Contrato de Casamento escrita por Emmy Alden


Capítulo 68
Sessenta e Quatro pt. 1


Notas iniciais do capítulo

atenta!!!



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"You know I'll be your life, your voice, your reason to be

My love, my heart is breathing for this"

(Moments)

 

OLIVIA

dia do casamento

O dia amanheceu ensolarado e, apesar de ter ido dormir cedo depois que arrancaram Sebastian do meu quarto, passei boa parte da noite acordada.

A ansiedade e o nervosismo me consumiam. Desejei que meus irmãos não tivessem tirado Ferrante dali. Pelo menos, eu teria seus braços ao redor do meu corpo e sua voz ao pé do meu ouvido me assegurando que não éramos loucos.

Sozinha, no escuro, após tomar uma das maiores decisões da minha vida juntamente com seguir adiante com o casamento, não me surpreendeu que as dúvidas aparecessem.

Cheguei muito perto de cometer um grande erro com Max, como poderia confiar no meu próprio julgamento?

Mas quando a manhã chegou, eu tive certeza que, sim, era aquilo que eu queria.

Além do mais, era um casamento de contrato, Sebastian e eu teríamos muito tempo para avaliar nossa situação e, quando chegasse o momento — porque eu sentia que chegaria — teríamos uma cerimônia de verdade. Nenhuma dúvida nem esquema entre nós.

Patrícia ergueu os olhos da tela do notebook.

— Você tem certeza? — ela perguntou, me entregando o aparelho e eu assenti.

— Vou entregar assim que tiver um tempinho essa semana.

— Assim que vocês dois pararem de se pegar loucamente, você quer dizer? Acho que pode demorar mais do que uma semana, aliás. Dava para ouvir o menino uivando de solidão em algum canto desta casa.

Fiz uma careta para minha amiga, mas ela se levantou da cama sorrindo.

— Eu já te falei o quanto estou feliz por você? Porque eu estou feliz para cacete. — ela disse me abraçando, conseguindo me erguer do chão me girar.

Eu ri ao mesmo tempo que sentia meus olhos arderem. Patty me colocou no chão.

— O que foi, meu amor? — ela disse segurando o meu rosto.

Respirei fundo, tentando não deixar a represa se abrir em meus olhos.

— É só que parece um sonho, Patty. Está sendo tudo tão diferente do que eu imaginava, do que eu planejava e ainda assim...acho que eu não poderia estar mais feliz. — Ergui os olhos para o teto, soltando a respiração. — Quando penso em tudo que passei com Max e com os Fontana, é como se tivesse sido outra realidade, sabe? Com outra pessoa, não comigo. E se for para ser honesta, tenho que dizer que estou com medo. Aterrorizada para falar a verdade.

Minha amiga acariciou minha bochecha.

— E por que está se sentindo assim? Vocês não conversaram, trocaram juras de amor e não parecem dois idiotas quando estão um do lado do outro? Não pode me dizer que está com medo de não ter certeza dos sentimentos de Sebastian. Eu estava falando sério quanto aos uivos.

Nós duas rimos, mas então engoli em seco.

— Fico com medo de estragar tudo. Acho que não preciso dizer que não sou muito segura de mim na minha vida pessoal. Sebastian não tem sido nada além de um cara perfeito lidando comigo, mas e se eu...travar de novo? Me fechar sem perceber? Cair naquele espiral autodestrutivo e arrastar Sebastian comigo? Se ele ver que se meteu numa furada?E...

Patty encostou sua testa comigo, me interrompendo.

— Respire fundo comigo. — Ela inspirou profundamente, soltou o ar e eu a imitei. — Max e tudo o que aconteceu entre você e ele foi uma porcaria. Siga seus instintos, aja como se tudo aquilo tivesse mesmo acontecido com outra pessoa, porque foi. Foi com uma outra Olivia, em outra época. Tudo aqui só serviu para te tornar a mulher ainda mais incrível que você é hoje, Liv. E para falar a verdade, eu tenho cem por cento de certeza que, depois de mim, seu noivo é um dos maiores fãs de quem você era ontem, e de quem você é hoje. Além disso, eu já passei a letra para ele: se pisar fora da linha, Sebastian vai ter que se ver comigo, sei de um lugar ótimo para ocultar um cadáver.

— Patricia. — eu a censurei, mas acabamos as duas rindo.

Ouvimos batidas na porta e a voz da minha mãe:

— Meninas, hora de começar a preparação!

Patty bateu uma palma e caminhou até a porta:

— E vamos fazer esse homem chorar tudo o que ele não chorou a vida inteira ao te ver entrar naquele salão.

 

SEBASTIAN

5 anos e meio antes

— O que vocês vão fazer depois do casamento? — Hunter me perguntou enquanto o alfaiate ajustava o terno do casamento.

Faltava pouco menos de um mês para a cerimônia e aqueles, com sorte, seriam os últimos ajustes dos nossos trajes.

Minha mãe disse que o vestido de noiva estava lindo e que eu iria adorar. Eloise, segundo a minha mãe, tinha escolhido algo bem modesto embora eu tivesse insistido que ela não precisava economizar. Dinheiro não era um problema.

Mas o que ela viesse usar também não me importava muito, Eloise ficava linda em qualquer coisa que jogasse no corpo e ainda mais sem nada.

O alfaiate me virou e eu fiquei de frente para Hunter.

Dei de ombros:

— Vamos viajar. Passar o período da lua de mel curtindo um ao outro como deve ser. Talvez ajudar Elô a fazer um portfólio pelos lugares onde passaremos. Tentar animá-la um pouco, sei que está ainda um pouco sentida porque perdeu um contrato que estava prestes a fechar com uma agência enorme.

— E você?

— Eu mandei meu currículo para estagiar naquela empresa enorme de comunicações, a B&T, mas não sei se vão me contratar. Muito concorrida.

— E se você passar ao mesmo tempo que Eloise consiga uma agência para levá-la para outro país?

Não tinha parado para pensar naquilo antes, mas a resposta era bem fácil:

— Eu irei com ela. Simples assim.

Meu amigo riu sem humor.

— Você está de brincadeira, né? E a faculdade, Sebastian?

— É quase o último semestre, posso voltar para terminar num futuro próximo. — Hunter balançou a cabeça. — O que você quer que eu faça?

— Que você tenha um pouquinho de responsabilidade, talvez? Por que você está se casando agora mesmo? Acabou de fazer vinte anos, pelo amor de Deus.

— Eu amo Eloise, Hunter. Não vejo porque esperar.

— E quanto tempo o seu futuro vai esperar? Sua carreira? Você não pode estar olhando para mim e dizendo que se uma empresa como a B&T te contratar para a área que você sempre sonhou e que vai fazer toda a diferença no seu currículo, vai simplesmente dizer "Sinto muito preciso seguir minha esposa, como se fosse a sombra dela."

— Você está falando como meu pai. Qual é o problema de eu querer priorizar a carreira da minha namorada? As mulheres fazem isso o tempo todo com os caras.

Hunter segurou o ossinho do nariz.

— Não quer dizer que elas estejam certas, Sebastian. Seu sonho também é importante. Sua carreira. Esse casamento parece um grito desesperado seu para não perder Eloise. Uma proposta afoita que ela ficou com pena demais para rejeitar.

A ideia que Elô estava comigo por pena — que ia se casar comigo por pena — me acertou como um tiro no peito.

— Não projete os seus últimos relacionamentos em mim, Hunter.

Me arrependi das minhas palavras assim que elas saíram da minha boca, mas não tive tempo de me retratar antes dele me dizer:

— Uma argumentação muito madura, Sebastian, parabéns. Estou ficando cada vez mais surpreendido com sua maturidade. — Ele pegou o celular dele em cima da mesinha e disse, se virando para sair da sala: — Antes de um barco afundar, a gente consegue perceber a água entrando, mesmo que a gente não queira.

 

agora

Abri os olhos recobrando a consciência.

Não havia dormido nada na noite anterior, e o pior de tudo, flashes dos últimos meses que eu e Eloise havíamos passado juntos começaram aparecer entre meus sonhos.

Minha mente não conseguia parar de esfregar na minha cara o quanto eu havia sido ingênuo e imaturo, o quanto eu havia ignorado alguns sinais e interpretado errado outros.

Era preocupante saber que precisei de todos aqueles anos para começar a enxergar e admitir aquilo para mim mesmo.

Lembrava que na época que Eloise me deixou, achei que nunca mais estaria naquela situação novamente. Achei que eu tinha perdido o amor da minha vida, que nem adiantava tentar com outra pessoa.

Nunca amaria ninguém da mesma maneira que amei Eloise.

E eu não estava completamente errado.

O que eu sentia por Olivia era quase impossível de definir com todas as letras. Era grande demais, intenso demais.

Se ela quisesse me quebrar em diversos pedaços seria a coisa mais fácil de se fazer, e eu não estava certo de que conseguiria me recuperar um dia.

Não de Olivia.

A maneira como ela havia ganhado aos poucos cada parte de mim era, no mínimo, impressionante. Ainda assim eu tentava me assegurar que Sartori não era Eloise. Que aquela não era apenas um desastre se repetindo na minha vida. Que no final do dia, eu estaria com uma aliança de mentira no dedo, mas não demoraria muito para estar com uma de verdade.

— Você está extremamente quieto dessa vez. — Hunter comentou, enquanto separava sua roupa.

— Ainda não caiu a ficha que isso está acontecendo. Quais as chances de eu entrar naquele salão e vocês revelarem que é tudo uma pegadinha ou que os últimos seis anos foram um delírio da minha mente e na verdade eu estou internado numa clínica psiquiátrica.

Meu amigo soltou o ar pelo nariz rindo.

— Pelo menos você continua dramático como há cinco anos e meio atrás.

Torci a boca e fiquei em silêncio por alguns instantes.

— Eu a amo, Hunter.

— Claro que ama. Vai casar com ela. Ainda que de mentira, por enquanto.

Balancei a cabeça.

— Você não está entendendo. Isso é muito maior do que com Eloise, mas perceba que, com ela, eu não sentia como se tudo fosse desmoronar sobre mim.

— Sente isso agora? — Ele perguntou e eu concordei.

— Estou ansioso, feliz e mais do que satisfeito por isso estar acontecendo, mas...— Fiz uma pausa. — Parece bom demais.

Hunter se sentiu ao meu lado e colocou uma mão no meu ombro.

— Isso é especificamente por causa do que aconteceu com Eloise, Seb. Você sempre foi um cara muito aberto e que abraça os momentos. Mesmo depois de tudo o que aconteceu naquele ano. Mas agora que está prestes a viver uma situação bastante parecida com aquela, é normal que sua mente reaja como se estivesse se defendendo ou esperando o pior.

— Da última vez, você praticamente disse que eu era um idiota por estar levando aquilo adiante, acho que pelo menos agora temos um progresso.

Hunter suspirou.

— Da última vez, você tinha acabado de fazer vinte anos e estava disposto a jogar todo seu futuro fora, se Eloise assim desejasse. Agora você tem seu emprego, seu futuro, a mulher que ama e que também faria qualquer coisa por você. É uma parceria mútua. — Ele fez uma pausa e então olhou para mim com um sorrisinho no rosto: — E claro, estou ansioso para você sair do mercado. Imagina quantas gracinhas eu vou ter que consolar quando souberem da novidade.

— Suas motivações são sempre muito puras.

— Sou um santo, o que posso fazer? — ele olhou para a tela do celular e continuou: — Agora vamos, preciso te levar para a salinha onde você vai se arrumar antes que você e sua namorada se encontrem em um dos corredores desta casa e acabem sumindo.

— Você estava recebendo mensagens se poderíamos sair do quarto ou não?

Hunter deu de ombros:

— Claro, estamos todos muito empenhados em ver essa cerimônia acontecer lindamente. — ele disse com uma voz afetada.

— Não deveria estar zombando, eu ainda posso fazer você sair desse recesso com um anel de noivado no dedo te ligando à pessoa mais adorável da face da Terra.

Ele fingiu ter um calafrio.

— Você não seria louco.

 

OLIVIA

3 horas para o casamento

Quando saímos da casa percebi que minha família e a de Sebastian haviam feito todo um caminho enfeitado até a construção que meu pai havia feito para a cerimônia.

Estava tudo simples, mas ao mesmo tempo tão lindo que eu não conseguia parar de sorrir.

Apesar do sol brilhando no céu, a brisa estava super agradável. Minha sobrinha pulava na minha frente como se fosse o melhor dia da vida dela.

É, eu entendia a sensação.

Não pude evitar olhar em volta para ver se encontrava Sebastian escondido em algum lugar, mas não tive sucesso.

Quando chegamos no salão, minha mãe, Cecília, Liz e Patricia me empurraram para uma salinha bem nos fundos, onde toda a minha preparação seria feita. O frio na barriga ficava cada vez mais forte, mas todo mundo estava disposto a me deixar o mais confortável possível.

Minha irmã havia arranjado uma caixa de som e enquanto eu era hidratada de todas as formas. Algumas das amigas mais antigas e mais queridas da nossa família vieram me ajudar com a maquiagem e o cabelo, sob as ordens de Cecília.

Eu estava só de roupão, Eliza rodopiava com Lucy ao som de Taylor Swift, Patricia mexia no celular enquanto comia um dos petiscos que minha mãe tinha feito e o restante das mulheres já se preparavam com seus vestidos e penteados.

Uma batida soou na porta e eu coloquei meu rosto para fora, encontrando PJ parado do lado de fora mordendo o lábio inferior.

— Posso falar com você um instantinho? — ele disse, num tom calmo que não condizia com a preocupação em seus olhos. Minha mente ficou alerta.

Olhei por cima do ombro, vendo todo o pessoal entretido em alguma coisa.

— Claro. — Com cuidado passei meu corpo pela porta, e a fechei atrás de mim. — O que houve? Está tudo bem? Sebastian...?

— Não, não. Nada aconteceu com Sebastian e não é sobre o casamento, pode ficar tranquila. — Senti meus ombros relaxarem, aliviados. — É só que... sei que está na correria do casamento, mas eu só consegui convencê-la agora e depois de muito esforço. Ainda por cima, sei que provavelmente você e Sebastian vão estar voltando para a capital ainda essa semana por causa do trabalho de vocês.

Assenti com a cabeça, tentando assimilar suas palavras e definir aonde aquela conversa ia parar.

Quem era a ela a qual PJ estava se referindo?

Ele soltou o ar pelo nariz.

— Tem uma...conhecida que está numa situação difícil em casa há algum tempo, mas as coisas estão ficando cada dia piores.

— Certo. — respondi, estreitando os olhos.

— Ela precisa de um lugar para ficar. Longe daqui, sem todo o burburinho da cidade e eu estava pensando se você e Sebastian não poderiam ajudar a procurar algum lugar pela capital para que ela possa ficar. — Meu irmão estava uma mistura de suor bravo e bastante aflito, o que aumentava ainda mais minha curiosidade. — Sei que Sebastian tem contatos, eu tenho alguns recursos, mas ela não quer aceitar nada de ninguém. Então pode ser um lugar só para ela se instalar por um tempo.

Inclinei a cabeça, pensando:

— Nós conseguimos ajudar sim, lógico. Posso já ir procurando um lugar depois que a cerimônia acabar, mas o que houve, PJ? Ela está passando algo com a família ou afins? Sabe que o pessoal daqui, apesar de adorar se meter na vida dos outros, odeiam que se metam na deles. Não quero me meter em nenhum drama familiar que depois eu sairei como errada.

Percebi o maxilar de PJ ficar tenso:

— Não é coisa de pai e mãe. O marido dela está sendo terrível. — As palavras saíam com certa dificuldade da boca dele.

— Terrível...como?

— Só aconteciam gritos, mas recentemente...ele bateu nela. Não estaria pedindo se não fosse muito sério, ela me garantiu isso. Está com medo de continuar em casa ou de ele usar a filha dela para machucá-la de alguma forma.

Senti meu coração acelerar no peito enquanto minha cabeça formava uma teoria.

— Pê, quem é essa pessoa?

Ele ficou sem me responder e sem olhar nos meus olhos por alguns segundos.

Até que finalmente ele disse:

— Rebecca.

 

SEBASTIAN

2 horas para o casamento

Girei em meus pés, fazendo uma pose de pura masculinidade.

— Mas está muito gatão mesmo. — Meu pai disse dando um peteleco na minha orelha que desmanchou minha postura na hora.

— Olivia não terá a menor chance quando te ver esperando por ela lá na frente. — Hunter disse com um tom beirando o sarcasmo, alternando entre digitar furiosamente no celular e ajeitar sua própria gravata.

Pedro Sartori torceu a boca.

— É... dá para o gasto. Mas tenho certeza que a minha filha encontraria coisas melhores. — ele provocou, mas tinha um leve sorriso no rosto.

— Será que vocês poderiam se inspirar na sororidade por um minuto sequer? Aposto que nesse momento as meninas estão enchendo Olivia de elogios e a colocando para cima.

Otávio arrumou a parte de trás da minha gola.

— Meu querido, considerando seu ego estratosférico, se a gente te colocar mais para cima você vai sair voando e para no colo de Deus.

Ele não estava totalmente errado. Aquele terno tinha caído como uma luva em mim e eu estava me sentindo, como disse meu pai, um verdadeiro gatão.

— Tenho certeza que Deus seria mais carinhoso do que vocês. — rebati.

— Eu acho que não preciso refazer todo o meu discurso sobre seus direitos, deveres e consequências ao se tornar marido da minha filha, não é? — Pedro questionou e ouvi o marido de Otávio murmurar:

— Minha Nossa, acho que já sei esse discurso de cor na minha cabeça.

— O que importa é segui-lo. — O pai de Olivia disse firmemente para o seu genro, que fez uma saudação militar e eu ri. Pedro aproximou o rosto do meu e disse baixinho para que só eu ouvisse. — Isso aqui é coisa séria, meu rapaz. Principalmente porque está se casando com minha caçula, sabe que não sou só eu que vou cobrar suas responsabilidades.

— Sim, senhor. Pretendo seguir todas elas, não se preocupem.

Uma batida leve na porta seguido de gritinho — "Tio Sebastian"— foi ouvido.

— Todos decentes? — perguntei, caminhando até a porta.

Lucy com seu meio metro de existência me encarava com um sorriso faltando os dois dentes da frente.

Ela parecia um cupcake com seu vestido de daminha. Eu a carreguei, desfilando com ela pela salinha, enquanto Lucy era inundada de beijos e elogios.

Mas, para a inveja de todos, foi para mim que ela disse:

— O senhor está muito parecendo um príncipe! — exclamou, colocando as palmas das mãos em minhas bochechas e apertando.

— Está vendo? — falei para todos os presentes. — Essa era a energia que eu esperava de vocês.

— Deixa para a próxima. — Lucas zombou e eu apoiei Lucy no chão, dando um beijo na sua testa e indo em busca do que ela veio recolher.

As alianças.

Parecendo perceber a comoção todos se aglomeram em minha volta, prontos para verem os anéis.

Diferente dos anéis de noivado, Olivia havia me dito que eu poderia escolher sozinho as alianças, e que elas fossem o mais simples possível.

Passei essa tarefa para Daisy sem pensar muito.

Mas quando fui vê-las pela primeira vez, percebi que Daisy não tinha me dado ouvidos.

Tirei-as da caixinha e todo mundo ficou num silêncio quase tangível.

Elas eram lindas, ambas desenhadas, embora a de Olivia tivesse vários cristais e um diamante bem no centro. No interior, havia o meu nome e o dela.

Alguém assoviou.

— São perfeitas. — Otávio comentou. — Combinam com vocês.

E era verdade.

Acho que nem eu nem Olivia poderíamos ter escolhido melhor. Daisy era a melhor no que fazia por uma razão.

Me abaixei e entreguei para Lucy que olhava para as alianças com os olhinhos brilhando, mas levando muito a sério a tarefa de ouvir minhas instruções sobre o que fazer e como tomar cuidado com elas.

Olhei as horas no meu relógio.

Era isso.

Em duas horas, eu, Sebastian Ferrante, e Olivia Sartori estaríamos oficialmente casados.

 

OLIVIA

Uma hora para o casamento

Depois que PJ finalizou seu pedido, implorando para que eu não comentasse sobre o assunto ninguém além de Sebastian, eu fiquei por alguns minutos anestesiada com aquela nova informação.

Max havia batido em Rebecca.

Eu realmente não deveria estar surpresa, ele sempre havia sido estourado principalmente conforme o tempo ia passando, mas eu sabia que nunca ousaria tocar um dedo em mim. Não com o medo que tinha da minha família e dos meus irmãos.

Mas Rebecca...sua mãe era viúva e tinha se fechado completamente em si mesma desde que o pai de Rebecca morreu. Quando éramos amigas, ela passava mais tempo em minha casa do que na própria, onde a cada seis meses a mãe dela achava um viajante diferente e mau caráter para se envolver.

A comunidade não a via com bons olhos...era quase o ambiente perfeito para Max fazer o que quisesse com Rebecca.

Mesmo assim nunca pensei que ele desceria tão baixo. Principalmente com uma criança inocente pelo meio.

E ainda depois de tudo que ela havia ajudado Max a causar em mim, eu não me sentia vingada. Na verdade, me sentia péssima pela situação.

Eu poderia não querer nenhum tipo de contato, mas claro que eu a ajudaria. De todas as formas possíveis.

Conforme os minutos iam passando, o nervosismo para o casamento iria ocupando o maior espaço em minha mente de novo.

Quando as meninas me ajudaram a colocar o vestido, os sapatos e eu me olhei no espelho quase não reconheci a mulher que me encarava.

Minha mãe escondia as lágrimas no ombro de Liz que também estava quase chorando. Cecília me encarava sem palavras e com um sorriso enorme no rosto.

Ao olhar para mim mais uma vez percebi que eu também estava sorrindo. Um sorriso mais aberto do que qualquer um que tinha dado em minha vida.

— Parem de chorar!!!!!!! — A companheira de Lucas ordenou, enquanto ela mesma chorava. — Se não Olivia vai chorar e teremos que fazer a maquiagem toda de novo.

Funguei, piscando os olhos rapidamente para conter as lágrimas:

— Por favor, não! Não vou aguentar ficar mais trocentas horas sentada e imóvel.

Todas riram e vieram me abraçar.

Naquele momento, senti que o que estava fazendo era mais do que o certo. Tudo estava perfeito.

Talvez não exatamente do jeito que eu tinha sonhado, mas do jeito que eu precisava que fosse e eu não poderia estar mais agradecida.

Minha mãe anunciou para todas irem para os seus lugares enquanto me davam alguns minutos sozinha para absorver tudo aquilo.

Meu pai viria me acompanhar assim que eu desse o sinal.

Após saírem, continuei parada em frente ao espelho por um tempo, absorvendo cada detalhe. Tinha certeza que assim que visse Sebastian, eu iria desabar e não registrar nada mais direito.

Patricia tinha falado a verdade.

Aquela Olivia não era a mesma Olivia de anos atrás. Não era nem mesmo a mesma Olivia de quando chegou ali com um contrato e uma farsa.

Eu estava diferente, mas ainda era eu. Pela primeira vez conseguia enxergar aquilo.

O meu celular tocou, anunciando uma mensagem, em cima da bancada improvisada para a maquiagem, mas eu ignorei.

Precisava respirar fundo e me concentrar.

Sentei na cadeira e controlei minha respiração e meus batimentos cardíacos.

Cinco minutos depois, ouvi batidas na porta.

— Eu já estou quase pronta e...

— Olivia?

Eu estava prestes a responder quando notei que aquela voz não era nenhuma das que eu poderia esperar.

Mesmo que difícil de ter cem por cento de certeza, senti meu coração errar uma batida de nervosismo.

— Olivia? Você está aí?

As únicas coisas que passavam pela minha cabeça eram:

O quê? Como? Por quê?

Minhas mãos começaram a suar enquanto eu caminhava incerta até a porta.

Virei a maçaneta, puxando o ar.

Tive que piscar algumas vezes para ter certeza de quem estava na minha frente era...

— Santiago?

✥✥✥


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Notas finais do capítulo

Heeyyy, meus amores!

MOMENTS NO COMEÇO DO CAPÍTULO PRA JÁ DEIXAR TUDO QUEIMAR!!!!!

eles estão TÃO QUERIDOS, pena que eu sou malvada muahauhushuashuauhsuhashuauhshuasuhauhshuasuhahu

perdoem qualquer errinho, eu escrevi esse cap tremendo sashuashuasuh

CONTEM OQ ACHARAM? EU N CONSIGO NEM FALAR MTO NESSE MOMENTO

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A gnt se vê já já

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