Contrato de Casamento escrita por Emmy Alden


Capítulo 24
Vinte e Quatro


Notas iniciais do capítulo

MAIS UM!!!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/804998/chapter/24

"It hurts me to think that you've ever cried"

(Stand Up)

 

OLIVIA

Mal percebi o jantar passar, e se me perguntassem qual foi o assunto da noite eu não saberia dizer.

Minha mente continuava voltando para Max na cidade.

Para quem estivesse de fora poderia pensar que vê-lo era apenas algo nostálgico para mim, que eu apenas sentia saudade de estar com ele, saudade do nosso relacionamento.

Porém, estava longe disso.

O que me corroía por dentro era a necessidade de mostrar para Maximus que eu estava bem. Que mesmo depois de tudo, eu tinha dado a volta por cima.

Mas a realidade era que aquela "volta" nunca tinha acontecido.

Eu continuava no mesmo ponto em que ele me deixou enquanto sua vida tinha seguido em frente.

Max conseguiu sua família, uma esposa, uma filha, todo mundo o amava, assumiu os negócios do pai, era cada vez mais respeitado e amado por toda a cidade.

Eu ainda era Olivia Sartori. Só isso.

Não tinha nada. Nem ninguém.

Estava sozinha enfiada em um acordo de um casamento de mentira só porque era orgulhosa demais para pensar na possibilidade de perder o emprego e voltar para casa sem ter conquistado nada.

— Vai me contar o que houve? — Sebastian perguntou baixinho.

Estávamos sentados sozinhos na varanda.

Quer dizer, eu estava sentada, Sebastian se balançava na rede.

— Nosso contrato não cobre esse tipo de conversa. — falei, abraçando meus joelhos.

Quase tomei um susto quando percebi que Ferrante tinha levantado rede sem fazer nenhum barulho e agora estava de pé ao meu lado.

Levantei a cabeça para encará-lo de baixo.

— Pensei que estávamos de acordo que a única cláusula que ainda sustenta esse contrato era a de que vamos nos casar em uma semana e meia.

Soltei o ar pelo nariz.

— Definitivamente tem algumas pequenas cláusulas que ainda estão de pé. — rebati enquanto ele se abaixava, passando uma perna de cada lado do meu.

— Pensei que a cláusula de você não se apaixonar por mim tinha ido pelos ares há muito tempo.

Todo meu corpo se retesou com a sensação do seu peito em minhas costas, suas mãos firmes que abaixaram minhas pernas para que seus braços envolvessem minha cintura.

Tudo em mim gritava para que eu saísse correndo.

Sebastian pareceu perceber porque me segurou ainda mais contra ele.

— Sebastian. — repreendi em tom de censura.

— Olivia. — ele me imitou.

Fechei os olhos e suspirei, derrotada.

— Não somos o mesmo Sebastian e a mesma Olivia que assinamos aquele contrato, somos? — uma de suas mãos começou a mexer com os fiozinhos da barra do meu shorts. — Gosto de pensar que nesses poucos dias desenvolvemos uma relação mais próxima do que nos últimos cinco anos, não acha? Por favor, não parta meu coração dizendo que não.

— Você é tão apelativo.

— Ahá! Se fosse o Hunter seria charmoso ou, como é a palavra?, incorrigível. Comigo é diferente, é apelativo. — Ele colocou o máximo de desdém na entonação da palavra, e eu não consegui não rir.

Virei a cabeça para olhá-lo. Sua expressão fingia seriedade, mas seus olhos nunca me enganavam: ele estava se divertindo enchendo meu saco. Como sempre.

— Juro o que ele tem que eu não tenho? Estou começando a ficar ofendido, Sartori.

Com você é muito mais perigoso, Sebastian.

Suspirei e voltei a olhar o horizonte.

— Primeiro, você é um homem comprometido.

— Há literalmente vinte e quatro horas, eu estava solteiríssimo e não vi ninguém, você, no caso, dando em cima de mim. Não venha com mentirinhas.

— Por que você tem que fazer piada o tempo todo?

Sebastian nem piscou para responder:

— Porque faz você sorrir. E, infelizmente para você, eu gosto do seu sorriso.

 

SEBASTIAN

No top dez coisas estúpidas que eu já falei, essa era definitivamente a número um.

Não porque era mentira — não era.

Ou porque eu estava exagerando — não estava.

Ou porque foi apenas uma piada — não foi.

Foi estúpido porque era uma das coisas que deveriam ficar apenas na minha cabeça porque quando Olivia me encarou com um misto de surpresa, como se estivesse ouvindo algo do tipo pela primeira vez, foi como se o mundo inteiro parasse.

Nossos rostos estavam próximos o suficiente para eu sentir a respiração dela.

E aquele era um ponto perigoso.

Extremamente perigoso.

Como um viciado que chega perto demais do que desencadeia seu vício.

Minha pele já sabia qual era a sensação dela.

Meus lábios já sabiam o gosto dela.

Meu coração já sabia como era ficar no ritmo sincronizado com o dela.

Que merda.

Que grande merda.

Eu havia esquecido o quanto era sobrepujante aquela sensação.

Fazia muito tempo.

Ao passo que agora parecia ser muito pior.

Percebi quando Olivia engoliu em seco.

E ela foi mais forte e mais eficaz do que eu jamais teria sido ao estourar aquela bolha de tensão com uma única frase:

— Vi Max hoje.

Pisquei algumas vezes. Ela ficou de costas para mim novamente.

— O que ele disse para você? — Tentei manter meu tom de voz casual, mas não tive muito sucesso.

Olivia não pareceu notar.

— Nada. — Ela deu de ombros. — Ele não disse nada. Não me viu na verdade. Eu...o vi de longe.

Pronunciei minhas palavras com muito cuidado e lentamente.

— Foi por isso que você estava chorando?

Já estava preparado para ela negar que estava chorando como das outras vezes que puxei o assunto, mas Sartori disse:

— Isso faz de mim uma idiota, não é? Patética, até. Quer dizer, eu não sinto mais nada por ele, além de nojo e repulsa por tudo... — Sua voz falhou e foi como se alguém estivesse girando uma faca no meu coração. — Por tudo o que ele me fez. Aí, eu venho para esse lugar, para essa cidade, e cada esquina tudo o que eu vejo são memórias, lembranças. E parte da minha cabeça começa a pensar se todos os desastres não foram paranóia, se eu não tive um surto e imaginei tudo. Só que meu coração sabe que foi real porque ele ainda dói.

Olivia fungou, sua respiração saía com dificuldade.

Passei os braços por seu tronco novamente, colando suas costas em mim e forçando-a a seguir o meu ritmo de respiração.

Sartori não protestou, nem deu tapa em meu braço nem nada do tipo. Parte da lateral do seu rosto estava encostada na minha.

— Respire, Olivia. — murmurei.

Ficamos em silêncio, apenas inspirando e expirando por alguns minutos.

— Parte de mim está nervosa... — ela continuou a dizer depois de um tempo, sua voz mais estável. — Tem uma razão para Max fingir que a notícia do nosso casamento não o abala. Tem uma razão para ele não ter aparecido na porta ainda. — Olivia passou os braços por cima dos meus, como quem precisava de um apoio físico para continuar falando e eu não me importei. — Sei que isso soa presunçoso, como se eu achasse que sou o centro do mundo. Como se eu achasse que ele não seguiu em frente. Ele seguiu, por Deus, todo mundo pode ver que ele seguiu, mas eu o conheço. Max não quer que eu siga em frente.

"Quando paro para analisar, vejo que ele sempre gostou de me deixar nessa expectativa de não saber o que ele vai fazer a seguir. E não de um jeito bom. Não quero que ele me machuque mais. Não quero que Max te machuque por minha causa, Sebastian."

Seus ombros passaram a tremer e eu apertei ainda mais contra mim.

Encostei o lábio contra sua bochecha:

— Não vou deixar que ele te machuque, está bem?

 

OLIVIA

Não lembro por quanto tempo ficamos ali na varanda.

Lembro de ter fechado os olhos apertados enquanto Sebastian me abraçava e quando os abri, eu estava no meu quarto, deitada na cama, um cheiro fresco de sabonete no ar e os braços de Ferrante ao meu redor.

Como se eu não tivesse passado vergonha o suficiente chorando que nem uma idiota na frente dele, ainda tinha forçado-o a me carregar para o quarto.

Com cuidado tentei me mexer para tirar seus braços de mim, mas o máximo que consegui foi virar para olhá-lo de frente. A divisão da cama não estava em nenhum lugar visível.

Ele estava usando uma regata, dormindo, parecendo que não tinha uma preocupação sequer no mundo.

Talvez não tivesse mesmo.

Eu ainda estava com as roupas do jantar. Graças a Deus.

— Teria trocado sua roupa, sem problemas. — Sebastian disse de repente, ainda com os olhos fechados. — Mas, um surto de cada vez.

Senti minhas bochechas esquentarem. Eu sabia que não deveria ter feito aquela cena ridícula e chorado nos braços de...

— E com surto, eu quero dizer o surto interno que você teve quando viu que o muro de Berlim não estava nos separando essa noite.

— Eu não disse nada.

— E não precisa dizer, — Sebastian virou de barriga para cima e fez um esforço para levantar. — Sei como sua cabecinha funciona.

— O que você está fazendo? — questionei quando o vi procurando algo caído do lado da cama.

— Me preparando para construir o muro de Berlim.

— Construir o...Eu...eu não...— Sebastian parou, me olhando com uma sobrancelha arqueada. — Não precisa.

— Gostou de ficar agarradinha comigo, não é? Eu avisei.

Peguei meu travesseiro e joguei no rosto dele.

— Idiota. — ele riu, voltando a deitar na cama. — É só que não acho que você vai me atacar.

— Fui de predador sexual a uma pessoa confiável? Isso sim é um arco de redenção.

Comecei a rir e Sebastian virou de lado com a cabeça apoiada em uma mão.

Lembrei de suas palavras mais cedo.

"Gosto do seu sorriso."

— Obrigada por hoje. — falei baixinho.

— Por não comentar que encontrei você babando na grama ou por não comentar que babou na minha camisa?

— Argh! Eu te odeio. — Arranquei meu travesseiro de suas mãos e fiquei de costas para ele. — Muito boa noite, Sebastian.

— Boa noite, Olivia. Bons sonhos.

 

SEBASTIAN

Hunter estava estranhamente calado.

— Não vai dizer nada?

O pai de Olivia tinha alguma tarefa no centro da cidade e aproveitou para levar boa parte do rebanho de pessoas que estava naquela casa.

Acho que só havia Olivia, que eu havia deixado dormindo, e Julie que eu não vi fora do quarto.

Graças a Deus porque meu braço estava a ponto de cair com aquelas tarefas todas. Quer dizer, eu fazia academia, mas aquilo era castigo.

Eu e Hunter, como madames, havíamos pegado duas cadeiras, a jarra de limonada que a senhora Sartori fez para nós e sentamos sob o sol com óculos escuros.

— Você quer que eu diga algo?

Dei de ombros.

— Acabei de falar por dez minutos direto e você está aí caladão.

— Eu estou ouvindo. Você é sortudo para cacete, sabe disso, não é?

Virei a cabeça para olhar para ele:

— Sortudo? Ah sim, lembrei que seu sonho era estar de conchinha com a Olivia.

Hunter soltou o ar pelo nariz.

— Sortudo porque você percebe o que está acontecendo aqui? — ele gesticulou lentamente no ar. — Olivia não contou nada sobre o Max para a família dela, mas contou algumas coisas para você. A sobrinha te levou para encontrá-la em um momento que ela sabia que a tia estaria precisando de um apoio de alguém. Lucy te contou que Olivia não chora na frente de ninguém, ela chorou em seus braços. Realmente não percebe o que está acontecendo aqui?

Encostei a cabeça na cadeira.

— O que foi? Está caladão aí?

Bufei e Hunter riu.

— Vou falar algo importante para você agora, quero que preste atenção. Nem Julie nem Olivia são seus casos de uma noite. — Abri a boca para replicar, mas Hunter levantou uma mão me interrompendo. Ele se ajeitou na cadeira para ficar de frente para mim. — E eu não estou querendo diminuir nenhuma das mulheres que dormiram com você. Sei que você deixa bem claro o que está oferecendo. Mas Julie não vai dormir contigo e desaparecer da sua vida no dia seguinte. Olivia vai se abrir com você e no outro dia ela vai estar no escritório ao lado do seu. — Ele tirou os óculos. — São mulheres que vão estar no seu cotidiano e que têm ou estão criando confiança em você. Que estão se permitindo ser vulneráveis e esse é o momento mais fácil para você magoá-las. E se magoar também.

Respirei fundo.

— Achei que você estava incitando todo esse plano para me juntar a Julie.

— Estou incitando você a ver o que realmente quer para sua vida e...

Paralisei.

— Espera, você não está achando que eu e Olivia... Nós...Sem condições. Nós não...

 Não fazemos o tipo do outro? — Hunter disse com a voz fininha. — Por favor...Deve ser por isso que a cidade toda está falando que vocês se agarraram numa salinha.

— Estávamos bêbados!

— Sóbrios o suficiente para você dirigir um carro minutos depois. — Meu amigo retrucou. — Olha, eu não estou julgando. Sabe que eu faria o mesmo no seu lugar. Se precisa dar um jeito nessa tensão entre vocês dois e Olivia estiver de acordo vá em frente. Se agarrem, se beijem, transem, sei lá...Só seja honesto consigo mesmo e com as meninas também.

Ju

Será que conseguimos

passar um tempinho juntos

hoje à noite?

 

Meu celular apitou com a mensagem de Julie. Então chegou mais uma.

 

Ju

Não precisa ser cedo.

Quando todos estiverem dormindo.

É ainda melhor ;)

Olhei para as costas de Olivia sentada na frente do notebook digitando furiosamente.

Respirei fundo.

— Se você precisa da minha benção... — Sartori disse de repente e o celular quase caiu da minha mão.

— Como...? Você é uma bruxa! Eu sabia.

Levantei do puff em que estava sentado e parei atrás dela que não tinha parado de escrever um segundo sequer.

— Você é previsível e deixa quase sempre tudo estampado na sua cara.

Ela fechou a tampa do notebook assim que eu me estiquei para ler o que ela estava fazendo.

— Escrevendo roteiros para vídeos adultos, Sartori? Que danadinha.

— Não! Definitivamente não. — ela disse se levantando, mas eu não recuei nem um centímetros sequer, deixando-a encurralada entre mim e a mesinha.

— E o que está fazendo que eu não posso ver?

Sabia que ela odiava aquela posição porque ficava desconcertada.

— Praticamente tudo o que eu faço não é da sua conta, — Rolei os olhos. — Mas, isso é um esboço de uma apresentação, meus esboços são vergonhosos e ninguém pode ver.

— Nem o seu noivinho de mentira? Posso ter insights valiosos para te ajudar. — comentei aproximando meu rosto do dela.

— Tenho certeza que sim. — Ela me lançou um sorriso falso. — Mas essa seria a apresentação para a vaga da empresa e como estamos concorrendo ao mesmo posto...

— Aaah, saquei. Tem medo de eu copiar seu modelo de apresentação.

— Não, não é isso, Sebastian. É só que se tiver algo parecido as pessoas podem achar que...você me ajudou.

— Você me ajudou. — falamos ao mesmo tempo. — Faz sentido, Lili, não precisa ficar nervosa. Só estava tirando uma com você.

— Não estou nervosa.

— Seus olhos me dizem isso.

— Não estou nervosa. — Olivia repetiu.

Segurei seu pulso rapidamente.

— Seu pulso me diz que você está.

— Problemas cardíacos. Preciso ir urgente no médico. — ela comentou desviando o olhar do meu. Ela viu o celular na minha mão livre. — Acho que você deveria responder sua...Julie.

— Julie? — Foi como se eu tivesse levado um choque. Soltei o braço de Olivia e dei um passo para trás. — Hm, é claro.

Pensei ter visto um lampejo de arrependimento nos olhos de Sartori, mas devia ser o efeito da conversa com o Hunter.

Eu precisava ser honesto comigo.

Precisava ser honesto comigo.

Honesto.

A Eloise da minha mente resolveu aparecer:

Percebe Sebastian como fiz um favor para nós dois ao cancelar nosso casamento?

Você tem boas intenções, todo mundo consegue ver isso. Porém, você não ficaria bem em um relacionamento.

Mal acertou as coisas com Julie e já está confuso sobre outra garota.

Quanto tempo levaria para isso acontecer comigo?

Você não sabe o que você quer.

Você iria me machucar mesmo sem querer. Assim como vai machucar Julie e Olivia enquanto não perceber que não serve para isso. Não tem maturidade para um compromisso.

Você. Não. Sabe. O Que.Quer.

— Eu queria você, Elô. — minha voz soou baixinho e Olivia, que tinha ido para o banheiro, apareceu na porta.

— Falou comigo?

— Não. Eu estava falando sozinho.

 

OLIVIA

— O que está te fazendo pensar tão intensamente? — Uma voz soou atrás de mim e eu levantei a cabeça para encontrar a senhora Ferrante caminhando em minha direção.

— Oi? — perguntei me fazendo de confusa.

Minha cabeça estava indo em tantas direções. Sebastian. Max. Aquele contrato de casamento. Minha família. E tantas outras coisas...

— Seu cenho. Está franzido desde quando eu te avistei aqui. — ela disse com um sorriso.

Sebastian não se parecia muito com a mãe, exceto por algumas expressões faciais enquanto os trejeitos eram do pai — embora as semelhanças entre os dois com o filho não fossem muito óbvias.

Cecília tinha uma pele negra clara, seu cabelo era cacheado com mechas iluminadas que faziam seus olhos castanhos se destacarem. Ela tinha a mesma covinha que Sebastian no lado direito do rosto e seu sorriso era impecável. Tinha uma postura de uma bailarina e sempre me fazia sentir como se eu fosse levemente desengonçada perto dela.

— Muitas preocupações. — respondi meio sem graça.

Uma das partes mais difíceis de todo aquele esquema não era só mentir, mas mentir para pessoas que estavam realmente querendo torcer por nós.

— Eu imagino. Fiquei surpresa quando soube que Sebastian tinha decidido se casar da noite para o dia, principalmente quando descobri que você seria a noiva.

Ah, com certeza foi uma surpresa.

— A senhora deve ter ouvido muitas coisas sobre mim. — eu repliquei, meu tom deixando bem claro que já imaginava que tipo de coisas ela havia ouvido.

Cecília riu.

— Para falar a verdade, não foi só o tipo de coisas que você deve estar imaginando, quer dizer, lógico que havia dias que Sebastian nos visitava indignado com você, mas saiba que ele admira muito seu trabalho. — Ela tocou meu ombro. — Foram muitas as vezes que ele chegou dizendo que "Olivia fez um milagre mais uma vez." e que se não fosse por você provavelmente "todos estariam atolados na merda". E estou usando o mesmo linguajar que ele, quem vê pensa que não ensinei nada de bons modos.

Sorri.

— Sebastian é uma parte vital de todo nosso setor também.

— Somos muito orgulhosos dele. Caleb e ele se estranharam um pouco quando Seb decidiu não assumir a nossa empresa, mas ele sabe que nosso filho está certo de seguir a carreira que ele ama. Aliás, foi Caleb que ajudou Sebastian a entrar onde vocês trabalham hoje.

Arqueei uma sobrancelha, surpresa:

— Sério? — Eu enchia o saco de Ferrante dizendo que ele havia entrado por causa do pai, mas era só porque o pai dele era um tanto conhecido na mídia. Não fazia ideia que o pai dele realmente tinha mexido uns pauzinhos.

— Pois é, o dono é amigo de um dos nossos amigos, o pai da Julie, na verdade.

— Não sabia.

— Caleb fez o pai de Julie prometer que ele faria apenas uma sugestão para Sebastian porque se meu filho descobre... Se tem uma coisa que eles são extremamente parecidos é o orgulho. Sebastian é orgulhoso demais, você já deve ter percebido. — Apenas assenti com a cabeça. — Acontece que o dono adorou a entrevista e as ideias de Seb e acabou contratando-o como estagiário... o resto da história você já sabe melhor do que nós.

— Cinco anos trabalhando juntos...posso dizer que sei sim. Passei por várias provações com o seu filho, mas sugestão ou não, é impossível negar que sem Sebastian não estaríamos onde estamos hoje. A visão dele sobre a marca é singular e sempre inovador.

Eu conseguia ver os olhos da senhora Ferrante brilhando de orgulho.

— Sou muito feliz por vocês dois terem se encontrado. Devo dizer que minha surpresa por ser você a noiva dele foi só pelo simples fato da rapidez de tudo. Sebastian sempre falou que você planejava até demais e eu pensei que um casamento às pressas não seria a sua cara. Cheguei até a pensar que você poderia estar grávida.

Forcei um sorriso.

As pessoas teriam que achar que eu estava vivendo em outro século para achar que eu apressaria um casamento por causa de uma gravidez.

Mas considerando que eu estava apressando um casamento de mentira por uma vaga de emprego, até que não parecia tão loucura assim.

— Também nunca pensei que faria tudo assim, correndo, mas nunca pensei que fosse me conectar tanto com alguém quanto com seu filho. Foi algo tão de repente, mas tão... definitivo.

Olivia Sartori, a mentirosa do ano.

— Eu sei como é. — Cecília suspirou. — Nunca é do jeito que a gente imagina. Mas sua cabeça deve estar a mil para preparar tudo.

— Com certeza. Sinto muito por trazer vocês para cá e meu pai ficar na cola para vocês sempre estarem fazendo algo..

Minha sogra de mentira riu.

— Ah, não se preocupe. — Ela fez um gesto displicente com a mão. — Eu e Caleb estamos genuinamente apaixonados por estar aqui. Sabe que durante o ano passamos tão pouco tempo juntos, sem compromissos, só nós dois, que isso aqui está sendo como umas férias muito bem-vindas. E sua família é um amor. Estou apaixonada pelos bebezinhos do seu irmão Lucas e pela pequena Lucy.

— Fico muito feliz em ouvir isso, senhora Ferrante.

— Por favor, só Cecília. Sei como é difícil toda essa expectativa de casamento e vida a dois, mas quero que me considere praticamente uma mãe, então se precisar se abrir comigo sobre qualquer coisa, eu estarei aqui para você. De verdade. Te acho uma menina incrível e admirável. Estou feliz por meu filho ter escolhido alguém como você.

✥✥✥


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Heeyyy, meus amores!

SÓ CONSIGO GRITAR AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA

AAAAAAAAAAAAAAAAAAA AAAAAAAAAAAAAAAA

Percebi que no dia 25 fez um ano que cdc está aqui no nyah! Feliz aniversário para nós!!

ME CONTEM O QUE MAIS GOSTARAM NESSE CAP!!
Não se esqueçam de comentar o que estão achando, deixar aquele votinho básico e compartilhar a história com os amigos ♥

twitter: @ whodat_emmz ou @ emmieedwards_

instagram: @ emmiewrites



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Contrato de Casamento" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.