Por longos minutos, Damon permanece imóvel, encarando o corpo de Kate, extremamente em estado de choque. Stefan e Caroline que os esperavam do lado de fora, se informaram sobre a situação e entraram no quarto para entender melhor aquela história, dando de cara com aquela cena. Uma enfermeira se aproxima de Damon com a intenção de levar a bebê para analisar sua saúde, mas ele hesita em entregá-la, com medo de perdê-la também.

—Eu disse não! - Damon se exalta com a enfermeira, que tenta explicar de forma compreensiva a sua irritação.

—Damon… - Caroline se aproxima com cautela e toca seu braço, vendo o olhar apreensivo dele. - É pelo bem dela, precisamos saber se ela está bem. Você não perdê-la de vista, eu prometo.

Quando por fim Damon decide entregá-la, mesmo se remoendo de medo por dentro, a enfermeira faz a pesagem e todos os procedimentos ali mesmo no quarto. Damon se aproxima do corpo de Kate ainda sem acreditar e entender e se deixa levar pelas lágrimas, acariciando seu rosto, enquanto implorava para que aquilo não estivesse acontecendo.

Enquanto isso, outro enfermeiro se posicionava frente Stefan e Caroline, explicando detalhes sobre o que tinha acontecido e de como era realmente estranho não ter alguma explicação científica. Ao fim, ele faz uma pausa e simplesmente solta algo assustador.

—O plano está quase completo e ele está ansioso para conhecê-la.

—O quê? - Caroline franze a testa confusa, achando que teria perdido a linha de raciocínio em algum momento da conversa.

Nisso, o enfermeiro crava um bisturi diretamente em seu pescoço, caindo ao chão em meio a espasmos. A enfermeira que analisava a bebê rapidamente vai até o homem para tentar ajudá-lo, enquanto os dois ainda tentavam entender o que havia acontecido. Era claro que ele estava compelido por alguém para fazer isso mas… quem? Damon percebe a movimentação e fica ainda mais perdido, olhando para o irmão em busca de respostas.

—Vamos embora daqui. - Stefan apenas diz.

Caroline foi quem levou a bebê no colo para casa, ao ver que Damon carregava o corpo de Kate, na esperança de que Bonnie pudesse fazer algo. O caos estava plantado. Todos que aguardavam-os na casa, receberam duas grandes bombas de uma vez; a neném estava bem, porém, Kate não havia resistido. Os pais de Kate caem em prantos e Lily recebe tudo aquilo como um grande choque, sem saber como reagir. 

—Faz alguma coisa Bonnie! - Damon suplicava, ofegante - Por favor, eu te imploro!

—Damon… - Ela tenta procurar as palavras certas para explicá-lo que não era mais possível.

—Tenta alguma coisa!

—O bebê foi gerado através de magia e de todo o suprimento do corpo de Kate… - Lily começa a dizer com um tom de voz sutil, usando as palavras que Bonnie buscava dizer - O vampirismo em si é pura magia, e sem o vampirismo, ela… 

—Mas, - Elena interfere na situação ao ver o estado de desespero de Damon, lançando um olhar preocupado para Bonnie - eu acho que a Bonnie poderia tentar… não é?

Elas se entreolham e então Bonnie entende que mesmo sem qualquer chance de reverter aquela situação, Damon precisava ver alguma ação para que pudesse enfim se conformar com aquilo. Então ela vai até o corpo e põe as mãos sobre o peito de Kate, sentindo seu corpo vazio, sem controlar a lágrima que escorria por seu rosto.

—Sinto muito Damon… - Bonnie se afasta, secando as lágrimas.

—Não… - Ele desaba no chão da sala, encarando o corpo novamente, desolado.

Cinco anos se passaram.

Aquela situação incômoda do hospital se tornou uma constante preocupação sobre o que aquilo de fato significava, porque as opções que cogitaram eram basicamente impossíveis. Além disso, analisavam cada movimento e fala de Luna, vendo que ela era perfeitamente humana sem qualquer indício de ser uma herege o que os aliviada em partes.

Nesses anos, Elena, Bonnie e Caroline acabaram fazendo uma grande viagem para o exterior por 2 anos e haviam voltado somente há alguns dias, para o casamento de Stefan e Caroline. 

Era um evento pequeno com Damon como juiz de paz, nos fundos da casa Salvatore para que não precisassem expor tanto Luna à cidade e fosse realmente algo mais reservado. Obviamente, Caroline havia planejado toda a decoração da própria festa e Elena fez questão de ajudá-la com vestido, enquanto Bonnie organizava a comida junto com Lily.

—Obrigada por me ajudar com o vestido, você sabe que não precisava fazer isso… - Caroline diz, um tanto constrangida por Elena estar ali com ela no dia em que iria se casar com alguém que já fora muito especial pra ela também.

—Car, se tem uma coisa que eu aprendi com essa viagem, - Elena diz, virando-se de frente para ela com um sorriso sincero - foi que de alguma forma precisava que tudo isso acontecesse na minha pra ver que o que eu de fato sempre quis aventura e liberdade; e agora eu tenho tudo isso. Posso ir pra onde quiser, viver uma década em cada país, experimentar vários amores,... mas o melhor de tudo, é que pela primeira vez eu me conheci de verdade. Eu estou bem assim, acredite. E eu estou feliz por vocês.

—Uau, como é bom ouvir isso. - Caroline diz aliviada, sentindo um peso da consciência sair de si.

—...Então é só você entregar essas alianças pra eles, ok? - Elena conversa com Luna, mostrando onde ela ficaria e a maneira que tudo iria acontecer.

—Mas porque eu?

—Porque você é a caçula e eles iriam adorar. - Ela tenta convencer, mas vê que ela ainda não estava muito empolgada para tal - É bem fácil e vai ser bem rápido, prometo.

—O que eu ganho com isso? - ela a desafia com o olhar.

—Eu te dou uma barra de cookies. - Elena sussurra como forma de chantageá-la.

—Aí você falou a minha língua. - Ela sorri vitoriosa.

Durante a cerimônia, todos assistiam atentos e com sorrisos afetuosos perante o grande momento de Stefan e Caroline, que estavam radiantes e felizes. E agora estavam ali, fazendo votos um para o outro e para a nem tão surpresa deles, quem trouxe as alianças era a própria Luna, o pequeno milagre com seu vestidinho rodado e seus cabelos escovados, que se aproximava do casal com um sorriso doce e inocente trazendo consigo a almofada com as alianças. Ela os entrega como combinado e os dois lhe beijam a cabeça como todos faziam de costume e Damon dá-lhe uma piscadinha antes de voltar para o seu lugar ao lado de Elena para que pudessem prosseguir com o casamento.

Ao fim, palmas pausadas e debochadas ecoam pelo lugar, atraindo a atenção de todos imediatamente. Ninguém acreditava no que via, perplexos com a aparição de Julian em carne e osso aproximando-se de todos. Elena no mesmo instante segura Luna no colo para protegê-la e Stefan se põe ao lado do irmão, atento para agir caso precisasse.

—Ora, ora, ora… Mas que belo casamento! Não recebi o convite, será que ficou preso no correio?

—Como isso é possível? - Lily é quem sussurra, transtornada com o que via.