O olhar dele vai direto em Luna e depois se volta para Damon, com um sorriso um tanto diabólico, enquanto se aproxima mais alguns passos. Porém, os irmãos Salvatore dão mais um passo a frente para criar uma barreira sob uma possível aproximação de Luna e o mesmo faz todo o restante dos convidados, como forma de mostrar que estavam dispostos a enfrentá-lo se preciso.

—Tá tudo bem, vim em paz. - Ele debocha, parando de se aproximar. - Apenas vim me certificar de que ela está bem e viva.

—Nem todos continuaram vivos, como bem sabe. Mas… Alguém que morre não deveria se manter morto? - Damon o enfrenta, fazendo a pergunta que todos estavam se fazendo naquele momento.

—Na verdade é uma história bem engraçada, porque… vocês não me mataram. Vocês são tão tolos por achar que seria assim fácil… - Ele ri, tentando se controlar para continuar a explicar - Eu transformei um dos meus capangas à minha imagem e ordenei que matasse Kate. Ou seja, Lily matou um dos meus capangas ao invés de mim. E é óbvio que para manter a veracidade e o suspense, precisei me ausentar por um tempo e… bem, estou aqui.

—E devemos acreditar que você só veio dar um ‘oi’? - Stefan mantém sua postura na defensiva enquanto tenta assimilar tudo o que havia dito.

—Na verdade sim. Pelo visto ela ainda não ativou os poderes, então terei que voltar mais tarde… - Julian lança o seu jogo e dá as costas, sabendo que eles se interessariam por mais informações.

—Espera! - Stefan dispara, atraindo novamente a atenção dele - Como assim “não ativou”?

—Vocês não se acham tão espertos? - Julian lança um olhar desafiador - Então descubram… E claro, felicidades ao casal.

Aquilo pegou todos de surpresa, fazendo com que se entreolhassem sem entender, porém, aliviados por não ter acontecido nada mais violento. Porém, Bonnie no mesmo instante entendeu parte do recado de Julian, afinal, ela associou ao que havia acontecido com Kate quando ativou seus poderes. Luna precisava passar por algo muito forte em sua vida para ativar sua magia, ou então, poderiam tentar treiná-la gradualmente, privilégio para poucos.

Foram dias discutindo sobre possibilidades diante do que havia sido dito por ele e principalmente, sobre o fato de que Luna poderia realmente ser uma herege. Só não conseguiam chegar a um acordo sobre como poderiam evitar que ela ativasse os poderes, porque assim ela permaneceria humana e Julian não ganharia aquela luta.

Passam-se mais alguns anos.

Damon e Caroline estavam voltando das compras do mercado, já que haviam uma humana em fase de crescimento em casa e era noite das meninas com Bonnie e Elena, então Damon iria ficar com Luna para terem seu momento pai e filha com a casa vazia. Porém, ao chegarem na casa, notam que o som estava um pouco alto com uma movimentação suspeita e eles apenas se entreolham não muito surpresos, afinal, agora tinham uma filha adolescente com um temperamento muito parecido com o de Damon.

—Eu juro que não sabia nada disso, quando eu vi estavam todos aqui já. - Stefan tenta se justificar ao ver que Damon e Caroline haviam chegado. - E está tudo sob controle.

—Tá tudo bem. - Damon responde, olhando a movimentação pela porta - Você vai levar Caroline? Eu guardo tudo depois na cozinha.

—Claro.

—Vai brigar com ela ou vai participar da festa? - Caroline brinca, estreitando os olhos desconfiada.

—Vai depender se eles tocaram no meu bourbon ou não. 

Não eram muitos, mas haviam adolescentes dançando, cantando e bebendo o que parecia ser justamente o bourbon de Damon, o que fez seu sangue subir imediatamente. Ele tira a garrafa quase vazia das mãos deles e guarda em outro lugar, pegando uma garrafa qualquer de vodca e entregando a eles de volta, ignorando o fato de serem ainda menores de idade.

—Estou encrencada? - Luna aparece com sua cara brincalhona e levemente alterada.

—Desde que fique onde possa te ver, não. - Ele dá de ombros e um sorriso de canto, recebendo um beijo na bochecha como forma de agradecimento.

Não demora muito para que um dos garotos pegue escondido novamente o bourbon para a irritação de Damon, que acaba se distraindo e ameaçando severamente o garoto, fazendo-o se esquivar rapidamente porque sabia que era o melhor a se fazer. E quando Damon se volta para onde Luna estava, vê que ela havia sumido.

Luna estava fumando um cigarro às escondidas junto com uma de suas amigas no alpendre da casa e sentia a adrenalina correr solta por todo seu corpo sabendo que seu pai poderia aparecer a qualquer momento. Porém, sua amiga estava bem alterada e tentou beijá-la de repente, o que a assustou, empurrando a garota para recusá-la.

—Você me arranhou! - A garota diz, vendo um filete de sangue em seu pulso. - Achei que você também quisesse.

—Me desculpa, eu… 

Mas seus olhos fitavam aquele sangue como nunca havia feito, fazendo com que algo dentro dela ansiasse por uma fome até então inédita. Ela não ouvia mais o que sua amiga dizia, apenas fitava aquele filete de sangue e sem notar, seu coração acelera absurdamente e ela percebe que o pescoço da sua amiga lhe chamava, como se pudesse ver a pulsação da veia por cima da pele. Bastou milésimos, para que avançasse brutalmente, sentindo aquele sabor e aquela sensação totalmente nova e estranhamente prazerosa.

A garota gritou, mas segundos depois, seu corpo apenas cai ao chão, fazendo com que Luna paralisasse. Sua consciência parece voltar a si, o desespero começa a tomar conta de todo o seu corpo e suas mãos começam a tremer involuntariamente. Agora quem grita é Luna, como forma de externalizar seu medo, chamando a atenção de Damon que aparece um segundo depois, pasmo ao dar de cara com aquela cena. O corpo da garota de repente começa a pegar fogo e Luna se desespera ainda mais por não entender o que estava acontecendo. Num vulto, Damon sai e volta com o extintor de incêndio, apagando o fogo por fim, mas se dando conta de que Luna havia sumido novamente.

—Droga.