Corvo Branco escrita por Costtolinana


Capítulo 11
09. Ano I: Separação


Notas iniciais do capítulo

Oi pessoas, como estão?

Voltei cedo, não é mesmo? Estou tentando cumprir essa promessa que fiz comigo mesma.

Bem, espero que curtam esse capítulo, tive dificuldades em fazê-lo.

Abraços.



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Ei, você, é feliz estar vivo?

Harry andava pelos corredores calmamente. Ainda era domingo, ou seja, ele tinha um dia inteiro para conhecer o castelo. Esperava encontrar seus amigos no café da manhã e decidir o que fazer naquele dia. Com El ao seu lado, em sua forma felina, passou por vários quadros e armaduras até chegar no salão principal, sempre prestando atenção a todos os detalhes que podia. Ao chegar, foi em direção a mesa azul e prata, casa onde foi classificado, e se serviu da farta mesa de café da manhã. 

Depois do suspense feito pelo Chapéu Seletor, a casa escolhida foi Corvinal, para surpresa de muitos no grande salão. Fazia muito tempo que um Potter não foi classificado para uma casa diferente da Grifinória. Era um ato histórico. Seu pai sorriu com orgulho e sua irmã fez barulho quando ele foi classificado. Sua família o apoiava e isso era tudo que ele precisava. 

Sentado à mesa, começou a comer devagar, dividindo sua comida com sua companheira El, que ronronava feliz ao seu lado. Tom sentou ao seu lado sem se importar com os olhares que recebia, apenas focado em sua comida. Harry sabia que seu amigo era carrancudo antes do café da manhã, melhorando o humor apenas após comer alguma coisa. Sorriu para o outro ainda dando comida a sua familiar que agora fazia graça para todos na mesa. Harry percebeu que ela estava tentando distrair seus colegas da presença do sonserino ao seu lado, o que pareceu funcionar. Pouco tempo depois, Neville e Draco apareceram e se sentaram ao seu lado como se aquilo fosse comum em seu dia a dia. Seus colegas de casa ficaram ainda mais intrigados com o grupo estranho sentado em sua mesa, enquanto nenhum deles ligava para isso. 

— Então, como foi a noite? — perguntou Draco.

— Complicada. Dormir fora de casa não é algo comum para mim — respondeu Neville

— Eu dormi muito bem, obrigado por perguntar — Tom continuava a comer tranquilamente.

— Foi difícil, mas a presença de El ajudou — disse Harry ouvindo um miado de concordância. 

— Para mim foi horrível. Minha cama é mil vezes mais confortável do que a daqui, mesmo que a Sonserina seja uma casa cheia de puro sangue da elite — Draco olhava para os outros com certo desdém. Todos eles sabiam que era apenas uma grande fachada para os outros. 

— Como você conseguiu dormir bem, Tom? — perguntou Neville. 

— Não sei. Só senti como se já estivesse em casa — respondeu dando de ombros. 

— Bom dia — uma voz ainda grogue os cumprimentou. 

— Bom dia, Rose. Pensei que não veria você até a hora do almoço — disse Harry a sua irmã sonolenta.

— Eu realmente não queria levantar agora, só fiz isso porque sabia que todos estariam aqui. Vocês acordam muito cedo — resmungou.

— Você que dorme demais, furacão — respondeu Neville. 

— Não me chame assim — sibilou.

— Certo, pequeno furacão — ria da sua expressão zangada. 

— Coma, vai deixar você mais feliz. Com toda certeza eu estou agora — disse Tom.

— Você é bonito demais para ser ranzinza assim pela manhã, Tom — Rose disse colocando sua comida no prato.

— Está tarde o suficiente para você não acordar disposta, Rosemary — Tom apenas olhou para ela de esguelha, se voltando para o seu café da manhã.

—  Desculpa, você ainda está sensível — disse após um bocejo. 

— Então, o que faremos hoje? — perguntou Draco.

— Pensei em explorar um pouco o castelo, descobrir as passagens secretas que o papai falou ou visitar o Lago Negro — Harry fazia carinho em El.

— Gosto da ideia de explorar — disse Neville.

— Bom dia — disse uma voz profunda ao lado das crianças

— Bom dia pa-professor Prince — disse Rose, se corrigindo.

— Vejo que estão dispostos nesta manhã.

— Estamos ainda pensando no que fazer hoje — disse Draco — Alguma ideia?

— Hm, não sei o que vocês planejam mais eu gostaria de convidá-los para tomar chá comigo às quatro da tarde. Depois de toda a exploração que eu sei que farão daqui a pouco, quero conversar com vocês sobre seu breve momento em Hogwarts. Será que poderiam dar a esse velho professor esse momento de paz e prazer? — perguntou com um sorriso em seu rosto.

— Claro, eu acho que está tudo bem se combinarmos de nos encontrar mais tarde.

— Ótimo, então me encontrem no meu quarto perto da comunal da Sonserina, Tom e Draco serão seus guias pelas masmorras. Tenham um dia crianças. E bom dia para vocês também, Eros, El — disse antes de sair.

O pequeno pardal apenas cantarolou em concordância enquanto a pequena gata branca miou para o outro. 

Após o café da manhã todos optaram por andar pelo castelo, conhecê-lo melhor. Acharam algumas passagens por quadros e um corredor estranho que dava direto no que seria a sala de aula de feitiços. Sabiam que iriam usar aquele corredor algum dia. 

A manhã passou rápido e a hora do almoço veio cheia de alegria. O grupo faminto se dirigiu ao Salão Principal, discutindo em que mesa iriam se sentar quando pararam ao ouvir uma pessoa gritar pelos nomes dos gêmeos em total desespero. 

— Finalmente! Pensei que nunca iriam me esperar. Então, vão almoçar agora? — perguntou o garoto estranho.

— Bem, não que eu queira ser insensível ou algo assim, quem é você? — perguntou Rose.

— Ah, acho que esqueci de me apresentar. É que eu sei tanto sobre vocês que é  como se já nos conhecermos. Eu sou Ronald, Ronald Weasley, prazer em finalmente conhecê-los pessoalmente. Podem me chamar de Ron, sei que seremos amigos — disse estendendo a mão, animado.

— Certo, eu sou Rose e este é meu irmão Harry, esses são nossos amigos-

— Sim, eu sei quem vocês são, os Gêmeos-Que-Sobreviveram. Realmente vocês têm as cicatrizes? Eu posso ver? — disse empolgado.

Rose estava sem reação. Aquele garoto havia acabado de cortá-la para falar sobre a sua fama descaradamente. Olhou para seus amigos e todos estavam com uma expressão de desgosto. Seu irmão parecia confuso, olhando para o garoto à sua frente intrigado. Ela sabia que ele estava tentando entender tudo o que estava acontecendo. 

— Isso foi rude — disse Tom.

— E quem seria você? — perguntou Ronald.

— A pessoa que conhece de fato os gêmeos e sabe que nenhum deles, na verdade, nenhum de nós estamos felizes em conhecer você.

— Como ousa, seu-

— Espero que os outros Weasley sejam legais — disse Draco.

— Cala a boca, Malfoy! O que um filho de Comensal está fazendo aqui?

— E lá vamos nós… 

— Chega! — gritou Harry — Eu entendo que você é, como posso dizer, nosso fã mas, de verdade, não gostamos muito desse tipo de atenção.

— Você está me dispensando? — gritou Ronald.

— Não, eu apenas-

— Sim, ele está dispensando você — disse Rose.

O garoto olhou para os gêmeos sem acreditar. De todas as pessoas, ele, um Weasley, estava sendo dispensado. Quem eles pensavam que eram? Só por causa da sua fama achavam que poderiam fazer o que quisessem? Seu rosto começou a ficar vermelho até a raiz do cabelo, se tornando uma cor só. Seu rosto expressava fúria total e parecia que ele iria começar a gritar. Os quatro olharam para o garoto à sua frente esperando que de alguma forma ele fosse embora. O que não aconteceu.

— Eu pensei que, como heróis do nosso mundo, vocês dois saberiam na hora quem de fato teriam que se associar para se dar bem. Estar junto de pessoas importantes que estão no mesmo patamar. Vejo que me enganei. Se vocês escolhem andar com um filhote de comensal, o garoto planta e esse cara estranho, então acho que vocês não são grande coisa mesmo — disse tudo aos berros. 

Harry tapava os ouvidos, não gostava de muito barulho, Rose estava furiosa, ninguém falava assim de seus amigos. Neville olhava para Ronald com tédio, realmente não se importava com todo o show do garoto. Tom fulminou-o com os olhos. Estava mais do que irritado com toda aquela demonstração bizarra. Olhou preocupado para Harry, tocou seu ombro, dando apoio. 

— Olha aqui, seu pequeno furão — exaltou Draco — Não sei qual o seu problema comigo, meu pai foi inocentado, não tenha nada a ver com qualquer reclamação que você tenha e, sinceramente? Nenhum de nós quer você aqui.

— Não recebo ordens de você — gritou.

— Sua voz é irritante — disse Tom ainda ao lado de Harry, agora segurando sua mão — E você está atrapalhando nossa hora de almoço. Vamos gente, deixe esse estranho aí — saiu puxando a mão de Harry para dentro do Salão Principal. 

— Bom, vamos, Nev, Dray, estou com fome — disse Rose segurando seus braços.

— Vamos, pequena furacão, certeza que você pode comer a mesa inteira — sorriu Neville.

— Não me chame assim! — sibilou.

— Adeus, Weasley — disse Draco sorrindo sarcástico.

Rose logo encontrou Tom e Harry sentados à mesa da Sonserina e logo os seguiu. Sem se importar com os olhares estranhos, começou a se servir, escolhendo cuidadosamente o que colocar no seu prato. Tina, a elfa doméstica da sua casa, sempre se preocupou com a alimentação de todos da família. Sempre buscava formas de deixar tudo o mais saudável possível, além do sabor maravilhoso, ela sabia cozinhar muito bem. Por isso, mesmo a distância, ela procurava o que havia de mais saudável para manter sua alimentação balanceada, afinal, se ela quer ser uma jogadora do time de quadribol no ano que vem ela precisa estar bem e em forma. 

Tom colocava o prato de Harry com os seus favoritos, nunca colocando demais pois sabia que o seu amigo não comia muito. Neville sempre achava graça de como os dois sempre foram muito protetores um com o outro, como um cuidava do outro. Eram ações que os dois faziam sem ao menos perceber. Ele apenas sorria para seus amigos, gostava quando estavam todos juntos, eram as melhores pessoas que ele poderia ter em sua vida. Draco ainda estava emburrado. Todos na escola devem ter ouvido as acusações do Weasley sobre seu pai. Ele sabia que na Sonserina isso não seria problema, muitos dos pais dos seus companheiros de casa realmente estavam do lado das trevas. O problema eram as outras pessoas. Seu pai sempre foi a melhor pessoa que ele conheceu e foi forçado a fazer uma escolha da qual estava pagando até os dias de hoje. Sempre tinha alguém que o olhava com desconfiança por ser um Malfoy, pela história da sua família e as escolhas do seu avô. Era sempre um problema quando as pessoas começavam a apontar dedos para eles. 

O almoço transcorreu muito bem, mesmo com os sussurros do que havia acontecido mais cedo na entrada do Grande Salão. Os quatro resolveram ir para o Lago Negro tentar a sorte de ver a Lula Gigante, um ser que vivia nas águas do grande lago. Ficaram até próximo das quatro, onde todos andavam para as masmorras seguindo os dois sonserinos do grupo.  Ao chegar, ouviram vozes dentro do quarto. Ao entrar, todos encontraram seus pais. Estavam todos relaxados, sentados em sofás ou poltronas, desfrutando de um belo chá que uma animada Tina servia. 

— Bom, o que está acontecendo aqui? — Tom disse.

— Boa tarde, meu amado filho, também senti sua falta — Sirius sorria para as crianças.

— Deixe de mentir, velho, estamos apenas um dia fora. O que vocês estão fazendo aqui? 

— Ele me chamou de velho? Remus, eu sou velho? — disse Sirius fazendo cara de choro.

— Não querido, você está bem. Tómas, seja bom com seu pai — Remus encarou seu filho.

— Você sempre tira a minha diversão, pai — dizia Tom sorrindo.

— Ora seu pequeno-

— Viemos aqui porque queríamos saber como vocês estão. Eu sei que se passou apenas uma noite só que eu estava preocupada — Alice andava até seu filho e o abraçou fortemente.

— Estamos bem, mamãe. Não é o mesmo ter a minha cama e um quarto só para mim, vou sobreviver — disse Neville sendo sufocado pela mãe.

— Estávamos apenas com saudades, crianças, só isso. A casa está sempre vazia sem vocês — James se aproximou de seu filhos e de seu esposo, que estava perto da porta, olhando para todos que ocupavam seu quarto. 

Todos eles se acomodaram perto de seus pais e as conversas fluíam. Os adultos falavam sobre suas experiências na sua primeira semana de aula, as expectativas, os amigos e claro, as pegadinhas. Um clima gostoso se instalou e todos estavam confortáveis, juntos, como sempre. 

 

***

 

Na manhã seguinte era seu primeiro dia de aula e Harry mal continha sua animação. Finalmente ele aprenderia o que não podia nos livros, ou seja, a prática com sua varinha. O dia em que sua varinha o escolheu, segundo Olivaras, foi um dos dias mais estranhos da sua vida. Foi o dia que ele teve contato com a sua estranha fama por algo que sabia que não tinha feito, e sim seus avós. Todos olhavam para ele e sua irmã como se fossem Merlin e Morgana, o que o deixava um pouco oprimido. Assim que chegaram na loja de varinhas, estava vazia, para a felicidade da família. Logo Olivaras mostrou seu arsenal e após uma hora finalmente as varinhas haviam sido escolhidas. Para ele, uma varinha com pêlo de uma Kitsune, um criatura espiritual em forma de raposa, dado voluntariamente e uma mistura de salgueiro e cerejeira. Sua irmã foi um pouco mais simples e mesmo assim desafiador, cipreste e pêlo de Nundu, uma criatura mortal e feroz. Uma varinha temperamental e forte, assim como sua amada irmã. 

Pegou sua varinha e seus materiais, indo em direção ao café da manhã. Encontrou um Tom rabugento (ele realmente não era uma pessoa matutina) e ambos foram juntos para a mesa da Grifinória. Muitos que estavam à mesa tentaram espantar o sonserino mas desistiram quando viram sua expressão de poucos amigos. Rose foi a  última a chegar, como Harry previu, e estava mais do que animada. 

— Bom dia, crianças — disse McGonagall em sua expressão severa.   

— Bom dia — respondeu o grupo.

— Para terem seus horários, recomendo que vocês três procurem seus chefes de casa, assim, saberão para onde ir. Aqui está, seus horários, Longbottom, Potter-Prince — disse, entregando os horários aos dois grifinórios.

— Obrigado pelo aviso, professora — disse Draco respeitosamente.

— Muito bem, se apressem — e saiu.

Sua primeira aula era Transfiguração com a Grifinória e Harry optou por se sentar no fundo da sala. Quando sentou, observou uma coisa engraçada: um gato sentado rigidamente em cima da mesa. Se olhasse bem, podia perceber em seus olhos círculos estranhos em volta de seus olhos, uma marca perfeita. Olhou em volta e percebeu que a sala era bem iluminada para um castelo tão antigo, com vários candelabros espalhados pelas paredes. Tudo era bem organizado, em ordem. 

As portas estavam quase se fechando quando um garoto ruivo passou apressado por elas.

— Ufa! Que sorte, pensei que seria pego pela professora.

O gato que até então estava em cima da mesa saltou para o chão se transformando em uma mulher com um coque bem apertado e roupas compostas. Em frente aos alunos se encontrava Minerva McGonagall que possuía um olhar severo em direção ao garoto.

— Bom dia, Sr. Weasley. Espero que da próxima vez eu não precise transformá-lo em um relógio para se lembrar da hora da minha aula — disse com uma voz carregada.

— Uau. Isso, isso foi…

— Sim, Sr. Weasley?

— A senhora é um gato? — disse embasbacado.

— Eu sou um animago, Sr. Weasley. Agora aconselho que vá até uma carteira e se sente antes que eu decida transformá-lo agora mesmo. 

— Sim, professora McGonagall — disse apressado, indo em direção a uma cadeira. 

— Agora que estamos aqui, finalmente todos juntos, podemos começar a aula — disse olhando para a sala cheia de alunos — Como podem ver, nessa classe iremos aprender a arte da Transfiguração. A fina arte de transformar uma coisa em outra, exemplificando para que vocês possam compreender melhor. Saiba que não é nada fácil fazer tudo que faremos aqui, é necessário muita concentração e habilidade de todos vocês. Espero que cada um se esforce o melhor de suas capacidades e que possamos juntos progredir — andou em direção a sua mesa, transformou-a em um porco e logo após retornou a mesa ao que era antes — Isso será uma das coisas que vocês poderão estar aprendendo nessa classe. Irá demorar um pouco para que vocês cheguem nesse nível de habilidade, não se desesperem e nem percam a esperança, tudo é questão de se dedicar. Abram agora na página quatorze, iremos começar.

Todos abriram seus livros na página indicada e começaram a fazer as anotações que a professora passava na lousa. Harry estava mais do que concentrado, anotando tudo que podia. Seu pai James era muito bom nessa matéria e esperava ter isso em comum com ele. Olhou para Rose ao seu lado, olhar de determinação preenchia seu rosto. Sabia que ela estava se esforçando, assim como ele, ela também queria orgulhar seus pais. 

Quando o sinal tocou, avisando o término da aula, todos tinham um ensaio para fazer sobre a introdução da disciplina para entregar na próxima aula. Andando juntos até o final do corredor onde se separaram, cada um indo para sua respectiva classe. Rose e Neville teriam aula com os lufanos de Poções enquanto Harry tinha um horário livre. Decidiu então ir até a biblioteca para conhecer o lugar, já que no dia anterior ele apenas conheceu o castelo com seus amigos. Chegando a biblioteca, respirou fundo o aroma de livros velhos e foi em direção a primeira prateleira que viu, procurando algum título que o agradasse. Não sabia quanto tempo ficou ali, imerso naquela imensidão de livros. Havia uma biblioteca em casa mas não chegava aos pés da de Hogwarts. Saindo das estantes, resolveu se sentar um pouco e trabalhar em seus próprios escritos, algo que ele não fazia a algum tempo. Ao chegar a hora do almoço, se moveu para o salão e se sentou na mesa do Corvinal, se servindo de uma porção generosa de comida. Não conseguiu ver seus amigos e imaginou que dessa vez eles preferiram comer na mesa de suas casas. Ao terminar a refeição, foi em direção ao lado externo do castelo, procurando onde ficavam as estufas para sua aula de Herbologia.  Sorriu ao ver seus amigos Draco e Tom que estavam do lado de fora da estufa três, onde aconteceria a aula daquele dia. 

— Oi pessoal — disse Harry.

— Então Hazz, como foi sua aula? — perguntou Draco.

— Foi boa, a professora McGonagall é meio assustadora, eu creio que se eu não fizer nada nos daremos bem.

— Seu pai é uma das pessoas mais assustadoras que eu já conheci quando está bravo e mesmo assim você tem medo da professora? — perguntou Tom levantando uma sobrancelha.

— Meu pai não é assustador, ele só fica um pouco chateado às vezes.

— Hazz, meu padrinho tem muitas qualidades e paciência não é uma delas — disse Draco com uma expressão engraçada.

— Ele só fica assim quando papai e o Tio Almofadinhas se juntam.

— Nossos pais sempre causam a destruição por onde passam, Harry, admita — Tom sorria para seu amigo.

— Não é bem assim…

— Eu entendo que você só quer proteger os dois, só que existem coisas que nem mesmo sua bondade pode fazer, Hazz — Draco tocava no ombro do seu amigo.

— Muito bem, crianças, estamos indo — disse a professora Sprout aparecendo atrás do grande grupo de corvinais e sonserinos.

A aula transcorreu tudo bem. Tom e Harry fizeram dupla enquanto Draco ia com Pansy Parkinson. Seu trabalho era reenvasar algumas plantas básicas para cura em pequenas hortas, para serem usadas pela Ala Hospitalar. Quando terminaram, todos meio sujos de terra, foram ao banheiro lavar um pouco da sujeira e se organizar para o jantar. O trio encontrou Neville e Rose no caminho e todos seguiram para a mesa da Sonserina para jantarem juntos. Alguns sonserinos ainda olhavam o grupo um pouco torto, principalmente os grifinórios. O grupo apenas ignorava todos os olhares, conversando sobre seu primeiro dia. Logo alguns sonserinos entraram na conversa, como Daphne Greengrass e Blaise Zabini. Claro que Pansy Parkinson estava ao lado de Draco, conversando animada com uma Rose que finalmente poderia ter a felicidade de ter amigas. 

Como a única menina do grupo, sempre era complicado quando precisava desabafar. Tinha apenas garotos ao seu lado. Seu irmão era um dos melhores seres humanos que ela conhecia e era difícil guardar alguns segredos dele. Só que, haviam coisas que somente outra garota poderia entender e Hogwarts era sua oportunidade. Ela nunca largaria seus meninos, disso ela sabia, assim como também não largaria ter essa felicidade de ter uma outra menina com quem conversar e dividir suas dúvidas. 

No final do jantar, seguiram cada um para a sua comunal, todos cansados do dia incomum que viveram e que seria uma rotina daqui em diante. Ao se deitar em sua cama, Harry sabia que estava feliz, assim como Michelè disse que estaria. Suas dúvidas estavam ficando para trás, mesmo que uma parte dele sentisse que alguma coisa ainda iria acontecer dentro das paredes do grande castelo. 

Com esses pensamentos, Harry acabou adormecendo. 

 




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