Contrato de Casamento escrita por Emmy Alden


Capítulo 31
Trinta e Um


Notas iniciais do capítulo

EU VOLTEEEEEIIIIIIIIIII PORRR AQUI
desculpem o meu sumiço pf



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"I'm watching you like this,

Imagining you're mine."

(What A Feeling)

 

SEBASTIAN

Ficamos em silêncio por alguns segundos depois que Olivia terminou de contar sobre a sua separação de Max.

Não era um silêncio constrangedor.

Sartori parecia precisar dele para absorver o fato que havia revelado aquela parte de si para alguém. Principalmente com esse alguém sendo eu.

Eu não estava ofendido. Se me perguntassem se imaginaria aquilo, que Olivia Sartori contaria seu passado para mim, eu diria enfaticamente que não.

Nunca.

De jeito nenhum.

Porém, naquele momento, um calor tomava conta do meu peito ao constatar que, sim, Olivia Sartori tinha se aberto comigo.

Queria aproveitar mais a sensação, mas o ódio pelo desgraçado do seu ex-noivo e pela pilantra da sua ex-melhor amiga era intenso demais para eu aproveitar qualquer outra sensação.

Estava tão focado em um ponto na parede, concentrando toda a minha raiva e meus pensamentos odiosos nele como se fosse o próprio Maximus na minha frente, que mal tinha reparado que Olivia agora caminhava de um lado a outro pelo quarto.

Estava prestes a abrir a boca para pedir que ela parasse quando Sartori disse primeiro:

— Te contei essas coisas para não te deixar desconfortável durante o jantar, mas me prometa que não vai fazer nem falar nada exagerado.

Ri, sem humor algum.

— Como o quê? Cumprimentá-lo com um cruzado? — zombei, mas Olivia parou e me olhou com os olhos arregalados. — Não vou cumprimentá-lo com um cruzado, Olivia. Está feliz?

Ela pareceu ficar levemente aliviada, mas disse:

— Se ele souber que isso te incomoda, vai se agarrar a frases ambíguas e provocações veladas durante todo o jantar. Se ele achar, mesmo que não seja verdade, que ao me machucar, ele atingiu você, Max não vai sair da sua mente.

Estalei a língua.

— Então eu devo ficar quieto, manter um sorriso e fingir que porra nenhuma aconteceu? Que ele não é o ser humano mais desprezível que eu ainda nem cheguei a conhecer?

Olivia passou a mão no rosto:

— Sebastian, por favor... — sua voz sussurrou. — Não torne isso ainda mais difícil do que já é para mim. Só vamos passar por esse jantar de uma vez por todas e seguir nosso acordo, tá bem?

— Está bem. Mas se ele falar alguma palavra torta sobre o nosso relacionamento, eu não vou ficar calado.

— Ele vai falar. E você vai ficar na sua.

— Não vou. — retruquei, insolente.

Ela deixou as mãos caírem ao lado do corpo. Ao invés da tristeza profunda que eu havia testemunhado pela primeira vez em seu rosto, ali estava uma expressão que eu estava bem acostumado a ver em Olivia.

Contrariedade.

— Vai sim. — ela disse entredentes.

— Não. Vou.

Ela apenas me encarou.

E encarou.

E encarou.

— Ok, ok! Vou tentar me conter se ele falar do nosso noivado, mas você vai ter que me deixar falar se ele resolver ofender você ou nada feito.

Sartori soltou um grunhido de frustração.

— Por que você se importa? — Não havia mais o tom raivoso e contrariado. Ela genuinamente estava me perguntando. Genuinamente curiosa com qual seria minha resposta.

 

OLIVIA

Sebastian deu de ombros.

— Somos amigos. É isso que amigos fazem.

A palavra foi como um soco no meu estômago.

Amigos. Amigos! Amigos...Sebastian Ferrante e Olivia Sartori eram amigos.

Eu queria rir.

— Não somos amigos. — rebati de uma vez. Meu tom, firme e inflexível. —Achei que estivesse claro que não temos como definir qualquer tipo de relação enquanto estamos neste contrato sendo forçados a conviver em harmonia.

Amigos.

Tirando Patricia que tinha a força de vontade de se manter na minha vida mesmo através de todos os meus humores, eu não tinha muitos amigos.

Percebi isso quando terminei com Max e briguei com Rebecca.

Max tinha a necessidade de ser o centro do meu mundo.

Rebecca era a pessoa com quem eu confiaria a minha vida antes de descobrir tudo.

Amigos.

Maximus sempre tomou a maior parte do meu tempo. E quando nos separamos por um certo período na época da faculdade, eu tinha tentado me enturmar, mas era óbvio que o interesse que a maioria dos meus "amigos" tinham em mim era no meu esforço acadêmico. Ou talvez fosse só a vozinha — na época aparentemente inofensiva — de Max dizendo que ninguém se aproximaria de mim se não fosse para um proveito próprio. Exceto ele, é claro.

Amigos.

Amigos iam embora. Amigos me deixavam. Amigos me decepcionavam. Dar aquele rótulo para Sebastian era dar muita importância para nossa relação. Era tornar nossa proximidade real e me permitir ficar confortável demais em sua presença.

E esse era o problema.

Doeria mais quando ele fosse embora.

Muito mais.

Mas é claro que Sebastian não interpretou nada disso ao olhar para o meu rosto, percebi o lampejo de mágoa em seus olhos.

Como ele não poderia perceber que estava fazendo um favor a ele? A nós dois?

Ferrante abriu a boca.

Fechou.

Abriu novamente:

— Queria saber do que você tem medo. — ele perguntou, mais como uma pergunta jogada no ar sem a necessidade real de uma resposta.

Porém, minha mente respondeu mesmo assim.

De tudo.

 

SEBASTIAN

Olivia falou para eu ir tomar banho porque quando ela fosse se arrumar, demoraria um pouco.

Apenas assenti com a cabeça e levantei da cama.

Nada de amizade, então, pensei.

O que para ela poderia ser ótimo, mas para mim era um risco constante.

Sem um rótulo para nós, minha mente vagava livremente entre...possibilidades.

Mas eu entendia, depois de tudo que Sartori havia passado confiar em alguém novo deveria parecer assustador.

Eu mesmo sabia que depois de Eloise ir embora tinha sido assustador para mim. Ainda era.

Entretanto, talvez Olivia apenas conseguisse ver algo que eu não era capaz: que era mais seguro manter distância.

Eu estava provavelmente muito próximo de ferrar minha amizade com Julie de uma vez por todas, afinal.

Tinha certeza que as chances de tudo acabar em desastre entre eu e Olivia seriam ainda maiores.

Quando Olivia falou que não sairia tão cedo do banheiro, eu não esperava que fosse demorar tanto. Eu estava me sentindo tentado a bater na porta para saber se ela não tinha fugido pela janela.

Tinha de admitir que também estava um pouco nervoso para conhecer o tal do Max.

Óbvio que por um motivo bem diferente do de Sartori.

Não estava com medo dele não cair no nosso teatrinho, estava disposto a fazer tudo o que fosse possível para ele se sentir um idiota por ter deixado Olivia escapar.

Beijaria os pés dela se fosse necessário.

Sim, eu estava puto e comprometido a esse ponto.

Porém, meu maior medo era não conseguir me controlar.

Para deixar Olivia no estado emocional que ela estava apenas com a ideia de vê-lo, o cara tinha de ser muito ferrado.

E se ele dirigisse qualquer palavra torta à ela, eu não sabia do que seria capaz. Esperava não ter que descobrir.

Ouvi a porta do banheiro abrindo, mas levou alguns minutos para a voz de Olivia me despertar de pensamentos homicidas, me levando para pensamentos tão ruins quanto, mas provindos de um pecado muito diferente.

— Acha que está bom? Ou, sei lá, arrumado demais para um jantar em casa? — Foi a primeira coisa que ela disse e a última que eu ouvi, porque a partir daquele momento apenas os barulhos do meu sangue correndo nas veias e do meu coração bombeando-o eram audíveis para mim.

Olivia usava uma sandália bem detalhada em fios dourados. Um vestido azul claro longo, que era folgado e justo em todos os lugares certos, caía por suas pernas — ou por grande parte delas já que duas fendas me davam o vislumbre perfeito da pele debaixo do tecido —, a cintura não era colada, mas era naturalmente moldada ao seu corpo e o decote...

Eu estava vendo pontos em minha visão?

— Sebastian? — a voz de Olivia soou ao fundo como um chamado irrecusável e levantei o olhar para o seu rosto.

Eu precisava de uma igreja. Urgentemente.

O rosto de Olivia estava maquiado de uma maneira bem natural, mas que, assim como o vestido, marcava cada parte mais memorável do seu rosto. Para completar, como um arranjo de cachos grandes e negros, seu cabelo emoldurava seu rosto, seu pescoço, seus ombros... Completamente soltos.

Eu ainda estava respirando?

— Muito demais para um jantar, não é? — Ela soltou um risinho sem graça. — Eu sabia. Vou trocar e...

— Não! — eu disse de repente, finalmente encontrando minha voz.

— Não?

— Não, definitivamente não. Você está... Você está...— Linda, perfeita, deslumbrante... nenhuma dessas palavras parecem suficientes.

Eu estava quase sentindo pena de Maximus.

Se eu fosse ver a mulher que já foi minha um dia, que eu traí e ela estivesse daquele jeito, a única saída seria a morte.

— Você é muito exagerado. — Olivia comentou com suas bochechas coradas, mas dava para ver que ela se sentia bem naquela roupa. Seus olhos brilhavam e ela tinha um ar de confiança por baixo do acanhamento. Ela hesitou por instante, como se estivesse decidindo se deveria perguntar ou não. — Esse decote não está muito... sei lá... ousado?

Ela não poderia ter chamado a atenção novamente para o decote, não quando eu fiz o esforço de analisá-lo tão rápido quanto possível.

Oh, meu Deus, eu definitivamente tinha arranjado outro lugar para olhar que não fosse suas pernas.

O decote acabava bem na linha do seu diafragma, o colar dos Sartori estava aninhado entre os seios, os relevos dos seios me faziam perceber que aparentemente eu nunca havia visto Olivia usar um decote que deixasse muita coisa à mostra.

O que era muita consideração da parte dela porque eu não prestaria atenção nas coisas que ela berrava comigo na empresa se fizesse isso.

Ok, talvez, eu mesmo devesse ter aconselhado a roupa que Olivia usaria porque agora eu não conseguia parar de pensar como seria se aquilo fosse real.

Como seria se aquilo fosse um relacionamento de verdade e não um contrato.

Era um perigo pensar assim, mas parecia que eu não tinha mais controle nenhum da minha mente.

As cenas iam ficando cada vez mais vívidas.

Eu me aproximaria e me abaixaria apenas o suficiente para provar o espaço entre seus seios. Talvez libertaria um deles e iria admirar sua forma antes de cobrir o mamilo com minha boca. Suavemente, sentindo-o endurecer sob minha língua.

Olivia faria um protesto fraco de como havia levado horas para se arrumar, mas as palavras morreriam em seus lábios, dando espaço a um gemido quando eu mordiscasse sua pele com cuidado. Eu libertaria o outro seio e repetiria todo o processo — a essa altura Olivia estaria arfando e suspirando, seus dedos enterrados no meu cabelo do jeito que eu tanto gostava.

Minhas mãos subiriam pelas fendas do vestido, deslizando pela pele macia de suas pernas.

Ela diria que iríamos nos atrasar, mas quem se importava? Minha única necessidade era descobrir de quantas formas eu poderia deixar aquele vestido em seu corpo enquanto eu a...

— Sebastian?

Merda, merda, merda.

— Está tudo bem? Mesmo? Ainda dá tempo de se juntar ao meu plano de fugir. — ela ofereceu.

Se conseguisse ler minha mente, a última coisa que estaria fazendo era sugerir que eu fugisse com ela.

Limpei a garganta:

— De jeito nenhum. É só que... você está linda. — expliquei, tentando olhar para qualquer lugar que não fosse seu rosto. Seu corpo.-- E eu só estava tentando achar uma palavra melhor, mas não consegui. — Sou um idiota.

Olivia riu.

— Obrigada. — Ela se aproximou de mim. Eu estava encurralado entre ela e a escrivaninha às minhas costas. — Tem certeza que não é...demais?

Ela se inclinou e por um momento achei que fosse terminar o que começamos na noite anterior. O aroma suave do seu perfume era um eco distante, e, só o fato de saber que ela fazia aquilo pensando em mim, me deixava...fora de controle.

Porém, Olivia apenas pegou o celular que estava no carregador, alheia ao meu esforço de pensar em todas as tragédias que já assolaram a Terra antes que a situação ficasse mais complicada para mim, e se afastou novamente.

Sim, querida, É demais para caralho. É mais do que eu posso suportar.

No fim, eu não precisava ter recorrido às tragédias, foi só a expressão de decepção de Hunter aparecer na minha mente que foi como se um balde de água fria tivesse sido jogado sobre mim.

Eu não poderia nem mesmo me permitir pensar nessas coisas enquanto Julie estava por aí imaginando que teríamos um futuro feliz juntos.

— Você está ótima. — Minha voz falhou na última sílaba e limpei a garganta.

Perfeito, agora eu havia me tornado um pré-adolescente.

Olivia continuou sorrindo até ler a mensagem em seu celular.

O sorriso sumiu quase que instantaneamente e seu rosto empalideceu.

Ela engoliu em seco.

— Eles já estão lá embaixo.

Respirei fundo.

Então era chegada a hora.

— Não sei se consigo fazer isso, Sebastian. — ela confessou num sussurro. — Vou desmoronar na frente de todos, vou ficar nervosa e falar alguma coisa que vai entregar tudo.

— Ei, ei. Você consegue. Vai conseguir. Eu vou estar ao seu lado o tempo todo. — Estiquei a mão para segurar seu ombro, embora todo meu corpo implorasse para que eu a segurasse em meus braços. Não somos amigos. — Basta uma palavra, um olhar sequer, um aceno de cabeça e eu te tiro de lá, está bem? Nem que eu tenha que inventar alguma história mirabolante.

Minha mão involuntariamente subiu para o seu queixo para que ela me encarasse.

Vi o exato momento que sua atenção desceu para os meus lábios e então voltou para os meus olhos.

Seria tão fácil beijá-la naquele momento.

Tão fácil como respirar.

Mas eu não era alguém que ela desejasse estar perto, pelo menos não desse jeito.

Não somos amigos.

Olivia tinha deixado isso bem claro com suas atitudes.

O máximo de consolo que eu poderia oferecer era meu apoio, meu ombro e meu suporte.

Nossos olhos ainda estavam grudados um no outro, meu corpo ainda implorava por mais contato, mas eu apenas a assegurei:

— Você não está sozinha, Olivia.

✥✥✥


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Notas finais do capítulo

Heeyyy, meus amores! COMO VCS ESTÃO?

A essa altura, eu to dando tanta mancadas de att com vocês que nem adianta mais pedir perdão kkkkk, mas espero que vocês tenha gostado do cap

SEBASTIAN MEU FILHO DÁ UMA SEGURADA PQ TEM GENTE Q É CARDÍACA KKKKK

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