Corvo Branco escrita por Costtolinana


Capítulo 6
04.5: Família


Notas iniciais do capítulo

Postei um atrás do outro Pôr que quis mesmo.
Sem mais grosserias, eu senti que seria sei lá, importante esse capítulo.

Espero que gostem.



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Abriu seus olhinhos devagar, com preguiça. Ele ainda estava com sono e estava tentando voltar a dormir. O travesseiro fofo e o lençol quentinho, tudo pedia para que se entregasse a terra dos sonhos novamente. Ouviu um barulho de porta abrindo e uma voz doce o chamando.

— Tom, meu menino, levante-se, eles chegaram. — disse a senhora governanta  da casa onde vivia. 

— Já estou indo, vovó. — respondeu a criança com a voz manhosa. 

Tom era mais uma criança moradora da Casa da Luz, um lar para crianças sem lar de todas as idades. Como uma instituição privada, tinham poucas vagas, mas, quando  Tom apareceu em sua porta, eles não puderam deixá-lo ao relento. 

Ele chegou naquele lugar no ano passado e, desde sempre, foi bem cuidado. Claro que às vezes ele fazia coisas esquisitas, porém ele sempre foi um doce de criança e todos eram apaixonados por ele. 

Há exatamente duas semanas, veio um casal querendo adotá-lo. A senhora que tomava conta das crianças achou isso estranho, já que Tom era doce e bonito, deveria conquistar vários casais de cara. Só que nenhum olhava muito para ele, o fazendo chorar em seu quarto tristonho por ser rejeitado. 

Hoje era o dia aguardado. Tinha um casal que veio exclusivamente para conhecê-lo. Ele estava muito animado, era a primeira vez que alguém o queria e somente à ele, por isso,  precisava estar o mais preparado possível. 

Com a ajuda da vovó, colocou a melhor roupa que tinha e arrumou seus cabelos para que seus cachos caíssem de um modo que exaltava a sua beleza. A senhora, ao ver seu pequeno Tom pronto, deu um beijo estralado em uma de suas bochechas e o acompanhou para a sala de visitas. 

O casal estava sentado no pequeno sofá conversando baixinho quando ele entrou. Um homem de grandes cabelos negros e cacheados e outro com olhos chocolate e cabelos castanhos. Assim que eles o viram, abriram sorrisos enormes e se levantaram, andando um pouco na sua direção. 

— Tom, esses são os senhores Remus e Sirius Lupin-Black. Essas são as pessoas que vieram adotar você. — sorria com doçura e carinho para a criança. Seu desejo de que ele realmente fosse amado era maior que todas as coisas. 

— O-olá — disse envergonhado.

— Olá Tom — disse Remus suavemente — Eu e meu esposo estamos mais do que felizes em conhecer você. — abriu um sorriso gentil e amoroso. 

— Nós sonhamos com você, sabia? — falou Sirius animado — Nós sempre quisemos ter filhos e ter você é um grande presente. — abriu um sorriso enorme, a voz cheia de emoção. 

Tom se sentiu tocado por essas pessoas. Elas pareciam sinceras ao lhe dizer que o queriam. 

— Vamos, querido, vamos para casa — Remus estendeu sua mão para o garotinho que a segurou forte. 

E finalmente o pequeno Tom teria uma família.




Num piscar de olhos, ele estava em outro lugar. Era uma casa com grandes janelas e uma bela varanda, o som avisava que ali perto tinha o mar, além de pássaros e outros animais. Pelas janelas do lado de fora, se observava uma casa simples e aconchegante, com cores claras nas paredes e móveis confortáveis. 

Estava prestando atenção em tudo a sua volta, o cheiro, o gosto que dava em sua boca, sentir o vento que passava pelo seu rosto e cabelo. Tudo parecia novo, mesmo que sejam sensações que a muito já experimentara. 

Enquanto contemplava a sua nova vida viu uma coisa engraçada. Ele viu um ser estranho, pequeno, com o rosto enrugado e nariz enorme, grandes olhos e orelhas pontudas. Ele parecia ser mal humorado e rabugento. Só percebeu depois que a criaturinha estava vindo em sua direção. 

— Mestre lobo, Mestre, Monstro preparou as acomodações do jovem mestre. — disse em uma voz monótona. — Devo levar a mala para cima?

— Eu agradeceria muito Monstro se você pudesse fazer esse pequeno favor — respondeu Remus gentilmente. 

— Como desejar. — disse o elfo pegando a pequena mala, se curvou até seu nariz tocar no chão, se recompôs e se foi. 

Tom estava confuso. Ele tinha acabado de ver uma criatura esquisita, e não sabia se era real ou não. Sua vovó dizia sempre que essas coisas fazem parte da nossa cabeça, mas, os adultos viram também, não viram?

Percebendo a confusão da criança, Remus tocou no pequeno braço, chamando sua atenção. 

— Vamos entrar, vamos explicar tudinho, certo? — se virou para o esposo que segurava a criança.

— Claro.

Chegando na sala, onde um belo lanche os esperava, o casal sentou Tom entre eles. Olhando de um para o outro, ele estava esperando a sua explicação.

— Bom, você já fez alguma coisa estranha? — começou Remus — Algo que se você contasse para alguém ninguém acreditaria? — olhou para o pequeno na sua frente, esperando que ele absorvesse a pergunta. 

— Sim — respondeu tímido. 

— Ótimo — sorriu de modo doce para ele — O que foi que você fez que você achou estranha? — tinha uma espécie de animação em sua voz. 

— Eu falei com uma cobra uma vez. — se sentia, mesmo vendo a criatura estranha a pouco, ainda achava que os dois o chamariam de mentiroso. 

Instalou-se um profundo silêncio entre eles. Olhou nervoso para os dois, sempre focando em um e depois no outro. Ele tinha estragado tudo, agora seria uma criança devolvida, como algumas que ele via na casa onde morava. Começou a passar na sua cabecinha que eles iriam começar a rir dele, apontando e o chamando de mentiroso. O que aconteceu foi outra coisa.

— Você fala com as cobras? — perguntou Sirius

— Sim — respondeu exitante.

— Bom, isso é inusitado — disse Remus olhando para seu marido. 

— Se minha mãe estivesse viva, ela iria beijar o chão que esse menino pisa. — disse Sirius com graça na voz — Um ofidioglota, nunca pensei que existisse outro. 

— Bom, só temos que ter cuidado com quem sabe disso. Seria perigoso se uma pessoa cega fizesse alguma coisa no nosso filho. 

Tom prendeu a respiração. Eles acreditaram nele, eles acreditaram! Ele se sentia feliz em vários níveis, seu corpinho vibrava. E quando ele os ouviu chamando de filho, parecia que a felicidade não cabia mais dentro de si. Ele realmente tinha uma família, e estava feliz com isso. 

Só teve uma coisa que o deixou intrigado.

— Ofidi, ofidigu, oficiou — tentava falar a palavra complicada que tinha acabado de ouvir. 

— Ofidioglota — sorriu Remus

— O que é isso? — virou sua cabeça para a direita, piscando os olhinhos. 

— É o nome de uma pessoa que sabe falar com cobras. Olhe Tom, lembra que eu disse sobre fazer coisas estranhas? — ele balançou a cabeça — Então, essas coisas estranhas acontecem porque nós somos bruxos, somos pessoas que podemos fazer magia — disse fazendo o prato com os sanduíches levitar — Nós somos pessoas abençoadas pela Dama Mágica, a que nos deu o poder que temos, para fazer diferença no mundo. 

Os olhos do garotinho estavam brilhando. Ele sabia, mesmo tão novo que era diferente, que tinha algo nele que os outros não tinham. Era isso, ele era um bruxo assim como esses dois homens, e estava feliz por estar junto de seus iguais. 

— Tem alguma coisa que você queira saber? — perguntou Sirius devagar,esperando dúvidas vindas do pequeno. 

— Como posso fazer magia? — perguntou ainda tímido.

— Você ainda terá de esperar até seus onze anos, quando entrará na Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts. — disse Sirius feliz.

— Porquê? 

— Porque é quando você será forte o bastante para poder usar magia e ver uma varinha. — mostrou sua varinha para a criança. 

— E como eu sei se eu vou para essa escola? — Tom estava temeroso de que não fosse bom o suficiente para entrar em Hogwarts. 

— Não se preocupe, você será forte o bastante para receber uma carta. — Sirius bagunçou os belos cabelos do menino, sorrindo para ele. 

Ainda tinha uma dúvida profunda que habitava o pequeno coração de Tom e ela precisava ser sanada. 

— Vocês agora são meus papais? — perguntou — De verdade?

— Claro que seremos Tom — respondeu Remus que fez um leve carinho em sua bochecha — Claro que seremos. 

Tom abriu um belo sorriso e os abraçou. 




— Você está pronto? — perguntou Remus.

— Sim, papai, eu estou — Tom estava com um rosto cheio de determinação. 

— Então vamos. — disse Sirius — Vamos estar segurando você, não se preocupe. 

Remus segurou seu filho no colo enquanto seu marido colocava o endereço no flu para a casa de seus amigos. Havia se passado alguns dias desde a chegada de Tom a casa na praia e tudo estava sendo mágico. A paternidade foi um presente que eles receberam e por isso estavam gratos por terem seguido os conselhos de Dumbledore. Na realidade, foi o bruxo que os indicou que havia uma criança mágica naquele orfanato, os fazendo correr com o processo de adoção para dar um lar adequado ao pequeno. Eles não poderiam estar mais felizes com a escolha. 

Depois de dias somente os três, onde Tom era cuidado, amado e mimado pelos agora pais, resolveram que era hora do menino conhecer aqueles que tinham escolhido como família. Além de apresentar seu filho ao seus afilhados. Os três tinham a mesma idade, o que facilitava e muito suas vidas. 

— Casarão Potter-Prince — gritou Sirius. 

Primeiro passou Sirius e depois passou Remus com Tom em seu colo. 

















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