Perjúrio escrita por Vanilla Sky


Capítulo 6
Capítulo 6


Notas iniciais do capítulo

Boa noite, boa noiteee ♥ sejam muito bem vindos a mais um capítulo de Perjúrio, o último de 2021! E digo que nos aproximamos da metade da fic, mais ou menos.

Esse capítulo e o próximo serão mais focadas na Jen Walters, apesar que o Matt ainda vai, sim, aparecer e ser muito importante ♥ aliás, ainda nem postei esse capítulo e já estou aqui pensando no próximo, porque tenho uma ideia de diálogo huashuash.

Shoutout para o Areiko e o Shini que disseram o quanto gostam dessa fic, eu sempre me emociono ;---; obrigada!

O ponto alto da minha semana é que vou ver NWH! O que acharam, os que já assistiram? Eu estou absolutamente ansiosa aushaush

Ah, deixa eu falar uma coisa: a promotora nesse capítulo é a Reyes, que aparece na segunda temporada de Demolidor. (não é spoiler pra quem não assistiu ainda asuhausha). Não queria colocar a Titania, porque não sei se ela vai ser uma promotora ou não (nas hqs que eu saiba ela não é)... e nem quis colocar algum personagem muito específico do Demolidor como a Kristen. Por isso, vai ser a Reyes mesmo :)

Boa leitura!

Edit: arrumei a data do julgamento da Wanda, porque antes tinha dito que seria em algumas semanas, e sem querer coloquei que já seria na próxima semana. Ficou decidido que vai ser em menos de duas semanas, para não ficar muita incongruência. O restante da história ficou igual. (28/12/2021)



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Batuco os pés impacientemente contra o carpete sobre o piso de um elevador. A caixa metálica parecia menor, de alguma forma, ainda que só eu e Murdock dividíssemos o espaço em completo e absoluto silêncio. Ele se apoiava na bengala, as duas mãos sobre a ponta superior, e tinha a expressão séria, provavelmente preocupado após meu aviso sobre a provável prisão de Maximoff.

O andar da promotoria demorava a chegar, e, em um momento de nervosismo, digo em um sussurro, para extravasar minha raiva:

— Eu vou pegar a autora dessa fanfic pelos cabelos...

Matt lentamente virou o rosto na minha direção, com a expressão incrédula e as sobrancelhas arqueadas.

— Você falou alguma coisa?

— Hum? – Me faço de desentendida. – Nada, não.

— Eu tenho certeza que você falou alguma coisa. – Insistiu Matt. – Alguma coisa sobre pegar alguém pelos cabelos...?

— Impressão sua. Eu realmente não disse nada.

O elevador subitamente para e as pesadas portas se abrem; ele fecha a bengala e segura meu braço, ainda desconfiado. Juntos, caminhamos por um corredor não muito longo em direção ao escritório da promotoria.

Era difícil advogados irem até promotores, sendo que geralmente acontecia o contrário quando se queria propor um acordo. Seguramente, era a primeira vez que ia a um órgão daqueles em Nova York, e era possível contar nos dedos as vezes que fiz isso em Los Angeles.

— A doutora Reyes já vai atender vocês. – Avisou uma secretária de voz irritante. – Avisarei a ela que estão aqui.

Concordo com a cabeça e dou um sorriso sem graça. Sinto que estou suando frio por baixo do terno, e meus batimentos cardíacos se encontram em total descompasso, mas dou meu melhor para manter a postura e não pirar ali mesmo. Matt me oferece um sorriso de conforto, mantendo-se em silêncio. Percebo que há mais pessoas aguardando, algumas que vagamente reconheço.

— Matt.

Engulo em seco enquanto discretamente observo os demais presentes, notando de onde exatamente os conheço.

— Sim?

— Há mais pessoas aqui. – Baixo a voz um tom, apenas um pouco mais alto que um sussurro. – São os moradores de Westview.

Silêncio.

— São muito batimentos. – Matt vira o rosto em minha direção e sussurra. A moça que nos atendera estava ocupada em uma ligação, e felizmente não prestava atenção em nós. – Mas dá para perceber um incômodo.

— Acha que isso tem algo a ver com a...

Subitamente, ele para, virando o pescoço e o queixo de maneira que lembra um gato reagindo a algum barulho surpresa; percebo seu pomo de adão subir e descer antes dele perguntar:

— Que horas têm?

Consulto a tela do meu celular.

— Quase quatro e meia... Da tarde, se não tiver ficado óbvio.

— Eu preciso ir.

Arregalo os olhos enquanto Matt abre a bengala retrátil e caminha na direção da porta. Sinto que minha boca está seca, a garganta também, sendo que busco forças para protestar:

— Como assim, você precisa ir? – Caminho atrás dele, quase suplicando para que não fosse. – Vai me deixar enfrentar os leões sozinha?

— Infelizmente, preciso dar uma passada no escritório para auxiliar meu sócio em uma reunião. – A expressão de Matt era notoriamente de pena. – Não é longe daqui, então prometo voltar o quanto antes.

— Você quer que eu chame um táxi? – Aceito a derrota e cruzo os braços na frente do corpo, encarando o chão e suspirando pesadamente. Do piso, movo o olhar para olhar Matt retornando em minha direção e apertando meu antebraço com a mão.

— Você realmente não sabe nada de Nova York, não é? – Ele gargalha baixinho, e dou um tapa na sua mão, sorrindo e negando com a cabeça. Depois, Matt gentilmente move os dedos até meu rosto, apertando minha bochecha e complementando: – Você vai dar conta, e muito bem.

Em seguida, ele sai, e assim que o vejo desaparecer pelo corredor, sinto um vazio em meu peito como um buraco negro, sugando tudo ao seu redor. Respiro algumas vezes pelo nariz e solto pela boca até ouvir a voz irritante da secretária avisar que a promotora estava pronta para falar comigo. Dou um meio sorriso em resposta e caminho por um pequeno corredor até chegar na sala designada.

— Boa tarde, doutora Reyes.

Aquela era, com certeza, a sala mais pomposa que vira em toda a minha vida.

À minha frente, uma parede de madeira possuía um enorme quadro pendurado, e precisei apenas despretensiosamente correr os olhos pelo espaço para notar um milhão de retratos, certificados, enfeites, tantos que causava até uma certa poluição visual. Mantenho-me em pé, mesmo quando ela, em sua cadeira chiquérrima que deve ter custado pelo menos 500 dólares, aponta para duas cadeiras livres em sua frente (cada uma deve ter custado 200 dólares).

— Gostando de Nova York? Ouvi dizer que seu escritório é quase chegando na Times Square...

— Vamos direto ao que interessa, que tal?

Sorrio sem mostrar os dentes, e Reyes faz um sinal com a cabeça para que siga falando. Seus cabelos ruivos estão ligeiramente abaixo dos ombros, e sua lindíssima pele, um tom acima do ocre, está bronzeada. Provavelmente pensaria que ela é uma mulher bonitona, não fosse a raiva pela situação.

— Que história é essa de querer pedir a prisão da Maximoff?

Ela dá de ombros, como se sua requisição fosse a medida mais normal do mundo.

— O júri vai ocorrer em menos de duas semanas, e pedir a prisão dela seria uma maneira eficiente de fazê-la comparecer. Se você e seu parceiro conseguirem provar que ela não fez nada de errado, ela vai ser solta logo após.

— Até onde eu sei, é seu trabalho provar que a Maximoff fez algo errado. – Ponho as mãos na cintura. – A promotoria já pronunciou a Wanda, e querem prendê-la agora?

(N.A: “pronunciar” significa levar o réu a júri popular. Nos Estados Unidos, as pesquisas feitas apontam que praticamente todos os crimes podem ser submetidos à júri.)

— Você por acaso precisa de mais provas do que as pessoas sentadas na sala de espera? Os cidadãos de Westview?

A promotora apoia as mãos na mesa e levanta de seu lugar, inclinando o corpo para frente enquanto me encara. Seus olhos castanhos encontram-se semicerrados, e ela parecia espumar pela boca de tanta raiva. Levanto apenas uma sobrancelha e imito sua pose, apoiando-me sobre as duas cadeiras caríssimas.

— Você só não quer admitir que fez o seu caso em cima de provas testemunhais, e provavelmente não tem um pedaço de evidência sólida sequer.

— A Maximoff é uma ameaça! – Ela aumenta o tom de voz. – É um perigo ter essa mulher sequestrando cidades por aí. Essas pessoas aí fora pedem todos os dias pela prisão, para eles se sentirem um pouco mais confortados.

— A Maximoff é minha responsabilidade! – Grito, fincando os dedos no veludo estofando os móveis. – Ela é minha cliente, e eu vou acreditar nela até o final.

Reyes fica surpresa com a minha resposta, franzindo a testa e respirando de maneira entrecortada por um instante.

— Anunciar a prisão da Maximoff pode fazer com que o Visão apareça. Você não quer fazer uma cross-examination com ele?

Aquilo evoluíra rapidamente para chantagem.

— Eu já encontrei o Visão. Contrariamente a você, eu sei fazer meu trabalho. – Junto toda a segurança que não tenho para mentir, escondendo todo o medo por trás de um sorriso. – Vai ser uma das nossas testemunhas. Se essa for a única razão para você decretar a prisão da Wanda, pode desistir. Agora, se me dá licença...

Viro de costas e, quando estou quase na porta, escuro um suspiro pesado e as subsequentes palavras de Reyes:

— Achei que você fosse ser menos bocuda que o seu colega cego, mas pelo jeito você é pior ainda. Deve ser algo do pessoal da Costa Oeste.

Deixo o cômodo e saio o mais rápido possível da promotoria, descendo as escadas ao invés de pegar o elevador. Lágrimas brotam em meu rosto e percorrem minhas bochechas e o canto do meu rosto até as orelhas enquanto corro degraus abaixo. Quando percebo, já estou na fachada do prédio, e abraço meus joelhos enquanto sentada no lance de escadas que levava à recepção. Meu coração parecia ter o triplo de tamanho, e de peso, naquele momento.

— Walters?

Escuto Matt correr e parar ao meu lado, agachando-se e buscando equilíbrio em um joelho.

— Eu menti... Disse que vamos arrolar o Visão como testemunha...

— Nós ainda temos tempo. – Matt tentou me animar. – Podemos pensar em uma estratégia de defesa que não necessariamente utilize o testemunho dele.

Vergonha. Humilhação. Constrangimento. Insegurança. Afronta. Insulto.

Sentimentos que se resumiam a uma única palavra: medo.

Fique longe de mim!

Minha voz não soa normal, mas como um urro, mesmo me concentrando o máximo possível para não me transformar em uma Hulk. Matt se afasta e eu corro o mais rápido possível, apenas sussurrando:

— Desculpe, Matt. – Respiro pesadamente, ofegante pela corrida e pelo estresse da situação. – Eu não lidei com a situação como deveria.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado! ♥

Eu queria agradecer ao Max pelo apoio e pelos comentários com essa fic! Foi uma expansão da minha escrita que eu fiquei MUITO feliz de ter escrito e postado. Espero que, no ano que vem, essa história seja aproveitada por fãs da She-Hulk e do Demolidor :) eu gosto muito desses personagens, eles são importantes para mim. Cada pessoa que lê essa fic, meu mais sincero muito obrigada e eu espero que tenham gostado até aqui!

Ainda temos um julgamento para ver, gente, fiquem de olho! Em breve eu volto com mais atualizações ♥ um beijão, fiquem bem, um feliz e próspero 2022! ~ ♥ ~



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