Contrato de Casamento escrita por Emmy Alden


Capítulo 18
Dezoito


Notas iniciais do capítulo

ola meus amoreeeees! como estão? eu to na correria mas aqui vai mais um cap



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"I messed up, you'll be fine,

I'm going to sleep alone tonight."

(Half The World Away)

 

SEBASTIAN

Olivia puxou o cardápio da pessoa que estava na ponta e a pessoa ao lado abaixou o dela quase que automaticamente.

— Pai? — falamos ao mesmo tempo.

Era real, os dois caras sentados em nossa frente eram Pedro Sartori e Caleb Ferrante.

— Filha, que surpresa! Não sabíamos que o encontro de vocês seria aqui.

Como meu pai era um péssimo mentiroso, ele não disse nada, apenas me encarou com um sorriso amarelo.

— Claro que não sabiam. De todos os lugares que vocês poderiam ir, estão justamente aqui. Que coincidência formidável.

— Você mesmo costumava dizer que nossa cidade não tem opções.

— Com todo respeito, — eu me pronunciei me aproximando mais das costas de Olivia que se sobressaltou de uma maneira nada sutil com a minha proximidade. — Passamos por vários lugares menos... românticos a caminho daqui.— Apontei para as velas e para toda a mesa reclusa que eles escolheram ficar. — Então ou vocês estão nos espionando ou talvez estão querendo nos contar algo sobre os dois?

Meu pai fez uma cara feia:

— Não seja sarcástico, Sebastian. Apenas resolvemos ter uma noite dos homens para nos conhecer melhor, afinal daqui a pouquíssimo tempo estaremos fazendo parte da mesma família.

Estreitei os olhos para o meu progenitor devido à ênfase que ele deu em certas partes da sua fala.

Olivia olhou para os lados e então se inclinou para falar com o pai.

— Sério. Super sério. Eu me recuso a permitir que o senhor fique me vigiando como se eu fosse uma adolescente inconsequente. Nunca dei motivos para que o senhor desconfiasse de qualquer coisa que eu fizesse. Sempre fui uma filha exemplar.

— Até demais. — comentei, fingindo uma tosse e Olivia me olhou por cima do ombro como quem quisesse me matar.

O que era igual a noventa por cento do tempo.

Ela continuou falando:

— Qualquer dúvida ou questão que o senhor, ou melhor, os senhores tiverem a respeito do meu relacionamento com Sebastian, fiquem a vontade para perguntar direta e honestamente a qualquer um de nós dois. Estamos todos entendidos?

Os dois homens assentiram com a cabeça e meu pai até teve a pachorra de engolir em seco.

Olivia ajeitou a postura.

— Espero que aproveitem bastante a suposta "noite dos homens". Nós nos falamos amanhã.

 

OLIVIA

Era inacreditável!

— Você está bufando mais vezes do que o recomendado por segundo. — Sebastian provocou.

— Vai se ferrar.

Está bem, eu não sabia por que estava extremamente com raiva.

Quer dizer, que noite desastrosa!

Primeiro Sebastian e eu com aquela...loucura.

Depois descobrir que meu pai e meu suposto sogro estavam nos vigiando durante toda noite.

Ainda assim, de todas essas coisas citadas, nenhuma era tão ruim e irritante quanto a pior razão do meu ódio.

Minha mente simplesmente havia declarado guerra à minha parte racional e estava repassando em replay tudo o que havia acontecido naquela maldita sala escura.

Sério, eu poderia matar um.

Convenientemente a pessoa mais próxima era Sebastian. Infelizmente, ele não estava afim de começar uma briga e sim só de me ver discutindo com o vento.

Ele estava sorridente e achando graça em tudo em sua volta.

Como se a vida fosse maravilhosa e não tivéssemos acabado de fazer a coisa mais sem noção de nossa existência.

Quando chegamos na vaga em que seu carro estava parado, eu estava prestes a abrir a porta, esquecendo que Ferrante sempre se mobilizava para fazê-lo, e nossas mãos se encostaram.

Seu corpo estava perigosamente próximo do meu e eu conseguia sentir sua respiração no meu pescoço.

Sebastian segurou meu pulso e me virou para que eu o encarasse.

— Pare de surtar. — ele disse baixinho.

Uma risada nervosa saiu da minha boca.

— Já pensou em entrar na faculdade de Psicologia? Acho que você ajudaria diversos pacientes com o seu modo de agir.

Ferrante me soltou e abriu a porta sem falar mais nada.

Eu entrei e segundos depois Sebastian estava do lado do motorista.

Mas ao invés de ligar o carro, ele apenas virou e me encarou.

— Qual é o problema?

— Sério, eu estava brincando sobre o negócio de Psicologia, você não precisa...

Parei de falar quando notei que ele me encarava, sua expressão sem um pingo de humor, para variar.

Respirei fundo.

— O que aconteceu lá embaixo...entre nós...

— O que aconteceu?

— O beijo, Sebastian.

— Ah, sim. Bem melhor. Pensei que eu tinha imaginado tudo.

— Você é insuportável.

— E você é uma mulher que não precisa ficar dando voltas para falar sobre um assunto. Nós nos beijamos e daí? Por que você está puta como que eu tivesse matado metade da sua família e convencido você a ser minha cúmplice?

Encostei a cabeça no banco.

— Porque eu não sou assim. Você pode ser assim, mas eu não sou assim.

— Assim como? — ele pressionou.

— Despreocupada, Sebastian. Desapegada. Eu não sou o tipo de mulher que vai entrar numa salinha com você só para dar uns amassos e fingir que está tudo bem, que nada aconteceu.

— Claro, você tem que se torturar se preocupando com coisas que nunca estiveram implícitas em nada. Foi só um beijo, pelo amor de Deus. — Ele passou os dedos pelo cabelo. — Não é como se você tivesse que analisar isso como os números de uma campanha de marketing mal feita que vai dar prejuízos lá na frente.

— Mas vai dar prejuízos lá na frente. Ou melhor, lá na frente não. Amanhã. Amanhã meu nome vai estar na boca de todo mundo nessa droga de cidade.

— Então esse é o problema? Você não consegue viver um dia sem se importar com o que as pessoas vão pensar e falar sobre você? Eles que se fodam. Eu sou a porra do seu noivo. Se eles pegassem nós dois transando ali dentro ainda não seria da conta deles.

Fechei os olhos.

— Você não entende. — falei, dando de ombros.

— Entendo! Entendo que você quer ser o suprassumo da perfeição. A modelo dos bons costumes e da perfeição.

— É o que eu sou. —declarei, repentinamente cansada de discussão, ainda que minutos antes fosse o que mais quisesse.

É o que havia me tornado, pelo menos.

— Seu cinismo é comovente, mas confie em mim, sua atitude não vai te levar a lugar nenhum. Quer dizer, vai te levar, mas para um lugar amargo, extremamente solitário e infeliz. — Sebastian deu partida. Meus olhos ardiam, mas eu me recusava a deixar qualquer coisa sair deles.

— Juro que de dez coisas que nunca imaginei, a primeira delas seria receber um sermão sobre como viver a minha vida por Sebastian Ferrante.

— Cuidado com o complexo de superioridade, gracinha.

— Não é isso, confie em mim. — gesticulei, como se mostrasse um quadro para ele com diversos fatos. — O cara que prefere ficar pulando de cama em cama todas as noites, é super sarcástico e irreverente em relação a qualquer sentimento mais significativo, que simplesmente se priva de ficar com uma mulher que é visível que ele gosta e que é recíproco só porque acha que vai magoá-la enquanto continua magoando-a mais todo santo dia, está tentando me avisar sobre os perigos de uma vida amarga, solitária e infeliz. — soltei uma risada sem humor e bati uma palma. — É baseado em experiência própria?

— Eu só não mando você descer do carro porque está tarde.

— Ah! Pois não seja por isso. Pare o carro.

Sebastian fingiu que não me ouviu.

— Pare a droga do carro ou eu vou sair em movimento. — Eu segurei a trava da porta.

Ferrante freiou bruscamente.

— Não ache que porque conversamos uma horinha que você sabe ou entende os meus motivos. — ele declarou olhando para frente.

— Não ache que porque conversamos uma horinha que você entende quem eu sou. Estou muito aliviada que esse compromisso não é real, você não serve para isso. Não serve para levar as coisas a sério.

Percebi ele travar o maxilar, e ele virou a cabeça para me olhar nos olhos.

— Fico aliviado que não terei que passar o resto da minha vida com alguém tão raso como você. Eu poderia jurar que Olivia Sartori era mais admirável do que isso. Boa noite.

Ele fez que ia arrastar o carro e eu bati a porta com toda força. Suas palavras se assentando como golpes físicos em minha mente.

Torcia para que as minhas tivessem o mesmo efeito nele.

Assim que as luzes do carro sumiram de vista, eu deixei meus ombros caírem. Apenas a iluminação dos poucos postes me indicava para onde eu deveria ir.

Só fui perceber que chorava quando senti uma lágrima escorrer pelo meu rosto e eu a limpei furiosamente, embora outras já fizessem o mesmo caminho.

Minha mente me relembrava a cada passo que eu dava de todas as palavras que falei para Sebastian. De como ele reagia a cada uma delas.

E então voltava para o beijo.

E começava a briga novamente.

Eu já estava chegando no caminho de terra e sem iluminação quando vi um farol vindo da direção da minha casa.

Meu coração deu um salto ao notar o carro de Sebastian novamente. Ele passou um pouco de onde eu estava e deu a volta.

— Eu não preciso que você me leve para casa. — afirmei orgulhosa, mas quando olhei para a janela aberta, não era Sebastian que estava lá dentro e sim Hunter.

— Por favor, não me faça ter mais vontade de bater em Sebastian do que eu já estou. — ele disse pausadamente e eu percebi que seu rosto era o de alguém que tinha acabado de acordar.

Eu segurei a maçaneta e abri a porta, me acomodando no banco.

— Desculpa por isso. E por Sebastian ter te acordado.

— Foi melhor que ele o fizesse mesmo. Se eu soubesse pela manhã que você teria andado todo esse caminho sozinha, praticamente no escuro, ele com certeza seria um homem morto.

Um sorriso fraco se formou nos meus lábios e Hunter pôs a caminhonete para andar.

— Você sabe que eu cresci aqui, não é? Sei chegar em casa de olhos fechados.

— Eu não duvido. O que não quer dizer que você precise fazer isso quando tem um carro à disposição só por causa de uma briga.

Engoli em seco.

— Se você tivesse presenciado, não acharia que foi  uma briga.

Hunter não disse nada por alguns segundos.

— Qual a sensação de ter tido a primeira DR nesse relacionamento...peculiar?

— Ferrante não falou nada com você? — perguntei vagamente, embora eu quisesse apenas saber se ele mencionou o beijo.

Não sabia como me sentir em relação de ter quase ido num encontro com Hunter e ter beijado o melhor amigo dele.

Graças a Deus, Hunter sacudiu a cabeça negativamente.

— Ele apenas chegou na sua casa, bateu na porta do meu quarto, com zero delicadeza, devo acrescentar, jogou a chave do carro em cima de mim e disse: "Sem perguntas. Vá buscar a Olivia." E me avisou onde, mais ou menos,você devia estar. — Ele gesticulou com uma mão. — Sabe, Olivia, Sebastian não me contou nada, mas não quero que pense que estou falando isso só porque sou amigo dele: O que quer que Sebastian tenha falado para você, não foi para te magoar. Confesso que ele é sem noção e irritante, às vezes, mas se tem uma coisa que eu adoro naquele cara é que ele tem boa intenção sempre.

Respirei fundo, lembrando de como Ferrante queria que eu falasse o que estava me incomodando e que, depois de falar parte do problema — mesmo que eu não quisesse reconhecer — minha inquietação com a situação tinha diminuído.

Sebastian estava tentando me fazer entender que tecnicamente, num primeiro aspecto, não tinha nada de errado com o que fizemos.

Nós nos beijamos e daí?

Ele estava dizendo que ninguém tinha nada a ver com aquilo. Foi um momento entre nós dois. Não foi um dos mais dignos, mas não era da conta de ninguém.

Ainda assim, era a voz de Max que vinha na minha cabeça quando eu lembrava de tudo.

É ridículo demais. Todas essas garotas se prestando a esse papel. Se agarrando com alguém que elas mal conhecem no meio do corredor de um bar. Amanhã, elas vão estar na boca da cidade inteira e algumas vão até reclamar disso.

Eu sou tão sortudo de ter achado você. Eu amo como você é diferente. Não precisamos estar por aí dando amassos para mostrar que estamos juntos. Somos felizes, não somos? Ninguém mais precisa ficar sabendo. Consegue imaginar um destino pior do que ficar sendo fofoca na boca da cidade inteira?

— Sei que vocês dois nunca foram exatamente melhores amigos. — Hunter interrompeu meus pensamentos, mas o que quer que tenha acontecido, Sebastian não odeia você. E o que quer que você tenha falado para ele não foi de coração. Não te conheço muito bem, é verdade, mas consigo ver que não machucaria ninguém de propósito.

Eu queria acreditar em Hunter, mas a dura verdade, a verdade que Sebastian tinha começado a me mostrar naquela noite, era que eu não sabia mais quem eu era.

— Desculpe por hoje. — eu disse, tentando mudar de assunto. — Sei que tínhamos combinado...

Hunter levantou uma mão.

— Nem se dê o trabalho. — ele me cortou, rindo. — Eu estou até aliviado por você ter trazido esse assunto, eu estava me sentindo péssimo por ter que cancelar tudo. Seu pai me fez trabalhar todos os meus atrasados que eu não sabia que tinha na vida.

Eu sorri um pouco.

— Por favor, não vá na onda dele. Pedro Sartori é explorador, se você der corda ele vai te encher de tarefas.

Hunter deu de ombros:

— Eu até gostei, como disse minha família também tem uma fazenda e eu estou acostumado com as coisas para fazer. Além disso, é bom variar do "ficar sentado o dia todo no escritório queimando meus neurônios."

O carro parou e Hunter e antes de me entregar a chave para abrir o portão, ele falou:

— Sobre o encontro, o nosso encontro, estou vendo que toda essa situação está pilhando você e Sebastian. Vamos suspender temporariamente, que tal? Assim que tudo estiver mais calmo, é só me chamar. Você sabe que eu venho.

Dei um sorriso sincero para ele, embora doesse em mim.

Hunter era um cara incrível e cada minuto que eu passava com ele, aquilo ficava mais transparente, e me envergonhava sentir aquela onda de alívio por eu não ter precisado entrar no assunto de suspender por uns dias o nosso encontro.

Peguei a chave e fui abrir o portão — Sebastian tinha ganhado uma chave reserva quando chegamos e devia ter entregado para o amigo quando o forçou a vir me buscar. O que foi ótimo porque eu não lembrava onde havia colocado as minhas.

Eu ainda não entendia as ações de Ferrante e, sinceramente, parte de mim não tinha certeza se queria saber.

Como aquela noite tinha demonstrado, quanto menos eu me aproximasse de Sebastian, melhor.

Hunter avançou com o carro e eu tranquei tudo novamente. Antes de ir embora eu convenceria meu pai a pôr uma entrada automática ali.

— Minha mãe e a de Sebastian ainda estão acordadas? — perguntei ao entrar no lado do carona.

— Elas estavam quando eu saí, mas acho que elas não me viram. Estavam com umas máscaras estranhas no rosto parecendo umas assombrações e assistindo um programa sensacionalista.

— Uma ótima forma de passar a noite.

— Uma ótima forma de passar a noite. — Hunter concordou sorrindo.

O sorriso dele era perfeito, aberto e verdadeiro. Era quase como ter o sol brilhando só para você.

Desviei o olhar, com medo de ficar parecendo obcecada. Ele também limpou a garganta sem graça por estar me encarando.

— Acho melhor entrarmos pelos fundos, vai evitar mais perguntas.

Hunter confirmou e deu a volta na casa.

Minha mãe ainda estava na sala com Cecília em uma conversa animada e também não notou quando eu subi as escadas com Hunter.

— Seb vai passar a noite no meu quarto. — ele explicou antes que eu pudesse deixar o temor de encarar Sebastian tomar conta de mim.

— Ah, está bem. — falei, mas até eu consegui perceber o tom estranho da minha voz.

— Não se preocupe, eu expulso ele do quarto antes de todo mundo acordar.

Apenas assenti com a cabeça e disse:

— Obrigada, Hunter. Por tudo. E desculpe, por tudo também. — dei um risinho nervoso.

Ele estendeu a mão e colocou uma mecha de cabelo atrás da minha orelha.

— Não tem o que agradecer ou se desculpar. De verdade.

Hesitei por um instante.

— Diga a ele que eu não queria dizer todas aquelas coisas. — Minha voz não foi mais alta que um sussurro e Hunter acariciou minha bochecha.

— Eu adoraria, mas vocês podem dizer isso um para o outro amanhã. — Fiz uma careta para ele, que sorriu. — Você está deslumbrante esta noite. Não consigo parar de olhar para você, mas essa parte é desde quando cheguei na cidade

Senti meu corpo se esquentar com suas palavras, com o jeito que Hunter estava me olhando, seus dedos acariciando minha bochecha.

Então a lembrança do beijo de Sebastian estampou na minha mente. De alguma forma, apenas a lembrança era extremamente mais intensa do a sensação de Hunter bem ali na minha frente.

Respirei fundo.

— Você é incorrigível. — disse colocando minha mão sobre a sua.

— Espero que de um jeito bom.

— Não tenha dúvidas disso. — Me inclinei e dei um beijo demorado em sua bochecha. — Boa noite, Hunter.

— Boa noite, Olivia.

O contato de nossas mãos se quebrou e, quando me virei para ir em direção ao meu quarto, pude jurar ter ouvido o clique de uma porta.

Hunter estava com a mão na sua maçaneta então não poderia ser a do seu quarto. Sebastian provavelmente já estava dormindo. Então só restava daquele lado o de Julie.

Suspirei.

Eu me preocuparia com aquilo amanhã.

 

SEBASTIAN

A porta foi aberta e eu quase me desequilibrei.

Hunter me olhou incrédulo depois de entrar no quarto.

— Vigiando atrás da porta? Sério mesmo?

Dei de ombros.

— Só queria ter certeza se ela ainda estava puta comigo ou não.

— Ela queria te pedir desculpas se falou algo pesado demais, mas eu disse para ela mesma dizer cara a cara contigo. Aliás, você deveria fazer o mesmo amanhã.

Coloquei a mão sobre o peito chocado:

— Eu? Eu só falei uma verdade sobre ela que Olivia não estava preparada para ouvir.

— Eu imagino, mas também sei que você não é o rei da sutileza. — Arqueei uma sobrancelha para ele. — Ela estava chorando quando eu parei o carro ao lado dela.

Eu, que estava ajeitando meu lado na cama de Hunter, paralisei.

— Chorando? — Hunter assentiu com a cabeça.

— Não estava berrando aos quatro ventos nem gritando de dor, mas era visível que ela tinha derrubado algumas lágrimas.

— Isso é novidade. — tentei fazer minha voz soar natural. — Olivia Sartori chorando. Quem diria?

— Pare de fazer parecer como se a garota fosse uma máquina insensível.

— Achei que você fosse meu melhor amigo primeiro, antes de querer pegar ela.

Hunter sentou em um puff para tirar os sapatos.

— Já cumpri meu trabalho de te defender e tentar te justificar para ela. Agora é a vez de tentar fazer você entender o lado de Olivia.

Soltei o ar pelo nariz e me joguei na cama, cruzando as mãos em cima das coxas.

— Ilumine-me.

— Bem, eu não tenho detalhes sobre o que aconteceu e...

— Ah, ela também não te contou? — perguntei, inclinando a cabeça.

Hunter negou:

— Vocês são mais parecidos do que reparam. — Rolei os olhos

— A gente se beijou. — disse de uma vez. — Foi isso o que aconteceu. Eu a beijei, na verdade. E não foi nada, na verdade, antes que você me ataque. Puro clima circunstancial. Tínhamos bebido, mas não muito e...

— Eu sei que vocês se beijaram. Não era isso que eu estava querendo saber de você

Olhei para meu amigo sentado no puff, ele parecia levemente incomodado, mas não tanto quanto eu esperava. Pisquei, sem reação.

— Achei que ela não tinha te contado nada.

— E ela não contou, mas sei como as garotas ficam quando te beijam. Embora Olivia aparentemente fique mais irritada do que a maioria.

— Você não está bravo comigo, está?

Hunter levantou os ombros.

— Por que estaria? Você mesmo disse que não significou nada. Estou levemente incomodado que você a beijou antes que eu tivesse uma chance? Sim. Estou puto com você por isso? Não, provavelmente eu também a beijaria no seu lugar. Você teria que ser cego para não querer beijá-la.

Apenas o encarei, impressionado e assoviei.

— Uau, um pouco mais de vinte e quatro horas e ela já te fisgou. Estou surpreso.

Hunter pegou o pijama que havia deixado em cima da cama quando saiu.

— Se tiver significado algo, você só precisa me falar. — ele disse quase num murmúrio

— Não foi nada demais mesmo. — repeti, mas minha palavras ainda não soavam convincentes. — Só que ela ficou cheia de neuras. E para melhorar, nossos pais foram para o restaurante nos vigiar porque são dois maníacos. Enfim, Olivia ficou ainda mais brava e quando eu perguntei o porquê ela me disse que não era o tipo de garota que sai ficando por aí sem compromisso ou algo do tipo. Que o nome dela iria estar na boca de todo mundo amanhã, que ela não era como eu, que não me preocupava nem me comprometia com nada.

— Oh, agora eu entendi porque você atacou.

Franzi a testa.

— O que você quer dizer?

— Ela tocou num ponto sensível seu e se minha linha de pensamento estiver certa você procurou atingi-la num ponto parecido.

— Eu só disse que ela se preocupava demais com a opinião alheia. Que ela nunca viveria direito assim. Que tudo aquilo só a levaria a...— fiz uma pausa tentando lembrar minhas exatas palavras. — uma vida... solitária, amarga e infeliz. Acho que foi isso e então ela colocou a minha situação com Julie pelo meio.

Foi a vez de Hunter assoviar.

— Caramba, a noite de vocês foi intensa.

— E é por isso que eu vou dormir de conchinha com você e esquecer que esse dia aconteceu. — Dei dois tapinhas do seu lado da cama, Hunter bufou, mas veio como um cachorrinho obediente. — Ah, nada de ter sonhos impuros com Olivia enquanto me abraça, viu. Quando você está comigo quero que pense só em mim.

Meu amigo respirou fundo e se jogou no colchão ao meu lado.

— Pelo amor de tudo o que é mais sagrado, cale a boca, Sebastian. E pode ficar do seu lado da cama.

✥✥✥


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Notas finais do capítulo

Heeyyy, meus amores! BOA NOITE, ATRASEI MAS CHEGUEI

COMO VCS ESTÃO QUERENDO ME ESFOLAR? OU TO MOMENTANEAMENTE PERDOADA POR TER DADO O PRIMEIRO BEIJO PARA VOCÊS?

prometo que tudo vai dar melhorar! (mas confesso q adoro caps de conflitos kkkkkk quem me conhece sabe rsrsrs)

AMANHÃ? TEM MAIS!!APROVEITEM PARA ME CONTAR SUAS OPINIÕES, TEORIAS ETC ETC ETC

AGRADECIMENTO ESPECIAL: Daniel Ferreira que favoritou a história!! Espero que esteja gostando ♥

Não se esqueçam de comentar o que estão achando, deixar aquele votinho básico e compartilhar a história com os amigos ♥

ATÉ amanhã!! ♥ bjinhos

bora me seguir e surtar comigo em outra rede?

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