— O médico acha que você tá apaixonada pelo Homem Aranha. Me disse pra mimar muito você pra não te perder pra ele.

Os dois gargalharam juntos.

— Ele não está errado – Gwen falou antes lhe dar um selinho.

Batidas na porta os interromperam, e a enfermeira gentil entrou.

— Fico feliz em ver que continua bem, Gwen – ela disse – Eu poderia trazer sua mãe aqui agora?

— Traga tia May também, por favor. Eu estou bem. E eu e Peter temos algo importante pra contar.

A jovem pareceu pensar por um instante e assentiu.

— Eu vou chama-las então.

Pouco tempo depois as duas mulheres entraram no quarto e Helen se abraçou à filha enquanto as duas voltavam a chorar e conversavam. May deixou as coisas que haviam trazido para Gwen no sofá num canto do quarto e pousou uma mão no ombro do sobrinho, trocando um sorriso com Peter enquanto observavam mãe e filha juntas. Minutos depois May também teve sua chance de abraçar Gwen e expressar sua felicidade por sua recuperação antes do casal dar as mãos e Peter anunciar que tinham algo importante para contar.

— Mãe – Gwen começou – Eu ainda quero estudar na Inglaterra.

— Eu tenho os mesmos planos – Peter falou – E eu fiz um pedido à Gwen.

— E eu aceitei. Vamos nos casar, mãe.

May sorriu enquanto Helen ficava alguns segundos chocada, antes de sorrir também.

— Isso é maravilhoso! – May falou – É uma grande felicidade ter você na família, Gwen.

— Eu fico feliz que ela tenha escolhido você, Peter – Helen lhes disse – Eu sei que começamos mal... Mas as coisas se acertaram, os meninos gostam de você, e eu sei melhor do que ninguém que nada faz Gwen mais feliz do você, e que ela nunca estaria melhor protegida e cuidada do que com você.

— Obrigado, senhora Stacy.

— Obrigada, mãe e tia May.

— Você vai receber alta em breve, pode ir pra casa em algumas horas – Helen falou – Quer trocar de roupa agora? – Ela indicou a bolsa com roupas e outras coisas no sofá.

— Por favor!

Eles riram juntos enquanto Helen buscava as coisas.

— Vamos esperar lá fora, Peter – May falou – Você poderá ajuda-la com esse tipo de coisa quando se casarem.

— Ok – ele concordou, mas não antes de ir até Gwen e beijá-la mais uma vez.

Os dois trocaram um sorriso e Peter deixou o quarto com a tia, esperando do outro lado da porta. Ela segurou a mão do sobrinho, numa celebração silenciosa pelos acontecimentos da manhã.

— Me desculpa – ele disse baixinho.

— Pelo que?

— Quando o tio Ben morreu, e eu me afastei da senhora... Eu me sentia tão culpado, mas... Eu me afastei quando a senhora mais precisava de mim. Eu fiz a mesma coisa com Gwen. Eu pedi perdão a ela por isso, e tinha que pedir a você.

May segurou o rosto do sobrinho com as duas mãos e sorriu, seus olhos marejados.

— Você se tornou um homem do qual seu tio e seus pais se orgulhariam. Nunca se esqueça disso. Você já entendeu o que ele quis dizer naquele dia, e sei que fará algo bom com isso.

Peter sentiu os olhos queimarem de novo, mas já tendo chorado o suficiente nos últimos dias, apenas se abraçou à tia com força, selando o fim de mais um sofrimento para os dois.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Scientist" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.