Contrato de Casamento escrita por Emmy Alden


Capítulo 23
Vinte e Três


Notas iniciais do capítulo

FELIZ ANO NOVO MEUS AMORES
NÃO CONSEGUI POSTAR CAPS NOVOS SEMANA PASSADA MAS ELES VIRÃO AGORA!!



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"Everything I'm going through.

I drive down different roads.

But they all lead back to you."

(The Very First Night)

 

OLIVIA

Acordei com a carinha mais linda que eu já tinha visto a centímetros do meu rosto.

— Oi, tia Liv.

Pisquei algumas vezes tentando me situar e entender porque eu estava com gosto de grama na minha língua.

Foi então que eu percebi que havia pegado no sono ali mesmo na clareira para onde havia ido.

— Oi, querida. Acho que dei um jeito no pescoço.

Remexi minha cabeça de um lado para o outro e quando virei para olhar para direita, quase tomei um susto ao encontrar Sebastian a poucos metros de distância me encarando.

— O que você está fazendo aqui?

— Eu poderia te fazer a mesma pergunta, Bela Adormecida. — ele rebateu se aproximando, com a expressão séria.

— Estava precisando de uns minutos sozinha.

— Legal, bem interessante sua noção de minutos já que fazem quase três horas que você desapareceu e nem teve a decência de atender o telefone.

Três horas???

Repeti mentalmente, me sentando e então vi o tom das cores no céu.

— Droga, eu peguei no sono sem querer.

— É o que parece. — Sebastian disse sem expressão, estendendo a mão para que eu levantasse.

Me apoiei e Ferrante me puxou me trazendo para perto dele. Seus olhos primeiro fizeram uma varredura no meu rosto, então nas minhas mãos — que ele ainda segurava.

— Eu estou bem. — Só então eu vim me dar conta da sensação de rosto inchado, exatamente como quando eu chorava demais.

Desviei o olhar.

Lucy pediu para dar uma volta com sua bicicleta na clareira e eu permiti deixando claro que ela ficasse no meu campo de visão.

— Como você me encontrou? — questionei assim que minha sobrinha já estava longe o suficiente para não ouvir.

Sebastian apontou para Lucy por cima do ombro.

— Depois de momentos de puro terror e apreensão esperando que seu pai a cada minuto me denunciasse para a polícia alegando que eu te matei e ocultei o cadáver. — Rolei os olhos, eu nunca tinha visto homem mais dramático.— Sua sobrinha me encontrou no quarto e deixou escapar que poderia saber ou não o seu paradeiro, mas só revelaria se eu viesse dar uma volta com ela.

Meus ombros se sacudiram com a risada que subiu dentro de mim.

— E como o bom fofoqueiro que você é... resolveu aceitar a proposta? — perguntei.

— Antes fofoqueiro do que um homem morto. Não estou brincando com as alegações de que seu pai estava mesmo prestes a dar uns tiros no meu traseiro. — ele disse, com ressentimento. — Além disso, aquela criança e sua persuasão me lembra alguém com quem eu tenho convivido quase que diariamente nos últimos anos.

— Confie em mim, Lucy é muito pior do que eu.

Tentei dar alguns passos para trás sozinha, mas minhas pernas não estavam firmes o suficiente.

A mão de Sebastian, como de costume, não hesitou para me segurar pela cintura.

— Devo me preocupar em saber que você estava chorando? — Sua voz era grave, baixa e surpreendentemente preocupada.

Engoli o bolo que ameaçou se formar em minha garganta novamente.

— Não. Não estava chorando. Só peguei no sono.

Sebastian não pareceu acreditar, mas não insistiu.

Em vez disso, ele me soltou e olhou em volta, para a clareira.

— Aqui é um lugar muito bonito. Me surpreende que não esteja lotado. — ele apontou a queda d'água a poucos metros de nós.

— Pouca gente sequer lembra que isso aqui existe. O que é ótimo para mim, não gosto de tumulto.

— Então esse é seu cantinho secreto?

— Quase secreto. — Dei uma cotovelada nele. — Agora você sabe.

— Não é possível que ninguém saiba disso aqui de verdade.

— Graças a Deus.

— Você é tão antissocial, odeia pessoas, eu gostaria de saber o porquê.

Respirei fundo.

— Tem pessoas demais no mundo iguais a você e todas elas me irritam. — Lancei um sorrisinho para ele.

— Pelo menos, o chororô acabou. — Sebastian provocou, fechei a cara.

— Vai se ferrar. — observei Lucy andando de bicicleta com as rodinhas. Mesmo sozinha, ela se divertia, rindo.

Houve um tempo em que eu também tinha aquela capacidade.

— Ela gosta de você. — comentei com Sebastian, que também observava minha sobrinha.

— Todo mundo gosta de mim, menos você. Devo ter matado seu gatinho na vida passada.

Não consegui conter a risada e Sebastian me olhou como se estivesse vendo um alienígena.

— Você é péssimo!

Ele continuou com uma cara de choque e fingiu estar hesitante em tocar meu rosto. Então ele pôs os dois indicadores na curva do meu sorriso.

— Você ri! Isso é fantástico.

O jeito exagerado com que ele falou só fez com que eu achasse mais graça ainda.

— Para! — dei um tapa em seu braço e ele deixou as mãos caírem como se estivesse derrotado, mas então abriu um sorriso enorme para mim.

Mal percebi que estávamos na órbita um do outro novamente.

Aquilo estava acontecendo com certa frequência.

Pisquei e voltei para o momento.

— Mas é sério, Lucy gosta de você. Eu disse para ela não contar para ninguém sobre isso aqui a menos que ela achasse que valia a pena. Sinta-se honrado.

Sebastian pôs a mão sobre o peito.

— Eu estou.

— Se você magoá-la, eu corto sua cabeça fora.

Sebastian apenas me olhou e apertou minha bochecha.

Apertou.Minha.Bochecha.

Ele, querendo ou não, era um homem morto.

Como diria Rick Grimes: Talvez não hoje, talvez não amanhã, mas eu o mataria.

— Não tem nem como negar que é filha do seu pai, gatinha.

 

SEBASTIAN

Voltamos para casa quando já estava escuro. E porque Olivia era Olivia, bastou um olhar para que ninguém se atrevesse a perguntar qualquer coisa sobre seu breve sumiço.

— Lucy! Por Deus! Onde você estava? — a irmã de Olivia berrou quando a menina apareceu ao lado da escada.

Ao lado da escada!

Olhei para meu lado onde a pirralha estava menos de dois minutos atrás, na esperança de ver uma gêmea desconhecida, mas não havia ninguém.

Encarei Olivia que apenas deu de ombros.

— Eu estava aqui, mamãe — a menina disse naturalmente.

Liz olhou para a filha com uma cara feia.

— Você não estava aqui! Eu te procurei por toda parte!

— Não procurou no quarto. — Lucy afirmou, despreocupada. — Procurou?

O rosto de Liz ficou vermelho com o embaraço.

— Não, — ela murmurou, derrotada. — Não procurei.

Liz se abaixou para dar um beijo no topo da cabeça da filha.

Estreitei os olhos para Lucy.

— Ela nunca procura no quarto. — ela disse sem emitir nenhum som. Ou pelo menos foi o que eu interpretei.

— Vou tomar um banho. — Olivia disse e foi em direção às escadas.

Depois de alguns minutos sem saber onde pôr as mãos já que Hunter havia desaparecido e não seria sábio me aproximar demais de Julie sob os olhares do pai de Olivia, olhei ao redor da sala, sentindo falta de alguma coisa, mas quando notei a cena quase não acreditei em meus olhos.

No canto do cômodo estavam meus pais, batendo papo.

E não haveria nada de errado nisso se não fosse pelo fato que minha mãe estava sentada no colo dele, com os braços ao redor do seu pescoço e sua calça legging — acho que eu nunca havia minha mãe usando algo que não fosse um vestido antes. — enquanto meu pai estava sentado relaxado, sorrindo para ela como se não houvesse outra coisa no mundo, usando uma bermuda e, sim, um chapéu de caubói.

Me aproximei dos dois.

Meu pai falou algo no ouvido da minha mãe e ela enrubesceu.

— Espero que as crianças estejam se comportando. — Os dois se viraram para me olhar quase que num sobressalto. — Estou velho para ter um irmão e ter que dividir herança quando vocês baterem as botas.

— Por tudo o que é mais sagrado, Sebastian. — meu pai reclamou e apertou ainda mais a cintura da minha mãe que queria se levantar, envergonhada.

Olivia tinha razão. Eu era uma peste.

— Estou brincando, mas nem tanto. Você está saradão, hein, velho?

Meu pai fez uma careta.

— Eu vou contar para seu futuro sogro o tipo de respeito que você tem para com o seu pai. Ele vai gostar muito de ver a caçula casada com você.

Coloquei a mão no peito fingindo ofensa.

— Assim você me magoa, mas vocês dois não tem muita moral quando se juntaram num jantar romântico só para vigiar eu e Olivia. — eu rebati, me sentando no braço da poltrona, que eu esperava que fosse mais resistente do que aparentava.

Mamãe escondeu o rosto entre as mãos, mas eu sabia que ela estava rindo.

— Não estávamos num jantar romântico, pirralho. Mas, pelo visto, você esqueceu o que é romantismo quando agarrou a menina no que...uma sala da limpeza?

— Sebastian! — Minha mãe exclamou, ultrajada. — Não foi assim que eu te ensinei como se trata uma mulher.

— Você e meu querido sogro são dois fofoqueiros. — murmurei. — Além disso, Olivia é minha noiva e se eu quiser agarrá-la dentro de uma caçamba de lixo pode ter certeza que eu vou, estamos de acordo?

Todos nós nos olhamos por alguns instantes.

— Moleque insuportável. — meu pai resmungou

— Caipira de meia tigela. — repliquei.

Minha mãe estendeu os braços para abraçar nós dois.

— Os homens da minha vida são impossíveis.

— Impossivelmente charmosos.

— Impossivelmente lindos. — eu e meu pai falamos ao mesmo tempo.

Alguém limpou a garganta ao nosso lado.

— Me desculpem por atrapalhar, mas a janta está na mesa. — Olivia disse, com um sorriso sem graça. Ela havia colocado um shorts jeans — sim, eu disse Olivia de shorts — e uma blusa de manga longa e deixado o cabelo em um rabo de cavalo. Mesmo presos os cachos chegavam quase ao meio de suas costas.

— Não atrapalhou, querida. — minha mãe se levantou e entrelaçou o braço com minha suposta noiva que me olhou sem saber o que fazer.

Apenas acenei discretamente para que ela apenas agisse naturalmente, embora minhas mãos suassem um pouco só de pensar no quão boa minha mãe era de arrancar coisas de pessoas num curto espaço de tempo.

Meu pai e eu ficamos para trás por alguns instantes.

— Estamos pensando em casar. — ele disse e eu que estava...droga, encarando as pernas de Olivia, franzi a testa.

— O quê?

— Eu e sua mãe. Estamos pensando em casar.

— Vocês já não são tipo...casados?

— Claro, né Sebastian! Não viaja. Estamos pensando em renovar os votos. Pedro e Lucinda dizem que renovam sempre que conseguem tirar um tempinho para eles.

— Acho uma ideia bacana. Até porque é difícil vocês tirarem um tempo para vocês, acho que seria legal se planejassem algo assim.

Demos dois passos adiante e então meu pai parou.

— Acha que sua mãe está feliz comigo?

Encarei como se ele estivesse ficando louco.

— Isso é o tipo de pergunta que se faça? Por favor, velhote. A mulher estava sentada no seu colo, corando que nem uma adolescente enquanto você usa esse chapéu ridículo na cabeça e você quer me perguntar se ela está feliz contigo? Faça-me o favor.

— Nossa, garoto, mas você é um inferno. — ele me deu um tapa na cabeça demasiadamente agressivo. — É uma pergunta genuína. Agora que você está prestes a se casar, creio que esse tipo de pergunta passe pela sua cabeça. Será que ela é feliz comigo? Será que sou o cara certo para ela?

— Isso é um jeito para você abordar meu relacionamento com Olivia, rei da sutileza?

Meu pai inclinou a cabeça.

— Também. — Quando respirei fundo, ele levantou as mãos na altura dos ombros. — Mas não estava mentindo. Quando gostamos de alguém esse tipo de pergunta pode aparecer e apesar de você ser insuportável... você é suficiente, filho. É capaz de fazer quem você quiser feliz, não importa o que te disseram no passado.

— Eu realmente não quero falar sobre isso agora, pai.

— Sei disso. É mais fácil não falar nunca, mas lembre-se que não é você sozinho nessa relação. Nesse compromisso. Não duvido que vocês sejam incríveis juntos, mas tenha em mente que casamentos não são casos de uma noite. Você não vai acordar na manhã seguinte e simplesmente sair pela porta sem consequências. Casamento precisa de confiança no outro, honestidade no outro, cumplicidade. Não vai funcionar se um de vocês dois não estiver disposto a essas coisas.

Balancei a cabeça concordando, com a maior seriedade que pude pôr em meu rosto.

Pus a mão em seu ombro.

— Obrigado pelas dicas, velhote.

— É sempre um prazer, pirralho.

— Você percebe que eu sou mais alto do que você, né?

Meu pai apenas me lançou um sorrisinho.

— Sempre vai ser um pirralho para mim.

✥✥✥


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Notas finais do capítulo

Heeyyy, meus amores!

Hoje ofereci para vocês MIGALHAS, amanhã? who knows

digo com tranquilidade que amo as interações do papa Ferrante com o nosso sebs (são o meu tudinho)

SEI QUE FALEI QUE A MARATONA CONTINUARIA NA QUARTA MAS NÃO TIVE FORÇAS ME PERDOEM

NÃO FIQUEM TRISTES PQ HOJE TEM ATT DUPLA! (tem uma cena q eu to morrendo pra vcs lerem kkkkk)

FELIZ ANO NOVO !!!!!

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