Contrato de Casamento escrita por Emmy Alden


Capítulo 17
Dezessete


Notas iniciais do capítulo

oiiiii meus amores (to atrrasadinha, mas aqui vai um capitulo novo)



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"And i never saw you comin',

And i'll never be the same"

(State of Grace)

 

SEBASTIAN

Eu estava entorpecido.

Não fazia a mínima ideia do que tinha naquele drinque. Porque, claro que era ele fazendo efeito.

Está tão ansioso assim para testar meus poderes?

Olivia não estava flertando comigo, estava?

Tinha algum outro significado naquela frase e eu só estava entendendo o que queria provavelmente.

Mas ali ficava a pergunta: o que eu queria?

Olivia deu uma risadinha. Parecia sem graça.

— Relaxe, estou brincando.

Esperei sentir alívio. Os ombros relaxando.

Porém, a única coisa que eu sentia era a pele dela sob meus dedos.

O jeito como nossos corpos estavam juntos, o jeito que nossos corações pareciam bater em um compasso ensaiado que não me deixava distinguir que batida era do meu ou do dela.

Definitivamente, não sentia alívio.

Ela mais como uma eletricidade tão forte que estava me deixando paralisado aos poucos. Um sentimento de querer que era tanto libertador quanto esmagador.

Olivia virou a cabeça para o outro lado antes de apoiá-la no meu ombro.

Respirei fundo.

Não ajudava nada ficar lembrando de minutos antes quando Sartori confirmou que se fosse em outras circunstâncias, nós poderíamos...

Só a hipótese, a possibilidade...

Meu Deus, era como se uma febre estivesse tomando meu corpo em uma velocidade impressionante.

Não havia mais nada na minha mente, não havia mais ninguém, apenas Olivia e uma necessidade mal definida.

— Está tudo bem? — ela perguntou, provavelmente notando a mudança na minha postura.

Era hora de tomar algumas decisões.

Parei nossos passos e Olivia afastou o rosto um pouco para me olhar.

— Preciso ir ao banheiro. Pode me levar até lá? Depois nós voltamos.

Mas eu duvidava que passaríamos perto daquela pista de dança novamente naquela noite.

 

OLIVIA

Levei alguns segundos processando seu pedido, mas então dei um passo para trás, saindo do campo magnético de Ferrante que estava me deixando confortável demais.

— Hm, claro. É por aqui.

Eu fui guiando Sebastian sem olhar para ver se ele me seguia. Tinha certeza que meu rosto estava vermelho de vergonha e de jeito nenhum, eu olharia diretamente para ele nas próximas vinte e quatro horas.

Foi como se um balde gelado tivesse sido jogado sobre minha cabeça. Estava super consciente de tudo que havia feito e todas as coisas idiotas e insanas que havia dito para Sebastian.

Estúpida. Completamente estúpida.

Que merda estava acontecendo comigo? De onde saiu aquela ideia "brilhante" de dizer para Sebastian que eu daria uma chance para ele?

Tudo bem, isso seria num universo paralelo muito distante da nossa realidade, mas...

Eu não estava...Não, não podia estar...

Passamos pelas pessoas, nos desviando de braços e cotovelos enquanto minha mente girava em volta de si mesma, dividida entre abraçar aquela parte desconhecida e estranha que havia sido despertada em mim e agarrar a sobriedade.

O corredor para os banheiros era estreito, mas como eu havia contado para Sebastian mais cedo enquanto jantávamos, diversos casais adolescentes estavam agarrados no meio do caminho.

Eu poderia imaginar vividamente, Max passando por ali com a boca torcida, julgando horrores mesmo sem proferir uma única palavra, mas quando arrisquei olhar para trás — para Ferrante — ele não estava prestando atenção em nada daquilo, ele encarava minhas costas com afinco e dava para ver que sua mente estava longe.

Provavelmente pensando como eu era louca por achar que...

Voltei a caminhar.

Eu me sentia extremamente envergonhada só de imaginar o que estava passando pela mente dele. Sebastian deveria estar me achando louca e atirada. Vulgar até.

Aquela era a primeira vez em anos que tínhamos passado um bom tempo em uma conversa normal e civilizada e eu estraguei tudo.

Ferrante tinha filas de mulheres se jogando em cima dele, eu era apenas uma fera selvagem com sentimentos contraditórios que ele tinha que aguentar.

Não conseguia acreditar que estava admitindo aquilo, mas naquele momento Sebastian havia sido o mais sensato entre nós dois.

Os estragos que aquela conversa de bêbado poderia ter causado em nosso acordo...

— É aqui no final do corredor. — declarei, tentando fazer minha voz soar firme, quando chegamos em frente às portas dos banheiros.

Quando me virei, Sebastian estava testando a maçaneta de uma porta velha e sem sinalização nenhuma.

— Sebastian? O que você está faz...?

Não tive tempo de terminar a frase porque ele conseguiu abrir a porta e me puxou para dentro.

Não tive tempo nem de assimilar o que era aquele cômodo escuro pois uma mão de Ferrante foi para minha cintura e a outra para minha nuca enquanto ele pressionava meu corpo contra um armário.

— É uma boa hora para você me parar. Me diga que eu sou um idiota e relembre todos os motivos porque não deveríamos fazer isso. — Sebastian sussurrou, sua testa colada na minha, nossos lábios separados por milímetros. — Diga que eu sou um doido e que você definitivamente não está sentindo essa...coisa esquisita entre nós.

— Eu...eu...

Sebastian pressionou ainda mais seu corpo contra o meu:

— Que droga, Olivia! Essa não é a hora de você não saber o que dizer.

Eu estava sem fôlego e essa seria a desculpa que usaria até a morte para explicar aquele momento: que meu cérebro estava sem oxigenação apropriada e por isso eu segurei a camisa de Sebastian puxando-o contra mim, eliminando o espaço entre nossas bocas.

 

SEBASTIAN

Nos primeiros milissegundos, eu ainda estava tentando compreender que:

Olivia Sartori não me impediu.

Ela não estava me chamando de louco nem saindo correndo.

Nem tinha dado um tapa na minha cara.

Ela estava me beijando.

Sebastian Ferrante e Olivia Sartori. Se. Beijando.

Se o mundo não acabasse em cinco minutos, nunca mais acabaria.

No entanto, quanto digeri aquilo, foi como se uma represa, até então desconhecida e que tinha ficado trancada dentro de mim, tivesse se rompido no momento que os lábios de Olivia deslizaram nos meus.

A mão que estava na sua cintura estava indecisa sobre aonde ir. Meus dedos subiam por suas costas e desciam até suas coxas.

A cada descida, eu sentia o tecido do seu vestido subindo mais um pouco, mas ela não estava fazendo nada a respeito.

Quer dizer, ela estava fazendo algo.

Estava me puxando para perto como se quisesse que nossos corpos se fundissem em um.

E naquele momento não parecia uma ideia ruim.

Embora fosse.

Minha outra mão ainda estava em seus cabelos e eu aumentei o aperto.

Olivia gemeu contra minha boca e foi a coisa mais excitante que eu já havia ouvido há um bom tempo.

Aproveitei que ela havia dado abertura e aprofundei o beijo. Sua boca tinha gosto do drinque que ela havia tomado e foi minha vez de soltar um meio gemido meio grunhido — quase uma ordem mal formulada que de alguma maneira ela entendeu — e Olivia levantou o queixo, me dando acesso ao seu pescoço.

Suas unhas se fincaram no meu ombro procurando apoio e minhas mãos desceram de novo da sua cintura até suas coxas, agora majoritariamente expostas e as impulsionou para cima.

Suas pernas não demoraram a se enlaçar ao meu redor.

Um arfar escapou de sua boca quando meu quadril se encaixou no meio das suas pernas.

Minha boca procurou a sua novamente.

Minhas mãos queriam explorar seu corpo sem aquele tecido sobre sua pele, mas uma parte de mim sabia que aquilo não iria acontecer.

Nem naquele momento, nem nunca.

Aquele beijo não deveria estar acontecendo.

Porém, se eu tinha certeza de alguma coisa na vida era que, de jeito nenhum, eu seria o primeiro a parar.

 

OLIVIA

Minha pele estava pegando fogo.

Eu iria entrar em combustão.

Os lábios de Sebastian estavam em todo lugar, suas mãos em cada pedaço meu...Quer dizer, quase cada pedaço.

Ele esfregou o quadril contra mim e minha cabeça pendeu para trás encostando no armário.

— Meu Deus. — ele sussurrou contra minha pele. — Meu Deus.

E era exatamente a única coisa que eu seria capaz de pronunciar se tentasse falar algo coerente.

De onde haviam saído aquelas... sensações todas? Eu não estava entendendo.

Não fazia sentido.

Tudo tinha uma lógica por trás, mas aquilo...

A porta se abriu com um baque e eu soltei os ombros de Sebastian imediatamente, quase como se eles estivessem pegando fogo.

— É proibido a entrada de clientes aqui!

Ainda bem que os reflexos dele eram mais ágeis e úteis do que os meus e suas mãos seguraram minhas pernas novamente, — uma parte inconveniente de mim sussurrou que ele parecia gostar bastante delas— sustentando meu peso.

— Oli? Sartori? — O homem que estava há meio segundo furioso, estreitou os olhos e então os arregalou me reconhecendo.

Com certeza, eu era a última pessoa que ele esperava encontrar ali.

— O-oi, Ivan. — dei um tapinha na mão de Sebastian e ele me colocou no chão.

— Desculpe, — meu...suposto noivo falou. — Eu que arrastei Olivia para cá. Foi minha culpa estarmos onde não deveríamos. Só estávamos...hm, você sabe, nos divertindo um pouco.

— Tem uma placa bem na porta. — Ivan falou ranzinza.

Se o chão não se abrisse e me engolisse viva...

Sebastian, por outro lado, não se abateu:

— Suponho que o senhor também esteja repreendendo todos os casais que estão no corredor.

Eu poderia jurar que tinha um toque de aborrecimento no tom de Ferrante.

Como se ele estivesse realmente puto por termos sido interrompidos.

Será que ele não percebia que havia sido um livramento?

Ok, talvez eu tenha pensado cedo demais que ele poderia ser mais sensato do que eu em qualquer situação.

Só Deus sabia até onde eu deixaria ele ir se Ivan não tivesse aparecido. E só Ele mesmo sabia o tamanho do arrependimento que eu teria depois.

Ivan soltou o ar pelo nariz, cansado.

— Eles são incansáveis. A cada meia hora veio dispensar todos daqui. Cinco minutos depois aparecem o dobro.

Ivan, era segurança, mas não de um só local. Ele alternava seus serviços em diversos locais da cidade, o que faria dele um fofoqueiro em potencial.

— Sinto muito. — Sebastian se desculpou com a voz mais contida. — Vamos nos recompor e já saímos.

Ivan apenas assentiu com a cabeça e então deu uma boa olhada de novo em mim e Sebastian e me lançar uma...piscadela. Depois ele saiu.

Era certo que todo mundo estaria sabendo daquilo pela manhã.

Puxei a saia do meu vestido para baixo sentindo minhas bochechas esquentarem.

A sensação dos dedos de Sebastian explorando aquele pedaço de pele, fazia minha respiração ficar difícil.

— Você quebrou dois botões da minha camisa.

Ele disse quando saímos para o corredor.

— Compro outra. — murmurei, fingindo estar muito ocupada observando mais um casal que Ivan separava dali.

Porém, Sebastian sendo o demônio que era, parou exatamente na minha frente, me obrigando a olhar um pedaço pequeno do seu peito exposto.

Ele segurou meu queixo, inclinando meu rosto pra cima e por um instante eu paralisei, mas Ferrante simplesmente me encarou e estreitou os olhos.

Empurrei seu braço e ele o deixou cair ao lado do corpo apenas por um instante, antes de voltar a segurar o meu queixo acariciando de leve um ponto bem próximo do meu lábio.

— Seu...seu batom está borrado. — ele comentou, tentando conter um sorriso.

Fiz uma cara feia, saí do seu toque com mais brutalidade do que o necessário e passei por ele, indo até o banheiro.

 

SEBASTIAN

Então o ódio estava de volta.

Ótimo.

Ver Olivia voltar ao seu normal era mais do que um alívio. Aqueles olhares de minutos antes estavam acabando comigo.

Sua voz incerta e hesitante enquanto sua expressão mostrava bem o que ela queria de mim era uma tentação.

Eu não estava louco. Olivia quis aquilo tanto quanto eu.

Está bem, talvez não tanto quanto eu, porque não sabia nem mesmo quanto eu queria até acontecer.

Suspirei me virando para também entrar no banheiro.

O masculino é claro. Por mais que me divertisse imaginar a síncope que Olivia teria comigo entrando no banheiro atrás dela e continuando o que começamos antes do segurança aparecer estragando a última diversão que eu não tive em anos.

Ok, era um exagero.

A regularidade com a qual eu dormia com outras mulheres estava bem saudável, mas eu não conseguia explicar o que havia de diferente entre mim e Sartori.

Ultimamente estava sendo mais como um costume. Sair com Hunter e outros amigos para uma balada ou um barzinho e levar alguém para cama era quase como uma rotina.

Provavelmente, por isso eu estava achando tudo diferente.

Eu convivia com Olivia há anos, com aquela tensão quase violenta entre nós. Beijá-la com aquele histórico entre nós era mesmo uma experiência diferente.

Olhei o meu rosto no espelho. Meu cabelo estava uma bagunça e eu ainda lembrava da sensação dos dedos de Olivia entre os fios. Meus lábios estavam levemente inchados e haviam roubado um pouco da coloração do seu batom.

Sacudi a cabeça.

Realmente, uma experiência diferente e que não se repetiria.

Depois de jogar uma água no rosto para voltar à realidade, tentei dar um jeito na minha camisa, mas era impossível.

Embora, até que não tinha ficado tão mal assim sem os botões.

Olivia já me esperava o final do corredor com os braços cruzados e a aparência impecável como sempre.

Como se não estivesse com o corpo agarrado ao meu cinco minutos atrás.

Ela não me olhou quando cheguei ao seu lado.

— Vamos? — foi tudo o que disse.

— Claro.

Seria muito fácil irritá-la naquele momento e abri a boca para fazer isso. Só para quebrar o clima, mas Sartori me conhecia bem demais.

— Qualquer piadinha que você esteja pensando em fazer, — ela avisou enquanto andávamos em direção às escadas. — desista.

Eu fechei minha boca novamente.

A Rainha Má e extremamente mandona estava de volta. E surpreendentemente aquilo não me irritou como costumava.

Chegamos no andar de cima do restaurante e eu peguei a nossa comanda conjunta que tinha guardado no bolso.

— Pode colocar na minha conta. — ela disse simplesmente para funcionário que estava no caixa e eu a olhei como se ela fosse louca.

— De jeito nenhum! — neguei, tirando meu cartão da carteira. — Eu pago.

No momento que estendi o cartão para o rapaz, ela deu um risadinha falsa, puxou de minhas mãos se inclinando e dizendo para que apenas eu ouvisse.

— Se você não guardar isso, eu juro que da próxima vez que eu o vir, vou quebrá-lo ao meio.

— Eu ou o cartão? — provoquei e ela me deu um sorriso extremamente maligno, voltando a olhar para o cara que nos observava.

— Vai para sua conta mesmo, senhorita Sartori?

O olhar que ela lançou para o humilde trabalhador que só queria cumprir seu papel foi o suficiente para ele não fazer mais nenhuma pergunta e finalizar a conta.

Meu Deus, existia alguma pessoas que aquela mulher não conseguia amedrontar?

— Obrigado pela preferência! Voltem sempre e boa noite.

Nós dois respondemos e fomos em direção a saída.

— Sério, o garoto era apenas um jovem saindo da puberdade, você não precisava lançar o olhar matad... — Me interrompi no mesmo instante que Olivia parou de andar. — O que houve?

Mas ela já estava voltando e passando entre as mesas até parar onde um casal observava os cardápios ou, reparando melhor, se escondiam atrás deles.

Os dois pareciam extremamente familiares.

Sério, só poderia ser brincadeira.

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Notas finais do capítulo

Heeyyy, meus amores! MEU DEUS DO CÉU, OQ FOI ISSO? EU TO PASSANDO MAL

EU PROIBO VCS DE IREM PRO PRÓXIMO SEM ME SURTAR NESSE AQUI SOBRE OQ ACHARAM (aproveitem bem, no próximo vem chumbo grosso)

Desculpem não terem aparecido antes, to meio mal da cabeça, meio para baixo e não consegui mesmo, mas amanhã posto mais um cap e quarta também para compensar!

ESPERO QUE VCS TENHAM GOSTADO!!! Vou responder os comentários amanhã/hoje kkkkk ♥

até!!!



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