The Mystery of The Tower escrita por Morgan


Capítulo 3
Segundo ato


Notas iniciais do capítulo

oioi! tô muito feliz com todos os acompanhamentos e os comentários que já têm por aqui, vou responder todo mundo essa semana ainda! muito obrigada mesmo ♥ um beijo para minha amiga secreta que também favoritou mt antes do fim hahaha boa leitura!! :)



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— Eu sabia que um dia se envolver tanto com a cultura trouxa teria um preço.

— Tenho certeza que falar isso é errado em algum nível – comentou Scorpius enquanto Benjamin ria abertamente da piada do namorado.

— Tio Ron leu tantos livros da Nancy Drew para ela que agora Rose pensa que é uma detetive mirim também.

— As duas são ruivas... – Benjamin falou como se aquilo explicasse tudo.

Albus estava prestes a responder, mas Rose já estava de saco cheio da conversa paralela dos amigos.

— Vocês disseram que me ajudariam.

— Quando dissemos isso? – Scorpius quis saber.

— Quando se tornaram os meus melhores amigos.

O loiro a sua frente revirou os olhos no mesmo segundo e Albus riu descaradamente.

— Uma pisciana manipuladora, que surpresa – disse Benjamin.

Rose suspirou, passando a mão pelos cabelos. Os quatro amigos estavam reunidos na estufa de Herbologia onde Benjamin cuidava de uma mandrágora recém-nascida que havia sido derrubada de seu vaso antes que pudesse aguentar o impacto. Rose esqueceu-se completamente da birra que Albus estava sentindo por ela e Scorpius, e também do leve desentendimento não-dito que havia acontecido entre ela e o Malfoy. Estava curiosa e com um mau pressentimento e precisava de respostas. Precisava dos seus amigos. Portanto, ignorou tudo e fora atrás deles. Os dois ignoraram também como ela sabia que fariam.

Bem, Rose conhecia Albus o bastante para saber que ele teria questionamentos mais tarde, contudo, Scorpius não. Rose sabia que o amigo queria desesperadamente esquecer, assim como ela. E, para a Weasley, isso era apenas mais um sinal de que estava certa em evitar que os beijos escondidos e aleatórios com Scorpius pelo castelo evoluíssem para algo além de beijos escondidos e aleatórios.

— Me escutem, algo está errado. Eu apenas... sei. Pensei que vocês entenderiam.

O silêncio se instalou entre os quatro amigos até Benjamin soltar a pequena pá que segurava e virar para Rose.

— O que está te incomodando?

Rose respirou fundo antes de responder.

— Ela ainda está aqui.

— O que quer dizer?

— Lembram do que o tio Harry nos disse uma vez? Fantasmas que ainda estão em Hogwarts costumavam ser pessoas com um terrível medo de morrer.

— Isso não quer dizer que alguém com medo de morrer não possa cometer suicídio – avaliou Scorpius.

— Não é medo da morte em si – respondeu Albus pela prima. – E sim do pós-morte, do que está por vir.

Rose assentiu freneticamente.

— Fiz uma pequena pesquisa antes de falar com vocês. Todos os fantasmas do castelo morreram naturalmente ou foram assassinados – disse. – Pessoas cometem suicídio para sumirem deste lugar, não é? Por que Max faria isso e continuaria vagando pela escola todos os dias, pelo restante de seu tempo? Sei que posso estar errada, não estou acusando ninguém, mas... E se este tiver sido o caso dela? E se alguém tiver feito algo com ela e nunca foi pego, porque era mais fácil acreditar que ela faria isso consigo mesma? Tem algo errado. Eu sei que tem.

— Pode até ter, e, veja bem – esclareceu Albus –, eu não estou dizendo que realmente tenha, mas se tiver... Como acha que nós poderíamos descobrir quando você nem sequer tem coragem de perguntar a Max?

— Pensei em escrever para Teddy e...

— Não – interrompeu Albus prontamente. – Nem pensar.

Rose franziu o cenho, sentindo-se contrariada de repente. Não era como se todos eles estivessem dando ideias geniais para Albus cortá-la tão abruptamente. Estava prestes a dizer tudo isso em voz alta quando avaliou melhor a expressão do primo. Albus não estava sendo arrogante ou implicante, na verdade, nunca o havia visto tão sério.

— Você podia não saber sobre a amizade de Teddy e Max, Rose, mas lá em casa nós sempre soubemos. Eu era muito menor e, ainda assim, lembro do verão em que Teddy ficou o tempo inteiro trancado no quarto. Você não pode simplesmente abrir uma ferida só porque está curiosa. É um assunto delicado demais. James Sirius nunca deixaria você chegar perto de Teddy para isso.

Rose abaixou o rosto, sentindo-se envergonhada por não ter tido mais tato sobre a situação de Teddy. Albus tinha razão. Falar com o Lupin estava fora de questão.

— Que tal Victoire? – sugeriu Scorpius. – Talvez seja mais fácil para ela falar sobre isso.

— Sim! E o natal já é na próxima semana também. É muito melhor do que escrever uma carta, não é? – Rose sorriu, animada pela primeira vez desde que essa história passara a rondar a sua mente.

Sabia que, mesmo que o primo não abrisse a boca, Albus não estava exatamente confortável com isso. Nos dias que se seguiram, o sonserino a escutava ao lado do namorado e de Scorpius, mas parecia ligeiramente disperso, algumas vezes até mesmo incomodado. Rose possuía muitos defeitos e sabia disso. Em grande parte do tempo, tentava ignorá-los e ser uma pessoa melhor, mas não era sempre que conseguia.

Às vezes, Rose Weasley perdia. Geralmente era devido ao seu maldito primo.

Albus Potter era o seu melhor amigo, era mesmo – Rose nunca se questionou sobre isso. Porém Albus também podia ser um idiota quando queria. Sempre acreditaram que Rose e Scorpius eram inimigos quando se conheceram, contudo, isso nunca poderia ser verdade. Os dois se conectaram no minuto em que se conheceram. Scorpius havia sido criado conhecendo todas as coisas do mundo. Ele conhecia arte, literatura, música e filmes. Ele conhecia os livros bruxos mais famosos tanto quanto conhecia Shakespeare. Scorpius era como Rose. Graças a sua mãe, Scorpius era uma das pessoas mais inteligentes que a ruiva conhecia, fosse sobre bruxos ou trouxas.

Mas com Albus... bem, eles eram como irmãos, e irmãos brigam, pois não há ninguém no mundo que se atreva a dizer para você as coisas que ele julga poder.

Foi por saber que Albus tinha algo para falar que Rose o encurralou após um dos jantares em que Benjamin foi para a sala comunal mais cedo e Scorpius estava ocupado com algo que ela, internamente, implorava para não saber, e decretou que estava na hora de ele dar vazão a sua mente.

— Sei que tem algo te incomodando.

— Rose, não tem mais ninguém aqui, o que você está fazendo?!

A Weasley cruzou os braços, parada em um dos corredores próximos às masmorras da Sonserina.

— Você nunca ouviu falar sobre como o castelo é perigoso?

Ela revirou os olhos na mesma hora.

— Ora, Al, não estamos nos anos 90. O seu pai resolveu tudo.

— Deixa só a sua mãe ouvir você falando isso – Albus suspirou, avaliando os inúmeros corredores vazios até a Torre da Grifinória que ele jamais deixaria a prima percorrer completamente sozinha. – O que quer que seja, diga no caminho para a sua sala comunal imbecil.

Não andaram muito antes de Rose desistir do silêncio.

— Sei que você está incomodado. Conheço você desde que nasceu, Albus. Pensa que o que estou fazendo é perda de tempo?

— Não, não acho – respondeu de prontidão.

— Então o que é?

Albus suspirou. Estavam no quarto andar quando o garoto estancou de repente, virando-se para Rose.

— É justamente o contrário. Acho que você está animada demais sobre tudo... isso. Sabe, não é um jogo, Rose. É a vida de alguém. Ou ao menos costumava ser.

A ruiva piscou. Albus poderia facilmente ter esbofeteado o seu rosto ao invés de dizer aquilo. Rose sentiria-se da mesma forma.

— Animada? – Rose desviou o olhar. Não queria olhar para o primo naquele momento. – Como eu estaria animada com a morte de alguém? Com um possível assassinato, Albus. O que pensa que eu sou?!

— Não disse que estava animada com isso! – exclamou. – Mas acho que está um pouco animada com a possibilidade de descobrir alguma coisa... Qualquer coisa. Estou com medo que você possa machucar alguém no meio disso tudo simplesmente por querer satisfazer o ego que nós dois sabemos que você tem resolvendo mais um mistério.

— “Mistério”! – Repetiu Rose, ainda desacreditada. Achava que Albus talvez não quisesse continuar naquilo, mas não achou, nem em um milhão de anos, que era isso que ele estava pensando dela. – Eu sei que não é um jogo, Albus. Não estamos jogando jogos de detetives com os nossos tios no quintal d’A Toca. Eu sei!

— Você já parou para pensar que... – Rose parou de falar. Pela segunda vez, Max aparecia no mesmo lugar ao final do corredor, pronta para virar e sumir novamente. Dessa vez a fantasma estava parada, olhando curiosamente para a discussão dos primos. – Ei, Max! Posso falar com você? Pode vir aqui?

Max estava distante, o que fez com que Rose precisasse falar um pouco mais alto, esquecendo-se completamente de Albus ao seu lado. A garota balançou a cabeça quase imperceptivelmente e seguiu para o próximo andar. Rose se virou para Albus.

— Você sequer a conheceu?

Albus não precisou responder. Rose sabia que não. Por isso, agarrando a mão do primo, os dois seguiram o rastro de Max. A Weasley não precisava correr. Sabia exatamente onde o fantasma estava.

Chegaram na Torre de Astronomia alguns minutos depois. O silêncio fazia os ouvidos de Albus zumbirem. O garoto tinha certeza que nunca viera para essa parte do castelo depois do toque de recolher. Contudo, quando terminaram de subir as pequenas e estreitas escadas que davam para o topo da Torre, Albus entendeu por que tantos outros vinham. O relógio se mexia silenciosamente atrás deles enquanto o céu estrelado parecia estar tão perto que talvez conseguissem tocar.

Entretanto, nada disso chamou a atenção do Potter de imediato. Essas foram coisas que ele percebeu depois, pois tudo que conseguiu enxergar por um longo tempo fora o fantasma que dançava perto das estrelas.

Não havia música, mas Max se mexia tão graciosamente que Albus conseguiria jurar que houve, sim, em algum momento, alguma melodia distante sendo tocada apenas para ela. Max não flutuava mais, as pontas dos pés descalços tocavam delicadamente o chão enquanto os braços dela faziam um círculo por cima da cabeça ao girar.

Os braços voltaram a ficar rentes ao corpo antes dela esticar um deles a frente, como se estivesse esperando que alguém agarrasse a sua mão, e abriu os olhos pela primeira vez desde que os dois passaram a assisti-la. Entretanto, é claro, ninguém poderia segurá-la e Max inclinou a sua cabeça na mesma direção de seu braço. Foi neste momento que os olhos azuis de Albus encontraram os do fantasma.

— Pode parecer difícil de acreditar, mas não estou tentando fazer isso ser sobre mim – sussurrou Rose.

Estava claro que Max Jones dançava bem, contudo, havia algo de diferente nos movimentos, algo que Albus nunca havia captado em nenhuma das bailarinas que já vira nas vezes em que Astoria Malfoy o levara, junto do filho e do marido, para assistirem apresentações de balé.

Os movimentos de Max eram lentos e imersos em si, mesmo que não houvesse música nenhuma os cercando. Tudo que Max fazia era cheio de sentimento, Albus percebera. E, quando os olhos se encontraram, Albus também notou algo que Rose já havia apontado há algum tempo após ver Max dançar tantas vezes: o sentimento era de tristeza.

A mais pura, profunda e agoniante tristeza que Albus já vira. Talvez não ficasse visível na voz dela, mas estava ali, cobrindo-a por inteiro para quem se deixasse enxergar.

— Eu acredito em você – foi tudo que Albus disse antes de Max parar e se aproximar deles.

— Você fugiu mais uma vez – falou Rose. – Este é o meu primo Albus Potter.

— Potter, hein? – Ela sorriu. – E o que vocês estavam cochichando?

— Albus estava apenas impressionado com a bailarina que você é. Ele já assistiu vários concertos.

Os olhos de Max pareceram se iluminar.

— Trouxas?

— Sim. A mãe do meu amigo Scorpius era muito fã.

— Era?

— Ela faleceu há dois anos.

Max assentiu.

— Você deixou isso de fora do Manual de Scorpius Malfoy – comentou calmamente.

Albus não conseguiu evitar olhar para a prima, que fez uma careta. Max sorriu.

— Não mude de assunto. Você fugiu.

— Tenho os meus locais favoritos – ela deu de ombros. – Não acho que você deveria andar tanto naquele andar. E você me achou de qualquer forma. O que quer tanto com a minha pessoa?

Rose bufou.

— Você é tão rude com a sua única amiga.

— Estou morta, Rose, e você não quer me dar o meu descanso merecido.

Albus riu abertamente do humor de Max.

— Muito engraçado, Jones. Quem te ouve assim nem conseguiria pensar que foi você quem me seguiu para cima e para baixo querendo ler os mesmos livros que eu.

— Não lembro muito bem disso – respondeu. – Quem sabe minha memória melhore dependendo do livro que você trouxer da próxima vez.

— Eu só queria apresentar o meu primo Albus, e te desejar feliz natal. Vamos voltar para casa amanhã, então só vamos nos ver depois do ano novo. Vai ficar bem sozinha?

Max revirou os olhos.

— Sou bem mais velha que você, sabe disso, não é?

— Você é mais velha? – questionou Albus.

— Morri aos 15 anos, mas continuo aqui, não continuo? Portanto, sou mais velha e mereço respeito!

Os dois primos riram de Max, que logo acabou se juntando a eles também.

— Está ficando tarde, é melhor irmos – disse Albus a Rose.

— Sim – concordou a ruiva. – Vejo você daqui a uns dias, Max. Vou voltar com novidades.

Max assentiu e sorriu enquanto assistia os dois se virarem em direção à escada.

— Rose, Albus! – Chamou, fazendo os dois setimanistas se virarem. – Feliz natal também. Para vocês e... – Max parou por um segundo, como se estivesse pensando se podia mesmo dizer aquilo. Por fim, pareceu que sim. – E para família de vocês. É. Digam que eu desejei feliz natal a todos eles também.

Ambos balançaram a cabeça em concordância, recebendo um sorriso caloroso de Max de volta antes de descerem as escadas e partirem em direção à Torre da Grifinória.

Haviam parado em frente ao quadro de entrada quando Albus resolveu se desculpar.

— Sinto muito pelo que falei.

— Tudo bem.

— Não, não está tudo bem. Você parece se importar muito com ela, e eu não deveria ter julgado. Me desculpe.

— Sei que sou a “louca dos projetos” na nossa família, Al, mas isso não é uma brincadeira para mim. Max já me ouviu muitas vezes, me fez pensar e me deixou chorar quando precisei. Sei que não é comum nem nada, porém eu me importo com ela e descobrir essas coisas... Me deixou triste. Inquieta. Não me importo de estar errada, acho que até mesmo prefiro estar errada, mas não vou conseguir dormir sabendo que existe uma chance de não estar. Não sei explicar, só sei que quero resolver para ela, pois, acima de tudo, Max merece.

Albus deu um passo à frente, puxando Rose contra ele para um abraço apertado.

— Queria que todo mundo tivesse uma Rose Weasley na vida. Tudo fica mais fácil com você. Porém, sei que é impossível, então vou valorizar a que eu tenho – disse ele. – Vou sempre te ajudar no que você precisa, Rosie. Porque é você, porque eu te amo e porque acredito em você.

Rose respirou fundo, não querendo demonstrar o quanto as palavras de Albus a acertaram. O primo sempre fora do tipo que abraçava. Os seus abraços são famosos em toda a família Weasley-Potter, mas palavras de carinho nunca foram realmente a sua praia, e é por isso que todos que as ouvem sentem-se imediatamente como vencedores da loteria por alguns minutos.

Albus se afastou, olhando para a mulher no quadro que protegia a sala da Grifinória.

— Suco de abóbora.

A porta magicamente se abriu e Rose soltou uma risada baixa.

— Como você sabe?

— Vocês, grifinórios, não são nada criativos – Albus riu, dando espaço para a prima passar.

— Boa noite, Al.

— Durma o máximo que puder. Temos um longo natal pela frente, Srta. Nancy Drew.


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Notas finais do capítulo

quero muuito agradecer a todos os elogios e dizer que tô lendo cada teoria hahahah minha boca é um tumulo, mas que eu tô amando cada uma, eu tô! o que será que a Victoire vai falar para a Rose? fica ai o questionamento!! me digam o que estão achando da nossa Nancy Drew e da pequena equipe confusa dela! até o próximo ♥



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